sexta-feira, maio 04, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

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Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,
continuo a dar relevo ao papado.
Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.
E não só, nos últimos séculos.
Os papas sempre foram,
para muitos, figuras de referência,
e para a generalidade, figuras de relevo;
por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.
Alguns
(muitos)
não pelas melhores razões.
Mas foram.

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O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:

. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)

. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)

. ano 4703/4704 do calendário chinês

. ano 5767/5768 do calendário hebraico

DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2007 Ano Internacional da Heliofísica

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imagem Wikipédia



























Tratado de Tordesilhas



Foi no DM 04MAI1460, completam-se hoje 547 anos: Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde.

Reinava D. Afonso V (12º). Decorria o curto pontificado de Pio II (210º).

(foi o ano em que morreu o infante D. Henrique)


Pouco se conhece da vida do explorador e navegador. Sabe-se que fora colector das alfândegas reais e
juiz das cousas e feitorias contadas de Sintra. E a surpresa, para muitos, é que foi também escritor: “escreveu, especialmente para Martin Behaim, uma crónica em latim de grande valor, tratando da vida e das descobertas do infante D. Henrique, dividida em três partes: De prima inventione Guineae, De insulis primo inventis in mare Occidentis e De inventione insularum de Acores.”

Martin Behaim, que também respondia por Martinho da Boémia
– já que casou e viveu alguns anos na ilha do Faial e morreu em Lisboa, em 1507 –,
nasceu em Nuremberga em 1459 e foi, além de explorador,
um conhecido cosmógrafo e astrónomo.

Claro que quando se diz que – neste caso – Diogo Gomes (ao serviço de Portugal), ou - noutros casos - Cristóvão Colombo (ao serviço dos reis católicos), Pedro Álvares Cabral (ao serviço da coroa portuguesa), descobriram, respectivamente Cabo Verde, a América ou o Brasil… Quando se afirma que outros navegadores e exploradores medievais, portugueses, holandeses, britânicos ou espanhóis descobriram continentes, ilhas, arquipélagos, percursos, territórios e comunidades… Efectivamente tudo isso estava mais que descoberto. Só que se desconhecia a sua existência, porque não havia registos de viagens, muito menos mapas; e atlas, então, menos ainda.

O que os navegadores europeus fizeram foi, de facto, “descobri-los” mas para o nosso mundo ocidental, ao serviço dos respectivos monarcas, que iniciaram a sua colonização nos moldes da nossa cultura.

(Em muitos casos – muitos? Só? – foi uma monstruosa vileza. Inqualificável violência. Mas sosseguemo-nos, com o habitual encolher d’ombros: costumes da época!...)

A América, por exemplo – todo o continente – havia sido descoberto, povoado e colonizado há cerca de 62 mil anos pelos ameríndios que, vindos da Ásia, pelo Norte do continente, numa altura em que o estreito de Bering (de 85 km), por efeito da glaciação ocorrida nessa altura, se transformou no seu negativo, um istmo, ligando as duas enormes massas de terra que eram os dois continentes, e o atravessaram a pé.

Nessa altura,
de estreito que era
ligando dois oceanos, o Árctico e o Pacífico
(ou mares, respectivamente, Chukchi, no Norte, e Mar de Bering, a Sul), e separando duas massas de terra, Ásia e Américas –
passou a istmo,
separando, ao invés, aqueles dois corpos de água
e unindo os dois continentes.


É por demais evidente que o termo mais usual, índios, só pode resultar da confusão – da ignorância, melhor dito, perante os conhecimentos que já havia na época - de Cristóvão Colombo, que supunha ter chegado à Índia quando aportou às Américas.

(Acerca dos dados biobibliográficos – inclusive a referência a Martin Behaim – do navegador-escritor, a fonte foi a WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre)




Completam-se, hoje, 514 anos, já que o evento aconteceu no SB 04MAI1493: o Novo Mundo é dividido entre Portugal (D. João II) e Castela (Isabel, a católica), através da bula “Inter Caetera”, de Alexandre VI (214º).

O documento do valenciano Rodrigo Bórgia (o célebre e dissoluto pai dos não menos célebres e dissolutos e execrandos César e Lucrécia Bórgia) – a bula de Alexandre VI – dividiu o mundo a descobrir em dois hemisférios: o oriental [ou do nascente] para os portu­gueses e o ocidental [ou do poente] para os espanhóis [aliás, castelhanos]. Pelo Tratado de Tordesilhas [07.06.1494], ficou ajustado entre os dois países que a linha divisória seria um meridiano traçado a 370 léguas [1 850 km] para Oeste da ilha mais ocidental [por sinal também mais setentrional, do grupo

do Barlavento, Santo Antão (a 2ª maior ilha do arquipélago, sendo a maior a de Santiago, do Sotavento) do arquipélago de Cabo Verde – o actual meridiano 47º W Gr (cfr Padre Miguel de Oliveira, História Eclesiástica de Portugal, pg 200).

De notar que outras bulas – “bulas alexandrinas” – versaram esta matéria da divi­são das possessões portuguesas e espanholas no mundo, como as bulas Eximiae Devotionis e Dudum Siquidem.




(DM 04MAI1561): um incêndio destrói a catedral de S. Paulo, em Londres.



(SB 04MAI1675): é criado o Observatório Real de Greenwich





Faz hoje 176 anos (1831), era uma QA: os liberais ocupam a ilha de S. Jorge. Reinava D. Miguel (29º). Pontificava Gregório XVI (254º).

Decorria a guerra civil entre miguelistas (absolutistas ou realistas do general Povoas) e liberais ou constitucionalistas, afectos a D. Pedro.

A ilha de S. Jorge iria juntar-se à Terceira no apoio da causa de D. Maria da Glória, filha de D. Pedro. Este, entretanto, abdicara nova­mente. Desta vez, a coroa do Brasil, em seu filho D. Pedro de Alcântara (1831), a fim de ir retomar o trono para sua filha, D. Maria II.


Dois irmãos (talvez meios) desavindos?
Não. Duas concepções políticas quase nos antípodas.
Há heranças maternas muito pesadas!
(D. Miguel que o diga)




Faz hoje 103 anos (1904), uma QA: início dos trabalhos no Canal do Panamá. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). No Vaticano pontificava Pio X (257º).

O Canal do Panamá liga o Atlântico (cidade de Colón) ao Pacífico (cidade de Panamá).

Em bom rigor, foi em 1881 que Lesseps iniciou a construção do canal. Interrompidos os trabalhos, em 1888, foram depois retomados, nesta data que hoje se comemora, pelos EU. Concluído em 1914, foi alugado aos EU até 1999.

O canal atravessa o istmo do Panamá, tem pouco mais de 80 km de comprimento, pouco mais de 91 metros de largura e a profundidade ronda os 13 metros.

Não vem nada a propósito (???!!!), mas lembrei-me do “operário letrado” do Brecht...




Completam-se hoje 102 anos (1905) nasceu, em Mortágua, António Branquinho da Fonseca, escritor. Ainda reinava D. Carlos (33º). No Vaticano prosseguia o pontificado de Pio X (257º).

Jurista, por formação académica, cedo se lançou no ofício da escrita. Fundou a revista literária Tríptico e foi director da Presença até 1930. Nesse mesmo ano (tinha 25 anos) fundou, com Miguel Torga, a revista Sinal. Foi poeta e romancista, mas é “no conto que melhor se realiza”. A crítica dá grande relevo à sua novela O Barão (1942), que alguns consideram “uma obra sem paralelo na literatura portuguesa”. Colaborou em várias publicações literárias e dirigiu os serviços de bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian. Tem um livro de Poemas (1925). Entre outros são seus os contos Rio Turvo (1945) e Bandeira Preta (1958), e o romance Mar Santo (1952).


Ele há nomes que andam tão esquecidos!...




Completam-se hoje 78 anos (1929) nasceu, em Bruxelas, Audrey Hepburn, actriz americana.

Dado o “seu aspecto de rapariga sensível e selvagem” foi escolhida por Colette para interpretar Gigi, na Broadway. No cinema revelou-se em Roman Holiday (1953, de William Wyler). Interpretou depois numerosos filmes, sempre no “papel de jovem original e romântica, por vezes sofisticada”, como Sabrina (1954, de Billy Wilder), Love in the Afternoon (1957, do mesmo realizador) e Always (1989, de S. Spielberg).

Audrey Hepburn morreu aos 63 anos, na Suiça, a 20.01.1993


Não desfazendo, lembro-me melhor das Jolie e das Britney do meu tempo...




Faz hoje 62 anos (1945), foi uma SX: o governo (de Salazar) decreta luto oficial de três dias pela morte de Hitler, chefe do Partido Nacional Socialista e do III Reich Alemão. Em Portugal continuava o mandato do general Carmona. No Vaticano pontificava Pio XII (260º).
Hitler suicidara-se a 30 ABR 1945, que foi uma SG.


Os geniais-gémeos terse-ão encontrado além túmulo?
Que festa terá sido!!!





Faz hoje 33 anos (1974), era um SB: com aprovação da assembleia de docentes, António José Saraiva, Magalhães Godinho e Oliveira Marques são integrados no corpo docente da Faculdade de Letras de Lisboa. Era Spínola o PR. Pontificava Paulo VI.


Estes foram alguns dos “desprestigiados” e “perigosíssimos” professores afastados do ensino pela ditadura... Obviamente que por crime grave: porque a ela se opunham...




Faz hoje 28 anos (1979), era uma SX: Margaret Thatcher toma posse como primeira-ministra de Inglaterra. Em Portugal tínhamos, então, o general Ramalho Eanes como PR. Pontificava, já, desde recentemente, João Paulo II (264º).

Margaret Hilda Roberts Thatcher liderou o governo britânico de 04MAI1979 a 22NOV1990, promovendo a “revolução conservadora” ou “neoliberal” que caracterizou o seu consulado.

«Margaret Thatcher deixou o poder há 15 anos, vai fazer 80 e, dizem amigos, está enfraquecida e alheada da política. Mas a sua sombra paira sobe a campanha. Multiplicam-se as comparações entre Thatcher e Blair. Gordon Brown elogia a Dama de Ferro para atacar os conservadores. Os neoliberais acusam Blair e Brown de dissiparem o seu legado» - artigo de Jorge Almeida Fernandes no Público de TR 04 MAI 2005.
O mesmo jornalista conclui:
«Thatcher é o estilo. O seu (crítico) biógrafo Hugo Young sublinha o carisma, a determinação e a convicção absoluta nas próprias ideias, até à brutalidade e ao desprezo dos outros. Mas, sobretudo, o ódio ao consenso. Só há um consenso bom: "Quanto ao que eu quero fazer." Confundiu muitas vezes liderança com a satisfação da sua vontade. Foi o primeiro-ministro britânico que mais poderes concentrou fora de períodos de guerra.
Era uma máquina de ganhar eleições, mas "nunca foi indulgente com o povo", frisa Young. "Suspeito que nenhum outro líder do nosso tempo será capaz de manifestar tanta vontade de resistir ao desejo de agradar."»


«Só há um consenso bom: "Quanto ao que eu quero fazer"» - onde é que eu já vi isto?




Faz hoje 13 anos (1994), era uma QA: Israel e a OLP assinam um acordo que dá independência governativa aos palestinianos na Faixa de Gaza e Jericó. Em Portugal prosseguia o último mandato de Mário Soares. Continuava o pontificado de João Paulo II.

O nome da Palestina sofreu diversas modificações, desde há milénios: Terra de Canaã, no Génesis; país dos Filisteus, no êxodo; Terra Prometida, Terra Santa, reinos de Israel e de Judá; Palestinea-Syria para os gregos; Palestina para os romanos; Filastin para os Árabes e para Israel.

Aquele acordo mais não é que um protocolo de relações económicas, além de acordos quer sobre as modalidades da autonomia em Jericó e na Faixa de Gaza, quer acerca da transferência dos poderes civis para os palestinianos nos territórios ocupados.

Ratificado em 1995, o Acordo de Taba (Egipto) ou de Oslo II (*), que alarga a autoridade palestiniana a toda a Cisjordânia, prevê a retirada do exército israelita dessa parte do território e ainda a realização de eleições para o Conselho Interino da Autoridade Palestiniana e respectivo presidente.

(*) O Acordo de Oslo I, ou Acordo de Washington,
foi ratificado oficialmente nesta última cidade em 1993,
entrando imediatamente em vigor:
trata-se, afinal, da
“Declaração de Princípios sobre a Autonomia Palestiniana”,
que veio na sequência da proclamação de um “Estado” palestiniano,
reconhecida por 90 países.


Ai! Os tratadistas (tratantes?) são uns “tratados”...!




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