sábado, junho 10, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia de Portugal, de Camões e das comunidades. (*)

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(*) Durante os anos da ditadura e do Estado Novo, comemorava-se, nesta data, o “DIA DA RAÇA”. À boa maneira nazi, claro.

Quanto menos credível for um Estado, mais necessidade tem de se empenhar na auto propaganda, tal como um empresário promove uma nova marca carros, novos produtos de beleza ou latas de salsichas que surgem, pela primeira vez, no mercado.

A Ditadura, primeiro, o Estado Novo, depois, não descuraram a sólida construção dos três pilares em que o seu edifício ia assentar: a propaganda, a censura e a polícia política. (Polícia política que, exactamente por razões de propaganda, ia mudando de nome, numa tentativa de disfarce, perante, sobretudo, o exterior, quanto aos seus verdadeiros objectivos).

Um dos meios que Salazar e os seus bonzos engendraram para melhor servir o seu marketing ideológico foi o de transformar o Dia de Camões no Dia da Raça.

O chauvinismo e o caudilhismo eram práticas comuns em tais regimes de matriz nazi ou fascista.

Se o regime nazi deixou transparecer absolutamente os seus fins eugenistas e racistas, esse fim não era tão transparente no regime salazarista. Mas analistas e investigadores há que sustentam que essas posições estavam lá, no ideário do Estado Novo. Mais, deixam entender que se o conceito de raça não foi levado mais longe pelo Estado Novo, nas suas colónias, foi devido a um grande défice demográfico, que impedia que Portugal “exportasse” para as colónias o mesmo número de cidadãos que antes haviam emigrado para o Brasil. Daí que se pactuasse com a miscigenação.

O 10 de Junho era o dia das grandes manifestações e das grandes paradas da lusa raça: quais viriatos, a Legião e a Mocidade Portuguesa marchavam garbosamente, em compasso militar, saudando (inconscientes, por certo, pelo menos “lusitos” e “infantes”) o grande líder.

“O Estado Novo sempre quis sublinhar a originalidade do povo português face aos outros povos europeus”, que Portugal “era dos Estados mais antigos da Europa e tinha um Império colonial que quase nenhum outro país europeu possuía”, refere Conceição Meireles, especialista em História Contemporânea. No dia da Raça e de Camões “exaltava-se a nação e o império, a metrópole e as colónias”, continua a mesma especialista, acrescentando que “toda a História foi um instrumento ao serviço da propaganda do Estado Novo”.

“A propaganda nacionalista do Estado Novo é verdadeiramente dominada por uma certa mitificação da História, e por uma determinada leitura da mesma”, esclarece a mesma autora.

O Estado Novo, completamente de costas para o futuro, virado, antes, para o passado, fez da Fundação, da Expansão e da Restauração as “três temáticas [que] dominaram muito fortemente a memória histórica oficial”, ou seja, “a memória que o Estado Novo quis preservar da História da Nação”. “Apelo ao passado para legitimar o presente” – confirma Conceição Meireles. Presente esse “em que Portugal tem direito inalienável à sua autonomia, e essa auto­nomia abarca quer o território continental quer o território ultramarino”. O que urgia era mostrar à comunidade internacional que “esse património nacional era uno”, e incluía “metrópole e colónias”, e portanto “Portugal tinha um direito inalienável e inquestionável à manutenção do seu império”, explica Conceição Meireles.

A partir do 25 de Abril, o 10 de Junho passa a ser o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Ao fim e ao cabo, o dia da lusofonia.

Contudo, ainda hoje a extrema-direita comemora o "Dia da Raça", a pretexto de uma "Causa Identitária".

Perdidos, escassos e isolados… É compreensível a sua crise de identidade.

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Completar-se-ão hoje, segundo se crê, 2329 anos (foi em 323 a.C.), morreu, aos 33 anos, na Babilónia, Alexandre, de cognome o Grande ou Magno.

A poderosa figura de Alexandre III é um daqueles raros vultos que surgem na história da humanidade para definir o seu curso. Daí que a História o registe como Alexandre, o Grande ou Alexandre Magno.

Alexandre era filho de Filipe II, rei da Macedónia, um já antigo Estado da Península Balcânica, onde nasceu, segundo se crê, entre 20 e 30 de Julho de 356 a.C.. O jovem Alexandre cedo se distinguiu pela sua inteligência e bravura. Seu pai entregou a sua educação a um dos maiores sábios da época, Aristóteles. E como era comum nesses idos, entre a aristocracia, a sua preparação académica consistiu na aprendizagem, desde a adolescência, de disciplinas tão variadas como retórica (arte da eloquência), política, ciências naturais e ciências físicas, geografia e medicina, ao mesmo tempo que se interessava pela história grega e pela obra de autores como Eurípides (de que uma das grandes criações foi a sua tragédia Medeia, apresentada pela primeira vez em 431 a.C.) e o poeta lírico Píndaro.

A Macedónia conseguiu o domínio da Grécia com Filipe II, em 338 a.C.. E seu filho, Alexandre Magno, viria a conquistar um vasto império.

Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre, com cerca de 20 anos, subiu ao trono da Macedónia e propôs-se começar a expansão territorial do reino.

Acabado de assumir o poder, porém, enfrenta uma sublevação de várias cidades gregas, e a invasão, pelo norte da Macedónia, de povos indo-europeus, seus vizinhos, os trácios e os ilírios. Dominados estes e pacificada a Grécia, o jovem rei logo projecta a mais assombrosa e arrojada campanha da antiguidade: a conquista do império persa.

O génio militar de Alexandre e o seu irresistível avanço sobre o império persa, levou-o a vencer o respectivo rei, Dario. De seguida, e imparável, o jovem rei macedónico leva igualmente a civilização helenística à Síria (333 a.C.) e ao Egipto, conquistando-os.

Em 332 fundou Alexandria, cidade que viria a converter-se no “maior centro cultural, científico e económico da antiguidade, por mais de 300 anos, quando foi substituída por Roma”.

Conquistada e submetida a Mesopotâmia (parcialmente, actual Iraque), Alexandre enfrenta de novo Dario (em 331 a.C.), derrotando-o e alargando o seu poder, definitivamente, a esses largos domínios. Uma vez morto Dario (330 a.C.), Alexandre Magno foi proclamado rei da Pérsia (em parte, actual Irão).

Mas o projecto de Alexandre era ainda mais ambicioso: queria atingir e conquistar a “longínqua Índia, país mítico para os gregos”. Avança, pois, em 327 a.C., nessa direcção, e aí fundou colónias, praças militares e cidades.

Entretanto, viu-se forçado a regressar à Babilónia, devido ao cansaço das suas tropas, e aí instalaria a capital do seu império. Acometido de febres desconhecidas (provavelmente malária), morreria pouco depois, na data que hoje se comemora, como crêem os historiadores, sem completar os trinta e três anos. Com a sua morte, os seus generais repartiram o império e a sua família acabou por ser expulsa e eliminada.

A Macedónia passou a ser uma província romana em 146 a.C.

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Provavelmente completam-se hoje 426 anos (10.06.1580), que foi numa SX: morreu Camões. Estava-se, então, em Portugal, em pleno interregno dinástico: o cardeal-rei D. Henrique (17º) morrera a 31JAN desse ano. Seguiu-se a crise sucessória e só em 16.04.1581 se faz a aclamação de Filipe I (Felipe II de Espanha), que iniciou a terceira e nova dinastia: Filipina, Castelhana, dos Habsburgo ou dos Áustrias. Pontificava o papa Gregório XIII (226º).

Luís Vaz de Camões terá nascido em Lisboa, cerca do ano de 1524, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo. Autores há que pensam que Camões seria parente, por parte de sua mãe, de Vasco da Gama.

Não há registos da passagem de Camões por Coimbra, no entanto, a refinada cultura que emana dos seus escritos faz pensar que terá frequentado a única universidade então existente no país, Coimbra, e aí terá frequentado o curso de Humanidades, por certo no Mosteiro de Santa Cruz.

Boémio e aventureiro, ruma terras do Norte de África, e em Ceuta, num cerco, teve o acidente em que ficaria cego de uma das vistas, vazada por uma seta, pela “fúria rara de Marte”. Regressado Lisboa, retoma a vida de boémio e de galanteador, sendo-lhe atribuídos vários amores por damas da Corte e até, afirmam alguns, pela própria irmã do rei D. Manuel – o que me parece de todo improvável (passando em revista as três irmãs d’ O Venturoso, não me parece crível que alguma delas pudesse ser objecto desses infaustos amores).

Em 1552 parte para Goa, onde fica por alguns anos, e onde terá escrito parte dos Lusíadas. E 1556 está em Macau, onde consta que terá, também, escrito grande parte do seu poema épico. “Nesses lugares distantes guerreou, viveu e amou (recorde-se a lenda dos seus amores com Dinamene) durante cerca de quinze anos”. Regressa a Portugal em 1569, pobre e doente, e, graças à influência de alguns amigos, leu «Os Lusíadas» ao jovem monarca D. Sebastião, a quem dedicou o poema.

O livro foi publicado em 1572, tendo o poeta sido agraciado com uma tença real no valor de quinze mil réis anuais. Segundo se crê, Luís de Camões terá morrido no dia 10 de Junho de 1580, na miséria.

Foram dezenas os autores, entre portugueses e estrangeiros, que se dedicaram ao estudo da vida e obra do imortal épico, e todos eles convergem num ponto: Luís Vaz de Camões, além de ter sido o maior poeta de língua portuguesa foi, igualmente, dos maiores da humanidade, sendo o seu génio comparável ao de um Virgílio, de um Dante ou de um Shakespeare. E das suas obras, a epopeia Os Lusíadas é a mais significativa – pode ler-se na Wikipédia.

Em homenagem ao nosso épico e talentoso vate, símbolo das lusófonas letras, o mais importante galardão literário da língua portuguesa tem o seu nome: Prémio Camões.

Este prémio, no valor de cem mil euros (pouco mais de 20 mil contos), instituído em 1988 pelos governos de Portugal e do Brasil, distingue anualmente, desde 1989, um autor cuja obra tenha contribuído para o enriquecimento cultural e literário da língua portuguesa.

Até hoje foram premiados: em 1989: Miguel Torga (Adolfo Rocha, de seu nome, Portugal); em 1990: João Cabral de Melo Neto (Brasil); 1991: José Craveirinha (Moçambique); em 1992: Vergílio Ferreira (Portugal); em 1993: Rachel de Queiroz (Brasil); 1994: Jorge Amado (Brasil); 1995: José Saramago (Portugal); em 1996: Eduardo Lourenço (Portugal); 1997: «Pepetela» (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, Angola); 1998: António Cândido (Brasil); em 1999: Sophia de Mello Breyner (Portugal); em 2000: Autran Dourado (Brasil); 2001: Eugénio de Andrade (Portugal); em 2002: Maria Velho da Costa (Portugal); 2003: Ruben Fonseca (Brasil); em 2004: Agustina Bessa-Luís (Portugal); em 2005: Lygia Fagundes Telles (Brasil) e em 2006: José Luandino Vieira (José Vieira Mateus da Graça, Angola).

Surpreendentemente – ou talvez não – Luandino, que se encontra em Portugal, rejeitou o prémio, invocando «razões pessoais, íntimas», conforme declarou. Por sua vez, uma nota de imprensa do Ministério português da Cultura, de 24.05 último, refere que o escritor angolano Luandino Vieira comunicou ao Governo português ser sua opção não aceitar o Prémio Camões, sublinhando o seu agradecimento pela distinção.

Por outro lado, tem igualmente o seu nome o Instituto Camões/IC, que foi criado em 1992, sucedendo ao Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP), que foi extinto na mesma data.

“Criado para a promoção da língua e cultura portuguesas no exterior, o Instituto Camões é, nos termos da respectiva Lei Orgânica, a pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e patrimonial, que, sob a superintendência do Ministro dos Negócios Estrangeiros, assegura a orientação, coordenação e execução da política cultural externa de Portugal, nomeadamente da difusão da língua portuguesa, em coordenação com outras instâncias competentes do Estado, em especial os Ministérios da Educação e da Cultura”.

Camões pode bem ser considerado um símbolo da diáspora portuguesa. Daí que após o derrube da ditadura e do Estado Novo se comemore, nesta data, além do nome maior da nossa literatura, o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

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Passaram 396 anos (10.06.1610), foi numa QI: os primeiros colonos holandeses chegam ao Novo Mundo e estabelecem-se na ilha de Manhattan, na cidade que hoje se chama Nova Iorque e então se chamava Nova Amesterdão.

Foi no ano em que o astrónomo italiano, Galileu, descobriu os quatro satélites do planeta Júpiter, a que chamou Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

Em Inglaterra reinava Jaime I, que era também rei da Escócia; em França decorria a regência de Maria de Médicis, na menoridade de seu filho Luís XIII.

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Foi Luís XIII que, a insistência da mãe,

admitiu no seu ministério,

o Cardeal Richelieu,

figura, já então, carismática,

e que se tornaria no principal governante da França,

até à sua morte, em 1642.

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Por seu lado, em Portugal reinava Filipe II (19º), o Pio. No Vaticano pontificava o papa Paulo V (233º).

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Deste papa bolonhês,

que o século conheceu como Camilo Borghese,

refere Canaveira:

"o seu exagerado conceito das prerrogativas papais,

a sua arrogância e obstinação, levaram-no a prolongadas lutas..."

"A sua dedicação aos interesses dos membros da sua família

excedeu todos os limites e tornou-os imensamente ricos...".

Começou a edificação da famosa vila Borghese;

ampliou o Quirinal e o Vaticano;

completou a nave, a fachada e o pórtico da basílica de S. Pedro;

erigiu a capela Borghese em Santa Maria Maior...

(Manuel Filipe Canaveira,

trabalho publicado num destacável d’ “O Jornal”, de 10.05.1991)

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Foi há 80 anos (10.06.1926), era uma QI: morreu, após ter sido atropelado por um eléctrico, António Gaudí, arquitecto modernista catalão, perto de completar os 74 anos. Em Espanha reinava Afonso XIII. Em Portugal, ocorrera, cerca de três semanas antes, o golpe militar da Ditadura. Em Roma pontificava Pio XI (259º).

Antoni Gaudí i Cornet nasceu em Reus, província de Tarragona, na Catalunha, aos 25 de Junho de 1852.

Gaudi foi (e é ainda hoje) um dos símbolos da cidade de Barcelona, onde se educou e passou grande parte da vida. “Aparece como um arquitecto de novas concepções plásticas ligado ao modernismo catalão (a variante local da art nouveau). Seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitectura gótica (reflectindo o revivalismo do século XIX) e da arquitectura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquitecto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitectura. Com o tempo, entretanto, passou a adoptar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projectando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas de suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família possuem um poder quase alucinatório. Gaudí é conhecido por fazer extenso uso do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Ridicularizado por seus contemporâneos, Gaudí encontrou no empresário Eusebi Güell o parceiro e cliente ideal, tendo sido praticamente seu mecenas. Politicamente, Gaudí foi um fervoroso nacionalista catalão. São, ainda hoje, exemplos marcantes do seu característico risco, em Barcelona, entre outras, a construção da Sagrada Família (obra nunca concluída, a que se dedicou intensamente entre 1884 e a data da sua morte em 1926), a Casa Batlló (1905-1907), a Casa Milà (La Pedrera) (1905-1907); e o Parque Güell (1900-1914).

(Fonte: enciclopédias)

Na passada QI, 08.06, podia ler-se no PÚBLICO:

«Sagrada Família
abre ao culto em 2008


A catedral da Sagrada Família, de Barcelona (Espanha), obra-prima inacabada do arquitecto catalão Antoni Gaudí, abrirá ao culto no final de 2008, 126 anos depois do início da sua construção, foi ontem anunciado. Na visita anual aos trabalhos, dedicada à imprensa, o presidente do comité de construção, Joan Rigol, assegurou que a ideia era que, no final, a Sagrada Família não fosse "apenas uma igreja, nem apenas um lugar turístico". No final de 2008, o comité construtor prevê "cobrir o templo" para que os visitantes "não se deparem mais com andaimes". "O tecto da nave, que já está muito avançado, está a ser construído seguindo o projecto de Gaudí", acrescentou Rigol.»

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Foi há 66 anos (10.06.1940), era uma SG: a Assembleia Nacional Francesa, reunida em Vichy, atribui a Pétain a chefia do Estado. Em Portugal decorria o 2º de 4 mandatos sucessivos (o último interrompido pela sua morte) do “vitalício” presidente da República Carmona. Como prosseguia o consulado, igualmente “vitalício”, de Salazar. Pontificava Pio XII (260º).

Antes deste episódio, mas já em 1940, era Pétain ministro da guerra – tinha então 84 anos – quando defende (decorria a segunda Grande Guerra), a assinatura de um armistício com a Alemanha, que avançava perigosamente pelo país dentro.

O marechal Henri-Philippe Omer Pétain estava, então, com 84 anos e é designado Presidente.

Porém, os desastres sucederam-se e a França atravessa a fase mais negra e angustiosa da sua história. Após o desastre total, Pétain entrega-se às autoridades francesas. Estávamos em 1945 – Pétain tinha 89 anos. Julgado, a sentença é proferida em 15.08.1945, condenando-o à morte, por traição e colaboracionismo. Pena que foi comutada em prisão perpétua pelo general De Gaulle. Preso na ilha de Yeu, no golfo da Biscaia, Pétain aí morre em 23.07.1951, com 95 anos. Menos de um mês antes da sua morte, o governo permitiu-lhe que passasse a prisão domiciliária. Foi banido da Legião de Honra (alta condecoração francesa destinada a recompensar méritos militares) e expulso da Academia Francesa, que, porém, não abriu vaga de sucessão.

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Na mesma data (10.06.1940), decorria já a II Guerra Mundial, Benito Mussolini, ditador da Itália, declara guerra à França e à Inglaterra.

As principais potências intervenientes neste conflito eram a Grã-Bretanha, os Estados Unidos, a China, a França e a União Soviética — que constituíam os Aliados —, e a Alemanha, a Itália e o Japão — as chamadas forças do Eixo.

Do lado das forças do Eixo, “o líder alemão Adolf Hitler, Führer do Terceiro Reich, pretendia criar uma "nova ordem" na Europa, baseada nos princípios nazis da suposta superioridade alemã, na exclusãoeliminação física incluída — de algumas minorias étnicas e religiosas, como os judeus, os ciganos, deficientes físicos e homossexuais; na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição de ideologias liberais, socialistas e comunistas.”

Por sua vez, quer a Itália quer o Japão entraram na guerra com intuitos expansionistas.

Mas os aliados opuseram-se a estes intentos do Eixo.

Não existe um consenso sobre a data precisa em que o conflito foi iniciado, mas duas datas são marcantes: a invasão da China pelo Japão, em 1937, e a invasão da Polónia pela Alemanha em 1939.

A 7 de Julho de 1937, o Japão, após ocupar o nordeste da China (Manchúria) em 1931, lançou um outro ataque contra a China perto de Pequim. O governo chinês, em vez de retirar lentamente como em conflitos anteriores, iniciou uma guerra de resistência, marcando o início oficial da Segunda Guerra Sino-Japonesa, que mais tarde se tornou parte da Guerra Mundial.

Quanto ao início da guerra na Europa: a 1 de Setembro de 1939, o exército alemão lançou uma forte ofensiva de surpresa contra a Polónia, com o principal objectivo de reconquistar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial e com o objectivo secundário de expandir o território alemão. As tropas alemãs conseguiram derrotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tornou efectivo o seu pacto (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazi e ocupou a parte oriental da Polónia. A Grã-Bretanha e a França, responderam à ocupação declarando guerra à Alemanha, mas não entrando, porém, imediatamente em combate.

A Itália, nesta fase, declarou-se "país neutro".

A 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva, também de surpresa, contra os Países Baixos visando a contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot. Foi a chamada "guerra-relâmpago": os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânicas, destacadas para a defesa da França.

Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do governo em França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler e começou a colaborar com os alemães.

Com a queda da França em Junho de 1940, Benedito Mussolini, ditador fascista na Itália desde 1928, decide que esta seria uma excelente oportunidade para entrar na guerra ao lado da Alemanha, pois a França estava derrotada e a Inglaterra estava enfraquecida e isolada. Assim, os italianos realizariam ataques ao longo da fronteira com a França, mas foram severamente repelidos.

Em Setembro seguinte, após a tomada da França pelas forças alemãs, as tropas italianas destacadas na Líbia sob o comando do Marechal Graziani, uma vez livres da ameaça das forças francesas estacionadas na Tunísia iniciaram uma série de ofensivas contra o Egipto, então colónia britânica, com vista a dominar o canal de Suez e depois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, também sob domínio britânico. Os efectivos ingleses, sob o comando do General Wavell, após alguns reveses iniciais realizaram uma espectacular contra-ofensiva contra as forças italianas que, apesar de sua superioridade numérica, foram empurradas de volta à Líbia (1200 km), perdendo todos os territórios anteriormente conquistados. Esta derrota causou aos italianos pesadas perdas humanas e materiais. Mas os Alemães, sob o hábil comando de Rommel, conseguiram suster o avanço dos ingleses e a iminente derrota italiana, empreendendo uma ofensiva esmagadora contra as forças britânicas enfraquecidas (muitos efectivos britânicos haviam sido desviados para a campanha da Grécia, então sob pressão do Eixo) empurrando-as de volta à fronteira egípcia. Após uma sucessão de batalhas memoráveis os alemães e italianos são detidos por falta de combustível e provisões na linha fortificada de El Alamein, uma vez que o Mediterrâneo se encontrava sob domínio da marinha britânica. Finalmente, em Outubro de 1942, após 4 meses de preparação, os britânicos contra-atacaram na segunda batalha de El Alamein, agora comandados pelo General Montgomery. Rechaçadas pelas forças britânicas, as tropas ítalo-alemãs iniciaram um grande recuo de volta à Líbia, de forma a ocupar posições defensivas mais favoráveis. Entretanto, dias depois, a 8 de Novembro, as forças do Eixo recebem a notícia de que estão sendo cercadas pelo oeste por forças norte-americanas. Pelo leste, o exército britânico continua o seu avanço, empurrando as forças ítalo-alemãs para a Tunísia. Finalmente, cercado pelos exércitos americano e britânico e sem a liderança do seu audacioso comandante, pois Rommel havia sido hospitalizado na Alemanha, o "Afrika Korps" e o restante do contingente italiano na África do Norte, totalizando mais de 250 mil homens reduzidos à inactividade pela falta apoio, rendem-se aos aliados na Tunísia em Maio de 1943, dando fim à guerra na África.

(Fonte: enciclopédias)

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Decorreram 64 anos (10.06.1942), que foi numa QA: a localidade checa de Lidice é arrasada como medida de retaliação pelo assassinato do líder nazi Richard Heydrich, “o monstro”. Em Portugal, nada de novo: continuavam os “vitalícios” mandatos de Carmona e de Salazar, não sufragados pelo povo português, mas determinados pelo líder todo-poderoso do regime, Oliveira Salazar. No Vaticano prosseguia o pontificado de Pio XII (260º).

A ordem para esta acção foi dada na véspera pelo próprio Führer.

Assim, os 173 habitantes masculinos foram assassinados, e as 198 mulheres foram enviadas para o campo de concentração de Ravensbueck.

Richard (ou Reinhard) Heydrich, um dos mais importantes chefes das SS, era considerado por muitos o homem mais poderoso do Terceiro Reich, logo a seguir a Hitler e a Heinrich Himmler, sendo este o seu superior imediato.

Consta que Heydrich era de ascendência judaica, mas isso não era do conhecimento corrente e parece tê-lo tornado um nazi ainda mais fanático. Além de que teve um papel fundamental na organização da «solução final», a política de genocídio utilizada contra judeus e outras minorias. Foi ele, ainda, o responsável pelo falso ataque à estação de rádio alemã de Gleiwicz (1939) que serviu de pretexto à invasão alemã da Polónia.

Heydrich sofreu uma emboscada, em Praga, levada a cabo por dois checos, Jan Kubis e Josef Gabcik, que tinham recebido treino em Inglaterra e que se deslocaram ao local em helicóptero, matando-o, em 27.05.1942.

No pressuposto de que os executores de Heydrich se tivessem refugiado nessa localidade, daí a retaliação ordenada pelo próprio Hitler.

A aldeia de Lídice - e consta que também a de Lezháky - foram literalmente varridas do mapa.

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Estão decorridos 39 anos (10.06.1967), era um SB: termina a Guerra dos Seis Dias. Israel apodera-se do território egípcio situado a leste do Canal de Suez, derrota o exército da Jordânia e ocupa a península do Sinai. Isto quando nos EU governava o seu 36º presidente, o democrata Lyndon Johnson, que sucedera a JF Kennedy, após o seu assassinato e de quem era o vice-presidente. Na Inglaterra reinava Isabel II. Em França já decorria a Quinta República e a presidência de Charles de Gaulle. Em Espanha a chefia do Estado era exercida pelo ditador Francisco Franco. Em Portugal era PR o “eloquente”, “arguto”, “comunicativo nato” e “culto” Américo Tomás, sempre “atento e fiel servidor” “a bem da nação” do líder do regime, Salazar. Este, por pouco mais tempo, já que a idade não perdoa nem aos prepotentes e dominadores. Tomás, também não presidente vitaliciamente, como seria suposto, mas por mais alguns anos, até que o regime caiu, não de maduro, mas de pútrido. No Vaticano pontificava Paulo VI (262º).

A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado entre Israel e a frente árabe, formada por Egipto, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuweit, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.

O crescimento das tensões israelo-árabes, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem suas tropas. Sem esperar que a guerra chegasse às suas fronteiras, os israelitas, fortemente armados pelos EUA, tomaram a iniciativa do ataque. O pretexto, para tal foi a intensificação do terrorismo palestino no país e o bloqueio do Golfo de Acaba pelo Egipto – passagem vital para os navios de Israel (situado no Mar Vermelho, entre a Arábia Saudita e a Península do Sinai.

O plano traçado pelo Estado-Maior israelita, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 8 horas da manhã do dia 5 de Junho de 1967, quando os caças israelitas atacaram nove aeródromos e aniquilaram a força aérea egípcia antes que esta descolasse. Simultaneamente, forças blindadas israelitas investiam contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito.

Mas, no terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, os israelitas impuseram uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria. A resolução da ONU de devolver os territórios ocupados foi rejeitada por Israel. Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egipto. Síria e Egipto estreitaram ainda mais as relações com a URSS, renovaram seu arsenal de blindados e aviões, e conseguiram a instalação de novos mísseis mais próximos do Canal de Suez.

Os ganhos de Israel nesta guerra foram consideráveis: fronteiras mais seguras e tinham ocupado os Montes Golã, a Cisjordânia ("West Bank") e a Península do Sinai. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu por causa do valor histórico e religioso.

Por causa da guerra os Árabes Palestinianos ficaram com um pesado fardo. O conflito criou 350.000 refugiados. A maioria partiu para a Jordânia, mas mais de 1.300 palestinianos que se mantiveram na Cisjordânia e na Faixa de Gaza ficaram sob o controle de Israel.

A guerra não resolveu muitos dos assuntos que começaram precisamente com ela, e em alguns casos aumentou o conflito Israelo-Árabe. No entanto, alguns progressos nas negociações entre palestinos e o governo de Israel foram alcançados. Como parte dos Acordo de Paz de Oslo (1993), a Organização para a Libertação da Palestina (a partir de então, Autoridade Palestina) assumiu o controle da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó em 1994; em 1995, outras cidades na Cisjordânia também passaram para o controle da Autoridade Palestina.

De todo o modo, o conflito não encontrou solução. Os palestinianos continuam reivindicando os territórios ocupados por Israel e a criação de um Estado palestiniano. Grupos palestinianos armados continuaram a empreender atentados contra alvos militares e civis em Israel. Por sua vez, o governo israelita adoptou uma acção militar de "ataques selectivos", matando líderes de grupos palestinianos acusados de actos terroristas.

(Quase integralmente transcrito, com a devida vénia, da Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Foi há 27 anos (10.06.1979), era um DM: morreu, em Lisboa, com cerca de 71 anos, o escritor Joaquim Paço d’Arcos. Era PR o general Ramalho Eanes. Pontificava João Paulo II (264º).

Joaquim Belford Correia da Silva Paço d'Arcos, que nasceu em Lisboa em 1908, deixa peças de teatro, livros de memórias e, sobretudo, romances. Alcançou, ainda, notoriedade como ficcionista. A Crónica da Vida Lisboeta, nos anos 40 e 50 (em 6 volumes), é uma das suas obras mais apreciadas.

Produziu extensa obra e foi um escritor do século XX muito traduzido no estrangeiro. Porém, após a sua morte em 1979, caiu no esquecimento.

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Há 7 anos (10.06.1999), uma QI: a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen recebe o Prémio Camões. Decorria o primeiro mandato presidencial de Jorge Sampaio e estava em exercício o XIII Governo Constitucional, do PS, liderado por António Guterres. Prosseguia o longo pontificado do papa João Paulo II (264º)

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SOPHIA

Da lusitana antiga fidalguia
um dizer claro e justo e franco
uma concreta e certa geometria
uma estética do branco
debruado de azul.

Sua escrita é de nau e singradura
e há nela o mar o mapa a maravilha.

Sophia lê-se como quem procura
a ilha sempre mais ao sul.

Manuel Alegre

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Sophia, nascida no Porto aos 6 de Novembro de 1919 e falecida em Lisboa a 2 de Julho de 2004, aos 84 anos, foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Esta atribuição do Prémio Camões em 1999, tornou-a a primeira escritora de Portugal a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa.

Sophia foi ainda distinguida com muitos outros prémios literários, como:

- Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, 1964 (Canto Sexto)

- Prémio Teixeira de Pascoaes, 1977 (O Nome das Coisas)

- Prémio da Crítica, da Associação Internacional de Críticos Literários, 1983 (pelo conjunto da obra)

- Prémio D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateus, 1989 (Ilhas)

- Grande Prémio de Poesia Inasset/Inapa, 1990 (Ilhas)

- Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças, 1992 (pelo conjunto da obra)

- Prémio 50 Anos de Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, 1994

- Prémio Petrarca, da Associação de Editores Italianos

- Homenageada do Carrefour des Littératures, na IV Primavera Portuguesa de Bordéus e da Aquitânia, 1996.

- Prémio da Fundação Luís Miguel Nava, 1998 (pelo livro O Búzio de Cós e Outros Poemas)

- Prémio Camões, 1999 (pelo conjunto da obra)

- Prémio Rosália de Castro, do Pen Club Galego, 2000

- Prémio Max Jacob Étranger, 2001

- Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana, 2003

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Na mesma data (10.06.1999), a NATO anuncia o fim dos bombardeios contra a Jugoslávia, após 79 dias de ataques. A ONU autoriza o movimento da força internacional para o Kosovo e a criação de uma administração interina para o território.

Mais remotamente foi parte do Império Otomano, entre 1389 e 1912. Em 1912, apesar de ser uma zona de maioria albanesa, foi integrado na Sérvia e não no principado da Albânia, criado nesse ano. Ocorreram rebeliões albanesas entre 1878 e 1881 e entre 1918 e 1924. Entre 1941 e 1944 foi anexado à Albânia, sob ocupação italiana. Após a reintegração na Jugoslávia tornou-se região autónoma, mas integrada na república da Sérvia. Em 1991 declarou a independência, que não foi reconhecida pela comunidade internacional. Desde 1999 está sob administração das Nações Unidas.

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