sexta-feira, setembro 01, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

.

.

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia Nacional da Líbia.

.

.

Crê-se que se completem hoje 1936 anos (01.09.0070), o que de acordo com o actual calendário teria caído num SB: Jerusalém é destruída e ocupada pelos exércitos romanos de Tito.

Tito, melhor, Tito Flávio Sabino Vespasiano (39-81 d.C.), viria depois a ser imperador romano desde 79 d.C.. Era o filho mais velho do imperador Vespasiano. No ano de 70, ao conquistar Jerusalém, acabou com a revolta judaica na Palestina romana.

Os autores convieram, de facto, ter sido no ano 70 a segunda destruição da cidade santa (a primeira ocorreu em 586 a.C.).

.

Nesta época (referido ano de 586 a.C.), séc. VI a.C.,

Israel era um reino dependente e tributário de outro,

a Babilónia,

onde reinava Nabucodonosor.

Trata-se de Nabucodonosor II, que governou durante 43 anos

(entre 604 a.C. a 562 a.C.)

o Império Neo-babilónico.

É o mais conhecido governante desse império,

e ficou famoso pela conquista do Reino de Judá

e pela destruição de Jerusalém e seu templo em 586 a.C.,

além de monumentais construções na cidade da Babilónia (hoje no Iraque),

entre elas, os Jardins Suspensos,

que ficaram conhecidos como uma das sete maravilhas do mundo antigo.

.

Não é pacífica, porém, é a data precisa (dia e mês) do acontecimento. É geral a situação do evento nesta época do ano (em 10.08 ou em 01.09), embora também haja quem o situe na Páscoa desse ano, o que equivalerá a recuá-lo 3 ou 4 meses no tempo.

A destruição de 70 d.C. é considerada como remate da grande rebelião judaica do ano de 66: a tensão entre a população e o ocupante romano tornara-se cada vez mais crescente, resultando em frequentes conflitos e motins severamente punidos pelos centuriões.

.

O centurião era o soldado responsável pelo comando da centúria

(constituída por 100 homens)

– a unidade básica das legiões romanas

(e estas a divisão fundamental do exército romano,

constituída por entre 4000 e 8000 homens).

.

Os romanos liderados pelo general Tito arrasaram Jerusalém, “Cidade da Paz, fundada por David como sede do reino de Israel”. Foi quando os judeus sobreviventes partiram para uma "diáspora" que se prolongaria até ao século XX.

Porém, já havia comunidades judaicas nas maiores cidades do Império Romano.

Depois de quase dois milénios, teve início o movimento sionista no fim do século XIX: milhares de judeus foram comprando terras dos palestinianos, e no século passado constituíram um exército clandestino, dispostos a reconstruir o Estado de Israel, o que veio a acontecer em 1948, sendo reconhecido pela Organização das Nações Unidas.

Décadas antes do acontecimento, a destruição do templo foi profetizada por Jesus Cristo: tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mateus 24:1-2).

Jerusalém, primeiramente, foi chamada "Orshalem" (Cidade da Paz) pelos cananeus, há 5000 anos atrás. Posteriormente o nome foi modificado para "Yuroshalime" pelos judeus, depois para "Orshamam" pelos faraós, depois para "Herosulima" pelos gregos e romanos e finalmente para "Jerusalem" pelos francos. Também foi, historicamente, chamada Sião e Cidade de David.

A cidade, hoje, tem pouco mais de 700 mil habitantes, que se chamam hierosolimitas. E está localizada a, aproximadamente, 52 Km do Mar Mediterrâneo, a 22 Km do Mar Morto e a 250 Km do Mar Vermelho.

Jerusalém tem uma grande importância simbólica nas três religiões abraâmicas (judaísmo, cristianismo e islamismo), nela se situando locais que são sagrados para estas tradições religiosas, que têm de comum o patriarca Abraão como inicial marco de referência.

No seu quase um quilómetro quadrado da antiga Jerusalém está o berço do Cristianismo (ali foi crucificado Jesus Cristo); o berço do Judaísmo (ali ficava o templo de Salomão); e também é a terceira cidade mais importante do Islamismo (pois reza a tradição que foi ali que Maomé subiu ao céu montado num cavalo com rosto humano).

É, pois, uma cidade multimilenária, Jerusalém.

Vinte e cinco vezes destruída, outras tantas vezes foi reconstruída. Daí que se diga que Jerusalém é eterna.

Foi governada por um rei dependente do Egipto, em 1400 a.C., posteriormente foi elevada, por David, a capital de um reino judaico. O rei da Babilónia, Nabucodonosor mandou destruir a cidade em 586 a.C., como acima se refere. Os judeus exilados foram autorizados a regressar a Jerusalém e uma nova povoação foi formada, entre 539-529 a.C., sob domínio do Ciro, o Grande, da Pérsia. Em 445 a.C., as muralhas foram reconstruídas. Mais tarde, a cidade foi conquistada por Alexandre Magno (333 a.C.) e pelo general romano Pompeu (63 a.C.).

Em 29 d.C. ou 30 d.C., Jesus Cristo foi aí crucificado, sob as ordens do governador romano Pôncio Pilatos. Depois de destruída a cidade pelo imperador romano Tito, evento que hoje se comemora, no seu lugar o imperador Adriano fundou a cidade romana de Aelia Capitolina, em 135.

.

Colonia Aelia Capitolina

(ou, simplesmente, Aelia Capitolina)

era uma cidade construída pelo Imperador Adriano no ano 131 d.C.

e ocupada por uma colónia romana,

no sítio das ruínas de Jerusalém.

A palavra latina Aelia é a origem do termo árabe Iliya,

usado em certa época pelos muçulmanos para designar Jerusalém.

Capitolina, porque a nova cidade foi dedicada a Júpiter Capitolino,

a quem um templo foi construído no sítio do Templo Judeu.

A fundação de Aelia Capitolina

resultou da fracassada revolta judia de Bar Kokhba;

os judeus foram proibidos de entrar na nova cidade

e um destacamento da Décima Legião

foi designado para guardar a cidade

e assegurar a proibição de acesso.

O plano urbano da cidade seguia o modelo típico romano,

com grandes avenidas que se cruzavam,

inclusive um Cardo maximus (avenida principal).

(transcrito da Wikipédia)

.

Um rei persa pilhou a cidade em 615 e mais tarde foi conquistada pelo Islão. Jerusalém foi capturada pelos Cruzados em 1099 e formou o reino de Jerusalém sob domínio de Godofredo de Bulhão.

Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, tomou parte na sexta Cruzada (1229), “que conduziu como diplomata e não como guerreiro”. Os turcos, em 1244, ocuparam a cidade e terminaram com o domínio franco. Em 1187 o sultão do Egipto, Saladino, recapturou a cidade que em 1516 foi integrada no império Otomano.

Em 1917, a Inglaterra conquistou Jerusalém aos turcos e ocupou a Palestina. Entre 1922 e 1948, foi a capital do domínio britânico.

A Cidade Nova, no sector ocidental, foi elevada a capital de Israel em 1950, no entanto em 1967 a Cidade Antiga, no sector oriental, foi conquistada por Israel à Jordânia, embora Israel garantisse a liberdade religiosa e o acesso aos locais sagrados. Israel pretende unir as duas cidades para aí estabelecer a capital do país, contudo as Nações Unidas não lhe reconhecem essa legitimidade. O seu património compreende: a Muralha Ocidental sagrada para os judeus, conhecida como Muro das Lamentações construída no local do antigo Templo do rei Salomão no século X a. C.; a mesquita da Cúpula do Rochedo; a Igreja do Santo Sepulcro, construída em 335, pelo imperador Constantino; as muralhas, de 4,5 km, envolvendo “o coração” da cidade, construídas por Solimão I (ou Solimão, o Magnífico), em 1537, com sete entradas de acesso à Cidade Antiga. A porta mais usada pelos árabes é a de Damasco. Os judeus usam mais a porta de Jaffa e a de Zion, que dá acesso ao Muro das Lamentações. A porta Nova dá acesso ao bairro cristão.

Ou seja, Jerusalém hoje é uma cidade da Palestina, mas ocupada por Israel, sendo desde 1980 capital do Estado judaico (não reconhecida pelas Nações Unidas) como acima se alude.

.

.

.

Decorreram 847 anos (01.09.1159), era uma TR: morreu o papa Adriano IV (169º). Em Inglaterra, seu país de origem, reinava Henrique II, que iniciou a dinastia Plantageneta, pai dos seus sucessores, Ricardo Coração de Leão (Ricardo I), e João Sem Terra. Em França reinava Luís VII, da dinastia capetiana. E Portugal já existia, desde recentemente, reinando o seu primeiro monarca, D. Afonso Henriques, e não apenas de facto, mas também já de jure.

.

Na cidade leonesa de Zamora fora assinado,

em encontro (hoje diríamos cimeira) de SG, 04, e TR, 05.10.1143,

na presença do cardeal Guido de Vico,

legado do papa Inocêncio II na Península Ibérica,

um tratado de paz entre o monarca castelhano-leonês, Afonso VII,

e seu primo D. Afonso Henriques,

em que aquele, designadamente, reconhecia a este o título de rei

(Tratado de Zamora).

E foi ainda, então, que o cardeal Guido de Vico recebeu,

na qualidade de que vinha investido,

o juramento de vassalagem à Santa Sé,

prestado por D. Afonso Henriques.

(In Padre Miguel Oliveira,

História Eclesiástica de Portugal, pág 115)

.

Adriano IV (169º), foi o único papa inglês, até hoje. Foi eleito em 1154, sucedendo a Anastácio IV (168º). O seu nome de baptismo era Nicholas Breakspear. Primeiro, aliado de Frederico Barba Ruiva, que coroou em 1155 como imperador, tornaram-se, depois, adversários. No fundo, as guerras entre eles eram o reflexo das lutas entre Guelfos e Gibelinos

.

recordo:

tratava-se de duas facções políticas que rivalizavam entre si:

os "guelfos", pró-papa;

e os "gibelinos", pró-imperador germânico.

.

Adriano IV opôs-se, com firmeza, às intromissões do poder temporal nos assuntos da Igreja.

Mas o que mais notabilizou o papa Adriano IV, no seu curto pontificado de quase 5 anos, foi a perseguição ao monge agostiniano de origem italiana, Arnaldo de Bréscia ou Arnoldo de Bréscia.

Em 1142, o Senado romano sublevou-se contra o pontífice. Em acto instigado por Arnaldo de Bréscia, o Senado interpõe-se e substitui-se ao poder civil dos papas, tendo como objectivo elevar a municipalidade ao status de Comuna ou República, a exemplo de outras cidades do norte de Itália.

Arnaldo de Bréscia foi um reformador da igreja católica e líder do movimento que no século XII pretendia ver reduzido o poder temporal da igreja. Foi excomungado a 15 de Julho de 1148, pelo papa Eugénio III (167º) e perseguido pelas autoridades eclesiásticas, tendo de procurar refúgio em vários países europeus. Aprisionado pelas forças de Frederico Barba Ruiva, às ordens do papa Adriano IV, foi depois enforcado e queimado, tendo as suas cinzas sido espalhadas pelo rio Tibre.

Teve seguidores por mais de um século, os arnoldistas (ou arnaldistas), opositores ao fausto da Igreja e considerados cismáticos pela ortodoxia católica. A figura de Arnaldo foi redescoberta pelos jansenistas lombardos do século XVIII

.

Jansenismo:

doutrina cristã de Cornelius Jansen que dividiu a igreja católica em França,

em meados do século XVII, devido à apresentação

de uma nova abordagem da concepção da vida cristã

e a uma não consensual doutrina teológica”.

O jansenismo era defendido pelo filósofo Pascal e pelo teólogo Antoine Arnauld.

Os jansenistas defendiam que a vontade das pessoas

em nada contribuía para a sua salvação.

Os seguidores desta doutrina foram declarados heréticos em 1653.

E em 1713, uma obra jansenista, de Pasquier Quesnel (1634-1719),

chefe do partido jansenista,

foi condenada pelo papa Clemente XI como herege,

e após a morte de Quesnel, o jansenismo,

enquanto movimento organizado, desapareceu de França,

tendo, todos os seus membros, sido excomungados em 1719.

Sobreviveu, porém, nos Países Baixos, onde,

em 1723, foi fundada uma igreja jansenista regular pelo bispo de Utrecht.

(transcrito de BU, da Texto Editores)

.

Arnaldo de Bréscia assumiu, durante as lutas liberais do século XIX, papel de destaque como exemplo do livre pensador avant la lettre e renovador da igreja, martirizado pela ortodoxia papal. Arnaldo de Bréscia é considerado por muitos autores como um dos percursores da Reforma, já que as suas posições quanto à separação dos poderes temporal e espiritual e quanto ao intuito moralizador dos costumes da igreja, com o abandono de qualquer luxo e ostentação, e a austeridade dos seus servidores, são o prenúncio daquelas que foram depois defendidas pelos movimentos protestantes do século XVI. Considerado um mártir da luta do povo contra o poder temporal do papado, a vida de Arnaldo de Brescia inspirou múltiplos autores italianos do Risorgimento, tendo atingido notoriedade a obra dramática de Giovan Battista Niccolini intitulada Arnaldo da Brescia, Tragédia em cinco actos, que teve ampla representação em Itália. Em Bréscia, sua cidade natal, no Piazzale com o seu nome, foi erigido em 1882 um monumento encimado por uma escultura da autoria de Odoardo Tabacchi.

O papa Adriano IV estava no auge de um conflito com o imperador Frederico Barba Ruiva, quando morreu.

Sucedeu-lhe, em 07.09.1159, Alexandre III (170º), o papa que, pela bula Manifestis Probatum, de 23.05.1179, “tratando D. Afonso Henriques pelo título de rei, confirmou-lhe e aos seus sucessores a protecção da Santa Sé para defesa da integridade do reino e de todos os territórios que conquistasse aos muçulmanos” (cit Padre Miguel Oliveira, id op., 116)

.

.

.

Completam-se, hoje, 291 anos (01.09.1715), foi num DM: morreu o rei de França, Luís XIV, de Bourbon, o Rei Sol, no palácio de Versalhes, a quatro dias de completar os 77 anos, cujo reinado teve a duração de 72 anos. Na Grã-Bretanha reinava Jorge I, da Casa de Hanôver. Em Portugal reinava D. João V (24º); e era Secretário de Estado (equivalente, hoje, a primeiro-ministro), Diogo de Mendonça Corte Real. No trono pontifício estava Clemente XI (243º).

Luís XIV nasceu no palácio (hoje um Hotel) de Saint Germain-en-Laye, cidade real ao lado de Paris apreciada pela riqueza do seu património, em 05.09.1638. Foi o 48º rei de França e era filho de Luís XIII, a quem sucedeu, em 1643, e de Ana de Áustria (que era filha de Filipe III de Espanha – II de Portugal), casou em 1660 com a infanta Maria Teresa de Espanha (filha de Filipe IV de Espanha – III de Portugal – e de Isabel de Bourbon).

Que se saiba, do seu primeiro casamento e de outras quatro relações (três delas damas da alta aristocracia), teve 19 filhos. (Mas o seu bisneto e sucessor, Luís XV, teve, conhecidos, 23).

Foi por influência de sua (2ª) mulher, madame de Maintenon (relação que já vinha de antes de ficar viúvo de Maria Teresa), ela, por sua vez influenciada pelos jesuítas, que revogou o Édito de Nantes, com a publicação do Édito de Fontainebleau, em 23.10.1685.

.

Édito de Nantes:

decreto de Henrique IV de França (avô de Luís XIV),

de 13 de Abril de 1598,

que concedeu a liberdade religiosa aos huguenotes,

nome por que eram conhecidos os calvinistas em França.

.

Rondava os cinco anos de idade quando, por morte de seu pai, em 1643, lhe sucedeu. Sua mãe, Ana de Áustria, porém, assumiu a regência, confiando todos os poderes ao cardeal napolitano Giulio Raimondo Mazzarino (Jules Mazarin), figura odiada na maioria dos círculos políticos franceses, que em 1639 adquiriu a nacionalidade francesa e foi nomeado cardeal em 1641, sem nunca ter sido ordenado padre. O cardeal Mazarino, porém, mais não fez que continuar a obra do seu antecessor, o duque e político francês Cardeal de Richelieu (1585-1642), primeiro-ministro de Luís XIII de 1628 a 1642, tendo sido ele o artífice do absolutismo real na França e da liderança francesa na Europa.

O período de regência exercido pela rainha viúva terminou em 1651, quando Luís tinha 13 anos. Luís assumiu o trono, mas Mazarin continuou a controlar os assuntos de estado até 1661. Falecido Mazarin, o novel rei anunciou que não nomearia outro primeiro ministro e assumiria ele próprio o governo do reino. Luís XIV instituiu, então, o absolutismo. Adoptou o princípio de identificação pessoal com o Estado, o que - mito (segundo alguns autores) ou realidade - terá sintetizado na frase L'Etat c'est moi.

Facto é que, as Cortes, ficaram sob o seu total controlo.

No seu conselho, o rei contava com nomes de prestígio, como, vg, Colbert.

.

Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), político e economista francês

que foi ministro de Estado e da economia do rei Luís XIV.

O cardeal Mazarino contratara-o para gerir a sua vasta fortuna pessoal.

Antes de morrer, em 1661, Mazarino recomenda Colbert ao rei Luís XIV.

Considerado um dos pais da escola de pensamento económico

conhecida como mercantilismo,

esta expressão, em França,

foi substituída pelo seu sinónimo "colbertismo".

.

O Tesouro estava perto da falência quando Luís XIV assumiu o poder. Mas as coisas não melhoraram com ele, já que gastava perdulariamente, despendendo vastas somas com a Corte. Certo que também gastou importantes verbas como patrono das artes e das letras, financiando nomes como, vg, Molière. Também investiu muito no antigo Palácio do Louvre, que acabou por abandonar em favor do novo Palácio de Versalhes, que ele mandou construir sobre um antigo pavilhão de caça de seu pai, Luís XIII. Outro ex-libris do seu reinado foi o Palácio dos Inválidos (Hôtel des Invalides) que ele mandou construir para servir de morada a militares ex-combatentes, inválidos ou reformados.

Chamado ao governo, Colbert reduziu o déficit da França através de uma reforma fiscal, que tornou os impostos mais eficientes.

Luís XIV envolveu-se ainda, em vários conflitos armados, o que também contribuiu bastante para agravar as dificuldades do erário público.

Ainda durante a regência de sua mãe, ocorre a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que consistiu numa série de conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha. Apesar de a questão religiosa ser a causa directa do conflito, o certo é que envolveu, ainda, um importante esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que ocupava o trono da Áustria.

A guerra causou, pois, sérios problemas económicos e demográficos na Europa Central.

A regente, sua mãe, teve que sufocar várias revoltas quando aumentou os impostos para cobrir os gastos feitos pela França na Guerra dos Trinta Anos. Com as brilhantes vitórias que conseguiu nessa guerra, a França assinou em condições vantajosas a paz de Vestefália em 1648, o que a converteu na principal potência europeia.

Paz de Vestefália, que, designadamente, restaurou o controle da Coroa sobre o exército francês.

Após a morte do sogro, Filipe IV de Espanha, Luís reclamou os Países Baixos espanhóis, que considerava serem herança de sua mulher espanhóis e tentou, em 1667, anexar o território sendo contrariado pela aliança dos Países Baixos, Grã-Bretanha e Suécia.

Na guerra da sucessão espanhola (1701-1714), que se seguiu à morte de seu cunhado Carlos II, defendeu a sucessão de seu neto, Filipe de Anjou ao trono espanhol.

Nesta guerra tínhamos, de um lado, a Inglaterra, Áustria, Países Baixos, Portugal e Dinamarca; do outro, a França, Espanha e Baviera.

Felipe IV de Espanha (III de Portugal) foi sogro de Luís XIV. Sucedeu-lhe no trono de Espanha, seu filho Carlos II. Mas Carlos nasceu raquítico, quase louco, impotente e com uma desordem genética desfigurativa, chamada prognatismo mandibular, que se caracteriza pela existência de uma mandíbula inferior extremamente pronunciada, deixando como tal o lábio inferior significativamente afastado do superior (informalmente chama-se-lhe mandíbula de Habsburgo, maxilar de Habsburgo ou lábio de Habsburgo, devido à prevalência desta manifestação nessa família real europeia, através dos casamentos consanguíneos realizados). Ou seja, Carlos morreu sem descendentes.

Daí esta guerra, pois que eram vários os pretendentes sucessíveis.

Filipe de Anjou era filho de Luís, o filho mais velho de Luís XIV e de Maria Teresa de Espanha.

Maria Teresa, avó de Filipe de Anjou, e Carlos II eram meios irmãos (melhor: irmãos consanguíneos, já que filhos do mesmo pai, Filipe IV – III de Portugal - mas de diferentes mães: uma, Maria Teresa, filha de uma Bourbon; Carlos, filho de uma Habsburgo)

A paz é estabelecida pelos tratados de Utreque, em 1713, e de Rastatt, em 1714. Filipe de Anjou, o neto de Luís XIV, é reconhecido, pelos aliados, como rei de Espanha, com o nome de Filipe V, fundando assim o ramo espanhol da dinastia de Bourbon.

.

.

.

Estão decorridos 86 anos (01.09.1920), foi num QA: o Estado do Líbano é criado pelos franceses. Na altura, na chefia do Estado francês estava Paul Deschanel, da Terceira República. Em Portugal a República levava quase dez anos de existência, e era PR António José de Almeida, enquanto que o governo era presidido por Domingues Pereira. No Vaticano pontificava Bento XV (258º).

O Líbano fez parte do Império Otomano, a partir do século XVI, até que passou para a administração francesa, sob mandato da Sociedade das Nações, entre 1920 e 1941. A independência foi declarada em 1941, tendo o país passado a ser uma república em 1943, e adquirido a autonomia total em 1944.

O Líbano é um país de uma região considerada como um dos berços da civilização.

.

A Suméria, como se sabe,

é geralmente considerada

a civilização mais antiga da humanidade.

Testemunhos arqueológicos

datam o início da civilização suméria em cerca de 5000 a.C..

Situava-se ao sul da Mesopotâmia

(no Iraque da actualidade),

nas terras férteis entre os rios Tigre e Eufrates.

.

O Líbano é a pátria histórica dos fenícios, comerciantes marítimos da Antiguidade, cuja cultura marítima floresceu na região durante mais de 2 000 anos e que criou entrepostos comercias ao longo do Mediterrâneo, e das costas atlânticas da Península Ibérica e do Norte de África, e que criaram o primeiro alfabeto, do qual saíram todos os demais, tanto semíticos - como o árabe, o amárico (Etiópia), o hebraico e a língua tigrínia (Eritreia) além do maltês -, como indo-europeus (línguas latinas; germânicas, bálticas, eslavas, albanês e grego).

.

As línguas semíticas

são da família das línguas afro-asiáticas,

e a única família do grupo falada na Ásia.

.

Os fenícios circunavegaram a África milhares de anos antes de Vasco da Gama.

Foram os fenícios que fundaram Cartago, a maior rival de Roma na antiguidade. A sua cultura foi varrida dessa região por Alexandre, o Grande, que a incorporou na civilização helenística no final do século IV a.C.. A região integrou, depois, o Império Romano, quando se tornou cristã, e depois o Império Bizantino. Finalmente integrou o mundo árabe, que reintroduziu a sua língua (uma versão mais actualizada do aramaico).

Durante a Idade Média o território que hoje é o Líbano esteve envolvido nas cruzadas quando então foi disputado pelo Ocidente cristão e pelos árabes muçulmanos. Foi depois ocupado pelos turcos do Império Otomano.

Com o fim da ocupação otomana e, principalmente, após a segunda guerra mundial, o país era considerado, sob o ponto de vista financeiro, a Suíça do Oriente. E era um paraíso turístico.

Entretanto, todo esse progresso se esvaiu devido aos conflitos entre os diversos grupos étnicos e religiosos do país e vizinhos que ocorreram a partir da década de 1970, quando o Líbano foi bombardeado pela primeira vez por Israel e teve grande parte de sua infra-estrutura comprometida.

“Em 1982 o país ainda sediava os fragmentos de uma força de resistência palestina denominada Organização para a Liberação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, tendo o país sido invadido por Israel que, assim, expulsou essa organização do Líbano e continuou ocupando o sul do país até o ano 2000”.

A Síria ocupou por quase duas décadas parte do Líbano até 2005, quando ocorre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri.

Actualmente, o grupo de resistência do Hezbollah ocupa o sul do país.

O Líbano, que, com os seus 10 450 km2, tem menor área que o nosso distrito de Beja (que tem mais de 13 500 km2), é uma república com uma forma original e única de parlamentarismo baseado na divisão religiosa: o presidente deve ser um cristão maronita (membro da única Igreja Oriental hoje ligada ao papa); o primeiro ministro deve ser um muçulmano sunita; o porta-voz do Parlamento deve ser um muçulmano xiita.

.

No mundo árabe,

os sunitas representam, segundo alguns autores,

mais de 85 % dos muçulmanos.

Os xiitas, mais radicais (para além de outras nuances de ordem religiosa),

têm uma grande influência no Irão, no Líbano, na Síria e no Paquistão,

encontrando-se também representados no Iraque e no Bahrein

(embora, aqui, o poder esteja na mão de sunitas).

Os sunitas estão em maioria na Arábia Saudita

– talvez o mais conservador dos países árabes.

Como são sunitas os talibans, os membros da Al-Qaeda

e a maioria dos iraquianos

.

Com a eclosão do conflito entre os EUA e o Iraque, o Primeiro-Ministro Rafik Hariri (antes de seu misterioso assassinato) desaconselhava a substituição do exército libanês por forças sírias na região. Após sua morte, sob a alegação de uma conspiração contra o Líbano, a Síria é finalmente pressionada pela ONU para abandonar o Líbano, o que fez, “deixando o Líbano sem exército na fronteira ou provisoriamente entregue a uma milícia pertencente ao Hezbollah”.

O Hizbollah, ou Hezbollah, (que significa "Partido de Deus") “é uma organização islâmica extremista libanesa e um partido político, que conta com um braço armado e um braço civil”. Fundado em 1982, com o apoio do Irão (e mais tarde, apoio sírio, nos anos 90), o Hizbollah tornou-se rapidamente a principal organização militar de confrontação com Israel no Sul do Líbano. Actualmente é dirigido pelo xeque Hassan Nasrallah.

“O Hizbollah, ao contrário do que se pretende fazer passar, é uma milícia de resistência formada exclusivamente por libaneses, por jovens, órfãos cujos pais perderam a vida nos ataques de Israel em 1982 e 1986”.

Constituiu-se, porém - e aqui o ponto polémico dos fins que se propõe - num dos principais movimentos de combate à presença israelita no Médio Oriente, com os seguintes e declarados objectivos: “a luta contra o estado sionista de Israel, o deslocamento integral do Estado de Israel e expulsão da população israelita para outras regiões do planeta.”

“Certo que visa, também, defender e ajudar as martirizadas populações árabes da região que sofreram ataques de Israel desde há décadas, com a conivência e o apoio do governo dos EU e a, quiçá mais passiva, conivência da EU”. Facto que não merece menor censura.

A ser verdade que o objectivo do Hezbollah seja a pura e simples erradicação de Israel do mapa, nem esse intuito legitimaria a actuação do Estado judaico.

Mas o que a história claramente demonstra é exactamente o contrário: desde os idos de 40 que Israel não se conforma com a hipótese de se ver nessa zona do globo rodeado de “ruas árabes”. Ou seja, Israel é que não suporta a existência do Estado palestiniano. Cujos elementos tem perseguido, assassinado ou prendido a seu belo prazer, como faz o seu super-protector por esse mundo fora, como se o mundo fosse o seu xerifado.

Que poderão significar as sucessivas incursões e ocupações de território palestiniano pelo seu exército?

Que leitura se deverá fazer do terror que “o melhor exército do mundo” leva todos os dias à faixa de Gaza, por exemplo?

Em 12 de Julho do corrente ano de 2006, Israel e o grupo islâmico entraram em guerra após oito soldados israelitas terem sido mortos e dois terem sido sequestrados por membros do braço armado do Hizbollah.

Israel – de acordo com a quase totalidade das fontes – atingiu deliberadamente populações civis e alvos não militares, utilizando, mesmo, bombas de fósforo e de fragmentação, armas químicas proibidas.

Salvo israelitas e seus aliados (EUA), todos os analistas e a grande maioria dos media acharam que o Hezbollah saíra vitorioso desta acção militar de trinta e tal dias.

.

.

.

Completam-se hoje 67 anos (01.09.1939), o que ocorreu a uma SX: as forças nazis de Adolfo Hitler invadem a Polónia: iniciada a II Guerra Mundial. Nos EU era (32º) presidente Franklin Delano Roosevelt, do partido Democrata. Em Inglaterra reinava Jorge VI, da Casa de Windsor, pai de Isabel II, que lhe sucedeu, sendo o governo dirigido pelo conservador Arthur Neville Chamberlain, filho de um outro Chamberlain (Joseph, influente político liberal britânico de finais do séc XIX, começos do séc. passado). Em França vigorava a 3ª República, com o seu último Chefe de Estado, Albert Lebrun (a que se seguiria a República de Vichy com o marechal Pétain na “Chefia do Estado”), e com Édouard Daladier a chefiar o governo. Em Portugal, na cúpula do sistema continuava o general Carmona na chefia do Estado e Salazar na liderança do governo. Desde Março anterior pontificava Pio XII (260º).

Nesta data, há 67 anos atrás, a Wehrmacht (designação das forças armadas durante o regime nazi) invadiu a Polónia, não restando a Neville Chamberlain - que defendia uma "política de apaziguamento" com Hitler, a quem já havia cedido tudo o que havia a ceder - outra alternativa senão declarar guerra ao Reich, dando início, assim, à II Guerra Mundial na Europa.

A Segunda Guerra Mundial opôs os Aliados às Potências do Eixo.

Os contendores que constituíram os Aliados foram a China, os Estados Unidos, Grã-Bretanha, a União Soviética e a França. Por sua vez, constituíram as Potências do Eixo a Alemanha, a Itália e o Japão.

Mas vários outros países entraram no conflito, ou porque se juntaram a um dos lados, ou porque foram invadidos.

.

Curiosamente, aliados, em política internacional,

é uma expressão cujo conteúdo teve uma evolução

desde a segunda década do século passado

até aos tempos actuais.

Nas duas grandes guerras

designou as forças que se aliaram aos EU e ao Reino Unido contra a Alemanha.

Actualmente, pretende-se, do lado ocidental,

significar com ela a aliança entre as forças ditas do bem (ocidentais)

contra as ditas do eixo do mal (mundo árabe).

E, neste último, vice-versa, obviamente.

.

As hostilidades foram desencadeadas pelas potências do eixo. Mas os seus intuitos não eram os mesmos, nos seus intervenientes.

Adolfo Hitler, o Führer do Terceiro Reich, pretendia dominar a Europa e parte da Ásia, criando, antes de mais na Europa, uma "nova ordem", baseada nos princípios nazis da suposta superioridade da raça ariana, e no seu correspondente apuramento, pela via da exclusão — eliminação física, em suma — de minorias étnicas e religiosas, como judeus, ciganos, deficientes físicos e homossexuais; e ainda na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição de ideologias liberais, socialistas e comunistas. Por sua vez, tanto a Itália como o Japão entraram na guerra para satisfazer os seus propósitos expansionistas.

A estes propósitos se opuseram os aliados.

Conquanto exista maior consenso quanto ao considerar o início da II Grande Guerra – ou II Guerra Mundial – com a invasão da Polónia pela Alemanha nazi, na data hoje comemorada, alguns autores consideram antes como início do conflito a invasão da China pelo Japão, em 07.07.1937.

A guerra num relance:

- em 07.07.1937: invasão da China pelo Japão;

- em 1938, a Alemanha nazi anexou a Áustria, com a conivência da população;

- ainda em 1938, Hitler reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetas (região montanhosa da Checoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente. Foi então convocada uma conferência internacional em Munique, onde, em Setembro desse ano de 1938, ingleses e franceses, de acordo com a sua “política de apaziguamento”, cederam aos caprichos de Hitler;

- Março de 1939: ataque japonês contra a União Soviética;

- em 1940, o Japão tinha já ocupado vários territórios no Pacífico, e tentava agora aumentar a sua influência no Sudoeste Asiático e no Pacífico;

- a 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva inesperada contra os Países Baixos visando a contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot (acompanhando a fronteira da França com a Alemanha). Nesta ofensiva, que a História regista como "guerra-relâmpago", os alemães levaram de vencida, sem grande dificuldade, as forças franco-britânicas. É então que se dá a famosa retirada das forças aliadas para Inglaterra, por Dunquerque. Como é então que o marechal Pétain, assinado um armistício com Hitler, assume a chefia dum governo francês, o “governo de Vichy”, e inicia a colaboração com a Alemanha;

- com a queda da França em Junho de 1940, o ditador fascista, Benito Mussolini, decide que esta seria a hora e uma excelente oportunidade para entrar na guerra ao lado da Alemanha, pois a França estava derrotada e a Inglaterra estava enfraquecida e só. Assim, as forças fascistas de Mussolini levaram a cabo ataques ao longo da fronteira com a França, mas foram severamente repelidos. E durante a Batalha de Inglaterra a sua intervenção também foi desastrosa. As forças italianas viraram-se para África, em Setembro desse ano. Depois de aí terem tomado várias posições, preparavam-se para atacar posições inglesas no Egipto, então colónia britânica, com o objectivo de dominar o Canal de Suez e depois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, igualmente sob domínio britânico. Mas foram implacavelmente derrotados, embora numericamente superiores, com avultadas perdas de material de guerra e de homens, entre os quais mais de uma centena de milhar feitos prisioneiros, tendo de regressar à Tripolitânia e à Cirenaica (actual Líbia), perdendo as posições que havia conquistado no continente;

- como a situação que surgia na África era crítica para as forças do Eixo, Hitler decidiu enviar tropas alemãs para evitar o descalabro das forças italianas. Cria-se, pois, em Janeiro de 1941, o Afrika Korps (Corpo Expedicionário Alemão na África), cujo comando coube ao Tenente-General Erwin Rommel, a lendária "A Raposa do Deserto". Os Alemães, conseguiram, então, inverter os acontecimentos, evitando a iminente derrota italiana e empreenderam uma ofensiva esmagadora contra as forças britânicas enfraquecidas, obrigando-as a retroceder e a voltarem à fronteira egípcia. Após uma sucessão de batalhas memoráveis, alemães e italianos são surpreendidos pela falta de combustível e provisões na linha fortificada de El Alamein (no Egipto), uma vez que o Mediterrâneo se encontrava sob domínio da marinha britânica;

- em Junho de 1941 o Japão invade a Indochina. Na sequência desta acção, o governo dos EU impõe sanções económicas ao “país do Sol nascente”. Como represália, a 07.12.1941, a aviação japonesa atacou Pearl Harbor, a maior base norte-americana do Pacífico, inutilizando, em curtíssimo espaço de tempo, todos os navios ancorados no porto. No dia seguinte os EUA declaram guerra ao Japão, dando início à guerra do Pacífico. Apenas duas horas após o ataque a Pearl Harbor, os japoneses iniciaram a invasão de vários territórios da Ásia e do Pacífico. Em Abril de 1942, o Japão, tinha já conquistado vastos territórios nessa área, controlando Hong Kong, a Malásia, Singapura, a Indonésia, as Filipinas, a Birmânia e muitas ilhas no Pacífico.

- a ofensiva do Eixo à União Soviética era, de há muito, esperada. A sua invasão era tema recorrente do discurso nazi, desde que se convertera em partido. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, e os soviéticos desde os anos 30 que se vinham preparando para ela. Contudo, a invasão, em 22 de Junho de 41, constituiu uma surpresa, já que se não esperava que a Alemanha atacasse a URSS antes que a Inglaterra se retirasse da guerra, como se previa. A consequência foi a vantagem táctica das tropas nazis, nos começos da campanha, o que permitiu aos alemães cercarem grande número de divisões do exército vermelho e a destruição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nos aeroportos, antes mesmo que conseguissem levantar voo. Parte das tropas de Hitler atravessou os países bálticos (Lituânia, Letónia e Estónia) e marchou sobre Leninegrado (actual São Petersburgo). Completamente cercada em 08.09.1941, a consequência foi a fome que terá vitimado cerca de um milhão de civis soviéticos. Depois foi o cerco da cidade de Minsk, capital da Bielo-Rússia, em 29.06.1941, operação em que foram feitos prisioneiros 420 mil soldados soviéticos. O vitorioso avanço das tropas alemãs foi prosseguindo, com a previsão do cerco de Moscovo para 30.09.1941. O que não aconteceu no prazo previsto. O exército vermelho, que havia sofrido pesadas baixas, conseguiu recompor-se, e em pleno Inverno, em Dezembro de 1941, começou a contra-ofensiva dos russos, chefiada pelo general Zhukov;

- a batalha de Estalinegrado (actual Volgogrado, no Sul do país, nas margens do Volga), travada de meados de Agosto de 1942 a princípios de Fevereiro de 1943, entre os exércitos nazis que invadiram a União Soviética em 1941 (operação Barba Ruiva) e as forças soviéticas (Operação Urano), foi uma das maiores e mais terríficas de todos os tempos, envolvendo gigantescos meios humanos e equipamento militar, que resultou na rendição do que restava do célebre 6º exército alemão, sob o comando do general Paulus, qual horda de famintos mortos de frio, ao general soviético Zhukov, aos 02.02.1943, uma TR. Perto de um milhão de soldados do eixo, entre alemães, húngaros, romenos e italianos, além de dois milhões de soviéticos, morreram nas operações de Estalinegrado, e tudo o que restava do 6º Exército alemão foi cercado e feito prisioneiro de guerra.

.

“Estalinegrado não era mais uma cidade.

Durante todo o dia nada mais existia que uma nuvem ardendo,

uma gigantesca nuvem de fumo;

era como uma fornalha iluminada pelos reflexos das chamas...

os animais, esbaforidos, fugiram daquelas pedras fumegantes,

que somente os homens mal suportavam”

- testemunho de um oficial alemão, em carta de 1942.

.

Entretanto, enquanto os soviéticos obrigavam a Werhmacht a recuar, os norte-americanos ocupavam parte da Itália;

- ainda o fim da guerra estava um pouco distante, e já se firmavam acordos e se definiam partilhas. Os primeiros acordos resultaram da Conferência de Teerão, capital do Irão (Pérsia até 1935), no fim do mês de Novembro (28 a 30) de 1943, encontro entre os líderes dos países aliados, W. Churchill, F. Roosevelt e J. Estaline, com vista à coordenação da estratégia dos aliados na Europa;

- em 06 de Junho de 1944, uma Terça-feira, que a História regista como o Dia D, dá-se a gigantesca operação aeronaval (Operação Overlord), com o desembarque, nas praias francesas da Normandia, de mais de 150 mil homens dos exércitos norte-americano, britânico e canadiano. Na madrugada desse dia, e antes do desembarque dos aliados, pára-quedistas saltaram atrás das linhas alemãs com o objectivo de as neutralizar e às suas peças de artilharia – era o princípio do fim da guerra de 39-45;

- entretanto, em Março de 1944, as forças japonesas ocuparam a Birmânia e deram início a um ataque contra a Índia, mas acabaram por ser derrotadas. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong (Mao Tse-tung). A Guerra Sino-Japonesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, estava a ficar mais cara que a Campanha do Sul. A quando da vitória japonesa na China, as forças Aliadas chegaram perto do arquipélago nipónico. Em 1945, à tomada das ilhas de Iwo Jima (em Fevereiro) e Okinawa (em Abril), pelos Aliados, seguiram-se bombardeamentos a fábricas e instalações militares na ilha principal. Esses bombardeamentos, destruíram 58 cidades japonesas, matando mais de 390 mil civis. Nos começos de Agosto de 1945, perante o descalabro das forças nipónicas, o Imperador Hirohito autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Estaline para apresentar uma rendição do Japão. Estaline recebeu a mensagem algumas horas antes da conferência dos Aliados na Alemanha (em Potsdam, perto de Berlim), apresentando assim a rendição japonesa a Harry Truman. A 6 de Agosto, a bomba atómica "Little Boy", foi lançada sobre Hiroshima do B-29 "Enola Gay". A 8 de Agosto de 1945 a União Soviética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na conferência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agosto) em grande escala à Manchúria, que se encontrava ocupada pelo Japão —invasão que foi decisiva para a rendição dos japoneses. Truman ordenou o lançamento de uma segunda bomba atómica, a "Fat Man", sobre Nagasaki a 9 de Agosto. A 14 de Agosto o Japão rende-se incondicionalmente, após aquelas cidades terem sido atingidas pelos engenhos nucleares, que causaram cerca de 300 mil mortos instantaneamente, e um número indeterminado de vítimas posteriormente, devido à contaminação pela radiação. “As chefias militares norte-americanas justificaram esta acção afirmando que uma invasão do Japão teria custos elevados em termos de vidas de soldados americanos.” O Japão assinou a rendição a bordo dum vaso de guerra norte-americano, na baía de Tóquio, no dia 15 de Agosto;

- entrementes, em Fevereiro (de 4 a 11) de 1945, os líderes dos aliados reúnem-se, agora em Yalta, nas margens do Mar Negro, na Crimeia (Ucrânia), onde assinam acordos cujos objectivos são: assegurar um fim rápido à guerra e a estabilidade do mundo após a vitória final. Discutiu-se aí, também, a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em substituição e com diferentes bases das da Sociedade das Nações, cuja criação resultou do Tratado de Versalhes de 1919 – que punha termo, oficialmente, à primeira Grande Guerra, cujo armistício fora assinado em Novembro de 1918. Organização internacional, esta, que se revelaria um rotundo fracasso. Ao cabo e ao resto, nas partilhas do pós-guerra, o que então se fez foi definir as áreas de influência de americanos e soviéticos, ou seja, lançavam-se as bases da Guerra Fria que caracterizou quase todo o período que se seguiu até à chegada ao poder, na URSS, de Gorbachev;

- a 30.04.1945, Adolfo Hitler suicidou-se, quando as tropas soviéticas estavam, exactamente, a dois quarteirões de seu bunker. A 7 de Maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capitulação alemã. E a 14.08.1945, o general Tojo do Japão rendeu-se incondicionalmente.

A morte de Hitler não passou despercebida a Salazar que, por esse facto, decretou luto oficial de três dias.

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de vítimas mortais desta guerra. As perdas foram superiores na Europa Oriental: estimam-se 17 milhões de mortes civis e 12 milhões de mortes militares para a União Soviética (em grande medida porque a ideologia nazi considerava os povos eslavos e de outras minorias soviéticas "sub-humanos"). O Holocausto, maquinado pelas perversas mentes das autoridades nazis, como parte da "solução final" para o "problema judeu", levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus, nos campos de concentração, para além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como ciganos, eslavos, homossexuais, deficientes e eradissidentes políticos.

A Segunda Guerra Mundial provocou, por último, o fim da hegemonia mundial da Europa e a ascensão de duas superpotências, os Estados Unidos da América e a União Soviética, que seriam os protagonistas da cena internacional durante o referido período da Guerra Fria.

.

.

.

Foi há 64 anos (01.09.1942), era TR: nasceu António Lobo Antunes, escritor. No topo da estrutura estatal mantinham-se Carmona, na chefia do Estado, e Salazar na Chefia do Governo e do regime.

Romancista, Lobo Antunes licenciou-se em medicina na Universidade de Lisboa. “A sua experiência como psiquiatra e como antigo soldado na guerra colonial portuguesa reflecte-se no tratamento de problemas actuais da sociedade portuguesa, retratados de forma por vezes desconcertante, numa linguagem plena de imagens e metáforas. Os seus temas mais recorrentes são os da morte, da solidão, da loucura e do amor ou sua ausência”.

Com obras traduzidas em muitas línguas, é um dos autores portugueses da actualidade com maior projecção internacional.

As suas primeiras obras datam de 1979: Memória de Elefante e Os Cus de Judas. Seguiram-se muitos outros títulos, como Conhecimento do Inferno (1980), Explicação dos Pássaros (1981), Fado Alexandrino (1983), O Auto dos Danados (1985, Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores), Tratado das Paixões da Alma (1990), A Ordem Natural das Coisas (1992), O Manual dos Inquisidores (1996, Prémio France Culture para Melhor Livro Estrangeiro), Exortação aos Crocodilos (1999, também Grande Prémio de Romance e Novela da APE), Boa Tarde Às Coisas Aqui Em Baixo (2003 - Prémio Fernando Namora 2004) e Eu Hei-de Amar Uma Pedra (2004).

Em 2001, recebeu o Prémio austríaco para a Literatura Europeia 2000, um dos mais importantes prémios da língua alemã, atribuído pelo conjunto da sua obra. Em 2003, foi agraciado com o Prémio União Latina das Literaturas Romanas, tendo sido a terceira vez que este galardão era atribuído a um autor português (antes, os premiados foram José Cardoso Pires, em 1991, e Agustina Bessa-Luís, em 1997). (Fonte: BU da Texto Editores)

.

.

.

Faz hoje 37 anos (01.09.1969), foi numa SG: na Líbia, o golpe militar dirigido pelo coronel Muammar Khadafy depõe a monarquia e proclama a República Árabe da Líbia.

É deposto o rei Idris I e o coronel Kadhafi, líder do movimento, proclama a república e assume a chefia do governo.

A Líbia é um país situado no norte de África, limitado a norte pelo mar Mediterrâneo, a este pelo Egipto, a sudeste pelo Sudão, a sul pelo Chade e Níger e a oeste pela Argélia e Tunísia. A Líbia tem importantes jazidas de petróleo, que constituem o seu principal recurso.

A capital do país é Trípoli.

A Constituição de 1977 criou um estado socialista islâmico, com um governo traçado de forma a permitir o maior envolvimento popular possível, através de um grande congresso e pequenos secretariados e comités. Existe um Congresso Geral Popular, composto por 1112 membros, que elege um secretário-geral, que é o chefe de Estado. O Congresso Geral Popular possui um secretariado-geral, que é o que mais se aproxima no país a um órgão legislativo. O órgão executivo do Estado é o Comité Geral Popular, que substitui a antiga estrutura ministerial, em funcionamento até à revolução de 1969. A União Socialista Árabe é o único partido político existente. É ele que detém o poder supremo juntamente com o seu líder. Em 1997, a Constituição foi revista e passou a designar-se «Declaração de Estabelecimento da Autoridade do Povo», tornando-se a lei fundamental do país.

O território foi habitado por nómadas do norte de África, tendo passado pelo domínio dos fenícios, gregos, romanos, vândalos, bizantinos e, por último, do Islão. Do século XVI em diante fez parte do Império Otomano. Em 1911, o território foi conquistado pela Itália aos otomanos. No final da I Grande Guerra, os italianos tiveram de enfrentar a resistência armada, numa luta que durou 20 anos. Em 1931, as tropas italianas capturaram o líder da resistência armada, al Mukhatar, e a partir daí controlaram de novo o território. A partir de 1934, este passou a ser designado por Líbia.

Durante a II Guerra Mundial, a Líbia foi palco de intensos combates e, em 1942, o território foi dividido em três províncias: Fezzan, colocada sob o controlo francês, Cirenaica e Tripolitânia, colocada sob o controlo inglês.

Em 1951 alcançou a independência sob a designação de Reino Unido da Líbia, com Muhammad Idris-as-Sanusi a ser aclamado como rei Idris.

O país manteve uma certa estabilidade, mas uma revolução, sem derramamento de sangue, liderada por jovens oficiais nacionalistas, depôs o rei e proclamou a República Árabe da Líbia em 1969. O golpe contou com grande apoio popular. O poder passou para as mãos do Conselho de Comando Revolucionário, sob a presidência do coronel Moamar al-Khaddhafi, sendo a União Árabe Socialista o único partido político existente. Khaddhafi tem vindo a propor vários planos para a unidade árabe.

“Khaddhafi tentou governar o país de acordo com os princípios do socialismo islâmico, com vários comités populares empenhados na construção do socialismo e nos ensinamentos do Corão”. O sector mais afectado foi o do petróleo. O Governo assumiu o controlo da exploração deste recurso e impôs grandes limitações às empresas transnacionais, sem romper o relacionamento com elas.

Um projecto de modernização passou pela fertilização dos campos. Khaddhafi decretou que cada família deveria ter 10 hectares de terra, um tractor, casa, alfaias agrícolas e irrigação. Foram abertos 1500 furos para irrigação de terras. Nas cidades foi criado um sistema de previdência social, assistência médica e abonos de família. Aumentaram também os investimentos na indústria. Pela Constituição de 1977, Khaddhafi passou a ser o secretário-geral, mas em 1979 demitiu-se do lugar de modo a poder dedicar mais tempo a «preservar a revolução».

As tentativas de Muammar Khadafi de se colocar na posição de líder do mundo árabe tiveram forte oposição das potências ocidentais, em especial dos EUA. A administração Reagan opôs-se à presença líbia no seu vizinho do Sul, o Chade, e às suas tentativas para derrubar o governo do presidente Hissene Habré,

Hissene Habré é acusado

de crimes contra a humanidade,

inclusive tortura e assassinatos,

durante os seus oito anos de poder,

como presidente, no Chade.

Depois de ter sido ministro e chefe do governo,

Habré autoproclamou-se presidente em 1982,

impondo um governo ditatorial

num dos países mais pobres do mundo.

Apesar do apoio recebido da França e dos EU,

foi derrubado em 1990 por rebeldes

que actuavam a partir de bases na Líbia,

sob a liderança de Idriss Deby,

que tomou a presidência em Dezembro de 1990.

Em Julho último decorria,

no Senegal, onde se refugiou,

o julgamento de Habré.

“Os EUA associaram Khaddhafi a uma série de actividades terroristas a nível mundial, apesar de este ter negado a sua cumplicidade”. “Os terroristas líbios foram também culpabilizados pela bomba colocada no avião do voo 772 da UTA (União de Transportes Aéreos) que caiu sobre o Níger, em 1989, causando 170 mortos”.

Muito mediático, também, foi o caso Lockerbie: a Líbia era “acusada de introduzir uma bomba no avião do voo 103 da Pan American, que caiu sobre a aldeia de Lockerbie, na Escócia, em Dezembro de 1988, vitimando 270 pessoas, incluindo 11 habitantes. Em Fevereiro de 1990, foi descoberto um fragmento do detonador nos escombros do avião; o inquérito apontava para a Líbia. Em Novembro de 1991, foram acusados dois agentes dos serviços de informações líbios, com o posterior pedido de extradição. Em 1992, a Resolução 731 da ONU condenou a explosão do voo da Pan AM e do da UTA e pediu à Líbia para colaborar nas investigações. Contudo, a Líbia recusou-se a extraditar os dois suspeitos e a ONU decretou um embargo aéreo e militar à Líbia. Em Setembro de 1998, foi assinado um acordo, em Haia, pela Holanda e a Grã-Bretanha, onde ficou decidido que o processo deveria decorrer num tribunal escocês, mas em terreno neutro, na Holanda”. Em Março de 1999, foi anunciado, em Tripoli, “que os dois suspeitos seriam entregues à ONU, o que efectivamente aconteceu, sendo, depois transferidos para a Holanda. As sanções impostas pela ONU, em 1992, para forçar Trípoli a entregar à justiça os dois suspeitos, foram então suspensas. Em Junho, o tribunal escocês adiou o processo por seis meses, a pedido dos advogados. Em Outubro, os dois suspeitos líbios foram formalmente acusados de assassínio, conspiração e violação da legislação sobre a segurança aérea. Em Fevereiro de 2000, os dois suspeitos declararam-se inocentes e, em Maio, onze anos depois do atentado, teve início o processo. A defesa rejeitou a responsabilidade de grupos palestinianos.

Em Janeiro de 2001, a acusação apelou aos juízes para considerarem os suspeitos como culpados de homicídio - o que implicaria pena de prisão perpétua - e a defesa acusou a Frente Popular de Libertação da Palestina.

No mesmo mês, o tribunal escocês reunido em Camp Zeist, na Holanda, um país neutro, como exigido pela Líbia, condenou Abdel al-Megrahi e absolveu Al Amin Fhimah. Os EUA e o Reino Unido exigiram à Líbia que reconhecesse a sua responsabilidade no atentado de Lockerbie e indemnizasse as famílias das vítimas. Mas a Líbia considerou que, como Estado, não tinha qualquer responsabilidade no atentado. A posição dos EUA e do Reino Unido excluía o levantamento rápido das sanções impostas à Líbia pela ONU, em 1992, cujo fim Trípoli exigiu após a leitura das sentenças”.

“Foram impostas sanções internacionais contra a Líbia, em Abril de 1992, depois de o país ter recusado sistematicamente a extradição de seis suspeitos de ligação aos atentados de Lockerbie e da UTA. As ligações aéreas internacionais com a Líbia foram cortadas e em muitos países os funcionários diplomáticos líbios foram expulsos. Em Dezembro de 1993, a ONU decretou novas sanções: congelamento de bens líbios no estrangeiro e embargo sobre equipamentos ligados à indústria petrolífera. Em Abril de 1995, a ONU rejeitou o pedido dos EUA para a imposição de sanções mais duras. No entanto, em 1999, a Líbia concordou em entregar os suspeitos do atentado de Lockerbie para serem julgados num tribunal holandês sob jurisdição escocesa. As sanções impostas pela ONU à Líbia foram levantadas e as relações diplomáticas com o Reino Unido foram restabelecidas. Em Janeiro de 2001, o tribunal considerou apenas um dos dois suspeitos culpado do atentado, tendo-o condenado a prisão perpétua”.

Em Setembro de 1995, a Líbia expulsou milhares de palestinianos em resposta ao facto de a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), de Yasser Arafat, ter assinado um tratado de paz com Israel.

A comunidade internacional decretou um embargo às exportações de petróleo da Líbia, o que redundou numa redução de 8 mil milhões de dólares por ano, nos cofres do Estado.

Seguiram-se tempos muito difíceis para a Líbia, com a inflação a crescer, com a degradação dos serviços, mormente os serviços médicos, com o aumento da corrupção e da criminalidade.

Em Agosto de 2003, a Líbia assinou um acordo com os advogados das famílias das vítimas do atentado de Lockerbie, onde se obriga a pagar uma indemnização milionária pelas mortes ocorridas em 1988. A responsabilidade por este atentado foi assumido numa carta da Líbia ao Conselho de Segurança da ONU. Face a esta atitude, o CS votou o levantamento das sanções impostas à Líbia. Em Dezembro de 2003, a Líbia anunciou o abandono do seu programa de desenvolvimento de armas de destruição maciça. Um mês depois, concordou em compensar as famílias das vítimas de mais um atentado perpetrado por líbios - o abate do avião comercial francês, do voo 772 da UTA, sobre o Níger, em 1989.

.

.

.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma pequena adenda:
Faz hoje 67 anos a Rosa Maria.
Um abraço
RUI

free web counters
New Jersey Dialup