Ao fim e ao cabo, como diria o sr Rodriguez, “no pasa nada”.
Ao contrário do que previam os seguidores de maquinações cabalísticas e espiritas, o evento único e irrepetível que era a passagem do dia 06 de Junho de 2006, deixou-nos a todos na mesma.
Não sei se houve alguma micro diferença nos movimentos de rotação e translação do planeta que habitamos. Mas que se desse por isso, tudo continuou, como se de outro qualquer dia se tratasse.
É que esse seria o dia do diabo, aquele em que ocorreriam terríveis desastres na Terra, e porventura o fim do mundo.
Explicando melhor, da tese e das premonições desses iluminados espíritos, constava que o "número da besta", como dizem ser designado o número 666 no último capítulo da Bíblia (que corresponde exactamente à referida data na sua sintética expressão – 06.06.06, ou ainda mais resumidamente: 6.6.6) era o prenúncio de todas as desgraças.
É que o 666 é o número bíblico do demónio, é o satânico sinal de todos os males que iriam desabar sobre o terráqueo globo. Do fim do mesmo, até.
Mas dos anunciados cataclismos, nenhum aconteceu. Nem o Mundo se eclipsou. E, ao contrário do preconizado, ele prossegue feliz sob a batuta dos seus governantes – marionetes de bushes, de ahmadinejades, de osamabinládenes - tudo rapazes que só se preocupam com o progresso, o bem estar e o melhor entendimento da humanidade.
Aliás, quando essas mentes brilhantes, desses ocultos, secretos e indecifráveis saberes, referem a irrepetibilidade da data e sua correspondência ao “número da besta”, estão basto equivocadas, a menos que queiram aludir a uma irrepetibilidade em cada centúria, dado que em todos os séculos existe um 06.06.06…
Mas a verdade é que, em todo o mundo, houve, por parte dos seguidores de tais doutrinas, um estado de alerta e uma condizente postura. Até na avançada Holanda uma organização evangélica protestante apelou aos seus fieis que rezassem durante 24 horas a fim de "conjurar as forças satânicas activas neste dia diabólico". E assim por diante.
Estranho e louco mundo este que habitamos!
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