quarta-feira, março 28, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

.

.

O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:

. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)

. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)

. ano 4703/4704 do calendário chinês

. ano 5767/5768 do calendário hebraico

DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2007 Ano Internacional da Heliofísica

21 a 28MAR – Semana de Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial



foto da WikipédiaLAPLACE

Segundo uns – talvez a maioria, e, alguns deles, seguramente, dos mais credíveis [outros afirmam ter sido a 23MAR1749] – completam-se hoje 258 anos. Foi na SX 28.03.1749: nasceu Pierre Laplace, astrónomo e matemático francês. Em França reinava Luís XV (r. 1715-1774). Em Portugal, o trono era ocupado por D. João V (24º). Na igreja de Roma pontificava Bento XIV (247º).

"O telescópio vasculha os céus sem encontrar Deus"

(em "Rufus K. Noyes, Visões de Religião")

Pierre Simon Laplace nasceu em Beaumont-en-Auge, Normandia e morreu perto de completar os 78 anos, aos 05.03.1827, em Paris.

Astrónomo e matemático, aplica a teoria da gravitação de Newton aos movimentos planetários do Sistema Solar.

Também trabalhou com Lavoisier, com quem estudou o calor e a combustão de diversas substâncias.

Terá sido, talvez, como matemático que mais se tenha distinguido, sendo considerado o fundador da moderna teoria das probabilidades.

Laplace é conhecido principalmente por seu trabalho sobre as equações diferenciais, e a Equação de Laplace.

“Seus principais resultados foram em Teoria das Probabilidades, publicando uma obra admirável que é a "Teoria Analítica das Probabilidades" em 1812, onde mostra ter conhecimentos avançados de Análise”.

“Em "Ensaio filosófico das probabilidades" escreveu que "no fundo a Teoria das probabilidades é apenas o senso comum expresso em números".

Em "Exposição do Sistema do Mundo", de 1796, e em "Mecânica Celeste", de 1799, apresentou sua hipótese de que o sistema solar se originou de um gás incandescente girando em torno de um eixo que, ao esfriar, se contraiu causando rotação cada vez mais rápida até que da camada externa se desprenderam sucessivos anéis que formaram os planetas. O centro restante da massa de gás, em rotação, constituiu o sol. Esta publicação marcou o auge da teoria de Newton, explicando todas as perturbações do sistema solar, sua estabilidade e seu movimento que é secular, não lhe parecendo mais necessário admitir a intervenção divina em certas ocasiões.

Para Laplace a natureza era a essência e a Matemática apenas uma colecção de instrumentos, que ele sabia manejar com muita habilidade sempre mantendo um sentimento de honestidade intelectual com as Ciências.” (Gelson Iezzi, Atual Editora – apud site brasileiro TERRA)

Razão tinha Stendhal no seu especial apreço pelas matemáticas por não admitirem, afirmava, “a hipocrisia nem a falta de objectividade”!

«Laplace foi o mais influente dentre os cientistas franceses em toda a história. Sua reputação o tornou célebre e imortal, ficando conhecido como o " Newton francês "» (Fábio Andreotti, site da Faculdade de Engenharia Mecânica, da Universidade Estadual de Campinas, S. Paulo, Brasil)



Fonte WIKIPÉDIA

Foi há 197 anos, na QA 28.03.1810, [está para breve o seu bicentenário]: nasceu, o escritor, historiador e político liberal Alexandre Herculano. D. Maria I (26º) ainda era viva. Mas incapaz. Donde que decorresse a regência de seu filho, o príncipe herdeiro, D. João, futuro D. João VI. No Vaticano pontificava Pio VII (251º).

"O que seria do mundo sem a mulher.

Dai às paixões todo o ardor que puderes,

aos prazeres mil vezes intensidade,

aos sentidos a máxima energia

e convertereis o mundo em paraíso,

mas tirai dele a mulher,

e o mundo será um ermo melancólico,

os deleites serão apenas prelúdio do tédio."

(Alexandre Herculano)

[Uma perspectiva que talvez não corresponda, hoje, aos únicos e melhores anseios da mulher, em geral]

ALEXANDRE HERCULANO DE CARVALHO e ARAÚJO nasceu em Lisboa, na Rua de São Bento, ao Pátio Gil (hoje inexistente), e foi, com Almeida Garrett, um dos introdutores do romantismo em Portugal.

Foi deputado, por um dos círculos do Porto, em 1840, vereador e depois presidente da câmara de Belém em 1852, na breve existência desta autarquia, a que então pertenceu Benfica, vg. Foi mesmo o seu último presidente.

A regeneração (1851)

movimento iniciado por um golpe militar

liderado pelo duque de Saldanha em 1851

e que viria a marcar toda a segunda metade do século XIX em Portugal.

Tendo em Alexandre Herculano um dos inspiradores ideológicos,

a regeneração pretendeu inaugurar uma nova era de estabilidade política,

económica e social para o país,

depois de 30 conturbados anos de afirmação do liberalismo.

Politicamente, a regeneração caracterizou-se pela alternância entre partidos liberais situados no centro-esquerda e no centro-direita, respectivamente, os históricos, depois refundidos no Partido Progressista (1876),

e os regeneradores.

(Fonte: BU da Texto Editores)

levou-o a uma breve passagem pelo governo, ligando-se sobretudo a projectos de reforma social.

Refugiado, em 1867, na sua quinta de Vale-de-Lobos, Santarém, aí viria a falecer dez anos depois aos 13.09.1877.

Ver, para mais completa informação biobibliográfica, no site da BU da Texto Editores, desta feita com acesso a qualquer cibernauta.




Fonte WIKIPÉDIA

Pintura representando um "Auto de fé" da
Inquisição Espanhola. Visões artísticas sobre o tema
geralmente apresentam cenas de tortura e de pessoas
queimando na fogueira durante os rituais.
(Legenda da imagem, ainda da mesma fonte)


“Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Onde há gente no mundo?

Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)

Já lá vai mais de século e meio. Estão decorridos 151 anos (28.03.1856), foi numa SX: é realizada a última execução pública em Inglaterra. Em Inglaterra decorria o reinado da rainha Vitória (que duraria 63 anos!). Em Portugal reinava D. Pedro V (31º). No Vaticano pontificava o papa Pio IX (255º).

“Na Inglaterra, a forma de execução para os condenados por alta traição era terrível. Blackstone descreve assim o suplício: “o condenado era arrastado ao patíbulo, seus intestinos eram arrancados e queimados diante dele. Depois então cortava-se a sua cabeça, era ele esquartejado, e os pedaços do seu corpo expostos onde o Rei ordenasse”. Em 1803, vamos encontrar esta forma de execução no caso do coronel Despard, que antes de ser suspenso na forca teve suas entranhas arrancadas e queimadas. Desta forma encerra-se no terreno do estudo da pena capital o longo e tenebroso período em que era imposta, mais com o propósito de fazer sofrer que com ânimo de fazer morrer.”

É oportuno e interessante ver No site da Amnistia Internacional, uma relação dos países “Retencionistas” e “Abolicionistas”.

Também não deixa de ser curioso passar em revista os “mimos” que eram os

Métodos de execução usados através dos tempos em todo o mundo

Métodos de execução usados através dos tempos em todo o mundo

Afogamento: o condenado é afogado.

Apedrejamento (ou lapidação): lançam-se pedras sobre o condenado, até à sua morte. (Prática ainda mantida pela lei islâmica [Sharia])

Veja, pelo menos as imagens e legendas. AQUI.

E mais ainda

Na memória de muitos está Amina Lawal Kurami , uma nigeriana de 30 anos, divorciada e mãe de 3 filhos que foi condenada à morte por lapidação por ter engravidado após se ter divorciado. Segundo o código penal da lei Sharia , uma gravidez fora do casamento constitui prova evidente de adultério.

Felizmente para Amina , a intervenção da Amnistia Internacional e de outras entidades permitiram que fosse absolvida, permitindo que os seus filhos continuem a ter todo o carinho e amor que só a mãe lhes pode dar.

Arrancamento: os quatro membros são arrancados do corpo.

Cadeira eléctrica: o condenado é imobilizado numa cadeira, sofrendo depois tensões eléctricas de 20.000 volts.

foto WIKIPÉDIA

A primeira cadeira eléctrica,
utilizada para executar
William Kemmler em 1890


Câmara de Gás: o condenado é colocada numa câmara, no qual se liberta um gás mortífero.

Decapitação: a cabeça é decepada.


decapitação

Degola: corta-se a garganta ao condenado.

Empalação: um pau pontiagudo penetra pelo orifício anal do condenado, até à boca, peito ou costas.

Forca: a vítima é pendurada por uma corda à volta do pescoço, cuja pressão provoca asfixia.

WIKIPÉDIAenforcamento
Pintura de Pisanello (1436 - 1438)


Enfossamento: o condenado é lançado para um buraco e tapado com terra.

Esfolamento: mata-se a vítima tirando-lhe a pele.

esfolamento

Esmagamento: o corpo é total ou parcialmente sujeito a uma forte pressão, quebrando os ossos e esmagando órgãos.

Flechas: arqueiros atingem o condenado com flechas.

Fogueira: o condenado é queimado vivo.

Como todos estão recordados, foi o método preferido pela “Santa” Inquisição.

Fuzilamento: um pelotão dispara sobre o condenado.

Inanição: o condenado é deixado, de alguma forma, ao abandono e sem alimentos.


método da inanição

Injecção letal: administra-se no condenado uma mistura fatal de produtos químicos, por via intravenosa.

Perfuração do ventre: consiste em furar o ventre.

Precipitação: o corpo é lançado de um monte.

Retalhamento: cortam-se partes do corpo do condenado, até o matar.

Roda: depois de atado a uma roda, o condenado é vítima de golpes.

Vergastação: o condenado é chicoteado até à morte.

A brutalidade dos métodos é de suspender a respiração, mas creio que bem pior e mais repugnante é, muitas vezes, o motivo da aplicação destas blandícias, designadamente na avaliação dos aplicadores do método do churrasco da “Santa” Inquisição.

(E ainda se faz correr muita tinta com a trágica morte, recentemente, de uma imigrante ucraniana por uns cães assassinos – está-lhes nos genes, mas também são treinados para isso -, a celebrada raça rottweiler...)

Tudo, afinal, ANIMAIS!

Os últimos, irracionais... Tudo explicado.

Os que os treinam e os não açaimam... Esses, obviamente (e perversamente), racionais. Só um terrível e danado cérebro humano é capaz de maquinar, em horrendas lucubrações, tais processos. Embora de instinto mais animalesco que os pobres canídeos. Claro que me refiro também à lista de mimos acima transcrita.

Todos sabemos que estes (últimos) ANIMAIS não se deixam açaimar com facilidade.

Acontece que a natureza é particular e infelizmente benigna, relativamente a alguns deles, deixando-os adormecer calmamente para o sono infinito. Alguns outros, porém, têm a morte macaca que – bem vistas as coisas – merecem...

Bem poucos, estes.

(Estou consciente de uma certa perversidade que envolve este meu juízo. E estou a ouvir aí umas vozes... Lembrando-me a história do feitiço e do feiticeiro...

Mas é que eu falo em termos de objectividade. Só.

[Agora oiço o coro dos filósofos... E lá estão, entre outros, o JRCosta, o JCMaia e o JMAPeneda... Censurando-me: “ó meu amigo... Objectividade, sujectividade???!!!... Não se meta nisso. Fale só do que conhece... E tal...” Mil perdões, a eles. Não sou pretencioso e aceito a crítica dos que sabem, daqueles que me podem ensinar alguma coisa.

Acontece é que a minha “filosofia” é um pouco mais superficial, na aparência, porque fabricada na ancestralidade...] Será que consegui fazer-me entender?

Inshallah!)





método da injecção letal

5 comentários:

aminhapele disse...

Para que a MEMÓRIA não nos doa:
Parece-me que falta,pelo menos,uma referência à brutalidade animalesca que,se bem me lembro,foi utilizada pela última vez em Espanha (75 ou 76,não estou certo):o GARROTE.

jlf disse...

Verdade que sim. E muitos mais mimos e afagos faltarão, dos muitos em que eram exímios e versados esses tiranetes todos.
“Garrote vil é uma forma de execução de condenados à morte. Consiste em aplicar um garrote ao pescoço da vítima, que era mantida imóvel amarrada a uma cadeira” - (Wiki).

Jorge P. Guedes disse...

Bolas, de todos estes métodos, aquele de que alguns não desgostariam de todo seria o do empalamento.
Estou a imaginar o PP a responder à pergunta: "E quer ser executado como?"

Agora a sério. Já tive ocasiâo de ver em algumas cidades museus da tortura. Ali vi maquinetas, da Idade Média na maioria, que me deram a certeza de que a imaginação do homem para infligir dor a outro ser é algo de inenarrável. Desde esticadores de ossos a artefactos para tortura em unhas ou nos órgãos genitais, vi de tudo e que nunca imaginei tivesse existido.
Livra!

Um abraço.

Anónimo disse...

O método por inanição na imagem vem com redundancias e tudo, já viste?

jlf disse...

O que jamais foi redundante, que atire a primeira pedra!

Será o anónimo a fazê-lo?

Como, se o mundo e a vida estão cheios de redundâncias?!

Até os aldrabões, os hipócritas, os fariseus e todos os mais desse jaez (Porra!... Tanta redundância) "sofrem" desse "mal"...
Sabe o anónimo que a redundância, por vezes, não é um defeito? Antes um estilo?

Serenamente seu
não-anónimo (?)
jlf

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