terça-feira, setembro 15, 2009

O ANIVERSÁRIO DA CRISE

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O traço de Oisel acerca da crise
(folheto que preconiza uma alternativa,
em matéria de investimentos, proposta pelo seu país, o Brasil, para a enfrentar)
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O sinal mais próximo do desencadeamento da actual crise financeira foi a apresentação à falência do 4º maior banco de investimentos dos EU, o “selecto e até então insuspeito Lehman Brothers – um dos mais tradicionais bancos de investimento de Wall Street”, faz hoje um ano, em 15 de Setembro de 2008. Foi o rebentar, digamos, da grande bolha.
Mas estão ainda, igualmente, na base do tremendo terramoto verificado nas bolsas de valores do mundo a compra, pouco antes, do Merrill Lynch pelo Bank of America, por 50 mil milhões de dólares, assim como o pedido de empréstimo de 40 mil milhões de dólares pela maior seguradora dos EU, AIG, ao banco Central Americano. Apesar dos valores envolvidos, estas foram como que o rebentar de pequenas borbulhas que, no entanto, foram objecto de cautelas que seriam recusadas ao Lehman Brothers.

A surpresa foi geral.

Os gestores e financeiros “atrevidos” e “irresponsáveis” teriam uma percepção das razões do próximo descalabro. Mas nenhum dos conceituados e mais rigorosos especialistas conseguiu prever até onde poderia levar uma desregulação que ultrapassava limites de que nem eles suspeitavam. E então, aí temos uma gravíssima crise que não vitimou, apenas, os vorazes investidores apologistas do mais selvagem (desregrado) capitalismo, mas todos os contribuintes, desencadeando uma crise social sem precedentes.

Os comuns cidadãos, que nada devemos a especulações ousadas, se não estivemos, mesmo, à beira da insolvência (que acabou por atingir muitos), fomos, e continuamos a ser, fortemente penalizados com uma insuportável carga fiscal e com custos de bens e serviços que ultrapassam o razoável.
Alguns foram mesmo contaminados pelos “activos tóxicos” e pelas consequentes fortes depreciações, em razão da iliquidez em que se traduziram os investimentos baseados nos subprimes.
E outras variantes da crise social trouxeram o espectro do desemprego, da fome e da deterioração das condições de vida.

«Bernard Leon Madoff (1938) foi o presidente de uma sociedade de investimento que tem o seu nome e que fundou em 1960. Esta sociedade foi uma das mais importantes de Wall Street. Madoff também foi uma das principais figuras da filantropia judaica. Em Dezembro de 2008 Madoff foi detido pelo FBI e acusado de fraude. O juiz federal Louis L. Stanton congelou os activos de Madoff. Suspeita-se que a fraude tenha alcançado mais de 50 000 milhões de dólares, o que a torna numa das maiores fraudes financeiras levadas a cabo por uma só pessoa.
Em 29 de Junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão».
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imagem publicada no Público

"MAAAaaaais..."
Os gestores e financeiros “atrevidos” e “irresponsáveis” teriam uma percepção das razões do próximo descalabro
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Em Portugal surgem, mais sintomáticos e chocantes, os casos do BPN e do BPP.
Cada qual com cinco arguidos constituídos até agora.
Mas enquanto que no BPP apenas sobressai o nome de João Rendeiro, no BPP já encontramos nomes sonantes de ex-governantes e, um deles, até ex-conselheiro de Estado: respectivamente, Oliveira e Costa, Arlindo de Carvalho e Dias Loureiro.

A gravidade da situação, e o sentimento generalizado de impunidade são transmitidos pela célebre afirmação de Rendeiro (BPP) de que, se os accionistas concordassem transformaria, num ápice, e por artes contabilísticas, um banco falido numa instituição próspera…
Poderão subsistir dúvidas sobre o jaez tenebroso e sem escrúpulos do despudorado superfinanceiro?
Não o deve assustar ser acusado, por esta afirmação, de crime de lesa economia na forma tentada.

A confirmar-se a prática de tais crimes por parte deste elenco de luxo, eu não pediria a pesada pena a que as instâncias judiciais americanas condenaram Madoff. Para o caso dos portugueses, se os seus crimes fossem confirmados, eu não pediria tão desumana e violenta pena. Pediria, tão só, 130 anos (generosidade maior que a dos americanos que pouparam aquele à prisão perpétua…)

Ainda que, durante mais de 20 anos, B Madoff tenha sido um dos mais bem sucedidos gestores de Wall Street e tenha enganado milhares de investidores, sempre terá tido um rebate de consciência para lastimar o sucedido (ainda que incontornável) e pedir desculpa pela sua criminosa acção.

Nenhum de nós é capaz é de imaginar semelhante atitude por parte dos nossos madoffs.

Depois há uma outra equiparação impossível de fazer-se: a necessária celeridade de um processo judicial destes…

A morosidade e flacidez da nossa Justiça não deixam prever uma sanção exemplar aos prevaricadores domésticos. Donde uma confrangedora ineficácia da mesma Justiça e a previsão de situações análogas no futuro.

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1 comentário:

Unknown disse...

Mais tarde vai parecer inacreditàvel a forma como este bom Povo aceitou a inexistência de culpados nos casos de irregularidades financeiras acontecidos neste País.Porque será para mim uma grande surpresa se não fôr assim que tudo vai acabar.

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