quinta-feira, maio 18, 2006

PORTUGUESAS E PORTUGUESES


Portuguesas e portugueses… é das mais recentes (mas já com raízes) manifestações de um antisexismo barroco e bacoco.

Não se trata de uma profunda convicção, trata-se de uma superficial aparência.

Os machistas de sempre, fazem, no discurso, a distinção. Por machista deferência. Por elegante atitude. Por machista complacência – essa a verdade.

Mas mantêm-se iguais a si próprios.

Não estou certo, mas estou em crer que, quando, depois do big-bang, o homem (o homem e a mulher, como sempre se quer dizer em circunstâncias tais) povoaram o planeta, eles (elas com eles, claro, livres e efectivamente iguais e sem sombra de qualquer sexismo) terão concordado, sem pactos nem adendas, em sintetizar a sua espécie, em termos mais genéricos, como A Humanidade (sem qualquer espécie de engulho para os machos), e, em termos mais específicos, como O Homem (sem que elas, no seu feminismo, se sentissem ofendidas ou marginalizadas).

E assim ficou, para sempre.

Para sempre, mas já não com a inicial concordância de ambos os sexos, a partir do momento em que o homem se julgou superior e passou ele a considerar-se, a si próprio, o único ser pensante e capacitado a deter poder.

A própria Igreja, em quem o mundo ocidental punha os olhos e tinha como farol orientador das suas vidas, não acreditava que as mulheres fossem seres completamente formados, já que as considerava destituídas de alma.

Mas esse tempo foi, de há bastante, ultrapassado.

Salvo, naturalmente, para certas criaturas que continuam de costas para o futuro. (Curiosamente, muitos deles, exprimem-se: portuguesas e portugueses. Donde a necessária conclusão: pura farsa)

Claro que, por exemplo, é de mais cristalina expressividade a fórmula anglo-saxónica Human Rights do que a latina Direitos do Homem/Derechos del Hombre/ Droits de l’Homme/ Diriti dell' Uomo… Embora nesses idiomas haja quem prefira dizer Direitos Humanos/Derechos Humanos/Droits Humaines/Diritti Umani.

Curiosamente, em catalão apenas se usa dizer Drets Humans.

Secularmente, em todas as longitudes e em todas as latitudes, geográfica ou ideologicamente, entende-se: O Homem (o género humano). Cidadão (habitante de um estado livre, com direitos civis e políticos).

Para chegar à grande avenida não acho indispensável ter de mergulhar, SEMPRE, em todos os becos que lá conduzem. Em tempo de vagar (consciencialização) penetrámos em todos eles: examinámos os seus conteúdos e discutimos os seus argumentos.

Acertámos as fórmulas.

O exagero, é apenas isso: o exagero!

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