terça-feira, janeiro 17, 2012

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Como sempre, recordo:

Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.

DECORRE O 12º ANO DO 3º MILÉNIO
ESTAMOS NA TERÇA-FEIRA DIA 17 DE JANEIRO DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4708-4709 do calendário chinês
Ano 5772-5773 do calendário hebraico
Ano 1433-1434 da Hégira (calendário islâmico)
Ano 1461 do calendário arménio
Ano 1390-1391 do calendário Persa
e relativamente aos calendários hindus:
- Ano 2067-2068 do calendário Vikram Samvat
- Ano 1934-1935 do calendário Shaka Samvat
- Ano 5113-5114 do calendário Kali Yuga

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado
2012 é o
ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES
ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS
ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR
ANO INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS

"In this world nothing can be said to be certain
except death and taxes"
("Neste mundo nada pode ser dado como certo,
salvo a morte e os impostos")
Benjamin Franklin (correspondência privada)



Benjamin Franklin

Passam hoje 306 anos – foi no DM 17 de Janeiro de 1706 – que nasceu, em Boston, a multifacetada figura de Benjamin Franklin: cientista autodidacta, filósofo, político e diplomata, estadista, jornalista, editor e figura chave da independência dos EUA, o único que deixou a sua assinatura nos quatro documentos fundamentais da História do país: a Declaração de Independência, o Tratado de Aliança com a França, o Acordo de Paz com a Inglaterra e a Constituição. Além de que a sua memória ficou para sempre perpetuada com a sua efígie nas notas de 100 dólares.


Quando B Franklin nasceu (1706) já estava entrado o séc. XVIII, o século da declaração de Independência dos Estados Unidos (1776): aumentava, então, a efervescência provocada pela acção cada vez mais penalizadora do colonizador assim como a crescente identidade das treze colónias do Império Britânico localizadas ao longo da costa atlântica do país, como um todo político, o que tudo conduziria, setenta anos depois, à declaração de independência de 4 de Julho de 1776, depois de os estados rebeldes terem derrotado a Grã-Bretanha na Guerra Revolucionária Americana, a primeira guerra colonial da Idade Contemporânea bem sucedida.

Isto quando reinava o 55º monarca de Inglaterra, Ana, também Ana I da Escócia, filha de Jaime II que fora removido dos tronos de Inglaterra, Escócia e País de Gales, pela chamada Revolução Gloriosa e neles substituído por sua filha, Maria II, e pelo genro, o nobre holandês Guilherme de Orange

Revolução Gloriosa: revolução quase pacífica, no Reino Unido, em 1688-1689, em que se deu aquela substituição nos tronos de Inglaterra, da Escócia e do País de Gales

Ana, a última rainha da Casa Stuart, sucedeu ao cunhado, Guilherme III ou Guilherme de Orange, viúvo de sua irmã mais velha Maria II.

Em França reinava o 46º monarca do país, da dinastia de Bourbon, Luís XIV, o Rei-Sol (também Luís IV de Navarra), desde cuja infância teve como primeiro-ministro, nomeado pela rainha regente, Ana de Áustria, o cardeal Mazarino, até à morte deste em 1661. Este sucedeu ao Cardeal Richelieu, seu mentor, que exerceu o mesmo cargo com o pai de Luís XIV, Luís XIII.

Em Espanha reinava Filipe V, igualmente da Dinastia de Bourbon.

Na Alemanha (Germânia) reinava o imperador José I.

Rei da Prússia era Frederico I (que fez a separação completa entre a Polónia e a Prússia).

Em Portugal reinava o secundogénito de João IV (20º), D. Pedro II (23º), pai de D. João V e irmão de D. Afonso VI, a quem traiu e ao qual sucedeu, em vida, no trono e na nupcial alcova.

No Vaticano pontificava Clemente XI (243º) que, por bulas de 1710, 1716 e 1718 concedeu à catedral de Lisboa, ao seu bispo, auxiliares e cabido, extraordinárias mercês e dignidades, convertendo o patriarcado de Lisboa numa “miniatura da corte pontifícia” (cfr Padre Miguel de Oliveira, História Eclesiástica de Portugal (2ª ed, 1948), pg 308)


No dia 17 de Janeiro de 2006, há seis anos atrás, várias cidades dos Estados Unidos celebraram o tricentenário do nascimento de Benjamin Franklin.
Em Filadélfia, na Pensilvânia, na noite dessa data “foram acesas 300 velas por 300 personalidades representativas das diferentes facetas da personalidade de Benjamin Franklin e da sua intervenção nas áreas política, jornalística, cívica, cultural, filantrópica e científica” – Lê-se num site de Maria Benedita Tribolet Abreu.

Tratou-se de uma celebração de vasto e diversificado programa que ia de exposições, conferências e concertos a documentários, reconstituições históricas e espectáculos, tudo em memória do exemplo e da herança dessa ímpar e paradigmática personagem do self-made man americano.

Nessa mesma Terça-feira de há seis anos, o Público, pela pena da sua correspondente em Washington, Rita Siza, referia tais comemorações, em texto intitulado: «Benjamin Franklin – América celebra o seu génio», onde o apontava como «uma das figuras primordiais da luta pela independência dos Estados Unidos e uma das personalidades mais fascinantes do século XVIII».
E a jornalista frisa que, tendo B Franklin tido a importância histórica que teve para os EUA, tal se torna tanto mais impressionante quanto é certo tratar-se de uma bem especial época da História do país e, sobretudo, as suas origens: sem riqueza, herança ou posição social, já que terá sido um dos mais novos filhos de uma longa prole de seu pai, um pequeno e modesto comerciante de Boston, em dois casamentos (uns falam num total de 17 filhos, outros em 20).
Benjamin, não obstante, «deixou uma importante herança histórica que transcende a sua actividade política e se estende pelos domínios da ciência, educação, jornalismo empreendedorismo e filantropia», sublinha Rita Siza, que, a propósito, cita o historiador Walter Isaacson, autor de Benjamin Franklin, An American Life, e também um dos consultores do documentário do History Channel Ben Franklin, que comentou: considerado «o paradigma do self-made man», «Benjamin Franklin é o único pai fundador [da América] com quem toda a gente se pode identificar. É uma espécie de patrono das pessoas comuns. Ao mesmo tempo, é o grande génio norte-americano".

«A sua longa vida pública e os seus prolíferos escritos revelam um labirinto de diferentes personalidades. Franklin era mestre em mascarar-se; ele entendia a vida norte-americana como um grande baile de máscaras», refere Michael Zuckerman, professor de História da Universidade da Pensilvânia, também ele citado pela jornalista.

Raras serão as áreas em que B Franklin não tenha tido intervenção: ele foi jornalista, editor, autor, estadista, filantropo, funcionário público, filósofo, cartógrafo (estudou as correntes oceânicas, especialmente as do Golfo que mandou cartografar), cientista (designadamente na área da física – a estática -, da electricidade, da sismologia e da meteorologia, desenvolvendo também estudos relativos à navegação marítima), diplomata e inventor. Mas foi como cientista e estadista que o seu génio mais se salientou.

O seu espírito empreendedor desenvolveu-se em campos tão diversos como: abriu uma livraria (onde passava horas esquecidas a ler), fundou o primeiro hospital da Pensilvânia e do país, assim como a Universidade da Pensilvânia, erigiu a primeira biblioteca pública norte-americana (juntamente com outros maçons, em 1731) e instituiu o seu primeiro colégio não confessional (embora Benjamin fosse calvinista) além de ter criado o primeiro corpo de bombeiros dos EU, o primeiro jornal nacional, a American Philosophical Society (a primeira associação da América) e de ter lançado a primeira companhia de seguros.

Em 1743, Franklin fundou a Sociedade Filosófica Americana em 1743.
Nessa época a Filosofia abarcava as Ciências Naturais, daí que ele tenha estipulado que,
entre os membros da associação,
existisse sempre um Botânico, um Químico, um Matemático, um Geógrafo e um Físico.
Na prática, esta associação foi uma Academia Nacional de Ciências e, no decorrer dos tempos, muitos dos seus membros foram galardoados com o Prémio Nobel.

No seu desempenho de serviço público, uma das suas mais relevantes acções consistiu na reforma do serviço postal. Daí que, em 1771, aos 65 anos, Franklin se tenha tornado o primeiro Postmaster General (ministro dos correios) dos Estados Unidos.
E pouco mais tarde, enquanto estadista e diplomata redigiu com Jefferson e John Adams o Manifesto da Declaração de Independência dos E.U.A. em 1776, deu o impulso à Sociedade Abolicionista e foi mesmo o primeiro diplomata norte-americano, tendo servido como embaixador do seu país em França, durante nove anos – desde a Independência, em 1776, até 1785 – onde frequentara a corte de Luís XVI, e também na Rússia.



A corte parisiense

Em França foi tão popular e apreciado que várias figuras públicas lhe devotaram manifestas atenções, como Robespierre que lhe dedicou a sua primeira peça. Aliás, a sua popularidade, aí, foi tal que se tornou chique para famílias ricas francesas decorar os seus salões com um quadro dele. E mais: quando chamado a regressar aos Estados Unidos, em 1785, o rei Luís XVI (o que viria a ser guilhotinado pela Revolução Francesa) distinguiu-o com a encomenda de um retrato pintado por Joseph Siffred Duplessis, hoje exposto na Galeria do Retrato Nacional, do Instituto Smithsonian, em Washington.

Pode parecer estranho que Benjamim não se tivesse interessado pelo povo francês, visto que ele sempre advogara as causas dos comuns e se tivesse rodeado das classes altas e dos intelectuais franceses. Mas não é assim tão estranho, se nos lembrarmos que o seu objectivo primário era obter a ajuda da França para os Estados Unidos e não há dúvida que a América não teria ganho a Guerra da Revolução sem a ajuda financeira e militar da França e o único responsável por isso foi indiscutivelmente Benjamim Franklin.
Foi em grande parte devido à sua popularidade que o governo francês assinou o Tratado da Aliança em 1778 (que mudou a natureza da guerra, apesar de ter dado uma ajuda apenas modesta) e o Tratado de Paris (também referido como Tratado de Versalhes) em 1783, que reconheceu a paz e a independência dos Estados Unidos, constituídos pelas treze colónias britânicas da Costa Leste.

A Guerra da Independência dos Estados Unidos da América (1775-1783), também conhecida como Guerra Revolucionária Americana, começou após a assinatura do Tratado de Paris que, em 1763, pôs fim à Guerra dos Sete Anos (guerra entre britânicos e franceses por mor dos territórios situados a ocidente das 13 colónias da costa Atlântica). No final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra e as treze colónias (Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Hampshire, Nova Jérsei, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia) começaram a ter cada vez mais frequentes e mais acentuados conflitos com a coroa britânica, já que, devido aos enormes gastos com a guerra, o erário público do colonizador inicia uma maior exploração e maiores penalizações fiscais sobre essas áreas.

Franklin viveu em França nove anos, e foi substituído como embaixador por Thomas Jefferson (tal como B Franklin um dos "Pais Fundadores" da nação, principal autor da declaração de independência e o terceiro presidente dos Estados Unidos, de 1801 a 1809) que escreveu sobre o biografado: "Quando ele deixou Passy, onde vivia, parecia que a terra tinha perdido o seu patriarca".

Os seus inventos foram os mais diversos e estenderam-se a vários domínios: Entre outras peças, inventou um forno de aquecimento doméstico, barbatanas, lentes bifocais, um conta-quilómetros, um instrumento musical chamado " glass harmonica" (harmónica de vidro) e um cateter (sonda) flexível.
Curiosamente, como argumenta o documentário do History Channel, “a maior invenção de Franklin foi ele próprio. Numa altura em que, mais do que tudo, o destino se definia à nascença, ele foi-se reinventando, ultrapassando as suas origens pobres de Boston e tornando-se num dos homens mais ricos de Filadélfia.”

Como cientista, iniciou os seus estudos sobre a electricidade em 1746, tendo realizado descobertas que o tornaram um dos cientistas mais importantes da Idade Moderna. O seu livro Experiments and Observations on Electricity Carried Out at Philadelphia, publicado em Londres em 1751, foi traduzido em várias línguas.



A descoberta do pára-raios

Mas, voltando aos seus inventos, a sua principal invenção foi a do pára-raios, em 15.06.1752, para proteger os edifícios e os barcos dos perigos das descargas eléctricas durante as trovoadas: usando um papagaio e um fio de ferro, demonstrou que os raios, numa tempestade, são um fenómeno de natureza eléctrica.
Dos seus estudos nesta área ficámos-lhe a dever expressões como bateria, carga eléctrica, condensador e condutor.

Aquela sua obra (Experiments and Observations on Electricity…) e esta invenção (pára-raios) valeram-lhe a medalha Copley, um prémio no domínio das ciências, atribuído pela Royal Society.

Trata-se de uma das dez medalhas concedidas pela Royal Society
ou The Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge (Sociedade Real de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza),
uma instituição destinada à promoção do conhecimento científico, fundada em 28 de Novembro de 1660. Algumas são anuais, outras concedidas em diferentes intervalos, conforme os termos de atribuição.
A Medalha Copley alterna entre as ciências físicas e as ciências da vida.
Os laureados são eleitos pelos sócios da Royal Society.
É a medalha de maior prestígio atribuída pela Royal Society e, também, a mais antiga.
Foi concedida pela primeira vez em 1731.
A medalha foi criada após uma doação de 100 libras à Sociedade Real, em 1709, por Godfrey Copley, um proprietário rural de Sprotbrough (Sul de Yorkshire), que foi eleito membro da sociedade em 1691.
B Franklin foi o 21º agraciado, em 1753,
por causa das suas experiências, observações e inventos no campo da electricidade.
Foram 260 os agraciados até 2011.
Em 2010 foram atribuídas duas medalhas em comemoração do 350º aniversário da Sociedade.
A Royal Society é equivalente à Académie des Sciences (Academia de Ciências) francesa,
fundada em 1666.
Tal como lhe corresponde a hoje designada Academia das Ciências de Lisboa,
que antes da República se denominava Academia Real das Ciências,
fundada em 24.12.1779, em pleno iluminismo, pela rainha D. Maria I.

Franklin abandonou a escola, depois de a ter frequentado por pouco mais de um ano, por falta de recursos e para ajudar o pai no seu pequeno negócio de velas e sabonetes. Assim, foi sozinho que aprendeu Ciências, Filosofia e Línguas, revelando capacidades prodigiosas.
Mais tarde, depois de ter feito o aprendizado do ofício de tipógrafo como empregado de um dos seus muitos irmãos, ainda em Boston – a quem não ficou a dever provas de amizade – decidiu fugir, embarcando num barco para Nova Iorque, donde atravessou, a pé, New Jersey, e onde, por sua vez, embarcou de novo, mas para Filadélfia (Pensilvânia), onde chegou em 1723, aos 17 anos, sem um cêntimo e em péssimas condições de saúde e asseio, acabando por ser recolhido pela família da que viria a ser sua mulher.

Aí acabou por iniciar o seu negócio de tipografia, e com êxito, acabando por fundar e publicar o periódico The Pennsylvania Gazette.

Ao The Pennsylvania Gazette acabaria por suceder a Saturday Evening Post,
uma revista semanal publicada nos Estados Unidos, a partir de 1897,
pela Curtis Publishing Company, sucessora do jornal fundado em 1728 por Benjamin Franklin.
A primeira edição da revista foi publicada já passavam mais de 30 anos após o falecimento de Franklin

Aos 42 anos, em 1748, B Franklin vendeu o seu negócio, tornando-se num dos homens mais ricos e influentes da sua cidade adoptiva.
Consequentemente, além de poder passar a dispor de mais tempo para os seus estudos, foi também então que decidiu ter chegado o momento de promover o desenvolvimento da sua comunidade. A sua actividade cívica teve tanto de filantrópica como de política: foi o promotor da pavimentação, iluminação e limpeza das ruas de Filadélfia, além de ter servido em vários cargos públicos e ter desenvolvido várias actividades filantrópicas com a fundação das já aludidas instituições.

“A partir de 1750 começou a interessar-se mais pela política. Em 1757 foi para Inglaterra representar a Pennsylvania na luta contra os descendentes da família Penn, sobre quem deveria representar a Colónia. Permaneceu em Inglaterra até 1775, como representante não só da Pennsylvania mas também da Georgia, New Jersey e Massachusetts” – esclarece, de novo, Maria Benedita Tribolet Abreu, num texto seu na Net.

E foi então que, no seu regresso a Filadélfia, em 1775, Ben foi eleito membro do congresso continental e assistiu à redacção da Declaração da Independência Americana de 1776. Para, no final do ano imediato, regressar a Paris como emissário dos Estados Unidos, aí permanecendo até 1785 como embaixador do seu país.

«Como delegado da Pensilvânia no Congresso de Albany, foi o primeiro a propor a união de todas as colónias, antecipando o movimento revolucionário que daria origem à independência.»

O Congresso de Albany foi convocado na sequência da Guerra Franco-indígena,
que ocorria em 1754.
Essa guerra deu-se devido aos conflitos entre Inglaterra e França
que disputavam terras a ocidente do território norte-americano.
O Congresso de Albany ocorreu na cidade do mesmo nome (estado de Nova Iorque).
Nesse Congresso, Benjamin Franklin, um dos representantes das colónias, sugeriu o Plano da União das Colónias para expulsar os franceses e defender os índios.
Entretanto, a ideia foi rejeitada tanto pelas legislaturas coloniais impostas pelo rei Jorge II da Inglaterra, como pelas próprias colónias (que viviam, então, isoladas umas das outras).

Os povos indígenas, provavelmente de origem asiática, os ameríndios (não índios, como os espanhóis erradamente os designaam, por influência de C Colombo que pensava ter chegado à Índia), habitam o que é hoje o território dos Estados Unidos desde há muitos milhares de anos.

Nesses idos, longínquos milénios atrás, a Ásia e a América estavam muito provavelmente unidos por terra firme no ponto onde hoje se situa o estreito de Bering ligando o Alasca à Rússia, o que facilitava tais migrações.
O Estreito de Bering é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo oriental do continente asiático e o Cabo Príncipe de Gales, o extremo ocidental do continente americano, com cerca de 85 km de largura e uma profundidade de, apenas, 30–50 m.

Apesar de o plano não ter sido adoptado no Congresso, mais tarde algumas das suas disposições viriam a ser contempladas nos articulados da confederação e da Constituição Americana.




Declaração de Independência dos Estados Unidos da América

«Mais tarde, esteve à frente de todos os fóruns congressionais que culminaram com a Declaração da Independência e a redacção da Constituição. Apesar de ser um dos líderes da revolução, Franklin foi sempre um diplomata e homem de consensos, preferindo acordos, alianças e tratados (políticos e económicos) à insubordinação militar e à guerra. Negociou intensamente com os ingleses e os franceses, a quem pediu apoio para a independência. Tornou-se um herói em França, onde viveu vários anos como embaixador dos EUA - personificava "o homem iluminado de Voltaire e o bom selvagem de Rousseau"» - relata ainda aquela correspondente do Público em Washington.
A independência foi ratificada no Congresso Continental em 4 de Julho de 1776, considerado o dia da independência dos Estados Unidos.

Após seu retorno da França em 1785, aos 79 anos, e embora doente, Franklin dedicou-se (ao abolicionismo) à abolição da escravatura e do comércio de escravos, tendo-se tornado presidente da sociedade que visava a esse fim e a libertação dos negros ilegalmente retidos em cativeiro.
Aliás, um dos seus últimos actos públicos foi escrever o tratado da abolição da escravatura em 1789. Mas esta só se tornaria efectiva em 31.01.1865.

«Benjamin Franklin foi muitas coisas na vida, mas a forma de pensar de cientista influenciou decisivamente a sua acção. (...) O físico Neal Lane, que foi conselheiro para a ciência de Bill Clinton, diz mesmo que ele é um exemplo do "cientista cívico". "Um cientista cívico é alguém que usa os seus conhecimentos científicos para influenciar a política e informar os cidadãos", explicou Lane, na revista Physics Today de Outubro de 2003» - como noutro artigo, também no Público e na mesma data, nos dá conta Clara Barata.

Benjamin Franklin morreu no SB 17 de Abril de 1790, com 84 anos e foi enterrado ao lado da sua mulher que tinha falecido 25 anos antes.
O seu funeral foi acompanhado por 20.000 pessoas, desde membros do executivo a juízes, políticos e membros das sociedades e companhias por ele criadas - seguros, hospitais, tipografias, livrarias, bombeiros, etc.

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