sexta-feira, janeiro 20, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

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Faz hoje 1756 anos (250), foi num DM: morreu o papa Fabião (20º). Reinava o imperador Décio (Mésio Quinto Trajano) (249-251), que sucedera a Filipe (Marco Júlio Filipe), denominado o Árabe. Filipe e Décio são nomes que evocam usurpação, assassínio. Com eles começa o princípio do fim do Império.

De Fabião (ou Fabiano) não se conhece ao certo a origem, mas diz-se que era romano, filho de Fábio. Embora fosse leigo, foi eleito papa, recebendo então, portanto, as respectivas ordens sacras.

Ver o ponto 2 da “memória” de 03JAN,

acerca do papa Antero,

ao qual Fabião sucedeu, e de cuja eleição ali se fala.

O seu pontificado decorreu de 236 a 250, numa época muito difícil, em que o Império Romano vivia em terríveis e permanentes convulsões políticas, sucedendo-se diversos imperadores, quase sempre assassinados: Maximino Trácio, os dois Gordianos, Filipe, o Árabe e Décio.

A iniciativa da primeira expedição de missionários às Gálias (França e Bélgica) é atribuída a este papa.

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Foi há 520 anos (1486), numa SX: Cristóvão Colombo é recebido pelos Reis Católicos (Isabel I, de Castela, e Fernando II, de Aragão), em Córdoba, e apresenta-lhes a sua tese da nova rota para as Índias, oferecendo os seus serviços científicos e de navegador. Em Portugal reinava D. João II (13º). Pontificava Inocêncio VIII (213º).

Cristóvão Colombo (1451-1506), afinal, rumando a Oeste, conduziu a armada espanhola ao Novo Mundo. Descobriria, pois, a América, onde chegou em 12OUT1492.

Desconhece-se, ao certo, a nacionalidade do navegador. Autores houve que chegaram a admitir que fosse português, galego, catalão, basco ou mesmo grego. Mas a probabilidade maior é a de que seja genovês.

Porém, parece que não escrevia italiano (!), mas sim uma forma aportuguesada de espanhol. Mantinha um diário em Latim, e outro em Grego.

“Na sua assinatura hierática lê-se Xpo ferens ("portador de Cristo")

além de siglas que originaram interpretações variadas,

mais convencionais ou mais esotéricas”.

Em 1472, já navegava como corsário.

Casou (1480) com Filipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo, povoador e primeiro donatário da ilha de Porto Santo, e viveu na Madeira alguns anos, estudando matérias relacionadas com a mareação, como ventos e correntes.

Afirmam os entendidos que Colombo tinha ideias erradas acerca do nosso planeta. Baseava-se em dados do cosmógrafo árabe Alfraganus (Al Fragani). A circunferência verdadeira da terra, por exemplo, que é de, aproximadamente, 40.000 quilómetros, para ele era de, apenas, 30.600 quilómetros. E a partir daqui todos os seus cálculos eram errados em termos de distâncias, em matéria de latitudes e longitudes.

Não obstante persistia nas suas teses e procurava um patrocinador para a sua ideia, procurando encontrar esse apoio em D. João II, que lho recusou, já que os seus peritos consideravam tal ideia insensata.

Terá tentado, também, e igualmente sem resultado, o patrocínio da corte britânica. Finalmente, e com a ajuda do confessor da rainha Isabel I, conseguiu a entrevista hoje recordada e o almejado apoio, por fim, já que a equipa de cientistas da Coroa, primeiramente, se inclinava para a negativa. Os termos do seu contrato de 1492 com a Coroa espanhola tornavam-no almirante dos mares, governador e vice-rei das terras a descobrir.

Partiu do porto de Palos, também chamado Palos de La Frontera, na província espanhola de Huelva, na foz do rio Tinto, sobre o Atlântico, a 3 de Agosto de 1492, com três pequenos navios, o Niña, o Pinta, e o navio almirante, o Santa Maria.

Avistou terra a 12 de Outubro, a actual ilha de São Salvador, e em poucas semanas chegou a Cuba e ao Haiti, regressando a Espanha em Março de 1493.

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Completam-se hoje 452 anos (1554), foi num SB: nasceu D. Sebastião (16º) que no trono de Portugal sucedeu a seu avô, D. João III (15º), o monarca então reinante. Pontificava Júlio III (221º).

D. Sebastião era filho do Infante D. João Manuel e de D. Joana de Áustria, filha de Carlos V de Espanha. Seu pai foi o último filho sobrevivente de D. João III (dos 9 que teve). D. João Manuel morreu no ano em que D. Sebastião nasceu e nem chegou a conhecê-lo. D. João III morreria três anos depois do filho, em 1557, “numa sexta-feira, 11 de Junho”.

Sendo menor à morte do seu avô, em 1557, o pequeno rei teve de esperar até 1568 para atingir a idade (14 anos) que lhe permitia ascender ao trono.

Na sua menoridade, a regência foi entregue aos cuidados de sua avó, a rainha viúva de D. João III, D. Catarina de Áustria (1507-1578), que era irmã da madrasta de D. João III (a terceira mulher de D. Manuel, seu pai), D. Leonor.

D. Catarina manifestava-se, porém, propensa a defender os interesses castelhanos. Daí que a partir da década de 60 se começasse a esboçar uma forte oposição e resistência à regente, em certos meios influentes da corte. É que, diferentemente da rainha viúva, as mais destacadas figuras da administração da coroa defendiam uma maior autonomia face a Espanha. E essa mais preponderante facção apoiou, a partir de 1562, o cardeal D. Henrique, para substituir D. Catarina na regência.

Em 1568 principia o reinado de D. Sebastião, “Rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África”.

“A subida ao trono de D. Sebastião ter-se-á verificado neste momento de encruzilhada da sociedade portuguesa quanto às opções a tomar em política externa”.

Porém, educado entre padres e cavaleiros, “apoiado pela jovem nobreza do reino, e envolvido de uma forte componente ideológica e cruzadística”, o novel monarca foi influenciado para opções erradas, extravagantes e comprometedoras.

Mais realista e menos chauvinista que a do meu tempo, a História hoje rege-se por parâmetros diferentes.

Assim, do programa de História do 8º ano, consta, nomeadamente:

“Compreender as motivações de D. Sebastião, ao projectar a expedição a Marrocos.

- Ambição de travar combate contra os infiéis.

- Desejo de encontrar fontes de rendimento e lucro mais próximas de Portugal.

- Corresponder às ambições de grandeza e prestígio de grande parte da nobreza nacional.

- Evitar os inconvenientes de um império colonial disperso e de difícil administração”.

O rei, cedo começou a empreender na sua persistente ideia de cruzada contra os Mouros do Norte de África. Nada o demovia. Nem o conselho do papa, nem o de seu tio Filipe II de Espanha (mais tarde Filipe I de Portugal), nem o dos seus generais. Filipe II adiou mesmo o casamento de sua filha com o jovem monarca.

Ninguém o arredava do seu caminho.

E seguiu-se o desastre de Alcácer Quibir.

E a prematura morte (aos 24 anos) do insensato rei.

Impiedoso, sarcástico e sem cerimónias,

António Sérgio, na sua Breve interpretação da História de Portugal,

traça o seguinte retrato de D. Sebastião, em pinceladas vigorosas e impressivas:

"O reizito, em 1568 [tinha 14 anos], foi declarado maior pelas Cortes.

Este rapazola tresloucado foi convencido por alguns fanáticos a fazer-se paladino da fé católica, contra o Protestante e o Maometano.

Por isso (...) se abalançou a conquistar Marrocos,

contra o conselho sensato dos mais experimentados capitães.

Reuniu em Lisboa um exército aparatoso (...)

Chegado a África, cumulou erro sobre erro, com desespero dos capitães,

que pensaram em prender o tonto.

No dia da batalha [Alcácer Quibir, 04.08.1578],

mandou que ninguém se mexesse sem ordem sua; mas esqueceu-se de dar a ordem.

O exército inimigo, formado em crescente, envolveu a pequena hoste, e submergiu-a.

Foi um desastre completo (...).

Não é propriamente a imprudência o que deploramos em D. Sebastião,

mas a estupidez, o desvairamento, a tontaria, a explosividade mórbida,

a ferocidade inútil, a pataratice constante desse impulsivo degenerado,

que era de todo destituído das qualidades de comando

absolutamente indispensáveis para a execução do que ambicionava.

Se um acaso, por exemplo, lhe desse a vitória em Alcácer Quibir,

logo outras asneiras o haveriam perdido,

porque o dom da asneira em jacto contínuo era

nesse jovem

uma propriedade congénita"

(págs 88/89).

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Terá acontecido há 439 anos (1567), numa SG: após 67 anos, finalmente os portugueses conseguem vencer a resistência dos Tamoios, no Rio de Janeiro. Decorria a regência do Cardeal D. Henrique (que se seguira à regência de D. Catarina, viúva de D. João III) já que D. Sebastião tinha, então, 13 anos. Pontificado do papa Pio V (225º).

“Os índios Tamoios (ou Tamoyos ou ainda Tamujas) Tamuya no idioma Tupinambá quer dizer "o avô, o mais velho, o mais antigo", que os portugueses transformaram em Tamoios; assim como os Índios Goitacazes (ou Goytacazes), pertenciam a Nação Tupinambá da família Tupi, que viviam espalhados em aldeias que variavam de 500 a 3.000 habitantes, eles, assim como os Puri, influenciaram muito a formação étnica dos habitantes do Rio de Janeiro.

Por mais incrível que possa parecer, somente no dia 15 de Maio de 2002 a Nação TUPINAMBÁ foi reconhecida etnicamente.

No actual Estado do Rio de Janeiro viviam indígenas que falavam mais de vinte dialectos diferentes todos variantes de 4 grandes famílias linguísticas: Tupi, Puri, Botocudo e Maxacali (e mais uma família que não foi classificada até hoje). Seria muito difícil precisar localização exacta dessas famílias indígenas pois eles se movimentavam muito em função da busca de novas áreas de caça e a procura de locais místicos e lendários como o “Paraíso Terrestre” ou a “Terra Sem Males”; mais tarde com a colonização europeia, sobretudo a portuguesa, eles fugiam para lugares mais afastados para não serem capturados e escravizados”. (Transcrito, ipsis verbis, do site brasileiro Bairro do Catete, salvo o aportuguesamento europeu do texto).

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Ocorreu há 357 anos(1649), foi numa QA: começa o julgamento do rei Inglês Carlos I, preso pelas forças militares do Parlamento, comandadas por Oliver Cromwell, acusado de traição. O rei foi condenado à morte e decapitado. Em Portugal reinava D. João IV (21º). No Vaticano pontificava o papa Inocêncio X (236º).

Carlos I, nascido em 1600, era o segundo filho de Jaime I e bisneto de Henrique VIII, e passou a ser herdeiro do trono por morte de seu irmão Henrique, em 1612, tornando-se rei da Grã-Bretanha e da Irlanda em 1625, até 1649.

Carlos reinou em permanente conflito com o Parlamento e com o povo.

Dissolvido o Parlamento em 1625 e em 1626, o de 1628, é o terceiro parlamento do reinado de Carlos I. Oliver Cromwell é um dos eleitos. Em 07JUN1628 o rei é obrigado a aprovar a Petition of Rights que exige:

- o fim das detenções arbitrárias;

- o consentimento do Parlamento para todos os impostos;

- a proibição do alojamento ou aquartelamento de militares em casas privadas;

- a proibição da lei marcial em tempo de paz.

A Petição de Direitos renovava a Magna Carta.

Magna Carta

Trata-se da Magna Charta Libertatum,

outorgada pelo rei João Sem-Terra em 15 de Junho de 1215,

carta régia “tradicionalmente vista como a garantia dos direitos humanos

contra o abuso dos poderes régios.

Como resposta ao ataque aos privilégios da igreja

e excessivos deveres feudais exigidos pelo rei,

em 1213 o arcebispo Langton propôs aos vassalos

a redacção de um documento de compromisso.

João foi forçado a aceitar em Runnymede, actualmente Surrey, a 15 de Junho de 1215.”

“A Magna Carta perdeu o seu significado

e durante o governo dos Tudors quase caiu no esquecimento.

Durante o século XVII foi recuperada e reinterpretada pelo partido parlamentarista,

que a considerava como um documento democrático.

Existem quatro cópias originais,

duas nas catedrais de Salisbury e Lincoln e duas na British Library”.

(Fonte: principalmente BU)

De seguida, Carlos I dissolve o Parlamento e passa a governar sozinho. O que aconteceu por mais de uma década.

De conflito em conflito, de afrontamento em afrontamento, rebenta, em 1642 a Guerra Civil Inglesa, entre os partidários do rei Carlos I da Inglaterra, os realistas, e o Parlamento, representado pelos parlamentaristas, também conhecidos como cabeças redondas, sob o comando de Oliver Cromwell, general e político, líder puritano da facção parlamentar desse conflito. Estavam em disputa poderes relativos à coroa e ao parlamento.

Os realistas foram sendo sucessivamente derrotados, até à prisão de Carlos I (1647) e até ser decapitado frente à Banqueting House, em Whitehall (1649).

Mas a guerra prosseguiu até à derrota total das forças realistas, em Worcester (1651).

A partir dessa data, Cromwell passou a chefiar o governo inglês sob o título de «Lord Protector» até à altura da sua morte em 1658.

A Carlos I sucede seu filho mais velho, Carlos II (1630-1685), trineto de Henrique VIII, cujo reinado ocorreu entre 1649 e 1685. Este Carlos II casou, em 1662, com a princesa portuguesa Catarina de Bragança, filha de D. João IV (o nosso 21º rei). D. João IV deu de dote à filha Tânger e Bombaim, além de privilégios nas nossas colónias e outras benesses. Casamento, este, que os espanhóis bem tentaram evitar, oferecendo à Inglaterra tudo o que Portugal lhe oferecia, além do abandono de Dunquerque e do reconhecimento da soberania inglesa sobre a Jamaica.

A princesa Diana, que foi mulher do príncipe Carlos, era descendente dos reis Carlos II e Jaime II (irmão e sucessor do anterior), únicos soberanos de quem a Rainha Isabel II e os seus filhos não descendem.

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Foi há 187 anos (1819), era QA: morreu, em Itália, Carlos IV de Espanha. Em Portugal reinava D. João VI (27º). Em Roma pontificava Pio VII (251º).

Carlos nasceu aos 11.11.1748.

Tornou-se rei de Espanha a partir de 1788, quando sucedeu a seu pai, Carlos III. Aliou-se, primeiro, aos ingleses contra os revolucionários franceses. Depois aliou-se aos franceses contra a Inglaterra, conflito que resultou na batalha naval de Trafalgar, donde sobressaiu o almirante Nelson, na vitória britânica.

A Batalha de Trafalgar

foi uma batalha naval que ocorreu entre a França e Espanha contra a Inglaterra,

em 1805, na era napoleónica.

A esquadra franco-espanhola era comandada pelo almirante Villeneuve,

enquanto que a inglesa era comanda pelo almirante Nelson,

para muitos o maior génio em estratégia naval que já existiu.

A França queria invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha,

mas antes tinha que se livrar do empecilho que era a marinha inglesa.

Nelson tinha que evitar isso.

O cabo de Trafalgar fica ao sul de Cádiz, na costa espanhola.

Carlos IV abandonou o governo nas mãos da sua mulher e do amante, o ministro Manuel de Godoy (1767-1851). Em 1808 Carlos, graças às maquinações de Napoleão, foi levado a abdicar, em 19.03.1808, a favor de seu filho Fernando VII (1784-1833), que subsequentemente foi deposto por José Bonaparte, o irmão de Napoleão. Carlos veio a falecer em Itália.

Fernando VII recuperou o trono e restaurou a dinastia em 1813, o que foi confirmado pelo Tratado de Valença de 1814.

Carlos IV era pentavô do actual rei de Espanha, Juan Carlos. Ou, se for mais entendível, era trisavô do avô de Juan Carlos, Afonso XIII.

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Decorreram 165 anos (1841), : a ilha de Hong Kong é cedida pela China à Grã-Bretanha. Mas o acordo entre os dois países estabeleceu que a ilha voltará ao controle chinês em Julho de 1997. Em Inglaterra reinava a rainha Vitória, trisavó da rainha Isabel II. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). Na suprema direcção da igreja romana estava Gregório XVI (254º).

Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China (RPC). Está localizado na costa sudeste da China.

Hong Kong possui uma das economias mais liberais do mundo e é um grande centro internacional de finanças e comércio. Antiga colónia britânica agora administrada pela RPC sob a política "um país, dois sistemas", Hong Kong tem um alto nível de autonomia: possui sistema legal, moeda, alfândega, direitos de negociação de tratados (como tráfego aéreo e permissão de aterragem de aviões) e leis de imigração próprias. Hong Kong mantém até suas próprias regras de trânsito, com todo o parque automóvel circulando pelo lado esquerdo. Apenas a matéria de defesa nacional e de relações diplomáticas são responsabilidades do governo central em Pequim (Beijing).

Apesar de Hong Kong ter passado para o controle chinês, o nome em inglês da região permanece "Hong Kong" (a pronúncia na língua local, cantonês), e não "Xiānggǎng" como algumas fontes sugerem (o equivalente em chinês mandarim).

Hong Kong, no final da época colonial, possuía 107 consulados e consulados-gerais, mais do que qualquer outra cidade no mundo. Até mesmo Nova York, sede das Nações Unidas, possui apenas 93 consulados.

A área relativamente pequena de Hong Kong obrigou ao "crescimento vertical", resultando em altos prédios, como, entre tantos, o imponente e emblemático Two International Finance Centre.

Cento e cinquenta e seis anos volvidos, em 30JUN1997, com grande pompa e aparato a Inglaterra, como estabelecido, devolve Hong Kong à China.

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Aconteceu há 134 anos (1872), num SB: proposta de reforma do ensino. Reinava D. Luís, o Popular (32º). Pontificava Pio IX (255º).

Foi durante o primeiro governo (Regenerador) de Fontes Pereira de Melo: é apresentada a primeira proposta de reforma do ensino português (reforma da Instrução Pública) que impõe a obrigatoriedade de instrução primária a crianças de ambos os sexos.

Bom: mas, e por muitas décadas, as famílias portuguesas, sobretudo dos meios rurais, não podiam mandar para a escola senão o filho mais velho. Geralmente só este, se fosse rapaz. Por vezes, também os outros rapazes. Às vezes, se muitos, nem todos.

As raparigas? Não. “Não tinham necessidade”.

O primeiro Ministro dos Negócios da Instrução Pública foi António da Costa de Sousa Macedo. Mas apenas por pouco mais de dois meses. Os dois outros ministros que se lhe seguiram não tiveram melhor sorte: um ocupou o cargo durante um mês; o outro, por quatro meses.
Depois desta primeira experiência de atribuição da categoria de ministério aos assuntos da educação seguiram-se dez anos sem ministério.

A área não era apetecível… E não dava dividendos palpáveis.

“Em Abril de 1890 voltámos a ter ministro, desta vez com a pomposa designação de Ministro da Instrução Pública e Belas Artes. A experiência foi curta. Dois anos (…)
Apesar de se lançar a crédito da nossa 1ª República um grande interesse pelo ensino, a verdade é que a elevação dos assuntos da educação a ministério só ocorreu a 7 de Julho de 1913 quando António Joaquim de Sousa Júnior foi chamado ao cargo de Ministro da Instrução Pública.
Nos 13 anos seguintes, a República brindou-nos com ministros em abundância, 51 Ministros! Média de um ministro por cada quatro meses!
Finda a República, a partir de 28 de Maio de 1926, a ditadura militar e o advento do Estado Novo foram também pródigos a produzir ministros da instrução pública. Entre 1926 e 1936 deram-nos 16 ministros da instrução pública! Um ministro por cada ano e meio.
Estabilizado o Salazarismo estabilizaram os ministros. Nos 34 anos que vão de 1940 a 1974 o Estado Novo disponibilizou-nos 10 Ministros da Educação Nacional. Mais de três anos por ministro!
Apesar desta abundância de ministros, Portugal chegou a 1974 com taxas de escolarização próximas das que os outros países Ocidentais tinham atingido oitenta a cem anos antes. (E aqui o autor introduz uma observação do seguinte teor:

“Esta realidade também ajuda a explicar os actuais maus resultados escolares. O ciclo da pobreza dos resultados escolares é muito semelhante ao da pobreza em geral. As famílias pobres têm dificuldade em não produzir filhos pobres. As famílias de baixa ou nula escolarização tendem a reproduzir tal situação nos seus descendentes. A herança educativa fascista não acabou com o 25 de Abril, ela continua a fazer vítimas entre nós.”

A Página da Educação

(…) um jornal mensal especializado em educação,

ensino, sociedade e culturas.

Director
José Paulo Serralheiro

(Consultada na Net).

Foi, repito, no ano de 1872, que se fez tão ousada (para a época) proposta.

O Estado pouco ou nada fazia pela educação, “pelas letras”. No entanto, nesse ano (em que Fontana fundou a “Fraternidade Operária”), veja-se como foi abundante a produção literária: saem, nomeadamente, “O Pensamento social”, com redacção de Antero, José Fontana, Oliveira Martins; e de Antero: “Primaveras Românticas”; de Oliveira Martins: “Teoria do Socialismo”; de Teófilo Braga: “Teoria da História Literária”; de Júlio Dinis (falecido no ano anterior) uma edição póstuma de “Os Fidalgos da Casa Mourisca”.

No estrangeiro sai, no mesmo ano, de Júlio Verne: “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias.

Na BU/Biblioteca Universal, da Texto Editores, pode ler-se a respeito de Fontes Pereira de Melo: “a sua obra foi, sobretudo, a da modernização do país, integrando-o no capitalismo europeu e concretizando o progresso e o desenvolvimento económico e industrial burgueses” e “foi uma das figuras públicas e políticas fundamentais da sua época, deixando uma obra marcante no país.”

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Completam-se hoje 86 anos (1920), foi numa TR: nasceu, em Rimini, Itália, Federico Fellini, cineasta italiano. Em Portugal decorria a PR de António José de Almeida e o governo de Sá Cardoso (que cessaria funções no dia seguinte e que se seguiu ao chamado Governo dos Cinco Minutos, de 15JAN1920, de Francisco José Fernandes da Costa. [Tempos difíceis estes!]. Pontificava Bento XV (258º).

Realizador e argumentista, Fellini iniciou a sua actividade criativa como cartoonista. Em 1940 começou a escrever argumentos para outros realizadores, como Roberto Rosselini. Estreou-se na realização, primeiro em colaboração com Alberto Lattuada, em Luci del Varietà (1950), em 1952 com o seu primeiro filme a solo, The White Sheik. Este foi unanimemente rejeitado pela crítica. Mas, um ano depois, veria a sua consagração internacional com I Vitelloni.

Da sua filmografia, de mais de vinte títulos, destacam-se La Strada (1954), Il Bidone (1955), Le Notti di Cabiria (1957), conhecidos pela «trilogia da solidão», La Dolce Vita (1960), Otto e Mezzo (1963), Giulietta Degli Spiriti, o seu primeiro filme a cores (1965), Fellini Satyricon (1969), Roma (1972), Amarcord (1973), La Città delle Donne (1981), La Nave Va (1983), Ginger e Fred (1985), Intervista (1987) e La Voce della Luna (1990).

Foi premiado 4 vezes com o Óscar de melhor filme estrangeiro com La Strada, Le Notti di Cabiria, Otto e Mezzo e Amarcord.

Em 19.01.1993, a Academia de Hollywood anuncia a atribuição do Óscar honorário a Fellini. O realizador finar-se-ia, nesse mesmo ano, em Roma, aos 31OUT.

A sua obra influenciou profundamente, e talvez de forma decisiva, o cinema moderno. Os seus filmes, de uma extrema originalidade criativa, possuem uma combinação de sequências de sonho, fantasia e realidade, de uma ironia satírica, por vezes caricatural, povoados de pormenores autobiográficos. Marcello Mastroianni e Guilietta Massina (sua mulher desde 1943) foram os seus dois actores-fétiche.

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Foi há 77 anos (1929), num DM: Trotski é expulso da URSS e deportado para a Turquia. Em Portugal tínhamos já, na Chefia do Estado, o vitalício presidente Carmona. Pontificava o papa de Pio XI (259º).

Depois de exilado, em 1928, em Alma-Atá (capital do Cazaquistão até 1997), Trotski é expulso da URSS e deportado para a Turquia.

Leon Trotsky, de seu verdadeiro nome Lev Davidovich Bronstein, foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique. Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros, posteriormente como criador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.

O politburo, ou gabinete político,

representava o órgão executivo do Partido Comunista da União Soviética.

Os seus membros eram os verdadeiros líderes do país.

Afastado por Estaline do controle do partido, Trotski foi expulso deste e da União Soviética, acabando por refugiar-se no México, onde veio a ser assassinado por um agente às ordens de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente importante no marxismo

o conceito central do trotskismo é o da revolução permanente.

Assim, a revolução do proletariado que conduziria à sociedade socialista não poderia ser alcançada isoladamente,

pelo que seria necessário provocar revoluções em toda a Europa e, finalmente, em todo o mundo.

Este princípio opunha-se directamente à teoria estalinista de que o socialismo podia ser construído e consolidado individualmente em cada país.

Trotski nunca foi formalmente reabilitado pelo governo soviético, seja durante a "desestalinização" de Khrushchev, seja durante a "Glasnost" de Gorbachev, apesar da reabilitação, durante estes dois episódios, da maioria da velha guarda bolchevique, morta durante as grandes purgas de Estaline.

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Aconteceu há 76 anos (1930), numa SG: nasceu, em Montclair, New Jersey, Estados Unidos, Edwin Aldrin, astronauta norte-americano. O presidente norte-americano era, então, o Republicano Herbet Hoover. Em Portugal era PR (por muitos anos), o general Carmona. E na presidência do governo tínhamos outro general, Ivens Ferraz (cujo mandato terminaria no dia seguinte). (Salazar, “o grande timoneiro”, fazia exercícios de aquecimento: estava quase a assumir (de direito. De facto já as tinha) as rédeas do poder. Por todo o sempre (da sua existência).

Edwin Eugene "Buzz" Aldrin Jr, assim se chamava o astronauta, era um dos tripulantes da missão Apolo XI. Foi o segundo homem a pisar a Lua.

O comandante da nave era Neil Armstrong, de 38 anos, também norte-americano. Foi ele o primeiro humano a pisar a lua, nesse já distante DM 20JUL1969, eram em Lisboa 21h56min31s (rezam as crónicas), tendo aí ficado por 2h15min.

Ao pisar a lua, com o coração batendo 156 vezes por minuto, Neil Armstrong disse a célebre frase: "Este é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade".

Calcula-se que 1 200 mil milhões de pessoas acompanharam esse momento pela TV no mundo inteiro.

Armstrong e Aldrin fixaram ali uma bandeira metálica dos EU e colocaram uma placa junto ao módulo lunar, assinada pelos astronautas e pelo presidente americano Richard Nixon, dizendo: "Aqui os homens do planeta Terra puseram pela primeira vez os pés na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz em nome de toda a humanidade".

O grande objectivo do projecto Apolo era o envio de um homem à superfície da Lua e o seu regresso à Terra em segurança, nessa década de 60 – anunciado pelo presidente dos EU, John Fitzgerald Kennedy, em 25 de Maio de 1961. Esse feito foi conseguido com a Apolo 11 que partiu da Terra em 16JUL1969, tripulada por Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Em 20 do mesmo mês, Neil Armstrong pisou o solo lunar, no Mar da Tranquilidade, proferindo a referida frase. Vinte minutos depois Aldrin seguiu-o. É então que todo o mundo os vê aos saltinhos (efeitos da gravidade, melhor, da sua falta) na superfície da lua. O regresso à Terra aconteceu a 24JUL seguinte.

(Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Passaram-se 70 anos (1936), foi numa SG: morreu Jorge V, rei da Grã-Bretanha. Em Portugal continuava o vitalício mandato presidencial de Carmona. E já era chefe do governo, do partido único (UN) e do país, Oliveira Salazar.

O papa que pontificava era Pio XI (259º).

Neto da rainha Vitória, tinha reinado desde 1910. Devido à Primeira Guerra Mundial, mudou o nome da família real de Saxe-Coburg-Gotha (atendendo à má imagem que a Alemanha deixara), para o nome mais inglês de Windsor.

O avô de Isabel II, que nascera aos 03JUN1865, foi sucedido, primeiro, pelo seu filho primogénito, Eduardo VIII, tio daquela rainha.

Ao tornar-se rei, Eduardo manifestou a sua intenção de casar com americana Mrs Wallis Simpson assim que o divórcio dela fosse declarado. E não abdicando desta intenção, teve de abdicar da coroa que passou, então, para o seu irmão mais novo, Jorge VI, pai da actual rainha britânica.

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Foi há 65 anos (1941), era uma SG: Franklin Roosevelt toma posse da presidência dos EU pela 3ª vez. Em Portugal, tudo na mesma: enquanto vivos, Carmona na PR, Salazar na chefia do governo. O ditador era a encarnação única do único poder.

Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) foi o 32.º presidente dos EUA, eleito pelo Partido Democrata (1933-1945). Foi governador do estado de Nova Iorque (1929-33) e eleito presidente durante a grande depressão. Foi o responsável pelo lançamento do programa de reformas económicas e sociais conhecido por novo contrato, que o popularizou.

Novo Contrato

- New Deal -

Programa introduzido em 1933 pelo presidente Roosevelt,

para fazer face à grande depressão.

“Tinha por objectivo a manutenção de empregos em obras públicas,

empréstimos para a aquisição de propriedades a taxas reduzidas,

reformas sociais como os seguros para o desemprego e para a terceira idade,

prevenção do trabalho infantil,

protecção dos trabalhadores contra o abuso do patronato

e empréstimos às autoridades locais para a extinção dos bairros degradados”.

Com a entrada dos EUA na guerra, em 1941, participou em várias conferências com os líderes dos aliados, como as de Quebeque, Teerão e Ialta.

Nascido em Hyde Park, no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada, Roosevelt foi educado na Europa e nas universidades de Harvard e Columbia, tornando-se jurista.

Começou a sua carreira política em 1910, como senador do estado de Nova Iorque. Desempenhou várias funções governamentais, e foi eleito para o cargo de governador do estado de Nova Iorque, em 1929. Eleito presidente em 1933, Roosevelt apostou num novo espírito de governação que concretizou com o seu discurso de tomada de posse, onde se celebrizou com a frase «A única coisa que temos de temer é o próprio medo». Rodeado de uma «companhia de cérebros», imediatamente lançou o seu programa de reformas.

Na base da vitória constavam as políticas do chamado novo contrato. Durante 1935-36 Roosevelt imiscuiu-se num conflito sobre a formação do Supremo Tribunal, a que sobreveio a anulação de grande parte das medidas do novo contrato, que foram consideradas inconstitucionais.

A nível externo, Roosevelt utilizou a sua influência para diminuir a agressão no Eixo e estabelecer relações de «boa vizinhança» com os outros países das Américas. Após a eclosão da guerra, lançou um vasto programa de rearmamento, introduziu o recrutamento, e providenciou o fornecimento de material aos aliados. Apesar da sua oposição isolacionista, estabeleceu um precedente ao concorrer para o terceiro mandato, para o qual foi reeleito em 1940. Anunciou que os EUA se tornariam no «arsenal da democracia».

Roosevelt estava ansioso para que os EUA entrassem na guerra ao lado dos aliados. Para além da aversão que sentia por Hitler, pretendia que os EUA se assumissem como uma potência mundial, preenchendo o vazio deixado pela desagregação do império britânico. Mas foi limitado pelas forças de não-ingerência, no Congresso, e alguns foram os que argumentaram que ele tinha recebido de bom grado o ataque japonês a Pearl Harbor.

A opinião pública opunha-se ao envolvimento dos EUA na guerra. Deliberadamente, Roosevelt e os chefes militares não deram a conhecer os relatórios secretos recebidos de vários serviços de informação e que afirmavam estar iminente um ataque dos japoneses à base naval de Pearl Harbor, no Havai. As mortes resultantes do ataque japonês a Pearl Harbor, no dia 7 de Dezembro de 1941, chocaram a opinião pública. Com este ataque, os EUA puderam entrar na guerra. A partir de então, Roosevelt chamou a si o comando da guerra. Participou nas conferências de Washington em 1942, de Casablanca em 1943, para planear o assalto ao Mediterrâneo; de Quebeque, Cairo e Teerão, em 1943; e de Ialta em 1945, onde se realizaram os preparativos finais para a vitória dos aliados. Foi reeleito num quarto mandato em 1944, mas faleceu em 1945.

(Fonte: referida BU, com grandes transcrições, com a devida vénia).

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Aconteceu há 64 anos (1942), era uma TR: Conferência de Wannsee, próximo de Berlim. «Em Portugal, Salazar a estratégia do aracnídeo, [ainda] tece» (cit. Leonor Lains). No Vaticano prossegue o pontificado do papa Pio XII (260º).

Decorria a II Guerra Mundial. Altos dirigentes nazis planeiam o Holocausto: decidem a "solução final", numa reunião em Wannsee, dirigida por Rheinhard Heydrich, adjunto de Himmler e chefe das polícias alemãs, para coordenar a Solução Final do Problema Judeu (Endlosung), pela qual a Alemanha nazi tentará exterminar os cerca de 11 milhões de judeus que viviam na Europa.

Ver a Wikipédia para mais informação acerca da tenebrosa “Conferência de Wannsee”. Texto pouco aprimorado (uma fraca tradução, inclusive do Protocolo de Wannsee), mas que dá uma ideia do que se passou. E tem o interesse, essa página do site, de proporcionar interessantes links. Nomeadamente para uma versão em inglês do mencionado protocolo.

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Passaram-se 62 anos (1944), foi numa QI: a RAF desencadeia mais um (talvez o maior) bombardeamento de Berlim. Enquanto “na Alemanha, Hitler a demência do medíocre, exercita” em Portugal “o aracnídeo” continua a tecer (id Leonor Lains). Prossegue o pontificado de Pio XII.

Decorria a chamada Batalha de Berlim, entre 18-19 de Novembro de 1943 e o final de Janeiro de 1944: nesta data, duas mil e trezentas toneladas de bombas são lançadas sobre Berlim pela Royal Air Force (RAF). O Comando de Bombardeamento organizou dezasseis raids contra a capital Alemã. Durante os ataques, a RAF destruiu mais de 24 km² e perdeu 450 aviões. Arthur Harris planeou reduzir a cidade a nada mais que escombros para atingir a vitória.

Tal a sanha contra o ditador nazi!

Harris queria também, além de reduzir eventuais problemas e dificuldades, tentar evitar a derradeira necessidade de entrar em Berlim por terra.

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Faz hoje 60 anos (1946), foi num DM: nasceu, em Missoula, Montana, Estados Unidos, David Lynch, realizador norte-americano. Em Portugal o artrópode prosseguia a sua meticulosa teia. No Vaticano continuava na cadeira de Pedro o papa Pio XII.

Realizador e argumentista, a pintura foi, no entanto, a primeira paixão David Lynch. Como bolseiro do American Film Institute, dirigiu a curta-metragem Grandmother (1968), o seu segundo trabalho. Lançou-se na realização de longas-metragens com Eraserhead (1976), um pesadelo macabro (hoje filme de culto), no qual o realizador foi o responsável pelo argumento, realização, efeitos especiais, som, música e produção.

David Lynch começou a filmar ainda nos anos 60, mas foi com The Elephant Man/O Homem Elefante (1980) que o realizador obteve sua primeira indicação ao Óscar, e seu nome ganhou projecção e consagração mundial. Trata-se da recriação da famosa história de John Merrick (um homem monstruoso, vítima de uma desfiguração congénita), passada na época vitoriana, em Inglaterra. O filme teve o aplauso unânime da crítica e foi nomeado para oito Óscares. Na categoria de ficção científica, adaptou o livro de Frank Herbert, Dune (1985), uma produção muito dispendiosa, que se saldou num fracasso de bilheteira.

A sua tendência para o surrealismo contemporâneo tem-se manifestado nos últimos filmes, como Blue Velvet/Veludo Azul (1987), Wild At Heart/Um Coração Selvagem (1990), vencedor da Palma de Ouro, no Festival de Cannes, Twin Peaks-Fire Walk With Me (1992), uma sequela da série realizada para a televisão em 1990, Lost Highway/Estrada Perdida (1997) e Mulholland Drive (2001).

Em 1999, realizou The Straight Story/Uma História Simples, filme galardoado nos prémios Europeus de Cinema de 1999, na categoria de Melhor Filme Não-Europeu. A película recebeu ainda o prémio do Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque para Melhor Actor e Melhor Banda Sonora Original. Recebeu também a nomeação para os Globos de Ouro na categoria de Melhor Actor e Melhor Banda Sonora Original.

Depois deste pequeno desvio no fio condutor que caracterizava todos os seus filmes, Lynch regressou aos cenários surrealistas e aos enredos impenetráveis com Mulholland Drive (2001). (Fonte: BU)

Ver uma informação mais completa sobre a obra do realizador: filmografia e distinções.

Mulholland Drive, “a mítica estrada, em Los Angeles, que serpenteia pelas colinas de Santa Mónica”

É, pois, um dos seus mais recentes filmes (de 2001). Mas a sua obra-prima foi mesmo Blue Velvet, de 1986.

«A enigmática obra de David Lynch [Mulholland Drive] seduziu Cannes. Mas deixou o festival com um pedido obsessivo: "Mr. Lynch, explique" o filme. "A mente é um sítio maravilhoso para se estar", responde apenas. "Não sei qual é a extensão da mente. Apenas sei que as ideias aparecem lá e que são fascinantes"», concluiu.

“Abstracto, místico, plástico e estranho, "Mulholland Drive" (com Naomi Watts, Laura Harring e Justin Theroux) é um retorno ao fantástico mundo de sua série de TV "Twin Peaks" e às eróticas entranhas de sua obra-prima "Blue Velvet", complementada com um anão executivo de um estúdio de cinema, um cowboy ameaçador e uma apaixonada história de amor entre duas mulheres.”

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Foi há 45 anos (1961), numa SX: John F. Kennedy assume a presidência dos EUA, sendo o primeiro presidente católico a assumir este cargo. Em Portugal, Salazar mantém-se de pedra e cal. Mas Carmona morrera havia 10 anos. Na PR estava agora o submisso Américo Tomás, também previsivelmente por todo o sempre de sua vida. Mas a revolução dos cravos estragou-lhes (aos detentores do regime) os projectos.

John Fitzgerald Kennedy, nascido em Brookline, Massachusetts, aos 29MAI1917, morreu em Dallas, Texas, a 22NOV1963. Democrata e 35.º presidente dos Estados Unidos da América (1961-1963), foi o presidente mais novo a ser eleito. Ao nível de política externa, patrocinou a falhada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, e assegurou a retirada dos mísseis soviéticos da ilha (1962).

“Baía dos Porcos

Baía na costa sul de Cuba,

cerca de 145 km a sudoeste de Havana.

Foi palco,

entre 17 e 20 de Abril de 1961,

de uma tentativa de invasão

mal sucedida

por parte de 1500 cubanos exilados,

apoiados pelos EUA;

1173 destes cubanos foram feitos prisioneiros.

A criação deste grupo anti-revolucionário pela CIA

tinha sido autorizada pelo governo de Eisenhower,

e o projecto foi executado

durante a governação de J. F. Kennedy.

Em 1962,

a maioria dos prisioneiros cubanos foi libertada

em troca de 53 milhões de dólares

em alimentos e medicamentos.

O incidente fortaleceu os laços de Cuba com a ex-URSS.”

(BU)

“Durante os anos em que Kennedy esteve na Casa Branca, os críticos sugeriram que o estilo foi mais importante que a substância. Contudo, facto foi que ele inspirou uma geração de idealistas e criou uma aura de activismo político. Trouxe para Washington académicos e intelectuais como seus conselheiros e a sua esperteza e carisma, associados à sua capacidade política, conseguiram desarmar muitos dos seus críticos.”

A 22 de Novembro de 1963, quando visitava o estado do Texas, Kennedy foi atingido a tiro durante a travessia de Dallas. Morreu pouco tempo depois.

Para mais completa informação (infelizmente, nem sempre bem traduzida, com gralhas e naquele português que não é bem o nosso) pode ver a página da Wikipédia sobre Kennedy. E onde até encontra, quem seja mais dado a questões esotéricas, as “Coincidências entre Kennedy e Lincoln”.

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Há 37 anos (1969), numa SG: Richard Nixon assume a presidência dos Estados Unidos. Em Portugal, uma vez que ainda vivo, prosseguia na Suprema Magistratura da Nação o brilhante almirante Américo Tomás cujos discursos, em particular, causavam o gáudio de todos os cidadãos. O anedotário nacional esteve à beira do esgotamento com este presidente. Salazar? Bom, ele pensava que ainda era detentor do poder (pois se ainda não tinha morrido!). Mas não, efectivamente. Melhor: de direito. No Verão de 1968, Salazar, de 79 anos, que gozava férias no forte de S. João do Estoril, deu uma queda de uma cadeira de que resultou a sua incapacidade física e intelectual. No dia 07SET é internado na sequência daquela queda. Ainda no mesmo ano, a 26SET1968, consultado o Conselho de Estado, Américo Tomás exonera Salazar de Presidente do Conselho e nomeia, como seu sucessor, Marcelo Caetano, que, em 27SET toma posse do cargo de Presidente do Conselho. Pontificava Paulo VI (262º). Foi visivelmente consternado que Tomás procedeu desta forma.

Richard Milhous Nixon, nascido em Yorba Linda, Califórnia, aos 09JAN1913, era Republicano e foi o 37° presidente dos Estados Unidos da América (1969-1974). Tinha sido vice-presidente de Eisenhower.

Em 1960, fora derrotado pelo democrata John Kennedy na eleição presidencial. Persistente, voltou a candidatar-se pelo Partido Republicano em 1968, vencendo a eleição contra o democrata Hubert Humphrey. Em 1972, foi reeleito com esmagadora maioria sobre o oponente de então, George McGovern.

Como presidente, celebrizou-se por mandar retirar as tropas americanas do Vietname. Muitos, porém, afirmam que Kennedy não o fez, por, entretanto, ter sido assassinado. Também se celebrizou pela tentativa de aproximação e da criação de novos laços com a China. Mas, o seu envolvimento no escândalo Watergate e a existência de um «fundo de suborno» para cabalas políticas, durante a sua campanha de reeleição em 1972, conduziram à sua demissão em 1974, quando foi ameaçado de impeachment (procedimento judicial característico de sistemas como o dos EUA, pelo qual membros do governo são responsabilizados penalmente por crimes de traição, corrupção ou outros).

Nixon preferiu demitir-se a enfrentar o afastamento forçado (impeachment), por obstrução à justiça e outros crimes.

Morreu em Nova Iorque, aos 22ABR1994.

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Foi há 33 anos (1973), num SB: Amílcar Cabral, líder guineense do PAIGC, é assassinado em Conakry. Órfão (Salazar morrera em 27JUL1970), Américo Tomás prosseguia o seu mandato (?) presidencial. Marcelo Caetano era o Presidente do Conselho. Paulo VI (262º) era ainda o papa reinante.

O guineense Amílcar Cabral (1925-1973) foi um dos mentores dos movimentos independentistas africanos: contribuiu para a criação do MPLA e fundou, em 1956, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), que chefiou até à sua morte. Cabral conseguiu grande apoio popular na Guiné e em Cabo Verde, defendendo um socialismo afastado do marxismo ortodoxo. Obteve também grande prestígio a nível internacional, desdobrando-se em contactos com outras nações e congregando as simpatias de líderes de várias orientações políticas. Recebido pelo papa, discursou para a ONU, tornando-se um símbolo das lutas anti-colonialistas.

Em 1970, sete anos depois do início da luta armada na Guiné-Bissau, a operação militar portuguesa «Mar Verde» pretendeu, entre outros objectivos, neutralizar o PAIGC e Amílcar Cabral. No entanto, Cabral acabou por morrer em consequência de uma acção da PIDE/DGS.

Uma biografia deste respeitado personagem histórico, incluindo fotos, tábua cronológica de eventos e um poema seu, biografia com texto de Carlos Pinto Santos, pode ser consultada no site Vidas Lusófonas

Para quem tiver tempo e queira aprofundar um melhor conhecimento de Amílcar Cabral, através das suas palavras e da sua imagem, ver a gentil oferta que nos faz a Fundação Mário Soares no seu site, que agora sintonizo em Sons e Imagens.

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Foi há 25 anos (1981), numa TR: Ronald Reagan toma posse do seu cargo como presidente dos Estados Unidos. Em Portugal, era PR o general Ramalho Eanes. Tomara posse no mês anterior o VI Governo Constitucional, uma coligação da AD (PPD, CDS, PPM), presidido por Francisco Sá Carneiro (líder do PSD). Pontificava João Paulo II (264º).

Minutos após a tomada de posse de Reagan, Cinquenta e dois norte-americanos, após permanecerem durante 444 dias como reféns na embaixada americana do Teerão por seguidores do Ayatollah Khomeini, são libertados.

Republicano e quadragésimo Reagan, nascido aos 06FEV1911, foi presidente dos EUA de 1981 a 1989. Foi governador do estado da Califórnia (1966-74).

Perfilhou uma política agressiva nas relações com a América Central, tentou derrubar o governo da Nicarágua e invadiu Granada em 1983.

Em 1987, foi ouvido pela comissão de investigação do escândalo Irangate, perante a qual admitiu que as negociações entre os EUA e o Irão se tinham tornado num «negócio de troca de armas por reféns», mas negou ter conhecimento de que os fundos daí resultantes fossem ilegalmente enviados para os Contras (elementos da guerrilha de oposição ao governo) da Nicarágua.

Reagan aumentou os orçamentos militares, elevando o défice do orçamento nacional a níveis nunca anteriormente registados, infligiu cortes nos programas sociais, desregulamentou o comércio interno e reduziu os impostos. A sua «guerra das estrelas», anunciada em 1983, mostrou-se controversa pelos custos nela envolvidos e pela sua inviabilidade. Foi seu sucessor o vice-presidente George Bush.

Em 1968, perdeu as eleições presidenciais como candidato do Partido Republicano contra Nixon e, em 1976, contra Ford. Em 1980, Reagan foi eleito, derrotando o presidente Cárter.

Em pleno período da Guerra Fria, apostou nas cimeiras com a União Soviética, então liderada por Gorbachev, o que acabou por estar na origem da queda do muro de Berlim e da desagregação da URSS, e consequente fim da Guerra Fria.

Faleceu em 05JJUN2004, aos 93 anos de idade, na Califórnia.

(Fonte: basicamente BU)

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Na mesma data, mas cinco anos depois, (1985), num DM: Ronald Reagan toma posse de seu segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos. Em Portugal continuava Ramalho Eanes na PR. O governo em funções era o IX Governo Constitucional, formado e liderado por Mário Soares, ficou conhecido como o governo do Bloco Central (coligação PS-PSD) e subsistiria até 06NOV1985.

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Faz hoje 13 anos (1993), era uma QA: Bill Clinton toma posse como 42º presidente dos Estados Unidos da América. Decorre, em Portugal, o 2º mandato presidencial de Mário Soares. Está em exercício o XII Governo Constitucional, de Cavaco Silva. Prosseguia em Roma, o pontificado de João Paulo II.

William Jefferson Clinton nasceu em Hope, no Arkansas, em 1946.

Quadragésimo-segundo presidente dos EUA entre 1993 e 2000, eleito pelos democratas. Foi governador do Arkansas de 1979 a 1981 e de 1983 a 1993, tendo adquirido a reputação de liberal e progressista. Como presidente, tentou implementar um programa, new democrat, combinando as reformas sociais com o conservadorismo económico, como forma de tirar o país da recessão. Conseguiu inicialmente introduzir legislação para reduzir o défice federal e a criminalidade, mas a perda de ambas as câmaras do congresso para os republicanos nas eleições intercalares de 1994 constituiu um grave obstáculo à implementação de mais reformas sociais.

Clinton formou-se pela faculdade de direito da Universidade de Yale em 1973. Foi eleito procurador-geral do Arkansas em 1975. Juntamente com Al Gore, venceu as eleições presidenciais de 1992, concentrando-se em assuntos internos e na fraqueza da economia. Foi o primeiro democrata a ocupar a Casa Branca em 13 anos.

Durante o primeiro ano de presidência, Clinton conseguiu fazer passar um ambicioso plano de redução do défice.

Em 1995, Bill Clinton enfrentou algumas dificuldades perante o Congresso, vendo o seu orçamento rejeitado, o que deu origem a uma paralisação nos serviços públicos durante vários dias. A nível internacional, a sua administração alcançou mais um sucesso ao conseguir, no final do ano, em Dayton, que as forças beligerantes na Bósnia-Herzegovina assinassem um acordo de paz para a região.

(Fonte: BU)

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Na mesma data (1993) morre, em Lausanne, Suíça, a actriz belga Audrey Hepburn.

De beleza exótica e porte aristocrático, Audrey Hepburn (Edda Van Heemstra Hepburn-Ruston) nasceu em Bruxelas, aos 04MAI1929. Fez 26 filmes e ganhou 2 Óscares.

Imortalizaram-na, sobretudo, My Fair Lady e Sabrina.

Veja uma pequena nota biográfica e uma resumida foto-reportagem da sua principal filmografia.

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Foi há 12 anos (1994), numa QI: aprovação, em Conselho de Ministros, de uma proposta que visa alterar a lei da nacionalidade. Presidente da República era o Dr Mário Soares. O governo era presidido pelo Dr Cavaco Silva. Continuava o longo pontificado de João Paulo II.

O Conselho de Ministros aprova uma proposta que visa alterar a lei da nacionalidade, a fim de impedir casamentos fictícios para a aquisição da nacionalidade portuguesa.

Lei da Nacionalidade é a Lei n.º 37/81 de 3 de Outubro. A proposta de alteração da lei foi aprovada pela AR em 16JUL1994 de que resultou a Lei nº 25/94, de 19 de Agosto.

Em rigor, a actual Lei da Nacionalidade é a Lei n.º 37/81 de 3 de Outubro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 25/94, de 19 de Agosto.

A aquisição de uma nacionalidade estrangeira tem sido, desde há já algum tempo, um meio a que os candidatos a emigrantes ilegais, assim como terroristas internacionais, têm lançado mão para atingir seus objectivos.

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Passaram-se 10 anos (1996), foi num SB: Yasser Arafat ganha, por grande maioria, as eleições para presidente do Conselho Autonómico para a Cisjordânia e Gaza, convertendo-se no primeiro líder eleito democraticamente na Palestina, com 88 % dos votos. Isto quando em Portugal a chefia do Estado cabia ainda a Mário Soares, mas Jorge Sampaio acabara de ser eleito o novo PR, e quando exercia funções o XIII Governo Constitucional, de António Guterres. No Vaticano prosseguia o longo pontificado do papa polaco João Paulo II.

Figura polémica e controversa para muitos, o líder histórico da Autoridade Palestiniana, é na verdade, uma figura lendária e emblemática dos palestinianos, quer se queira ou não.

O político nacionalista palestiniano Yasser Arafat, aliás, Mohammed Abdel-Raouf Arafat al-Qudwa al-Hussaeinie (ou … al-Husseini?) nasceu no Cairo ou em Jerusalém? Há uma controvérsia a respeito do lugar de nascimento de Yasser Arafat. A data também varia entre 24 ou 4 de Agosto de 1929. O mais provável, segundo biógrafos, é que tenha nascido no Cairo, a 24 de Agosto de 1929. A dúvida nunca foi esclarecida por Arafat, que insistia ter nascido em Jerusalém.

Desde a adolescência que, não descurando a sua formação escolar, integra movimentos políticos da causa palestiniana.

Quando irrompe a Guerra Israelo-Árabe, que se seguiu à Partilha da Palestina e, consequentemente, a fundação do Estado de Israel em 1948, abandona os estudos para combater na Faixa de Gaza ao lado do irmão e do pai.

Os árabes são derrotados. Um milhão de palestinos refugia-se em países árabes vizinhos e Arafat volta ao Cairo. Lá, retorna à faculdade de engenharia, onde se torna líder estudantil.

Em 1958, vivendo no Kuwait, Arafat funda a Al-Fatah, uma rede de células clandestinas que, em 1959, passa a defender publicamente uma insurreição armada contra Israel.

Em 1964, dirigentes palestinos ligados ao líder egípcio fundam, no Cairo, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), com o fim de estabelecer um Estado Palestino.

Em 1988, em plena Intifada (1987 a 1993) – a insurreição palestina contra a presença de Israel na Cisjordânia e em Gaza -, num discurso histórico perante as Nações Unidas, Yasser Arafat anuncia que a OLP renuncia ao terrorismo e reconhece "o direito de todas as partes envolvidas no conflito do Oriente Médio de viver em paz e segurança, incluindo o Estado da Palestina, Israel e vizinhos".

Nos anos 90 um processo de paz entre palestinianos e israelitas teve início, levando aos Acordos de Oslo. Os acordos são selados numa cena que encheu de esperança o mundo, em 1994: nos jardins da Casa Branca, à frente do então presidente Clinton, Arafat e o primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin assinam “a paz dos bravos” e, em seguida, apertam as mãos.

Os acordos prevêem a gradual retirada israelita e a instalação de um governo provisório palestino na Faixa de Gaza e na cidade de Jericó, na Cisjordânia – território ocupado desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967 - e negociações sobre o status final dos territórios com base na troca de “terras por paz”.

No mesmo ano, Arafat, que sobrevivera a mais de 50 tentativas de assassinato, e os líderes israelitas Yitzhak Rabin e Shimon Peres dividem o Prémio Nobel da Paz.

Em 1993, Arafat volta à Cisjordânia para liderar a Autoridade Palestina, que é quando se realiza a eleição que hoje se comemora.

O assassinato de Rabin pelo extremista judeu Yigal Amir, em 1995, é o começo do fim de Oslo.

Seguem-se novas rondas, novas negociações, novos acordos, mas as posições radicalizam-se cada vez mais, sobretudo com a ascensão em Israel de destacadas figuras da direita, como Benyamin Netanyahu, que ignorou totalmente quaisquer tratados ou negociações e pura e simplesmente não admite a existência de um estado palestiniano.

Com a frustração causada pelo fracasso das negociações, minadas ainda por grupos palestinos extremistas e pela ascensão do conservador Ariel Sharon ao poder em Israel e do presidente George W. Bush nos EUA (Ora! Ele aí está!...), a autoridade de Arafat se enfraquece.

E acentua-se a onda de violência entre palestinianos e israelitas.

Daí até Bush e Sharon declararem que o líder histórico dos palestinos não era um "parceiro para a paz", isolando-o das negociações, foi um passo.

Mas os EUA vetam sua morte, e Israel mantém Arafat em prisão domiciliar num semidestruído complexo de edifícios: a sede da Autoridade Palestina, a Muqtada, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Isto de Dezembro de 2001 a Outubro de 2004, quando, por graves problemas de saúde, é autorizado a sair de Israel para tratamento médico no exterior. Em meio a fortes medidas de segurança e aclamado por multidões, é levado dia 29 de Outubro a um hospital militar em Paris, na França.

No dia 11 de Novembro seguinte, os palestinos perdem seu maior líder. Para eles, Arafat será sempre um símbolo de luta e independência.

(Fontes: várias, não só enciclopédias)

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Foi há 9 anos (1997), numa SG: o presidente norte-americano, Bill Clinton, inicia o segundo mandato presidencial. Em Portugal prosseguia o primeiro mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio e o exercício do mesmo executivo do Engº António Guterres. Como na Santa Sé prosseguia o pontificado de João Paulo II.

Na presente disputa presidencial americana, Bill Clinton derrota Bob Dole.

Durante 1997, Bill Clinton e o Congresso, maioritariamente republicano, mantiveram uma relação política moderada. Clinton reduziu os impostos sobre a classe média e apresentou propostas no sentido de modificar o sistema de saúde, conseguindo reduzir o déficit público. Apesar de Bill Clinton continuar a ser perseguido por acusações de assédio sexual e pelo caso de Whitewater, a maioria dos eleitores norte-americanos manteve o seu apoio ao presidente.

No início de 1998, Clinton anunciou o equilíbrio orçamental, pela primeira vez em muitos anos. No entanto, surgiram novas acusações de assédio sexual por parte de Bill Clinton, que passaram a ser investigadas pelo procurador especial do caso de Whitewater, Kenneth Star. Em Abril, o presidente, acompanhado por Hillary Clinton, realizou uma visita ao continente africano durante 12 dias. Em Junho, Clinton visitou a China, sendo o primeiro presidente americano a visitar este país desde o massacre de Tiananmen.

Grande parte deste mandato foi vivido sob o signo da celebrada estagiária Monica Lewinsky…

Assunto não propriamente só pasto para consumidores de literatura cor de rosa…

A verdade é que a Câmara dos representantes votou o início de um processo de inquérito «impedimento» (impeachment) do presidente Clinton. A maioria dos americanos, apesar de condenar o comportamento de Bill Clinton, não apoiou a acção da Câmara dos Representantes.

Em Maio de 2000, Clinton efectuou a sua última visita à Europa. Na passagem da comitiva por Portugal, nos dias 30 e 31 de Maio, o presidente americano assinou vários acordos.

(Fonte: BU)

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Foi há 5 anos (2001), num SB: George W. Bush toma posse como 43.º presidente dos Estados Unidos da América. Em Portugal continuava Jorge Sampaio na PR e Guterres na liderança do governo. Também subsistia, na cátedra de Pedro, o papa João Paulo II.

George Walker Bush nasceu em New Haven, Connecticut, EUA, no SB 06JUL1946.

Transcrevo um apontamento que deixei, nestas páginas, em Julho do ano passado.

O polémico e controverso político republicano, 43.º e 44.º presidente dos Estados Unidos da América, filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush, apesar de nunca ter tido um bom aproveitamento escolar, candidatou-se à Universidade do Texas e à famosa Universidade de Yale. A Universidade do Texas recusou a sua candidatura mas os conhecimentos do pai, bem como o facto de tanto ele como o avô a terem frequentado, abriram-lhe as portas desta universidade. Apesar de não ter sido um bom aluno, acabou por se licenciar em Direito em 1968. Regressou depois ao Texas, ingressando na Guarda Aérea do Texas, como piloto de aviões, o que o protegeu da ida para o Vietname. Em 1972, pediu transferência para a Guarda Aérea do Alabama, mas antes de completar os anos de serviço pediu autorização para abandonar a Guarda, de forma a poder ingressar na Harvard Business School, onde ingressou em 1973. Dois anos depois, obteve o MBA (Master od Business Administration) em Harvard.

Em 1978, seguindo as pisadas do pai, George W. Bush dedicou-se à prospecção de petróleo e criou uma empresa petrolífera, um desaire em termos económicos, só atenuado pela sua absorção num processo de fusão com outra empresa. Bush foi então escolhido para a presidência da nova empresa que, quatro anos depois, já lidava com sérias dificuldades financeiras.

Assim, de insucesso em insucesso, desiste de lides mais exigentes para se dedicar ao negócio desportivo.

Pelos vistos, não é só neste canto “à beira mar plantado” que o desporto e a política vivem em promíscuas relações.

Para o agora presidente Bush poder concretizar o seu sonho – a presidência da Federação de Basebol, o desporto rei nas terras do tio Sam – foi-lhe sugerido que se tornasse, primeiro, governador do Texas.

Certo que já antes, em 1978, sofrera um desaire na candidatura a um cargo político, mas homem decidido que é (sobretudo para o erro e para o fracasso) avançou mesmo com a candidatura, e desta vez tornou-se governador do Texas, em 1994, cargo para o qual foi reeleito em Novembro de 1998 (um feito inédito). O sucesso de Bush no Texas impressionou o Partido Republicano, que logo decidiu que seria ele o seu candidato presidencial para 2000.

«Com uma imagem francamente negativa perante os americanos, Bush alterou a sua conduta tanto profissional como pessoal, abandonando o álcool completamente, pouco tempo depois do seu 40.º aniversário. Tornou-se mais religioso direccionando-se para a fé metodista. Tornou-se igualmente mais sério profissionalmente, uma mudança provocada pela decisão do seu pai em concorrer às eleições presidenciais de 1988».

A 7 Novembro de 2000, os americanos foram a votos, não conseguindo decidir em 24 horas o próximo presidente dos Estados Unidos. Ao longo de toda a campanha, Al Gore e George W. Bush estiveram separados por uma diferença mínima. As sondagens mostraram os candidatos numa situação de empate técnico, em termos absolutos, a maioria das sondagens dava vantagem a Bush, mas, em alguns Estados, Gore poderia vencer por uma pequena margem. No Estado da Florida, a disputa foi mais renhida, uma vez que este Estado elege só por si 25% dos votos dos 270 dos grandes eleitores. Na noite das eleições, Al Gore foi dado como vencedor no Estado da Florida, para poucas horas mais tarde George W. Bush ser anunciado como vencedor do mesmo Estado. A vantagem de Gore no Colégio Eleitoral era de 267 votos, contra 246 de Bush. A margem era tão estreita que a lei da Florida exigiu a recontagem automática. George W. Bush interpôs um processo judicial para bloquear o pedido de Gore de recontagens manuais. O tribunal rejeitou este pedido e Katherine Harris (secretária de Estado da Florida, republicana) afirmou que a lei do Estado da Florida exigia que os resultados fossem entregues até às 17h do dia seguinte (14 de Dezembro) e que todas as recontagens manuais apresentadas posteriormente seriam rejeitadas.

Gore recorreu para o Supremo Tribunal da Florida, deferindo o seu pedido e dando início às recontagens manuais. O Supremo Tribunal da Florida proibiu Harris de certificar os resultados e o tribunal federal de apelação recusou impedir as recontagens.

Depois de cinco semanas de complicadas batalhas jurídicas, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos declarou Bush o vencedor do Estado da Florida por uma margem de 537 votos.

Vitória discutível, todo o mundo comentou. Mas em casa deles (e não só?!), os americanos é que mandam.

Depois, claro que se seguiram outros sucessos, como o Iraque.
Mas, por ora, vamos ficar por aqui na novela. Pela génese do brilhante político.

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Faz hoje 1 ano (2005), foi numa QI: George W. Bush toma posse como 44.º presidente dos Estados Unidos da América.

A reeleição suscitou menos dúvidas que a primeira eleição.

Costuma-se dizer que Deus não dorme. Mas creio que às vezes até ressona.

O mesmo se pode dizer do povo, por vezes… Que está adormecido… Esquecido…

Recordemos, para lembrar o brilho da inteligência e a sensatez, e o pudor do dono e polícia do mundo, duas pequenas passagens de declarações suas:

"A ideia de que os Estados Unidos se estão preparando para atacar o Irão é simplesmente ridícula."

(Em entrevista na União Europeia)

"Os nossos inimigos são inovadores e engenhosos, e nós também. Eles nunca param de pensar em novas maneiras de prejudicar nossa nação e nosso povo, e nós também não."

(Discurso de 05AGO2004)

Por agora (e não esquecendo a nota que antecede esta), talvez baste.

É que há uma coisa em que quanto mais se lhe mexe… Mais mal cheira!

Acho que estamos todos – o mundo todo – esclarecidos.

Reverentes e obrigados!

Claro!



1 comentário:

Anónimo disse...

19 de enero de 2006: descuartizamiento del Archivo de Salamanca, en la calle Gibraltar (hoy calle del Expolio)

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