sexta-feira, novembro 21, 2008

À MARGEM/NO RESCALDO DAS US2008 - IV

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Na Super Terça-feira, a primeira de Novembro do ano da eleição do Presidente, que ocorre de 4 em 4 anos, os eleitores dirigem-se às assembleias de voto, onde lhes é entregue um “sui generis” boletim de voto, de 4 compactas páginas, com as mais variadas e surpreendentes questões que se põem ao cidadão eleitor, a principal das quais, estou em crer, se prende com a eleição dos candidatos a presidente e a vice-presidente dos EU para um próximo mandato.
Os eleitores nesta sua intervenção, escolhem os representantes do partido da sua preferência que irão integrar o Colégio Eleitoral para, esses sim, elegerem o Presidente e o Vice-presidente.
O colégio Eleitoral – melhor dizendo: os 51 colégios eleitorais (porque tudo ocorre na capital de cada um dos 50 Estados federados e na capital federal) – reunirão, pois, na Segunda-feira que se segue à segunda Quarta-feira de Dezembro seguinte para eleger aquele Chefe de Estado e simultaneamente Chefe do Executivo, além do correspondente Vice-presidente.
Esta, uma resumida síntese do acto eleitoral que deixa o mundo suspenso. Doutros pormenores nos dá o nosso amigo e “correspondente” informação em mais duas mensagens que se seguem, que dele recebi ontem.
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16 dias depois...
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finalmente...
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há fumo branco...

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Caros amigos,
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Imagine-se que nome do Presidente da República de Portugal só era sabido 16 dias depois das eleições. Seríamos uma República das Bananas, pelo menos...
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Falemos agora desta República...
Finalmente, sabe-se a composição do Colégio Eleitoral que elegerá o próximo Presidente dos EUA: 365-173.
Foi reconhecida a vitória a McCain no Estado de Missouri, tendo em conta que os votos que faltava contar são em número inferior à diferença de votos entre os dois principais candidatos. Quanto aos outros candidatos, continua a nada saber-se.
Outro assunto de que se não fala é do processo eleitoral no Estado do Nebraska, que elegeu 4 delegados de McCain e um de Obama. Ainda não sei a razão que leva este Estado a ser diferente de todos os outros. Certamente porque, um dia, assim decidiram. Mas, o que gostaria de saber (e ainda o virei a saber) é a razão porque é assim.
Feitas as contas, Obama terá 365 votos no Colégio Eleitoral e McCain terá 173. Isto é, Obama, que teve 53% dos votos a nível nacional, terá 68% dos votos no Colégio Eleitoral. McCain, que teve 46% dos votos, terá 32% na votação do Colégio Eleitoral. Argumentará muita gente "Isso que interessa... de qualquer forma Obama ganhou..." e é verdade. Pela simples razão que ganhou com margem suficiente para não haver dúvidas.
Mas recordemos 2000. Gore teve mais 500 mil votos do que Bush a nível nacional. E Bush ganhou, porque teve mais votos no Colégio Eleitoral...
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Fica a questão. Será possível que, um dia, a eleição do Presidente dos EUA seja directa e decidida pelos cidadãos que, de facto, votam?
Será possível haver uma reforma do sistema eleitoral?

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. 2)
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Colégio Eleitoral
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Caros amigos,
Um de vós perguntou-me se sabia como e quando se reunia o Colégio Eleitoral. Como não sabia tive de ir estudar o assunto.
Aqui vai a resposta que lhe enviei e que aproveito para enviar a todos.
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Já encontrei a resposta para a sua questão.
O Colégio Eleitoral reúne sempre na primeira segunda-feira depois da segunda quarta-feira de Dezembro.
A reunião é feita nas capitais de cada Estado! Isto é, o Colégio Eleitoral nunca se reúne como um todo. Há 51 reuniões distintas! As dos 50 Estados mais a da capital, Washington DC.
Nestas reuniões os eleitores votam (por voto secreto) no Presidente e no Vice-Presidente.
Findas as votações e as contagens de votos, as respectivas actas são enviadas para o Presidente do Senado (que é por inerência de funções o Vice-Presidente em funções, neste caso Dick Cheney) por correio registado.
À medida que as actas (Certificates of Votes) vão chegando são classificadas por ordem alfabética e guardadas em duas caixas especiais. Numa, ficarão os resultados de Alabama até Missouri, incluindo Washingtom DC. Noutra, ficarão os resultados dos restantes Estados, de Montana a Wyoming.
Todos estes documentos servirão para a contagem dos votos e a declaração do vencedor, o que ocorre sempre, numa sessão especial do Congresso a realizar no sexto dia do mês seguinte ao da votação no Colégio, isto é, em Janeiro.
Se se registar um empate na contagem de votos entre os candidatos a Presidente, será a House of Representatives que desempatará. Isto aconteceu duas vezes nas eleições americanas (em 1801 e em 1825).
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Espero que se tenham divertido.
Um abraço,
fernando
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PS: O Presidente toma posse no dia 20 de Janeiro (numa cerimónia chamada United States Presidential Inauguration, ou mais simplesmente Inauguration Day). Só a partir dessa data é que é o novo Presidente dos EUA. Fala-se que estarão presentes (nas ruas de Washington DC) 4 milhões de pessoas... Mais um record a juntar a outros em que estas eleições foram pródigas...
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1 comentário:

Anónimo disse...

Uma vez mais incansável o Fernando, na sua visão sintética da embrulhada que por lá vai. Deve ser assim que a UE quer ser quando for grande!
(as letras brancas lêem-se mal... mas deu para entender)
Um abraço, ou melhor dois, de alívio pela saga que aqui nos foi "escabulhada". Pode ser que...os nossos filhos tenham mais sorte e menos guerras...
De Bettips, claro.

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