segunda-feira, julho 30, 2012

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA - I



DECORRE O 12º ANO DO 3º MILÉNIO
ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 30 DE JULHO DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4708-4709 do calendário chinês
Ano 5772-5773 do calendário hebraico
Ano 1433-1434 da Hégira (calendário islâmico)
Ano 1461 do calendário arménio
Ano 1390-1391 do calendário Persa
e relativamente aos calendários hindus:
- Ano 2067-2068 do calendário Vikram Samvat
- Ano 1934-1935 do calendário Shaka Samvat
- Ano 5113-5114 do calendário Kali Yuga

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado
2012 é o
ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES
ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS
ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR
ANO INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS

"A política não é uma ciência exacta, mas uma arte", “a arte do possível”
Otto von Bismarck
“O importante é fazer história, não escrevê-la.”
Idem

Otto von Bismarck

Foi no SB 30.07.1898, há 114 anos: morreu Otto von Bismarck, político alemão, aos 83 anos.

O mapa político do Ocidente era o seguinte:
- Guilherme II era rei da Prússia e Imperador (Kaiser) da Alemanha, de que foi o último representante, quer numa quer noutra qualidade: a derrota do Império Alemão na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) levou à abdicação e exílio de Guilherme e à queda do poder da Casa dos Hohenzollern, assim como o fim do Império Alemão.
Foi dele que Bismarck foi primeiro-ministro (enquanto rei da Prússia), de 1862 a 1890, e chanceler (enquanto kaiser da Alemanha), de 1871 a 1890, demitindo-o destas funções em 18.03.1890, substituindo-o nestes cargos por Leo von Caprivi.
- Decorria o longo reinado da rainha Vitória (61), da Casa de Hanôver, trisavó da que viria a ser a actual (66) monarca: Isabel II, da dinastia Windsor, correndo o 3º mandato (não consecutivo) do primeiro-ministro, do Partido Conservador, Marquês de Salisbury.
- (Último) czar do Império Russo era Nicolau II, da dinastia dos Romanov, que seria deposto pela Revolução Russa de 1917.
- A Terceira República Francesa (1870-1940) foi declarada durante a Guerra Franco-Prussiana, com a destituição de Napoleão III e durou até à II Grande Guerra. Na altura o Presidente da República Francesa era Félix Faure e primeiro-ministro era Henri Brisson.
- Rei da Itália unificada era Humberto I (24º).

De sublinhar que em França, por esta altura do início da Terceira República, só 30 por cento da população falava francês! E que na Itália, quando se tornou independente, já na segunda metade do século XIX, só 3 por cento da população falava italiano!

- Em Espanha reinava Afonso XIII (17º) da Casa de Bourbon, que viria a renunciar em 1931 para implantação da Segunda República Espanhola.
- Nos EUA era (25º) presidente William McKinley, do Partido Republicano.
- Rei da Grécia era Jorge I, da Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, sendo primeiro-ministro Aléxandros Zaímis.
- Leopoldo II era o rei da Bélgica e primeiro-ministro era Paul de Smet de Naeyer.
- Nos Países Baixos decorria o longo reinado (de 58 anos) da rainha Guilhermina I, 4ª monarca da Dinastia de Orange-Nassau (avó da actua rainha Beatriz I), que abdicaria em 1948 a favor de sua filha Juliana I que por sua vez também viria a abdicar a favor de sua filha, a actual monarca, em 1980, e primeiro-ministro era Nicolaas Pierson, do Partido da União Liberal.
- Em Portugal reinava D. Carlos (33º) e Presidente do Conselho de Ministros era (pela 2ª vez) Luciano de Castro, do Partido Progressista.
- Pontificava, e já próximo do ocaso do seu longo reinado de pouco mais de 25 anos, Leão XIII (256º). “O seu pontificado foi um dos mais notáveis da história moderna da Igreja.” Leão XIII ficou conhecido como o "papa das encíclicas sociais", a mais conhecida, e uma das últimas das quais, a Rerum Novarum, de 1891, sobre os direitos e deveres do capital e trabalho que terá contribuído para o despertar de uma esquerda católica que se revia no movimento do socialismo cristão.

Esse ano de 1898 foi, além do mais, aquele em que:
- Nasceu o cineasta russo Sergei Mikhailovich Eisenstein (23JAN).
- Nasceu o arquitecto finlandês Alvar Aalto (03FEV).
- Émile Zola foi preso por ter escrito J’Accuse, carta em que acusava o governo francês de anti-semitismo e de ter preso, erradamente, o capitão Alfred Dreyfus (23FEV).
- Ocorreu a inauguração do Aquário Vasco da Gama em Dafundo, com a presença do Rei D. Carlos e de sua mãe, a Rainha D. Maria Pia. Aquário hoje suplantado pelo Oceanário (da Expo de 98) do Parque das Nações (20MAI).
- Nasceu o escritor Ferreira de Castro (24MAI).
- Pierre e Marie Curie descobriram o rádio (26DEZ).
- Foi negociada a convenção secreta entre Inglaterra e Alemanha para a eventual partilha das colónias portuguesas.
- Os Estados Unidos mostraram interesse pelos Açores.
- Foi fundada a Associação dos Médicos Portugueses.
- Eça de Queirós escreveu O Suave Milagre (publicado na Revista Moderna).
- Abel Botelho publicou Mulheres da Beira.
- Guilherme Braga editou Poesias.
- Luís de Magalhães escreveu D. Sebastião (poema elegíaco, patriótico).
- José Duro publicou Fel.
- Teixeira de Queirós deu à estampa O Famoso Galrão.
- Maria Amália Vaz de Carvalho publicou Vida do Duque de Palmela D. Pedro de Sousa e Holstein (3 volumes: 1898-1903).

Maria Amália Vaz de Carvalho, grande poetisa e escritora, foi a primeira mulher a ingressar na Academia das Ciências de Lisboa, eleita em 13 de Junho de 1912. Foi casada com jornalista e poeta Gonçalves Crespo, por apenas 9 anos, já que o marido morreu prematuramente aos 37 anos.
A sua casa da travessa de Santa Catarina foi o último salão literário de Lisboa, por onde passaram, durante 52 anos (ela morreu aos 74 anos) as mais celebradas individualidades das letras, das artes, das ciências, da diplomacia e da política: Camilo, Eça, Ramalho, Pinheiro Chagas, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins, conde de Sabugosa, António Cândido, e tantos outros.

- O conde de Ficalho publicou Viagens de Pero da Covilhã.
- Sampaio Bruno escreveu O Brasil Mental.
- aconteceu a recondenação do capitão Dreyfus.
- se verificaram perturbações sociais em Itália e fome na Rússia.
- Santos Dumont construiu um dirigível.
- Se realizou o I Salão Automóvel em Paris.
- O poeta e dramaturgo Edmond Rostand publicou a peça, em verso, que o imortalizou, Cyrano de Bergerac.
- Bernard Shaw escreveu Peças Agradáveis e Desagradáveis.
- Puccini compôs a ópera La Bohème.


Otto Eduard Leopold Bismarck (príncipe von Bismarck) nasceu no SB 01.04.1815 duma família abastada e nobre. Bismarck tornou-se um político alemão: primeiro-ministro da Prússia (1862-1890) e chanceler do império alemão (II Reich, de 1871 a 1890).

“O seu máximo objectivo foi fundar a unidade da Alemanha sob a hegemonia da Prússia, de cujo rei Frederico Guilherme foi ministro”.
A verdade, porém, é que foi favorecido nesse intento mais “pelos erros dos seus adversários” do que pelos seus méritos. [GEPB]
Mas antes, em 1850, foi representante da Prússia no Parlamento (dieta) de Fankfurt, onde se destacou como conservador e antiaustríaco. Depois foi sucessivamente embaixador em São Petersburgo e Paris, onde conheceu o imperador Napoleão III. Retornou a Berlim em 1862 e foi nomeado por Guilherme I primeiro-ministro da Prússia, posto no qual se dedicou por inteiro à tarefa de construir a unificação alemã e o II Reich.
Ele, que não era liberal nem democrata, percebeu o equívoco dos conservadores alemães deixarem a causa da unificação nacional como bandeira só dessas duas ideologias.  
Pensava ele que a Prússia dos idos de 1860 - o reino mais povoado, instruído e industrializado dos 39 estados da Alemanha -, era poderosa o bastante para avançar sozinha rumo à integração nacional sem o auxílio da Áustria ou o consentimento da Rússia. Aderiu, pois, à chamada Realpolitik (política ou diplomacia baseada principalmente em considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas. Henry Kissinger, definiu-a como "política exterior baseada em avaliações de poder e interesse nacional"). Nessa perspectiva, nada de ater-se a pruridos morais ou preceitos ideológicos. “Para alcançar a tão desejada unidade ele faria acordos até com o demónio se fosse preciso”. Contactou inclusive com Karl Marx, em 1867, sondando-o para que pusesse seus "extraordinários talentos ao serviço do povo alemão".
Preparou-se então para a guerra.
Em seis anos, de 1864 a 1870, batendo dinamarqueses, austríacos e franceses, conseguiu o feito de unificar o país. [SCHILLING]

Vendo em detalhe, seguindo uma política expansionista agressiva, Bismark declarou guerra à Dinamarca (1863-1864), à Áustria (1866) e à França (1870-1871), acabando por conseguir unificar a Alemanha.
As guerras com a Dinamarca e com a Áustria visavam directa e explicitamente aquele objectivo: unificação da Alemanha. Já o mesmo se não passava com a guerra franco-prussiana, que só indirectamente visava aquele objectivo. Tratava-se, neste caso, antes, de uma guerra estratégica para anular a oposição da França, a quem não interessava nada tão pujante crescimento da Alemanha, opondo-se, neste caso e em concreto, à entronização em Espanha do príncipe Leopoldo de Hohenzollern (primo de Guilherme I da Prússia).

Mas Bismarck ambicionava, ainda, estabelecer a liderança da Prússia dentro da Alemanha e eliminar a influência da Áustria. Começou por assegurar o apoio do império austríaco na bem sucedida guerra contra a Dinamarca (em 1863 e 1864, recordo) e, em 1866, desencadeou a chamada Guerra das Sete Semanas, travada entre a Áustria e a Prússia, tendo-a planeado para confirmar a substituição da Áustria pela Prússia, enquanto estado alemão dominante. [BU]

Relativamente à Dinamarca, o que sucedeu foi que, por morte do respectivo monarca, Frederico VII, levantou-se no parlamento, em Frankfurt, a questão da sucessão dos ducados de Slesvig-Holstein, e Bismarck soube então arrastar a Áustria para a guerra com a Dinamarca, que ganhou. [GEPB]

Em consequência, a vitória na Guerra das Sete Semanas forçou a Áustria e a Baviera a abandonarem a Federação alemã e, unificando o território (os 22 estados luteranos do Norte da Alemanha), transformou-o na Confederação da Alemanha do Norte.


… continua amanhã, TR 31.07.2012…




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