“Sempre que a questão da legalização do aborto é evocada no Parlamento, é evitada a sua discussão por grupos religiosos. E, assim, os abortos continuam a ser praticados na clandestinidade”.
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Não. A constatação não respeita ao parlamento português... Mas sim ao ugandês.
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Li o impressionante post do “sineiro” Jorge Guedes, no seu “O sino da Aldeia”: O calvário das ugandesas.
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Serve-nos, a nós de motivo de reflexão.
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Como?
Ao ugandês e ao português?
Ora!... A qualquer “terceiromundês”...
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Nesta matéria situamo-nos – serão precisas mais confirmações? – entre as mentalidades mais arcaicas, geralmente terceiromundistas.
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Em Portugal, não serão, tanto, os grupos religiosos, tout-court, que evitam tal discussão no parlamento. São antes grupos conservadores de mentalidades com raízes judaico-cristãs, cujo estatuto sócio-económico (na realidade ou pretensiosa ou imaginariamente), porém, conduz a que, para uso próprio e familiar, se “esqueçam” dos valores ético-religiosos que farisaicamente tentam impor, “ao povo” (em que nunca se incluem) do alto das suas tribunas.
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Os povos têm saberes, qualidades e ricos valores cujo “odor”, há muito, escaparam a boa parte das suas elites – das que a troco dumas migalhas sobrantes, e “generosamente” oferecidas pelos poderosos, fazem o seu jogo e engordam os seus créditos.
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O povo (os outros, “lá em baixo”) têm o eterno destino de, submissamente, pagar “as facturas” (lugar comum, mas apropriado) que facultam “o estatuto” duns e “engordam” os créditos dos outros (de quem são fieis servidores).
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Tudo uma farsa. De que, no entanto, quer autores quer actores, sempre vão colhendo louros...
Até um dia...
(Quando virá esse dia?)
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Redordo, de novo, que O Sino da Aldeia é um blogue a visitar e a anotar nos favoritos. |
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1 comentário:
Amigo José Luís:
Como sempre, escreve sobre temas de interesse real e com uma fluência discursiva relevante.
Mais gente aqui deveria vir, mas quem perde são esses que ainda não o descobriram nesta roda gigante.
Mais uma vez lhe agradeço as referências que faz ao meu pequeno mundo de aldeia virtual.
Muito obrigado.
Um abraço e votos renovados de um Ano Bom, cheio de Saúde e de ideias.
Jorge G - o sineiro
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