quarta-feira, fevereiro 21, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Sumário:

- Inauguração do Colégio das Artes, em Coimbra, há 459 anos

- A morte de Espinosa, há 330 anos

- Há 112 anos Alfred Dreyfus foi deportado

- A longa e sangrenta batalha de Verdum, durante a Grande Guerra de 1914-1918, entre a França e a Alemanha.

- O fim do protectorado britânico no Egipto, há 85 anos (breve nota)

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Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:

. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)

. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)

. ano 4703/4704 do calendário chinês

. ano 5767/5768 do calendário hebraico

DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2007 Ano Internacional da Heliofísica

Dia internacional da língua materna (UNESCO)

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Aspecto do edifício do Colégio das Artes. Criado em 1548, como parte da Universidade de Coimbra, foi dirigido por André de Gouveia, tendo grande importância na difusão do humanismo renascentista em Portugal

(Fonte da foto e da legenda: História Universal da Literatura Portuguesa ol – Enciclopédia Universal Multimédia On-Line/BU/Texto Editores)


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Na distante TR 21.02.1548, há 459 anos, é inaugurado o Colégio das Artes, em Coimbra, cuja fundação foi decidida em 1547.

Decorria o reinado de D. João III (15º), e era seu escrivão da puridade (cargo mais importante de todos os que trabalhavam mais próximos do rei – equivalente, de certo modo, ao primeiro-ministro de hoje) Pedro de Alcáçova Carneiro, conde das Idanhas.

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Pedro Carneiro, a propósito do “estabelecimento do tremendo tribunal da Inquisição” e “apesar da sua influência junto do monarca, nada podia contra o fanatismo de D. João III, que a esse respeito era intransigente” (apud Portugal - Dicionário Histórico ol; artigo transcrito por Manuel Amaral)

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Pontificava Paulo III (220º), numa época em que o papa ainda detinha um poder extraordinário sobre todo o mundo (civil) civilizado da época.

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1547 foi o ano em que

- foi instituído, em Portugal, o Tribunal Apostólico, ou Nunciatura, a pedido de D. João III (16JUL). [Nunciatura no sentido de missão diplomática do Vaticano (embaixada) só surge em finais do séc. XVII, em 1692, com o núncio apostólico Giorgio Cornaro (1658-1722)]

- ainda nesse ano, conseguiu o mesmo rei, e do mesmo papa, o estabelecimento definitivo da Inquisição no nosso país. (Também há tristes memórias!) (V/ destaque, acima)

- e foi o ano em que nasceu Miguel de Cervantes.

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1548 foi o ano em que

- nasceu (em Nola, perto de Nápoles) o dominicano Giordano Bruno (conhecido também como Nolano ou Bruno de Nola), teólogo e pensador italiano que enfrentou abertamente os credos e dogmas (“verdades indiscutíveis”) da igreja católica, pela qual viria a ser condenado, por heresia, à morte na fogueira, por Clemente VIII (231º), e a ser executado (17.02.1600, com cerca de 52 anos). “Bruno é considerado um pioneiro da filosofia moderna, tendo influenciado decisivamente o filósofo holandês Baruch de Espinoza e o pensador alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz” (WIKIPÉDIA).

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Em 1547, e “em virtude de se terem sido detectadas deficiências na preparação dos alunos na Universidade, resolve-se criar um colégio semelhante ao de Stª. Barbara, em Paris e ao de Guiana, em Bordéus, onde tradicionamente os estudantes portugueses iam estudar, dotando-o de um notável grupo de professores. Surge assim, o célebre Colégio das Artes ou Colégio Real das Artes e Humanidades de Coimbra, onde se ensinava as matérias básicas do ensino secundário da época: gramática, língua latina, portuguesa, grega, e elementos de história e geografia e matemática elementares. Seguiam-se os estudos de retórica e humanidades. No final vinham os estudos filosóficos”. (Transcrito de Carlos Fontes, site “Navegando na Educação”).

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“O Colégio das Artes foi construído (...) como parte integrante do conjunto jesuítico da Alta de Coimbra, a par do vizinho Colégio de Jesus. O novo complexo, de grandes dimensões, pretendeu estabelecer a influência da Companhia sobre a Universidade situando-se no ponto mais alto da colina universitária. O Colégio das Artes, dotado de igreja própria e sala de actos, hoje desaparecidas, albergava aulas para o ensino das Artes, preparatório dos estudos maiores das Faculdades. Em 1885 foi alvo de um projecto de remodelação e adaptação à nova função hospitalar, realizado pelo Prof. Costa Simões (...)” (Site “dARQ/Departamento de Arquitectura da FCTUC”).

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A primeira universidade portuguesa foi instituída em Lisboa, por diploma régio de D. Dinis (6º), com data de Leiria, 01.03.1290. É uma das mais antigas da Península Ibérica. A bula da sua confirmação papal é de 09.08 do mesmo ano, assinada em Orvieto por Nicolau IV (191º).

Foi transferida para Coimbra 18 anos mais tarde, pelo próprio D. Dinis, em 1308. Em Coimbra fica durante os 69 anos seguintes, até 1377, e neste ano volta a Lisboa até 1537 (160 anos), regressando, então, definitivamente a Coimbra nesse ano.

(A J Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, Parte I e II, Gradiva/Público, 1996, pg 119)

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A transferência para Coimbra logo em 1308, pelo fundador, deve-se ao facto de a cidade do Mondego ser, já então, uma cidade com velhas tradições escolares, pois aí funcionava desde há muito uma distinta e reconhecida escola de frades agostinianos, no mosteiro de Santa Cruz.

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Nota:

As Universidades de Lisboa e do Porto foram fundadas por decreto de 24.03.1911, do Governo Provisório da República, chefiado por Joaquim Teófilo Fernandes Braga.

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A Terra protegida por Júpiter e Juno (D. João III e D. Catarina) - G. Wezeler
(Fonte: Revista da Armada ol nº 357)





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Em 1537, no reinado de D. João III, dá-se a transferência definitiva da universidade para Coimbra e para o velho Paço da Alcáçova, acompanhada da reforma dos estudos e do ingresso de novos docentes, não só portugueses como estrangeiros. Data também desta altura a fundação de uma rede de colégios, muitos deles ligados às ordens religiosas, que tinham funções de pensionato, assistência e ensino, dos quais se encontram ainda alguns vestígios arquitectónicos na "Alta" e na Rua da Sofia. O mais importante destes colégios - com uma estrutura diferente de todos os outros - é o Colégio das Artes, que começou a funcionar em princípios de 1548. Em termos de orgânica pedagógica, ele significava um centro de ensino preparatório para a entrada nas faculdades, com funcionamento independente da Universidade, embora a ela acabasse por se ligar, e significava também que Portugal se colocava ao lado de outros países da Europa no campo do ensino das humanidades, pois o Colégio das Artes, delineado segundo os princípios do Humanismo Cristão, adquiriu algum relevo. André de Gouveia, que orientou colégios em Paris e Bordéus e que Montaigne haveria de elogiar, foi quem primeiro o dirigiu e nele leccionaram então mestres ilustres. Mas foi efémero o sentido renovador que a Universidade e o Colégio das Artes chegaram a alcançar. A Contra-Reforma, sentida em Portugal com particular ressonância, acabou por determinar uma viragem em direcção à defesa dos valores considerados "ortodoxos", atacando assim as tentativas de inovação. Desta forma, após ainda um momento brilhante no âmbito dos estudos teológico-filosóficos de sentido tomista, assinalado pela formação de um escol conhecido pelo nome de "conimbricenses" e, depois, durante o domínio filipino, pelo magistério de alguns espanhóis famosos, entre os quais se destaca o nome de Francisco Suárez, que aqui publicou alguns dos seus escritos mais notáveis, a Universidade de Coimbra, esgotadas as potencialidades escolásticas, vai entrar numa longa crise cultural. (Nota Histórica, Prof. Doutor Luís Reis Torgal, site da UC)

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No Colégio das Artes estudou, por exemplo, durante cinco anos (dos 14 aos 19, isto é, de 1548 a 1553), o padre jesuíta espanhol (canarino) José de Anchieta, fundador da cidade brasileira de São Paulo. (O motivo da escolha dos pais de Anchieta de mandarem o filho estudar para Portugal, e não para Espanha, deve-se ao facto de ser judaica a sua ascendência e ao maior rigor, então, da Inquisição na vizinha Espanha, do que entre nós).

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O Real Colégio das Artes é uma construção do século XVIII, muito rica em talha e azulejaria. Tal como o seu vizinho Colégio de São Jerónimo (do séc. XVI), foi objecto de muitas intervenções, já que neles se instalou o Hospital da Universidade. Do conjunto primitivo do Colégio das Artes, restam o claustro, com colunas originais, e a capela, com o tecto pintado a fresco, configurando elementos arquitectónicos.

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Refira-se, por último, o alvará de D. Maria I visando um especial regime censório para as aulas de Gramática, e de Humanidades do Colégio das Artes.

Recorde-se que em 5 de Abril de 1768 era criada a Real Mesa Censória, que D. Maria I extingue em 21 de Julho de 1787, substituindo-a pela Real Mesa da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros.

Depois, sim, temos o Alvará de 17 de janeiro de 1791, do seguinte teor:

"Eu a Rainha. Faço saber aos que este Alvará virem: Que sendo servida ampliar, e regular o Plano do Senhor Rei Dom José, Meu Senhor, e Pai, que Santa Glória haja; em quanto Mandou exceptuar da Jurisdição da Real Menza da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros as Aulas de Gramática, e de Humanidades do Colégio das Artes, e Cidade de Coimbra: Hei por bem declarar, que não só as referidas Aulas, mas as de todos os Primeiros Estudos da Comarca de Coimbra, sejam daqui em diante da Inspecção, e Provimento do Reformador Reitor da Universidade; que procederá a eles com os Exames, e Votos dos Professores do Colegio, e com os dos Lentes das outras Faculdades, que lhe parecer ouvir sobre a Criação, e Conservação das Cadeiras, que já houver, ou se pretender que haja no Districto. E Ordeno, e Quero que por este mesmo Alvará fique pertencendo à Arrecadação do Subsídio Literário da dita Comarca de Coimbra a Ordem do mesmo Reformador Reitor, e de seus Sucessores; para se empregar nos ditos Primeiros Estudos; principalmente nos que vão estabelecer-se no mesmo Colégio das Artes; que cederão em benefício, não só da Comarca, mas de todo o Reino; pela utilidade que aí poderão receber, aperfeiçando-se nas Primeiras Letras, os que vão a freqüentar as Ciências Maiores sem os Preparatórios, que não podiam ter nas suas naturalidades" -

(apud Portal UNICAMP/Universidade Estadual de Campinas/S. Paulo)




WIKIPÉDIA
Espinosa

Há 330 anos, a 21.02.1677, DM, morreu, aos 44 anos, em Haia, o filósofo holandês ESPINOSA.

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A (impropriamente dita) Holanda vivia, então, o seu século de ouro.

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(Impropriamente, já que,

das suas doze províncias,

apenas duas têm a designação de Holanda).

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Na sequência da Guerra dos 80 anos, ou Revolta Holandesa, de 1568 a 1648 (guerra de secessão), o território englobando aquilo que hoje se designa por Países Baixos tornou-se um país independente da Espanha, constituindo a primeira nação europeia a assumir uma forma de governo republicana. A República Holandesa tornou-se, assim, e por um curto período histórico, uma potência mundial com grande poder naval, e beneficiou de um crescimento económico, científico e cultural sem precedentes. Para esse desenvolvimento terá contribuído, de forma relevante, a comunidade portuguesa local, cujo principal foco de influência era a Sinagoga Portuguesa de Amsterdão.

Em Espanha reinava Carlos II, O Amaldiçoado, da dinastia de Habsburgo (Casa de Áustria).

Em Portugal, restaurada a independência há 36 anos, ainda era vivo D. Afonso VI (22º), mas já decorria a regência de seu irmão D. Pedro (respectivamente 2º e 3º filhos de D. João IV, dado que o príncipe herdeiro, o “brilhante” D. Teodósio, morreu precocemente, aos 19 anos). Recordo que D. Pedro II depôs o frágil irmão e “roubou-lhe” a mulher. Seja: sucedeu ao irmão no trono e na nupcial alcova.

No Vaticano pontificava Inocêncio XI (240º).

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Benedictus Espinosa, forma latinizada de Baruch de Spinoza, descendente de judeus portugueses, nasceu em Amsterdão aos 24.11.1632, uma QA.

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Foi a leitura das obras de Descartes que o conduziu à filosofia. Aliás foi um dos grandes racionalistas da filosofia moderna, juntamente com Descartes e Leibniz. Espinosa desenvolveu uma filosofia de concepção monista (tudo decorre de Deus).

No verão de 1656, foi excomungado da comunidade judaica pelas sua críticas à ortodoxia religiosa, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da natureza e do universo, e a Bíblia uma obra metafórico-alegórica usada para ensinar a natureza de Deus. Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade - "Deus sive Natura" ("Deus ou Natureza"). Negou, portanto, a concepção judaico-cristã de um Deus pessoal, mas “tinha a crença na existência de uma inteligência superior que se revela na harmonia e na beleza da natureza”.

Considerado o fundador do criticismo bíblico moderno, ganhou fama pelas suas posições do panteísmo e do monismo neutro, e ainda devido ao facto da sua Ética ter sido escrita “sob a forma de postulados e definições, como se fosse um tratado de geometria”.

Espinosa acreditava profundamente no determinismo. Para ele, o próprio comportamento humano era irremediavelmente determinado, não passando a liberdade de constituir a nossa capacidade de conhecer essa realidade e compreender o porquê das nossas acções e atitudes.

Além disso, a filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as emoções activas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas racionalmente e as outras as que não o são.

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Paralelamente, e no respeitante à paixão, vejamos como a analisava.

“Para Descartes e Kant, a razão é oposta às paixões enquanto razão universal, que pode dar ao Homem o estatuto de ser livre e autónomo. A paixão, é então, a perversão de uma ordem e está condenada como vício ou como doença da alma. Para Espinosa, o Homem pode controlar a sua paixão com o uso da razão, transformando a paixão num sentimento positivo. A sabedoria consiste em aproveitar as leis da paixão e dominar as paixões, que por vezes são o motor de conhecimento que levam à sabedoria. Pode-se então falar de boas paixões. Assim, transforma-se o que era passivo em activo através da compreensão da origem e formação das paixões”.

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Em vida, poucos livros publicou, uma vez que as reações públicas ao Tratado Teológico-Político não lhe eram favoráveis. Mas depois da sua morte surgiram a Ethica Ordine Geometrico Demonstrata, a sua obra principal, o Tractatus De Intellectus Emendatione (inacabado), o Tractatus Politicus (igualmente inacabado), o Compendium Grammatices Linguae Hebraeae e as Epistolae, colectânea da sua correspondência com filósofos e cientistas do seu tempo.

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O retrato de Espinosa foi impresso nas antigas notas de 1000 Florins, a moeda oficial dos Países Baixos até à introdução do Euro em 2002, o que atesta a sua importância e projecção como grande figura histórica do seu país.

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(Fontes: várias, preponderantemente as enciclopédias, sobretudo a Infopédia e a Wikipédia, ambas ol)

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Alfred Dreyfus

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Foi há 112 anos, na QI 21.02.1895: Alfred Dreyfus, oficial francês acusado injustamente de traição, é deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.

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Presidente da República Francesa era, então, Félix Faure e primeiro-ministro Alexandre Ribot.

Em Portugal reinava D. Carlos (33º) e era Presidente do Conselho de Ministros (primeiro mandato) Hintze Ribeiro, do partido Regenerador.

Leão XIII (256º) era o papa pontificante.

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“Alfred Dreyfus (Mulhouse, 9 de outubro de 1859 — Paris, 12 de julho de 1935) foi um capitão do exército francês de religião judaica. Injustamenente acusado e condenado por traição, depois anistiado e reabilitado, ele foi o centro de um grande conflito social e político da Terceira República francesa, que ficou conhecido como o caso Dreyfus”. [WIKI]

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Depois de em 05.01.1895, numa cerimónia humilhante, na parada da Escola Militar, lhe terem sido retirados os galões de oficial, na data que hoje se comemora a vítima do clamoroso erro judiciário é mandado para o degredo.

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Zola escreveu o seu famoso artigo J’ACCUSE (Acuso), com o subtítulo CARTA A FÉLIX FAURE, PRESIDENTE DA REPÚBLICA, publicado no jornal literário L'AURORE na QI 13JAN1898.

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Foto BUÉmile Zola, romancista francês e autor da carta “J'accuse”, em defesa do capitão Dreyfus, acusado de espionagem

“Oficial francês, [Alfred Dreyfus] nasceu no seio de uma família judia. Vítima de erro judicial, anti-semitismo e eliminação de provas, foi em 1894 acusado de traição militar. Ocupava então o cargo de funcionário do Ministério da Guerra. Depois de responder perante um tribunal marcial, foi encarcerado na colónia penal da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. Dois anos depois (em 1896) era descoberto o verdadeiro culpado (o major Esterhazy), ainda assim o alto comando tentou suprimir os factos, pela apresentação de documentos falsos por forma a reforçar a sua posição. A campanha pela revisão do processo foi liderada por Georges Clémenceau e EMILE ZOLA, que acerrimamente defenderam a sua inocência. O novo julgamento foi reconduzido em 1899, mas apesar de novamente considerado culpado, foi-lhe comutado o indulto e em 1906 é definitivamente reabilitado”. [BU/Texto Editores]




foto do site dw-world.de/ Deutsche Welle












Guerra de trincheiras custou a vida de milhares de soldados


Nessa distante SG, 21.02.1916, há 91 anos, começou um dos mais longos e sangrentos recontros da Grande Guerra 14-18 (I Guerra Mundial), a Batalha de Verdun, no nordeste da França, entre este país e a Alemanha.

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Em França decorria a Terceira República (desde 1870, com a deposição de Napoleão III) e o mandato presidencial de Raymond Poincaré.

Na Alemanha, reinava o último imperador, Guilherme II, sendo chanceler Theobald von Bethmann-Hollweg.

Em Portugal era PR Bernardino Machado, sendo o executivo liderado por Afonso Costa.

Bento XV (258º) era o papa reinante.

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A batalha prolongou-se até 19.12 do mesmo ano, fazendo cerca de 260 000 mortos entre os beligerantes. Por um lado, foi a mais longa batalha da Primeira Guerra Mundial, por outro foi a segunda mais sangrenta após a batalha do Somme, do mesmo conflito.

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A batalha do Somme foi uma ofensiva anglo-francesa contra os Alemães durante essa guerra, a mais violenta desse conflito e uma das mais brutais da História.

“A infantaria dos Aliados enfrentou um pesadelo de granadas, fogo de metralhadoras, arame farpado, lama, e em vinte dias de luta não conseguiu avançar mais do que 8 km”.

Nela morreram mais de 1 milhão de soldados e pela primeira vez foram usados tanques de guerra. (WIKI)

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Durante a batalha de Verdun começaram por confrontar-se, inicialmente, cerca de 30 000 franceses, comandados pelo MARECHAL Henri Philippe Benoni Omer Joseph PÉTAIN (1856-1951), contra uma força de cerca de 150 000 alemães, comandados pelo general Erich von Falkenhayn.

A batalha saldou-se numa enorme perda de vidas: mais de 360 mil soldados franceses mortos e mais de 330 mil alemães. Outra informação, porém, fala em aproximadamente um milhão de soldados vítimas mortais da guerra durente esses 11 meses.

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O Marechal Pétain,

foi considerado um herói pelos seus feitos na Primeira Guerra Mundial,

mas foi julgado traidor por seus actos na Segunda Grande Guerra,

quando liderou um governo fantoche instalado em França

pelos nazis

durante a Ocupação

(Régime de Vichy, de 1940 a 1944).

Pétain foi, por isso, sentenciado à pena de morte,

mas a pena foi comutada em prisão domiciliar perpétua,

pelo general Charles de Gaulle. (WIKI)

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Foi na TR 21.02.1922, há 85 anos: termina o protectorado britânico no Egipto.

No Reino Unido reinava Jorge V, da dinastia de Windsor, avô de Isabel II.

Em Portugal era chefe de Estado António José de Almeida e ao governa da República presidia António Maria da Silva, do partido Democrático.

Nesse mês, a Bento XV sucedeu, na cadeira de Pedro, em Roma, o papa Pio XI (259º).

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Os séculos XVIII e XIX foram a época das grandes transformações, da grande abertura.

O século XX, o do termo do processo das grandes emancipações territoriais, do desmantelamento dos impérios coloniais, do surgimento de novos países (“alguns, bem antigas nações, ainda que outros um mosaico de tribus, uma babilónia de dialectos, uma confusão de costumes e tradições – mas com muitos laços comuns”).

O século XXI parece perfilar-se como - depois do domínio do Ocidente, durante séculos a fio - o século do continente asiático. E da super-tecnologia.

Virá o séc. XXII a ser o século do ainda adormecido – aqui e colá, mal emergente – continente africano?

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