segunda-feira, julho 16, 2012

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA - I




DECORRE O 12º ANO DO 3º MILÉNIO
ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 16 DE JULHO DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4708-4709 do calendário chinês
Ano 5772-5773 do calendário hebraico
Ano 1433-1434 da Hégira (calendário islâmico)
Ano 1461 do calendário arménio
Ano 1390-1391 do calendário Persa
e relativamente aos calendários hindus:
- Ano 2067-2068 do calendário Vikram Samvat
- Ano 1934-1935 do calendário Shaka Samvat
- Ano 5113-5114 do calendário Kali Yuga

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado, 2012 é o
ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES
ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS
ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR
ANO INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS


"Fizemos descer sobre ti o livro, com a verdade, para a instrução de todos os homens. Quem seguir a senda da rectidão, fá-lo-á em seu benefício e quem se desencaminhar fá-lo-á em seu prejuízo. Não és responsável por eles"
— 39;41.
(Alcorão, sura [capítulo] 39; versículo 41)
Foi há 1390 anos, no dia 16.07.622 do calendário Juliano que, se tivermos em conta o modelo do actual calendário, terá sido numa SX: ocorreu a data tradicionalmente considerada início da Era Islâmica, quando Maomé (Mohammed) inicia a sua fuga de Meca para Medina (a chamada Hégira). 



Kaaba: o lugar mais sagrado do mundo
para os devotos do islão

O mapa político da Europa era então sensivelmente o seguinte:
A Austrásia (localizada no nordeste da actual França, mas compreendendo também partes da actual Alemanha, Bélgica e Países Baixos) era um reino sob o domínio da dinastia dos merovíngios, na altura governado pelo rei dos francos Clotário II - (613-629).

O território correspondente à antiga Gália (um pouco mais vasto que a actual França), que fora uma importante província romana até cento e tal anos antes, era governado pelos merovíngios (uma dinastia franco saliana: com origem nos antigos francos que viviam para lá do Reno e do Norte da Holanda) de meados do século V a meados do século VIII. O seu domínio foi-se tornando cada vez menos expressivo até que, em 751, Pepino, o Breve, lhe põs termo, depondo Childerico III e dando início à dinastia Carolíngia.
Pepino, o Breve, era filho de Carlos Martel, celebrizado pela vitória na Batalha de Poitiers, em 732, tradicionalmente considerada o travão do expansionismo muçulmano na Europa para além da Península Ibérica (já dominada pelo Islão), e foi pai do não menos notável Carlos Magno: primeiro Sacro Imperador Romano Germânico.

Na Península Ibérica o séc. VII decorria sob o domínio dos visigodos (godos ocidentais), onde o regime estabelecido era uma monarquia electiva, factor perturbador, com famílias e partidos rivais que constantemente se guerreavam. Já quanto ao povo, este era cada vez mais reprimido pelo sistema feudal. A juntar a estes factores desestabilizadores, “no Concílio de Toledo (694) foi revelada uma conjura dos judeus espanhóis para derrubar a monarquia visigótica e a religião cristã”, o que provocou um enorme agravamento das condições de vida do povo. Entretanto, a guerra alastrava, a monarquia visigótica agonizava e as forças berberes ia conquistando, um a um, todos os pontos chave da Península.

Ainda antes da falência do Império Romano (476), já os povos germânicos dominavam a Península, então pelos suevos (411-585), depois da queda do Império, pelos visigodos (585-711).

Na sequência das Guerras Góticas (combates ocorridos na Península Itálica no período entre 535 e 553) o imperador bizantino Justiniano I decide reverter para o Império Romano do Oriente a província da Itália que havia sido perdida, primeiro para Odoacro e depois para Teodorico o Grande.

No séc. VI e primeira metade do séc. VII, grupos de povos nómadas invadiram e instalaram-se na Dalmácia, região que abrange os territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro.

Os anglos foram um dos maiores grupos de povos germanos a fixar-se na (Grã) Bretanha no período pós romano, fundando diversos reinos da Inglaterra Anglo-saxónica e instalando-se nos sete reinos designados por Heptarquia Anglo-saxã: na Ânglia Oriental (resultante da união do North Folk com o South Folk), Mércia (na região dos Midlands) e na Nortúmbria (um reino formado no início do séc. VII, em 604, que se tornou não apenas numa parte do extremo norte da Inglaterra moderna, mas também cobria grande parte do que é hoje o sudeste da Escócia) no século V d.C.. A Bretanha meridional e oriental foi posteriormente chamada de Engla-lond, e mais tarde England.

Cynegils de Wessex (actual Inglaterra) foi rei de Wessex de 611 até sua morte em 643. Filho do rei Ceol, foi porém ao tio, Ceolwulf, que ele sucedeu, falecido este último. Em 614, Cynegils e seu filho Cwichelm venceram os gauleses na batalha de Brampton, e em 628 derrotaram o rei Penda de Mércia em Cirencester, com que foi finalmente assinado um tratado.

Em Roma pontificava Bonifácio V, o 69º papa (a contar com Pedro). Nesta época ainda os papas, enquanto tais, usavam o seu nome próprio de baptismo – não como hoje, um nome diferente. (Terá sido no ano de 955 que, com o papa João XII (130º), que nascera Octaviano, que se iniciou tal prática).
Foi Bonifácio V que instituiu o princípio da imunidade de asilo no interior dos edifícios religiosos.


Maomé (Maomet ou Muhammad), fundador do islamismo, nasceu cerca do ano 570 em Meca, na península Arábica. E morreu em 632, calcula-se que com 62 anos.

O profeta, que era pastor e comerciante, em 595 (devia andar pelos 25 anos) casou com Cadija, uma viúva. Anos depois, recolhendo-se em meditação, terá recebido a sua primeira revelação, em 610, seguindo-se outras mais ao longo da sua vida.

Por volta de 616, Maomé começou a pregar a veneração de um único Deus que lhe teria revelado as palavras do Alcorão através do anjo Jibra'el (Gabriel).
Da experiência das revelações os seus seguidores deixaram registo escrito, anotações que vieram, igualmente, a integrar o Alcorão (o livro sagrado do Islão, fonte primária de todas as suas doutrinas éticas e legais).

A comunidade dos crentes baseia a sua fé e a sua prática no Corão e na Suna, esta uma “compilação dos exemplos extraídos da vida do profeta” [IHU]

Vítima de perseguições, no ano de 622 Maomé fugiu para a cidade agora conhecida pelo nome de Medina, a cerca de 350 km a Norte de Meca, e onde se encontram os túmulos do profeta e de sua filha. A fuga (Hijrah ou Hégira) assinala o início da era islamita.

“A mudança para Medina deu origem à primeira comunidade islamita, que lutou durante muitos anos e enfrentou uma feroz oposição de Meca e das tribos vizinhas.” [BU]

O profeta “conseguiu entrar vitorioso em Meca, dois anos antes da sua morte”. [Maomé]

Por volta de 632, altura em que Maomé morreu, o islamismo já se tinha espalhado pela península Arábica. Depois da sua morte, a liderança dos muçulmanos foi disputada.

Na verdade, "os primeiros sucessores (califas) centralizaram numa mesma pessoa as funções de chefe político e guia dos crentes. Mas as tensões resultaram em assassinatos." [IHU]

Logo 30 anos após a morte de Maomé, a comunidade islâmica mergulhou numa guerra civil que a dividiu em três grupos. “Uma causa próxima desta guerra civil foi que os muçulmanos do Iraque e do Egipto ressentiram-se do poder do terceiro califa e dos seus governadores; outra causa foi a de rivalidades comerciais entre facções da aristocracia mercantil.” [Sunismo]

O que é facto é que, assassinado o califa, a guerra eclodiu entre os diferentes grupos, numa luta encarniçada pelo poder, terminando com a instauração de uma nova dinastia de califas. Um dos grupos que surgiram desta disputa foi o dos sunitas, o maior deles. Dois outros grupos menores de dissidentes surgiram também deste cisma, dos quais o mais conhecido é o dos xiitas. Os xiitas acreditavam que a única liderança legítima era a que vinha da linhagem do primo e genro de Maomé, Ali, e assim sustentavam que o resto da comunidade cometera um erro grave ao eleger Abu Bakr e seus dois sucessores como líderes.

As causas das divisões dos islamitas residem, afinal, no poder, que não em questões estritamente teológicas. [IHU]

O povo muçulmano acreditava que Maomé era o último profeta, embora reconheça também outros profetas anteriores como Ibrahim (Abraão) e Isa (Jesus).” [BU]

Hégira é a designação que se dá à retirada do profeta Maomé, de Meca para Yathrib, em 622 d.C, devido a uma perseguição movida contra ele e os seus seguidores. Yatrib recebeu o nome de Medina, Cidade do Profeta. Este evento marca o início do calendário muçulmano e o dia da Hégira é celebrado como o dia de ano novo islâmico (ano lunar).

Fátima foi uma das filhas que Maomé teve com a sua  mulher Cadija. Fátima foi casada com Ali ibn Abi Talib.

Maomé faleceu aos 08.06.0632 em Medina, tendo o seu sogro, Abu Bakr, sido eleito o primeiro Califa nessa mesma data, o que contraria a tese dos xiitas, para os quais Ali ibn Abi Talib é que foi o primeiro dos Califas (sendo o quarto para os sunitas).

A maioria dos sunitas acredita que o nome deriva da palavra Suna (Sunna: "prática"), que se refere aos preceitos estabelecidos no século VIII baseados nos ensinamentos de Maomé e dos quatro califas ortodoxos.

No Islão, o desacordo político quase sempre arrasta consigo o desentendimento religioso.

Califa é um título que foi usado por Abu Bakr, o sogro de Maomé, quando ele lhe sucedeu como líder da comunidade do Islão (Ummah), em 632.
Califa tornou-se, assim, o título que se atribuía ao chefe supremo do islamismo, sucessor de Maomé.

Imã (“chefe”, “guia”) é o que preside ao culto, designando, também os principais líderes religiosos do Islão que sucederam ao profeta Maomé. Na doutrina sunita usa-se o título Imã paralelamente ao título de Califa. Os xiitas, e em particular os imamitas, os chamados "Xiitas dos Doze", ainda fazem uma distinção mais relevante, pois reservam o título aos doze imãs da família de Ali como sucessores legítimos de Maomé.

Os sunitas baseiam a sua religião no Alcorão e na Suna, conforme os registos do Hadith (um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé). A lei islâmica é deduzida dos actos, afirmações, opiniões e modos de vida de Maomé.

A revelação só foi colocada em livro cinquenta anos depois da morte do profeta. Mas só no califado de Utman, entre 644 e 656, seria elaborado um texto único, designado por “vulgata”, sendo destruídos todos os mais.

vulgata: refere-se geralmente a textos sagrados, a uma sua edição, tradução ou versão mais difundida ou mais aceite como autêntica.

Contrariamente ao que se pensa, o Alcorão não é um poema, mas uma prosa com rima. [Alcorão]

… continua amanhã, TR 17.07.2012…






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