terça-feira, dezembro 05, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Sumário:

- Mozart morreu há 215 anos

- Sir Henry Tate (TATE COLLECTION) morreu há 107 anos

- Golpe e ditadura de Sidónio Pais, há 89 anos

- Impressionismo: Claude Monet morreu há 80 anos

- Maria Madalena Azeredo Perdigão, animadora cultural, morreu há 17 anos

- O centro histórico do Porto foi declarado Património Cultural da Humanidade, pela UNESCO, há 10 anos

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Claude Monet - Impression: Soleil Levant (impressão, sol nascente), 1872

(O marco inicial do impressionismo)

(V/ abaixo: 05.12.1926)

Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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O ano 2006 do calendário gregoriano corresponde ao:

ano 5767 do calendário judaico

ano 1427 dH do calendário islâmico (Hégira)

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia Internacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Económico e Social.

Dia Nacional da Tailândia.

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Na SG 05.12.1791, há 215 anos morreu, em Viena, com 35 anos, o compositor austríaco Mozart.

Na altura, a Áustria era uma das bases territoriais do Sacro Império Romano Germânico, e reinava o imperador Leopoldo II da Germânia, da Casa dos Habsburgos.

Nos Estados Unidos ainda decorria o mandato do seu primeiro presidente, George Washington. No Reino Unido reinava Jorge III, da dinastia de Hanôver (pentavô da actual monarca). Em França vivia-se em plena Revolução de 1789. A monarquia só seria abolida em 21.09.1792, sendo seguida pela Primeira República. Em Espanha reinava Carlos IV, pai da princesa Carlota Joaquina, portanto, sogro de D. João VI e avô de D. Pedro IV e de D. Miguel. Em Portugal reinava D. Maria I (26º), exactamente mãe do abúlico D. João VI, sogra dessa mulher horrenda que foi a rainha D. Carlota Joaquina, há pouco falada. Pontificava Pio VI (250º).

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Este ano de 2006 decorrem as celebrações do 250º aniversário do nascimento de Mozart.

Wolfgang Theophilus Mozart, nascido em Salzburgo, na TR 27 de Janeiro de 1756, “foi um compositor e músico da música erudita, um dos expoentes máximos da música clássica e um dos mais populares das audiências contemporâneas”. [Wikipédia].

Só raramente Mozart usou, em lugar de Theophilus (“amigo de Deus”, em grego), o seu equivalente latino, Amadeus, hoje tornado mais vulgar.

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Mozart foi um menino prodígio, de uma família burguesa de músicos, que, aos quatro anos já tocava violino e cravo de forma muito fluente e aos cinco, já compunha minuetos para cravo.

Digamos que uma vida tão breve (35 anos) foi profissionalmente bem preenchida.

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Naturalmente envaidecido, o pai de Mozart estremecia perante o génio que era o filho. Mas também não deixou de tirar dele tudo quanto podia, aproveitando todo o enorme potencial de criatividade da criança para amealhar uma pequena fortuna.

Exibe-o (no melhor e no menos bom sentido) à aristocracia da época, o que fez com que Mozart passasse grande parte de sua infância e adolescência a viajar.

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É assim que, muito jovem ainda, em 1763 (aos 7 anos) o pai faz com ele uma digressão a Paris e a Londres (onde o pequeno Mozart conheceu Johann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach, que viria a exercer grande influência em suas primeiras obras). Entre 1770 e 1773 o adolescente Mozart visitou a Itália por três vezes. Foi quando compôs a ópera Mitridate que obteve assinalável êxito.

De então até 1781 (aos 25 anos) foi mestre de concerto, na sua cidade natal, dedicando-se, insatisfeito, à composição de missas, música sacra e outras obras.

Insatisfeito? Sim, porque um Konzertmeister, ao tempo, era um empregado, um criado do bispo. O que ele se recusava a ser.

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Socialmente, no entanto, Mozart levou uma maneira leviana de viver até à idade adulta, pois mesmo casado e pai de família, sempre foi um gastador compulsivo.

Casado com Constanza, que em matéria de gastos era tão imprudente como ele, passou a viver atolado de dívidas e, por vezes, em condições próximas da pobreza.

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Foi então, aos 25 anos, que decidiu viver dos seus rendimentos: cachets de concertos, publicação das suas obras e aulas particulares. À partida o sucesso foi grande: compôs óperas (Idomeneo - 1781, O Rapto do Serralho - 1782), sonatas para piano, música de câmara e, sobretudo, uma sequência de concertos para piano de rara beleza. Em 1786 (com 30 anos) compõe a primeira ópera em que contou com a colaboração de Lorenzo da Ponte: As bodas de Fígaro.

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Lorenzo Da Ponte (1749-1838)

foi um poeta italiano e libretista

que colaborou com Mozart em três das suas óperas

-As Bodas de Fígaro (1786), Don Giovanni (1787) e Così Fan Tutte (1790)-

consideradas três das grandes criações líricas de sempre.

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A ópera As bodas de Fígaro, que fracassou em Viena, foi um sucesso tão rotundo em Praga que Mozart recebe a encomenda de uma nova ópera, que viria a ser a Don Giovanni.

Don Giovanni, também não teve sucesso em Viena. No entanto, hoje, e de há muito, é considerada a sua obra máxima.

Mozart escreveria, depois, Così fan tutte, de novo com libreto de Da Ponte, em 1789.

Finalmente, no ano do seu passamento, em 1791, Mozart compôs as suas duas últimas óperas: A clemência de Tito e A flauta mágica. E é também na Primavera desse ano que recebe a encomenda de um Requiem. Que não chegou a completar (seria completada por Franz Süssmayr, seu discípulo).

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(Mozart: efígie e assinatura)

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Da sua copiosa obra, há quem refira 50 óperas de Mozart. Porém, quando comparadas com as “sinfonias de Beethoven, Schubert, Schumann, Brahms, e Mahler”, logo se conclui que as primeiras 30 dessas peças assim designadas não merecem verdadeiramente ser chamadas de sinfonias. “São peças curtas, cuja duração às vezes não ultrapassa cinco minutos, escritas para uma orquestra pequena, e que em geral inclui apenas as cordas, dois oboés ou duas trompas.

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Segundo o conceito actual de sinfonia, Mozart compôs apenas as 10 que estão numeradas de 31 a 41” - [Id Wikipédia, para a qual abaixo se remete]

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É costume referir como paradigma da rapidez com que Mozart trabalhava e compunha as suas obras, o tempo que a tradição diz ter ele levado para produzir a Sinfonia nº 36, em dó maior, K. 425 “LINZ”: 4 dias.

Mas os experts asseguram que, mesmo para um génio “despachado” como Mozart, tal não era então possível. E explicam porquê (veja-se o link abaixo para a Wikipédia), concluindo, contudo: mas mesmo que a Sinfonia LINZ tenha sido composta à pressa e em tempo record, (ainda que não nos referidos 4 dias) ela é “um exemplo de arte clássica, bela e bem proporcionada em todas as suas partes, expressando os mais inefáveis e ardentes desejos, num monumento sinfónico digno de figurar ao lado das sinfonias de Mahler e de Beethoven. Podemos ouvir as rodas da carruagem no primeiro movimento da Linz”!... – lê-se no mesmo link.

É de muito interesse, pelo que o recomendo vivamente, a página da WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE, acerca deste compositor, onde se analisam as suas sinfonias, uma espécie de recensão de cada uma delas, sobretudo das mais importantes.

Trata-se, realmente, de um guia de muita utilidade para melhor se “entender”, escutar e apreciar MOZART

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Também interessante é o site criado pela soprano brasileira, intérprete de Mozart, Camila Argolo: Mozart - Vida e Obra.

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Foi há 107 anos, na TR 05.12.1899, morreu Henry Tate, industrial e filantropo inglês.

No Reino Unido o trono era ocupado pela rainha Vitória, trisavó de Isabel II. Em França decorria a Terceira República, com Émile Loubet como 8º presidente e Pierre Marie René Ernest Waldeck-Rousseau na chefia do governo.

Nos EU, na chefia do Estado estava William McKinley, do Partido Republicano, o 25º presidente.

Guilherme II, era o imperador Alemão, na altura; e o príncipe Chlodwig zu Hohenlohe-Schillingsfürst era o chanceler.

Em Espanha reinava o avô de João Carlos I, Afonso XIII.

Em Portugal reinava D. Carlos (33º) e o governo era presidido por Luciano de Castro, do Partido Progressista, pela 2ª vez. O supremo líder da igreja de Roma era o papa Leão XIII (256º).

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«Sir Henry Tate (1819-99) foi um mercador britânico, e mecenas, que um dia se lançou numa carreira comercial obtendo patente dum instrumento (uma máquina) que cortava pedaços de açúcar em pequenos cubos para uso doméstico. Foi assim que fez a sua fortuna e a da firma Henry Tate & Sons (depois, Tate & Lyle). Benfeitor generoso, transformou-se, também, num sensato coleccionador de pintura moderna e que, por volta de 1890, doou toda a sua colecção particular ao Estado. Foi também a expensas suas que foi erigida a Tate Gallery em Millbank» [Cfr The New Universal Library, Caxton, vol. XIII, pg 273], na margem do Tamisa, no espaço de uma velha prisão, transformada em edifício clássico.

O acervo inicialmente oferecido por Sir Tate era composto por 65 pinturas da sua colecção, num valor que excedia a centena de milhares de euros.

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A Tate Gallery, em Londres, foi inaugurada em 1897 pelo príncipe de Gales, Eduardo, filho da rainha Vitória, que daí por quatro anos se tornaria o rei Eduardo VII. Abriga colecções de arte britânica produzida a partir do séc. XVI e arte de outras origens, produzida a partir de 1810. Na data da abertura ao público expunham-se, aí, 245 obras.

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As instalações foram ampliadas por Sir J. Duveen e por seu filho Lord Duveen de Millbank, dando origem à Clore Gallery, destinada à pintura de Turner e aberta em 1987.

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Inicial e formalmente a sua verdadeira designação era National Gallery of British Art. Porém, rapidamente se tornou popularmente conhecida com Tate Gallery. Nome que acabaria por tornar-se oficial.

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Essa realidade institucional, a Tate Collection, com as suas 65.000 obras, todas documentadas e a maioria “visitável” na Internet, entretanto, evoluiu. E passou a ser constituída por quatro espaços físicos: a Tate Britain e a Tate Modern, em Londres; a Tate Liverpool; a Tate St Ives, em Cornwall.

“Seus visitantes se deparam com o fauvismo de Matisse, o expressionismo de Munch, o abstracionismo de Kandinsky, o cubismo de Picasso e Braque, a pintura metafísica de De Chirico, além de novas tendências e um importante acervo representativo da escultura moderna” – lê-se num site sobre arte na internet.

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A Tate Britain, em Londres (antes designada por Tate Gallery), abriga a maior colecção de arte britânica do mundo. «O visitante poderá descobrir 500 anos de criatividade, incluindo obras de artistas britânicos famosos e que vão desde JMW Turner, Thomas Gainsborough, John Constable, os Pré-Rafaelitas e William Blake até David Hockney, Francis Bacon e, ainda, obras de arte contemporâneas integradas na categoria "Art Now". As exposições desta ampla Colecção são gratuitas e complementadas, ao longo do ano, com mostras especiais relacionadas com a arte britânica.» (*)

Mas além dos referidos, ainda aí podem ser apreciados trabalhos de muitos mais e importantes artistas ingleses como, por exemplo, Epstein, Hatoum, Hirst, Hodgkin, Hogarth, Moore, Rossetti, Sickert, Spencer e Stubbs.

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Situada numa antiga central eléctrica no coração de Londres, e inaugurada em 2000 pela rainha Isabel II, «a Tate Modern é a mais importante galeria de arte moderna no Reino Unido, para além de ser uma das atracções mais apreciadas pelos visitantes em Londres. (...) A galeria exibe arte moderna internacional, desde 1900 até aos nossos dias, e inclui obras de grandes artistas de renome do século vinte, tais como Picasso, Warhol e Dalí [e Matisse]. A entrada para a visita à Colecção permanente é gratuita e a galeria apresenta ainda exposições temporárias que permitem explorar a obra de artistas modernos ou os movimentos artísticos de maior relevo.» (*)

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Em Liverpool, cidade do Merseyside, no noroeste da Inglaterra, condado de Lancashire, no lado norte do estuário do Mersey, «a Tate Liverpool é a maior galeria de arte moderna situada fora de Londres, exibindo obras de arte moderna e contemporânea desde 1900 até a actualidade.» (*)

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«Através dos seus inovadores programas educativos e de exposições, a Tate St Ives incentiva a um conhecimento mais profundo e a um maior usufruto da arte moderna e contemporânea, bem como da Tate Collection na sua generalidade, inserida no contexto cultural único de St Ives em Cornwall. A Tate gere igualmente o Jardim de Escultura e o Museu Barbara Hepworth.» (*)

A Tate St Ives foi inaugurada, em 1993, pelo Príncipe de Gales.

Mas não deixe de visitar o site da Tate.

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(*) Transcrevi vários excertos dum interessante e muito útil site com INFORMAÇÕES DA TATE EM PORTUGUÊS, que recomendo, igualmente.

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Estávamos na QA 05.12.1917, há 89 anos atrás: algumas unidades militares de Lisboa e os cadetes da Escola de Guerra, apoiados por populares, desencadeiam uma revolução, sob a chefia do major Sidónio Pais.

No mesmo dia, realizam-se eleições gerais, obtendo o partido democrático a maioria absoluta nas duas câmaras.

Dias depois (08.12.1917), é demitido do governo a que presidia, e preso, Afonso Costa.

Bernardino Machado, do Partido Democrático, cumpria o seu primeiro mandato, não consecutivo, como presidente da República, interrompido, nesse dia, pelo golpe de Estado.

A igreja de Roma era liderada por Bento XV (258º).

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O currículo de Sidónio Pais não é nada desprezível: Lente de Matemática da Universidade de Coimbra; oficial de artilharia; deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911; ministro do Fomento do primeiro governo constitucional, chefiado por João Chagas e, depois, ministro das Finanças no Ministério presidido por Augusto de Vasconcelos; ministro de Portugal em Berlim, de 17 de Agosto de 1912 até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha nos declarou guerra. Regressado a Portugal em 18 de Março de 1916, foi colocado na secretaria do ministro dos Negócios Estrangeiros.

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Os anos que passou na Alemanha levaram-no a ter uma grande simpatia por esse país e a sonhar com o presidencialismo. Impressionaram-no, lá, as grandes manifestações, as paradas e as mais exibições militares. Tinha, mesmo, a íntima persuasão de que a Alemanha iria ganhar a guerra.

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Um regime musculado era o seu paradigma e o seu sonho político.

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A instabilidade governativa da primeira República era a dramática consequência do desastre que foi, e depois o colapso, da monarquia.

Passou-se com os opositores ao regime monárquico, algo do género do que se passou com a oposição à ditadura salazarista.

A mole imensa de opositores incluía movimentos e tendências as mais diversas, dos mais radicais aos mais moderados (entre estes, muitos conservadores que de republicanos – num caso -, ou de democratas – no outro -, teriam bem pouco...).

Um certo caos político, uma certa confusão ideológica, certos exageros revolucionários, são uma consequência esperada de tão grandes transformações de regime.

E pior, naturalmente, na sequência da implantação da República, porque bem mais difíceis eram esses tempos, muito diferente o ambiente internacional, nessa época.

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Daí que fosse periclitante e melindrosa a situação de Portugal nesses idos. Agravada, aliás, pela situação de guerra.

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Em Março de 1916, numa tentativa de encontrar o equilíbrio e a estabilidade, o Partido Evolucionista (de António José de Almeida) e o Partido Democrático (de Afonso Costa) aliaram-se no que ficou conhecido como o Governo da União Sagrada.

O presidente do Ministério foi António José de Almeida, mas o líder efectivo da União foi Afonso Costa.

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É altura de um parêntesis, para fazer um apelo à memória e melhor se compreenderem os acontecimentos da época.

Como estamos recordados, o Partido Republicano Português foi o partido que liderou a queda da Monarquia substituindo-a por uma República Liberal Parlamentar. Teve como líder Afonso Costa. E como um dos seus mais destacados elementos, José Relvas – o proclamador da República.

E mais, a propósito, é altura de lembrar: o PRP cindiu-se em 1912, cisão de que resultaram o Partido Evolucionista/Partido Republicano evolucionista (um partido republicano moderado, cujo líder foi António José de Almeida); o Partido Democrático, de Afonso Costa e o Partido Unionista.

Acontece que o Partido Democrático sempre se considerou herdeiro do PRP, tendo-se, mesmo, apropriado das suas máquinas eleitoral e propagandística. Mais: “a expressão Partido Democrático não é de todo correcta, pois que o Partido Republicano Português nunca se extinguiu, e os seus continuadores «democráticos» nunca o renomearam; esta designação é antes devida aos seus opositores políticos, que consideravam ilegítima a apropriação da designação pelo grupo de Afonso Costa, o novo líder do partido”, e que já o fora do seu antecessor histórico, o dito PRP.

O Partido da União Republicana/Partido Unionista/ União Republicana foi liderado por Brito Camacho. Dos três grandes partidos nascidos da cisão do PRP, este era o que se situava ideologicamente mais à direita. Era onde tinha assento a ala conservadora.

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O Partido Unionista opôs-se, tanto quanto lhe foi possível, ao entendimento que conduziu à União Sagrada. E apoiou o movimento de Sidónio Pais, que emergia, em parte, também como reacção a esta coligação.

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Durou esta aliança da União Sagrada até Abril de 1917.

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O sucesso do golpe de Sidónio Pais (o Presidente-Rei, como lhe chamavam), que hoje se comemora, ficou a dever-se, sobretudo, à reacção do governo e aos graves erros por ele cometidos nas primeiras horas da revolução.

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“O cargo de presidente foi abolido após o golpe que derrubou Bernadino Machado (5 de Dezembro de 1917) e que levou Sidónio Pais, líder da Junta Revolucionária, ao poder, como primeiro-ministro. Para reforçar a sua posição, Sidónio promoveu as primeiras (e únicas) eleições presidenciais directas da I República, em 28 de Abril de 1918, tendo sido o único candidato e por conseguinte saído vencedor do escrutínio.”

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“Foi proclamada em nome da Nação uma Junta Revolucionária com os seguintes elementos: Presidente Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais; Vogais – António Maria de Azevedo Machado Santos, José Feliciano da Costa Júnior. Tendo esta mesma Junta Revolucionária nomeado o primeiro governo de que faziam parte figuras como Sidónio Pais, Machado dos Santos.”

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“A primeira reacção revolucionária contra Sidónio Pais surgiu em 8 de Janeiro de 1918. Deu-se a saída do governo dos ministros unionistas e Sidónio começa a conhecer dificuldades. No dia 17 de Março é publicado o manifesto da Junta de Salvação Pública, que não é assinado, trazendo grandes ameaças à imprensa a declarando que a sociedade portuguesa estava em perigo, procurando intimidar o Partido Unionista, já então discordante do «sidonismo».” Além de que a União Operária Nacional se declara contra o governo.

De seguida, o Congresso da União Republicana o partido rompe definitivamente com o antigo filiado Sidónio Pais, solidarizando-se com os Partidos Democrático e Evolucionista.

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Em Abril de 1918 é fundado o Partido Nacional Republicano (conhecido por Partido Sidonista), com o objectivo de “participar nas triplas eleições (legislativas, senatoriais e presidenciais) marcadas para o dia 28 do mesmo mês, centrando-se em torno do seu líder, o golpista Sidónio Pais. O Partido dispunha do auxílio dos Unionistas, dos Centristas (que se viriam a fundir com os sidonistas pouco antes das eleições), dos Monárquicos e dos Católicos, tendo acabado por vencer as eleições com ampla maioria.”

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“Feitas as eleições para o Parlamento, este foi logo encerrado e o país continuava a ser governado em ditadura, enchendo-se as prisões de condenados políticos.”

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Esse ano de 1918 foi marcado por sucessivas greves e revoltas, e a 14 de Dezembro, quando Sidónio se preparava para embarcar para o Porto, foi alvejado mortalmente, com dois tiros, ali mesmo na estação do Rossio, por José Júlio da Costa, de quem se desconhecem ligações políticas.

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Assassinado Sidónio Pais, o poder foi exercido, interinamente, durante 2 dias, pelo Conselhos de Ministros, chefiado por Canto e Castro, do partido Sidonista, que foi nomeado presidente por ser o mais idoso dos membros do governo e ainda o militar de mais alta patente. Todas estas decisões, contudo, note-se, ao arrepio do preceituado na Constituição de 1911, entretanto reposta em vigor.

Mas, não muito depois, a situação foi regularizada, constitucionalizada.

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Do germanófilo golpista e ditador, teve, porém, Egas Moniz (e não esqueçamos que era neurologista), uma opinião diferente. Na verdade, ao saber da sua dramática morte, o luso Nobel declarou: “Homem cheio de virtudes e extraordinárias qualidades que um desvairo messiânico perdeu”.

Também acontece. É uma opinião.

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[Fontes: Pequeno Dicionário de História de Portugal, Joel Serrão (dir), Iniciativas Editoriais, Lisboa, 1976, apud site O PORTAL DA HISTÓRIA – HISTÓRIA DE PORTUGAL; Enciclopédias (Wikipédia, Infopédia e BU) e vários sítios da Internet. As citações são, salvo uma ou duas, da fonte base, O Portal da História]

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Foi um DM, esse 05.12.1926 de há 80 anos: morreu, em Giverny (Normandia), Claude Monet, que fizera no mês anterior 86 anos.

Na cadeira presidencial da França sentava-se, então, Gaston Doumergue, ainda decorria a Terceira República, sendo o governo liderado por Raymond Poincaré. Rei do reino Unido, então, era Jorge V, avô de Isabel II, e cumpria o seu segundo mandato, não consecutivo o primeiro-ministro Stanley Baldwin. O Presidente Alemão era Paul von Hindenburg, sendo Wilhelm Marx o Reichskanzler (decorria a República de Weimar). Em Espanha reinava o avô de Juan Carlos I, Afonso XIII. Em Portugal a situação estava complicada: dera-se, meses antes, o golpe da ditadura militar, que daria lugar à ditadura do Estado Novo. Apesar de, na prática, se ter tornado Presidente logo após o derrube de Gomes da Costa (9 de Julho), só pouco antes, a 16 de Novembro, assumiria de jure a presidência o general Carmona, um dos revoltosos do 28 de Maio, que se tornaria num presidente “vitalício”, pois só a morte o “arrancou” do poder, quando cumpria o seu quinto mandato presidencial. Cumulava com as funções de presidente o Ministério. Salazar, o grande ditador e líder do regime (também “vitaliciamente”), já passara pelo governo, como ministro das Finanças... Mas 13 dias depois, bateu com a porta (calcula-se que a situação ainda não estava madura para o seu pulso). Voltou a Coimbra, fazer “exercícios de aquecimento”, na Universidade, onde era lente, e, sobretudo, no CADC/Centro Académico da Democracia Cristã, onde pontificava, uma organização de católicos, conservadores e integralistas, um dos verdadeiros alfobres de elementos da “situação”, como o cardeal Cerejeira, Santos Costa, Mário de Figueiredo e vários outros.

Salazar voltaria dois anos depois, para ficar até morrer: para o exercício da função, em 3 de Agosto de 1968; para o mundo, aos 27 de Julho de 1970. 81 anos de idade, 42 de poder ininterrupto.

No Vaticano pontificava Pio XI (259º).

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De Portugal, e do mesmo ano de 1926, destaco ainda mais o seguinte:

- em JANEIRO nasceu o escultor e pintor Júlio Pomar;

- em AGOSTO nasceu o pintor Artur Bual, que se finou em 1999;

- em DEZEMBRO é fundada a revista Ordem Nova, que se intitula “antimoderna, antiliberal, antidemocrática, contra-revolucionária, católica, apostólica e romana, monárquica e intolerante; insolidária com escritores, jornalistas e quaisquer profissionais das letras, das artes e da imprensa”. Um dos seus principais fundadores foi Marcelo Caetano, futuro dirigente do Estado Novo e Primeiro-Ministro de Portugal.

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Oscar-Claude Monet, ou tão só Claude Monet: trata-se do criador do impressionismo e do mais famoso entre os seus cultores. Ou seja, do líder do movimento acabado de nascer com uma tela sua em 1872.

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(Claude Monet fotografado em 1899 por Nadar

(Félix Nadar),

pseudónimo do fotógrafo, caricaturista e jornalista

Gaspard-Félix Tournachon (1820–1910).

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O termo impressionismo surgiu com uma carga depreciativa relativamente a uma das suas primeiras telas: “Impressão, Nascer do Sol”. Na verdade, perante o quadro, o pintor e escritor Louis Leroy, comenta: «“Impressão, Nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha.»

Conquanto proferido desdenhosamente e com evidente desprezo, Monet e seus colegas, não só não se impressionaram com o tom e a carga da crítica como adoptaram o título, conscientes de que tinha algo a ver com o que estava a revolucionar a pintura.

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E como é que tudo começou?

Nascido em Paris, a 14.11.1840 (num SB), Monet foi, ainda criança, com a família viver para a Normandia, mais exactamente para o Havre, cidade portuária na foz do Sena. Outro ar, outro ambiente, outra luz. De que mais tarde viria a tirar grande proveito, profissionalmente.

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Monet, primeiro, deambulou por esse mundo. Enquanto ia estudando e dedicando-se à arte.

Mobilizado para a Argélia, uma tia comprometeu-se em conseguir a dispensa do serviço militar se Monet aceitasse seguir Artes na universidade. Ele deixou a tropa, mas ficou decepcionado e não se conformou com o tradicionalismo da pintura académica.

Em 1862 (aos 22 anos) estudou artes com Charles Gleyer em Paris, onde conheceu Pierre-Auguste Renoir, com quem viria a fundar o movimento impressionista.

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No entanto, “duas influências marcantes despertaram-lhe o interesse pela luz e pela cor: descobriu as gravuras do japonês Hokusai e a pintura de Eugène Boudin, que o iniciou na prática, então pouco comum, de realizar estudos da natureza ao ar livre” – [Dum site da Net sobre arte: “Pitoresco”, da responsabilidade de Paulo Victorino].

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Uma estada em Londres, com Pissarro e Sisley, pode ter sido decisiva para marcar o percurso do Impressionismo. “A luz difusa londrina exerceu uma grande fascinação sobre os três”.

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Daí que fosse o ar livre que atraía Monet e os seus colegas, e aí procuravam “captar a luz e a atmosfera nos seus aspectos mais fugidios: o tremeluzir da água, um movimento das folhas, a passagem de uma nuvem.”

Monet, provavelmente o mais fiel à nova estética, procura “captar em toda a sua obra o perpétuo movimento da luz na natureza”.

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(Assinatura de Monet)

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É de 1872 (tinha 32 anos) a sua tela sobre a impressão do nascer do sol (Impression, Soleil Levant - actualmente exposto no Museu Marmottan, de Paris), em que o modelo foi uma paisagem do Havre.

Mas o quadro só seria exibido numa exposição colectiva, na Primavera de 1874, em que, entre os outros participantes, se encontravam Auguste Renoir, Edgar Degas, Paul Cézanne, Sisley e Pissarro, todos franceses e todos impressionistas. “Impressionistas” na sequência da tal apreciação depreciativa de L. Leroy, expressão que, ao contrário, eles acharam que era a melhor definição do que na verdade pretendiam. Pelo que adoptaram a designação, como já foi dito.

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Claude Monet dedicou-se a determinados temas através de séries. Deixou, pois, uma série relativa à Catedral de Rouen, realizada em diversos horários e diferentes perspectivas. Vejamos um exemplo da série da catedral de Rouen de 1890.

Das viagens a Inglaterra e a Itália nos princípios do século resultaram as séries sobre o Tamisa e os canais e as catedrais de Veneza.

Duas amostras:

1) sobre a série Tamisa: Casa do Parlamento, ao Pôr-do-Sol (1904) – Museu de Arte de Zürich.

2) sobre a série Veneza: O grande canal de Veneza (1908) – Museu de Belas-Artes de São Francisco.

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Nesta altura já Monet se tinha instalado definitivamente em Giverny (também na Normandia). Segundo uns, desde os começos da década de 80 do séc. XIX. Conforme outros, em 1892.

Na sua casa de Giverny, profusamente decorada com uma colecção de gravuras japonesas, que Monet foi formando ao longo da vida, construiu um jardim, cujo ex-libris é a “ponte japonesa”, e que se tornou um dos temas da sua obra: as séries de nenúfares: uma de 1899 e outra, por sugestão de Georges Clemenceau, de 1914.

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Georges Benjamin Clemenceau (1841-1929) foi um estadista, jornalista e médico francês. Foi primeiro-ministro de 1906 a 1909, e em 1897 foi o responsável pela publicação de L'Aurore, onde o escritor francês Émile Zola lançou "J'accuse" a propósito do "Caso Dreyfus".

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Veja este exemplo da série dos nenúfares de 1899.

E este exemplo da série dos nenúfares de 1914.

Para se fazer uma ideia do valor comercial que atingiu a obra de Monet, basta dizer que vendas recentes de pinturas suas excederam os 22 milhões de dólares. Para uma ideia mais precisa, pena que a fonte não indicasse quantas telas renderam esse valor (e, já agora, quais).

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[Diversas fontes, designadamente as Enciclopédias Wikipédia, Biblioteca Universal e Infopèdia. Além de dispersos sites da Net.]

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Foi numa TR, 05.12.1989, há 17 anos: morreu em Lisboa, com 66 anos, Maria Madalena Azeredo Perdigão, destacada figura na animação cultural portuguesa.

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Decorria o primeiro mandato de Mário Soares, o primeiro presidente civil, democraticamente eleito, em mais de meio século e estava em exercício o XI Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva (PSD). Prosseguia o longo pontificado do polémico papa João Paulo II (264º).

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"A arte – e Gulbenkian sabia-o muito bem – não é produto estável da criação do Homem; antes a história nos ensina que é uma actividade em constante evolução ou transformação e nisso está um dos motivos do seu grande interesse."

José de Azeredo Perdigão, no discurso de inauguração do Centro de Arte Moderna/CAM em 1983 (hoje, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão/CAMJAP)


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Se o Dr José de Azeredo Perdigão foi o Presidente que a Fundação Gulbenkian merecia e de que precisava, a “primeira dama” da Fundação, a Dra Maria Madalena de Azeredo Perdigão, foi de facto uma sua prestigiada colaboradora e figura-chave na política cultural da Gulbenkian.

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Maria Madalena Bagão da Silva Biscaia de Azeredo Perdigão, gestora cultural portuguesa, nasceu na Figueira da Foz em 1923. Em 1944 forma-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, em cuja Faculdade de Ciências chegou a ser assistente.

Tinha, também, o Curso Superior de Piano no Conservatório de Coimbra, chegando a actuar como solista da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

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Na qualidade de Directora do Departamento de Música da Fundação Calouste Gulbenkian deixou uma obra de relevo: criou a Orquestra do Coro e do Ballet Gulbenkian, organizou Festivais de Música e criou o ACARTE.

ACARTE era a designação do Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.

Concebido como um “Serviço voltado para a cultura contemporânea e actividades artísticas de vanguarda”, visava, portanto, “promover projectos multidisciplinares na área do teatro, música, dança, poesia, cinema e vídeo, favorecendo a inovação, a experimentação, a pesquisa e o desenvolvimento da criatividade”.

Foi criado em 1984, sob a direcção da Dra. Maria Madalena de Azeredo Perdigão, e encontra-se extinto desde 2002.

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«A Fundação Calouste Gulbenkian procura incentivar e distinguir pessoas, instituições e projectos através dos prémios que atribui nas áreas de Arte, Beneficência, Ciência e Educação. No âmbito das comemorações do cinquentenário da Fundação, o conjunto de prémios existente está a ser objecto de revisão. (...) Dois prémios estão, no entanto, a decorrer: O GULBENLKIAN PRIZE FOR MUSEUM OF THE YEAR, no valor de 100 mil libras (cerca 150 mil euros), é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, apoiada pelo governo britânico e por várias organizações do sector, concedido anualmente a um museu ou galeria de arte no Reino Unido, independentemente da sua dimensão. O prémio procura distinguir projectos ou programas inovadores de animação, lançados no ano anterior por aquelas entidades. (...)

PRÉMIO MÁRIO ANTÓNIO: (que) tem como objectivo premiar obras de escritores da África Lusófona e de Timor-Leste publicadas no triénio anterior, num dos seguintes géneros: prosa de ficção, teatro, ensaio e poesia. O valor do prémio é de 25.000 euros.» [SITE DA FCG: http://www.gulbenkian.org/portal/index.html]

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O ano passado ainda foi atribuído o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão, criado em 1990 com o objectivo de distinguir artistas do campo das artes do espectáculo originais, tem uma componente monetária no valor de dez mil euros.

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[Fontes: para além do referido site da Gulbenkian, ainda o do CAMJAP:

http://www.camjap.gulbenkian.org/l1/ar%7BB5993730-DA61-43fb-AC17-A168CAC5F028%7D/m1/t1.aspx, além doutros e ainda as Enciclopédias, designadamente Wikipédia, Infopédia e Biblioteca Universal]

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Há dez anos atrás, na QI 05DEZ1996, o centro histórico do Porto é classificado como Património da Humanidade, pela UNESCO.

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Iniciara-se, nesse ano, o primeiro mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio e o governo era liderado por António Guterres. João Paulo II (264º) era o sumo pontífice da igreja católica.

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"Um sítio de valor universal extraordinário".

Foi como, há dez anos, na Cidade do México,

o comité da UNESCO justificou

a classificação do centro histórico do Porto como

Património Cultural da Humanidade.

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«A classificação tinha dois objectivos: conseguir dar ao Porto uma maior notoriedade internacional, atraindo uma clientela turística interessada em valores culturais e patrimoniais, e conseguir acelerar o processo de reabilitação urbana do centro histórico» - disse Fernando Gomes. [PÚBLICO/Local, SG 04.12.06].

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Fernando Gomes foi o presidente da Câmara que desencadeou o processo. E foi durante o seu mandato que ocorreu este evento.

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«A ex-vereadora da Cultura de Fernando Gomes, Manuela de Melo, considera que a classificação do centro histórico pela UNESCO "teve seguramente aspectos positivos" e que a "consciência de que há uma parte da cidade que está classificada é um dado tido em conta nas decisões"».

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Ainda «para Manuela de Melo, que tutelou a divisão de Turismo da Câmara do Porto entre 1989 e 2001 (...) "o galardão da UNESCO é um sinal importante para os novos públicos do turismo, ligados ao património e à cultura"».

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«Tanto como cidade como realização do homem, o Centro Histórico do Porto constitui uma obra prima do génio criativo da humanidade. Interesses militares, comerciais, agrícolas e demográficos, convergiram aqui para abrigar uma população capaz de construir a cidade. O resultado é uma obra de arte única, de elevado valor estético» - consta do site da CMP.

Para quê inventar mais palavras? Elas estão lá todas, nesse site. Leia, pois, o respectivo pequeno capítulo: Património Mundial.

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A Câmara Municipal do Porto promove, desde 1997, um programa de visitas culturais ao Centro Histórico da Cidade, acompanhadas e comentadas por especialistas em História de Arte. Numerosos monumentos podem ser apreciados, desde a catedral com o seu coro românico, ao neo-clássico Palácio da Bolsa ou à tipicamente portuguesa Igreja de Santa Clara, em estilo manuelino.

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Terá o indescritível mecenas, o inefável Rui Rio, acabado com tais programas? Tê-los-á mercantilizado?

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Esperemos que não.

Às vezes o bom senso acaba por se impor a certos espíritos tacanhos, mergulhados, ainda, em realidades, intuitos e processos não tão distantes, como isso, no tempo. Mais que revivê-los, pretenderão reimplementá-los...

(Já achei que isso fosse mais difícil de conseguir... Mas os que os repudiamos, somos ainda muitos!)

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[Fonte: sobretudo o site da CMP, além da referida e de outras]

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