quarta-feira, março 21, 2007

O CLUBEZECO

Subtraído ao Zé d’Oliveira – mas com boa intenção e por uma causa nobre


(em registo vivace, troppo cantabile)

Há clubes grandes (pelo seu historial, em projecção interna e internacional) e pequenos.

Veja-se, o Sporting! Vá lá, até o Benfica... (Pronto, está bem: e o Porto).

Do outro lado temos o Ferreirense Futebol Clube, o Torres Novas, o Entroncamentense e o desportivo de Alcabideche...

E todos vivemos felizes.

Não sem que cada um puxe a brasa à sua sardinha. Não sem que algum procure dominar o sistema e somar, às vitórias conseguidas com suor, as da secretaria ou às custas dum “empurrão” (discreto, às vezes; outras nem tanto) de outros intervenientes no espectáculo.

Com os partidos é quase o mesmo.

Muito parecido.

Temos os grandes partidos, os clássicos congregadores das três maiores tendências ideológicas da lusa gente.

Despontou, entretanto, um outro que, embora invadindo as franjas dos grandes, tem características próprias, uma mescla de idiossincrasia esquerdelha e de esquerda sensata e lutadora.

Houve, entretanto, um outro que, congregando, embora, conservadores, reunia “senadores” sensatos. “Cristãos-novos” da democracia.

Imergiu completamente.

Depois há um clubezeco de amigos, que, em regra, arregimentam chauvinistas, despotazinhos estagiários, liberalóides de fancaria, irrequietos irresponsáveis de idade pré ou mesmo adulta (aparentemente), “garotada” imatura que brinca aos partidos e aos políticos. E mais uns tantos arruaceiros, quer de cabeça rapada quer de crista de gel. Ou de aspecto (enganadoramente) tradicional.

Entre estes tem-se destacado, pelo sangue na guelra, o PP.

(Não, a sigla não traduz o que de imediato lhe ocorreu, mas antes: Partido Popular).

E estão todos muito enganados: não tem nada só meia dúzia de associados, como se dizia, por aí... Mas muitos, muitos mais. Vejamos.

Atentos os 48 dirigentes (entre nacionais e regionais: 7 da capital; 2 do Porto; 32 daquela mancha que abrange o Minho interior, Trás-os-Montes e Beira Alta; 3 de Aveiro, 1 das Regiões autónomas – meio de cada uma – e finalmente 3 daquela zona que abarca Ourém e o Norte do Ribatejo), somados os 51 militantes (38 taxistas, 7 trasmontanos, 4 alentejanos da “velha guarda” e duas peixeiras do Bulhão, que também votam laranja), há ainda que acrescentar 27 simpatizantes (17 freiras, 4 tonsurados e 6 activos OPUS ??? – 3 de cada), o que tudo perfaz a avassaladora onda, o enorme universo de 126 criaturas!

(Lembrei-me do A. Lobo Antunes: “havia as pessoas e as criaturas...”)

Claro que os 48 dirigentes são, simultaneamente, deputados, membros dos vários órgãos, conselheiros nacionais, delegados ao congresso... Etc., tudo o que constitui um partido a sério e de “crescidos”.

Uma enorme multidão, como se constata.

É assim...

Mas, mais a sério, sob o título “O suicídio em directo de Paulo Portas”, rematava, ontem, o director do Público (que não é santo da minha devoção), no lead do seu editorial, acerca da “tourada” que foi o recente conselho nacional do partidinho, que o acelerado liberalóide (acolitado pelos seus capangas)

(com registo Adagio assai, forte, con solennità)

“apostou na emoção e na dramatização. Procurou saltar etapas. Envolveu-se numa estéril guerra jurídica. E acabou por assistir ao triunfo dos arruaceiros que mobilizou”.

1 comentário:

Jorge P. Guedes disse...

Não li o artigo do jornal, não ouvi o Portas, ando totalmente por fora da sujeira da politiquice nacional, mas o que me parece é que o que escreveu o meu amigo está tão bem escrito que, por certo, também terá razão!

Um abraço. E...força na verga sta!

JPG -Um pobre sineiro de aldeia

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