terça-feira, abril 04, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

TR 04ABR06

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Na Roma antiga, nesta data festejava-se a Megalésia, que celebrava a chegada de Cibele, Mãe dos Deuses ou Grande Mãe, deusa do poder de fertilidade da natureza.

O seu culto começou na Ásia Menor, na Frígia (actual Turquia) e espalhou-se por diversos territórios gregos (onde era considerada uma encarnação de Reia), mantendo a sua popularidade até aos Romanos que lhe edificaram um templo no Palatino.

O seu culto incluía manifestações orgíacas, como era próprio dos deuses relacionados com a fertilidade.

Atís era o amante humano da deusa Cibele, considerado, por vezes, semi-deus.

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Ocorreu já lá vão 1820 anos (04.04.0186), de acordo com o actual calendário teria caído numa SG: nasceu Caracala, Imperador romano. Decorria o reinado do imperador Cómodo, aliás, Lúcio Marco Aélio Antonino Aurélio, o “depravado filho de Marco Aurélio”, a quem Cómodo sucedeu, e que poucos anos depois morreria assassinado às mãos de amigos e da sua própria concubina Márcia. Pontificava o papa Eleutério (13º), que foi quem incumbiu S. Damião de converter ao cristianismo os povos britânicos.

Marco Aurélio Antonino (vulgo Caracala) nasceu perto de Lugdunum (hoje Lyon), na Gália, e foi imperador romano desde 211 até à sua morte, na Mesopotâmia, em 08 de Abril de 217, assassinado pelo prefeito pretor Macrino, que lhe sucederia.

Era o filho mais velho de Sétimo Severo (ou Septímio Severo), a quem sucedeu.

Foi nomeado César em 196 e designado Augusto em 198.

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Na tetrarquia,

iniciada com Diocleciano, em 286,

o Império Romano estava na mão de quatro imperadores,

dois dos quais chamados Césares (imperadores juniores) e os outros dois Augustos (imperadores seniores, aos quais aqueles reportavam)

- os mais poderosos.

Um Augusto e um César no Império do Ocidente, com capital em Roma.

Outro Augusto e outro César no Império do Oriente ou Império Bizantino, com capital em Constantinopla que, no nome, sucedeu à antiga cidade grega de Bizâncio. Hoje Istambul.

Constantinopla foi uma cidade de tal modo grande e importante que era conhecida, por antonomásia, como “a cidade”.

O cognome Augusto servia, pois,

para identificar a pessoa na qual se concentrava

o poder absoluto.

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De 205 a 208, Caracala e o seu irmão mais novo, Geta, cuja devassidão os tornara famosos, viram crescer a rivalidade entre eles, a qual logo se transformou em puro ódio.

Ambos acompanharam o pai nas campanhas britânicas, entre 208 e 211, data em que Severo morreu. A partir de então, os irmãos abandonaram essa campanha britânica e regressaram a Roma. Aí, a rivalidade e a incompatibilidade chegaram ao ponto de dividirem o palácio. E a solução foi a habitual destas eras: Caracala mandou, nesse mesmo ano, assassinar o irmão.

Torna-se, portanto, imperador, em 211.

O evento mais marcante do seu reinado talvez tenha sido a célebre Constitutio Antoniniana (também conhecida como Édito de Caracala ou Édito de 212), que concedeu a cidadania plena a todos os habitantes do Império, sem distinção de raça, religião ou cultura.

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Aconteceu há 1370 anos (04.04.0636), que terá sido – de acordo com o novo calendário – numa QI: morreu Isidoro de Sevilha. O soberano pontífice era, na altura, Honório I (70º).

Santo Isidoro de Sevilha, nasceu em Cartagena (Espanha), em 560, na época visigoda. Foi Teólogo, Matemático, Doutor da Igreja.

Foi, ainda, Arcebispo de Sevilha, considerado um dos grandes eruditos da Idade Média. Sua obra influenciou largamente toda a produção intelectual na Espanha medieval.

Até já foi proclamado padroeiro dos utentes da Internet.

Autor do livro “As Etimologias”, principal fonte do enciclopedismo medieval.

Ver acerca desta obra e do autor pode ver-se um trabalho do brasileiro Luiz Jean Lauand.

Também é interessante ver “Enciclopédia e Hipertexto/Hipertexto e Medievalidade, trabalho de Maria Adelaide Miranda, da Faculdade de Letras da U. Clássica de Lisboa, trabalho este que, como logo nele se vê, se prolonga por várias (3 ou 4) páginas na Internet.

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Foi há 714 anos (04.04.1292), numa SX: após um breve pontificado de 4 anos, morre Nicolau IV (191º). Em Portugal reinava então D. Dinis (6º).

Nicolau IV, (que o século conhecera como Girolano Masci), foi frade franciscano antes de ser papa, e sucedeu a S. Boaventura como geral da sua ordem.

Sucedeu, na cadeira de Pedro, a Honório IV depois de uma vacância de 10 meses no papado.

Relativamente a Portugal, Nicolau IV, pela bula “Cum olim, de 07.03.1289, aprovou a concordata que solucionava a célebre questão entre o clero e a coroa, que vinha do tempo de D. Afonso III.

Em síntese, recorde-se o que se passou.

Foi durante o pontificado de Clemente IV (183º) que ocorreu o conflito entre o nosso rei D. Afonso III e os bispos do Porto, Coimbra, Guarda, Viseu, Lamego, Évora e arcebispo de Braga. Foi em 1267 que o pontífice recebeu o memorial dos prelados portugueses - quase todos em Roma, fugidos de Portugal - contra as inquirições de D. Afonso III, iniciadas em 1258. O papa não teve tempo para mais que para admoestar e aconselhar o monarca português, pois que morreu, entretanto, sem ter visto o conflito sanado.

Em 1275, Gregório X (184º) expediu a bula De regno Portugaliae, em que ordenava a D. Afonso III a reparação de todos os danos causados aos eclesiásticos sob pena de excomunhão, interdição e deposição.

Embora tenha durado poucos meses o seu pontificado, o papa português, João XXI (187º) desenvolveu uma notável acção em prol da cultura e da paz. Um dos monarcas que estava desavindo com Roma era o nosso D. Afonso III (5º). A uma carta de D. Afonso III, ao novo papa, este respondeu-lhe, através de uma bula, e encetaram-se negociações que foram surpreendidas com a morte do pontífice, em 20MAI1277.

O nosso rei D. Dinis e o clero português tiveram muitos contactos com o papa Martinho IV (189º) por causa das divergências acerca da questão das excomunhões no reinado de D. Afonso III. Chegaram mesmo, os bispos e o rei, a um acordo que enviaram ao papa, em 1282, mas a que ele só responderia em 1284, e não para aprovar o acordo, mas antes para lhe introduzir inúmeras emendas que o rei e os bispos deveriam aprovar. Questão esta que chegou, mesmo, a ser presente nas Cortes de Lisboa de 1285. Como, entretanto, o papa tinha falecido, D. Dinis deu como sem efeito as suas determinações.

Durante o curto pontificado (2 anos) de Honório IV (190º) renovaram-se as diligências para solucionar os conflitos entre o Rei de Portugal e os Prelados. D. Dinis enviou a Roma, como seus procuradores, Martim Pires, chantre de Évora, e Estêvão Lourenço, que foi substituído por João Martins, cónego da sé de Coimbra. Honório IV nomeou, mesmo, uma comissão de três cardeais para analisar a questão, mas, pouco depois também este papa se finava.

com Nicolau IV (191º) é que se chega à definitiva resolução. O novo papa “tinha seguramente boas relações com o arcebispo de Braga, o também franciscano D. Telo. Este, e mais os bispos de Coimbra, de Silves e de Lamego, de um lado, e os procuradores régios, do outro, sob a orientação de uma nova comissão cardinalícia, reuniram-se finalmente em Roma, na Basílica de Santa Maria Maior, onde a 12 de Fevereiro foi aceite e assinado por todas as partes um acordo contemplando 40 artigos e que ficou conhecido como sendo a primeira concordata entre o reino de Portugal e a Santa Sé: a concordata de 1289, ou dos 40 artigos. Aprovado o acordo pelo papa em 7 de Março, pela bula Occurrit nostrae considerationis, foi o texto do mesmo remetido a D. Dinis naquela mesma data, pela bula Cum olim inter praelatos.

O acordo assim firmado exigia a concordância expressa de D. Dinis, o que fez nas Cortes de Lisboa desse mesmo ano de 1289, em Agosto. A par dos 40 artigos já referidos, foram ainda aprovados mais 11 artigos entre os bispos e os procuradores régios, que o papa aceitou sem bula de aprovação e que D. Dinis também ratificou, pelo que algumas vezes também se faz referência a uma concordata dos 51 artigos. Seja como for, o certo é que a importância desses textos fica bem demonstrada pelo facto de terem sido assumidos como uma verdadeira concordata e de terem sido inseridos em textos legais posteriores, como aconteceu com as Ordenações Afonsinas” – transcrição esta de D. Dinis, da autoria de José A. de Sotto Mayor Pizarro, Circulo de Leitores, 2005, pág 102.

À morte de Nicolau IV segue-se nova sede vacante, de mais de 2 anos, desta vez. Só em AGO de 1294 seria eleito o novo papa, Celestino V (Pedro de Morrone), que, curiosamente, só reinaria por 4 meses, abdicando, em DEZ de 1294, com o humilde pretexto da sua incapacidade (impressionante! Não estou a ver nenhum outro papa ou qualquer político – desculpem-me alguns a comparação – a abdicar com semelhante fundamento!!!)

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Foi há 618 anos (04.04.1388), um SB: D. João I (10º) doa o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha) aos dominicanos. Pontificava, então, Urbano VI (202º).

O Mosteiro é o símbolo mais marcante da dinastia de Avis, e nesse mesmo ano de 1388 passaram ali a viver os primeiros dominicanos. Com a entrega do Mosteiro à Ordem dominicana, esta doação prestigiou a Vila, designadamente em matéria dos Estudos que nele eram ministrados.

Declarado património da humanidade pela UNESCO em 1983, o Mosteiro conseguiu sobreviver ao terramoto de 1755, a um incêndio e ao vandalismo das tropas napoleónicas em 1810. É um dos mais belos monumentos góticos de Portugal e o primeiro onde se utilizou a arte manuelina do séc. XVI.

Na verdade, não esqueçamos que, iniciado em 1387/1388, a construção do mosteiro prolongou-se até cerca de 1533, mobilizando extraordinários recursos humanos e materiais, proporcionando a introdução e o aperfeiçoamento de várias técnicas e artes no nosso país.

No site do IPPAR pode ver mais informação acerca do Mosteiro da Batalha.

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Foi há 389 anos (04.04.1617), uma TR: morreu John Napier, matemático escocês. Na Escócia reinava Jaime VI (r. 1567 - 1625), da Casa de Stuart (que em 1603 se torna Rei de Inglaterra). Em Portugal decorria a dinastia filipina, com Filipe II (19º) no trono (Felipe III, em Espanha). Pontificava Paulo V (233º).

JOHN NAPIER nasceu em 1550, em Edimburgo, na Escócia.
Além de
matemático, foi astrólogo e teólogo. Foi mesmo como matemático que ficou mais conhecido, por ter inventado o logaritmo natural (ou neperiano), por ter contribuído para a trigonometria esférica e por ter popularizado a notação decimal para fracções.

Nesta época ainda existiam os reinos da Escócia e de Inglaterra.

A partir de 1707, porém, o título de Rei da Escócia e Rei de Inglaterra deixam de existir para dar lugar ao de Rei da Grã-Bretanha.

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Foi há 187 anos (1819), um DM: nasceu, no Rio de Janeiro, D. Maria da Glória (futura D. Maria II), filha de D. Pedro IV (D. Pedro I do Brasil) e de sua primeira mulher a arquiduquesa D. Maria Leopoldina de Áustria. Reinava seu avô, D. João VI (27º), e em Roma pontificava Pio VII (251º).

Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina Isidora da Cruz Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Luísa Gonzaga de Bragança, aliás D.Maria II (30º) nasceu no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, e foi coroada Rainha de Portugal depois da abdicação de D.Pedro IV em 1826. O seu primeiro reinado foi interrompido pelo levantamento absolutista liderado pelo seu tio, noivo e regente D. Miguel I, que se proclama rei de Portugal a 23 de Junho de 1828. Começam então as Guerras Liberais que se prolongam até 1834. Neste ano, D. Maria II é reposta no trono e o tradicionalista, absolutista e ultramontano D. Miguel, que da peçonhenta, horrorosa e ultra-reaccionária D. Carlota Joaquina, sua mãe, herdou toda aquela péssima índole que o caracterizava, partiu para o exílio na Alemanha.

No SB 05.07.1828, D. Maria, então com 9 anos, parte do Brasil para Portugal, para vir casar com seu tio D. Miguel. Desígnio que (felizmente para ela ao que suponho) não chegou a concretizar-se.

19.09.1834 é declarada a sua maioridade – tinha feito, em Abril 15, anos.

Entretanto, uns dias depois, a 24SET1834, morre D. Pedro IV, seu pai, com 36 anos (no Palácio de Queluz). Inicia-se, assim, o seu reinado.

Alguns meses volvidos, a 26JAN1835, perto de fazer os 16 anos, D. Maria II casa com o príncipe D. Augusto de Beauharnais, 2º duque de Leuchtenberg,

mas este morreu apenas dois meses depois. Viúva, aos 17 anos, no ano seguinte, D. Maria casa pela segunda vez, agora com Fernando de Saxe-Coburg-Gotha, de quem teve onze filhos, entre eles os seus sucessores, o primogénito D. Pedro V e o secundogénito D. Luís I, que sucedeu ao irmão.

D. Maria II morreu em Lisboa, aos 15.11.1853, no Palácio das Necessidades, na sequência do seu undécimo parto (infante Eugénio).

A história cognominou-a de a Educadora.

A soberana morre aos 15NOV1853, muito nova (com 34 anos) seguindo-se a regência de D. Fernando, durante a menoridade do filho, D. Pedro (futuro D. Pedro V).

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Foi há 168 anos (04.04.1838), numa QA: promulgada a nova Constituição por D. Maria II (30º). Gregório XVI (254º) era o romano pontífice de então.

“A Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838 foi o terceiro texto constitucional português.

Após a Revolução de Setembro, em 10 de Setembro de 1836, a Carta foi abolida e em seu lugar reposta em vigor, a título provisório, a Constituição de 1822, tendo sido convocadas Cortes Constituintes destinadas a redigir uma nova constituição, a qual viria a ser concluída e jurada em 4 de Abril de 1838.

Contudo, foi efémera a sua vigência - em 10 de Fevereiro de 1842, Costa Cabral é saudado com vivas à Carta na sua chegada ao Porto, e ao regressar a Lisboa procede a um golpe de Estado e restaura o velho texto constitucional.”

(Fonte: transcrição da Wikipédia, a enciclopédia livre)

Na mesma enciclopédia – para os que nisso tiverem interesse ou curiosidade – se encontram referências aos outros textos constitucionais do nosso país, a saber:

Constituição Política da Monarquia Portuguesa (1822)

Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa (1826)

Constituição Política da Monarquia Portuguesa (1838) (transcrito acima)

Constituição Política da República Portuguesa (1911)

Constituição Política da República Portuguesa (1933)

Constituição da República Portuguesa (1976)

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Foi há 157 anos (1849), numa QA: morreu, em Lisboa, Mouzinho da Silveira, político e jurisconsulto português. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Pio IX (255º).

José Xavier Mouzinho da Silveira nasceu em Castelo de Vide, a 12 de Junho de 1780. Foi uma das mais marcantes figuras da revolução liberal. Foi, sobretudo, um importante legislador dessa fase, operando relevantes modificações institucionais mormente no âmbito da justiça e da fiscalidade. Perseguido pelos miguelistas, foi preso durante a Abrilada. Destacado defensor da Carta Constitucional de 1826, voltou ao Parlamento em 1834, depois de breve degredo, mas em 1836 viu-se forçado a novo e definitivo exílio.

(Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)

Para mais informação acerca deste destacado político, ver a referida enciclopédia.

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Foi há 92 anos (1914), um SB: nasceu em Gia Dinh, perto de Saigão, Indochina (na região que depois se chamaria Vietname do Norte), Marguerite Duras, escritora francesa. Em Portugal era PR Manuel de Arriaga. Pontificava Pio X (257º).

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"Donde pode nascer o amor?

Talvez de uma súbita falha do universo,

talvez de um erro,

nunca de um acto de vontade"

- afirmou um dia

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Seu verdadeiro nome era Marguerite Donnadieu.

Passou a infância e a adolescência nessa antiga colónia francesa, e aos 18 anos viajou para Paris para estudar Direito, Matemática e Ciência Política.

É de 1943 o seu primeiro romance, Les Impudents. No mesmo ano em que entrou no núcleo de acção de François Mitterrand, então chefe da resistência Morland.

O livro Uma Barragem Contra o Pacífico colocou Duras na linha da frente para o prestigiado prémio literário Goncourt, mas não o ganhou.

Marguerite Duras também escreveu guiões para cinema: Hiroshima, Meu Amor (1960) para Alain Renais, Moderato Cantabile para Peter Brook, O Marinheiro de Gibraltar para Tony Richardson; mas esta experiência não a satisfazia. Daí que tenha decidido realizar o filme India Song, no qual os actores desapareceram e em que a câmara se limita a filmar os lugares com a banda-sonora em off.

Com O Amante (1984) veio o cobiçado prémio Goncourt, obra que foi adaptada ao cinema pelo realizador francês Jean-Jacques Annaud, em 1991. Mas Duras não gostou e cortou definitivamente as estreitas relações que, até então, mantinha com o mundo cinematográfico.

Mas já antes voltara aos romances: O Vice-Cônsul (1966), que evoca um mundo existencialista a partir do cenário de Calcutá, A Vida Material (1987), O Jardim e Emily L. (1989). A acção do seu romance autobiográfico, A Dor (1986), decorre em Paris em 1945. C'est tout foi a sua última obra, deixada ao seu companheiro homossexual Yan Andréa.

“Os seus acessos de mau génio, bem como o seu radicalismo político — ao aderir a movimentos feministas ou quando refere que o lançamento de bombas atómicas sobre os EUA seria a única hipótese de pôr termo ao sofrimento dos vietnamitas — eram bastante conhecidos. Contudo, soube criar meticulosamente a sua lenda, construindo um universo próprio, misturando realidade e ficção.

Em 1995, o ano que precedeu a sua morte, Duras estava consciente de que a sua vida tinha chegado ao fim, depois dos seus sucessivos comas etílicos e do deambular eterno pelos labirintos da solidão. «Creio que terminou. Que a minha vida acabou. Já não sou nada. Tornei-me completamente assustadora. Já não me aguento. Vem depressa. Já não tenho boca, rosto.» Mas nunca gostou que contassem a sua vida. Porque, como disse um dia: «A história da minha vida não existe. Isso não existe. Nunca há centro. Nem caminho, nem linha. Há vastas passagens em que se insinua que houve alguém, mas é certo que não houve ninguém.»”

Marguerite Duras finou-se para o mundo em Paris, a 3 de Março de 1996, aos 81 anos de idade.

Integrou o movimento chamado nouveau roman (novo romance) assim como o existencialismo.

(Fonte: basicamente – com grandes transcrições – BU da Texto Editora)

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Foi há 57 anos (04.04.1949), numa SG: fundação da NATO (OTAN — Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Washington. Em Portugal decorria o mandato de Carmona. Em Roma pontificava Pio XII (260º).

Na verdade, a NATO foi fundada com o objectivo de constituir uma defesa colectiva dos principais países da Europa Ocidental e da América do Norte contra a possível ameaça da ex-URSS. O colapso do comunismo na Europa de Leste a partir de 1990 provocou a mais radical revisão da sua política estratégica de defesa desde a sua constituição. Depois do Pacto de Varsóvia da Europa de Leste ter sido desmantelado em 1991, foi estabelecido, no âmbito da NATO, o North Atlantic Cooperation Council, Conselho de Cooperação do Atlântico Norte, que inclui todas as antigas repúblicas soviéticas e cujo objectivo é a edificação de uma maior segurança na Europa.

É, pois, assinado, em Washington, o documento que cria a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). E foram doze os países que assinaram o tratado: Bélgica, Canadá, Dinamarca, EUA, França, Holanda, Islândia, Itália, Noruega, Reino Unido e Portugal e Luxemburgo.

Mais tarde aderiram outros países como a Alemanha, 1955, e a Espanha em 1982.

Curiosamente, é com a entrada da Alemanha que surge a congénere da NATO, o Pacto de Varsóvia.

Este (Pacto de Varsóvia ou Pacto de Assistência Mútua da Europa de Leste) é, pois, uma aliança militar existente entre 1955 e 1991 entre a URSS e os países comunistas da Europa de Leste. Foi estabelecida, a 14 de Maio de 1955, e, como se diz atrás, como resposta à entrada da Alemanha Ocidental na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Em Março de 2004, a NATO abriu as portas a sete novos membros, todos eles da Europa de Leste: Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia e Roménia.

Veja aqui o texto do Tratado do Atlântico Norte

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Foi há 38 anos (1968), uma QI: foi assassinado, em Memphis, Tennessee, nos EUA, Martin Luther King, líder da defesa dos direitos cívicos dos negros norte-americanos. Em Portugal Américo Tomás era o PR. Em Roma pontificava Paulo VI (262º).

"Nós aprendemos a voar como os pássaros,

a nadar como os peixes,

mas não aprendemos a conviver como irmãos"

- afirmou um dia Luther King

O líder pacifista do movimento negro dos Estados Unidos foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz de 1964, aos 35 anos de idade.

Luther King realizou em 1963, com 200 mil pessoas, a Marcha para Washington, onde proferiu seu discurso ‘I have a dream’.

Luther King nasceu no Estado norte-americano de Atlanta, em 15.01.1929.

Foi assassinado com um tiro no rosto quando se encontrava na sacada dum hotel, “pelo racista James Earl Ray”.

Pastor protestante (1954) e líder activista negro, luta contra o racismo e pelos direitos civis dos negros e é um dos fundadores da SCLC (Conferência da Liderança Cristã do Sul).

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Foi há 33 anos (1973): uma QA: inicia-se, em Aveiro o III Congresso da Oposição Democrática. O regime agonizava com Américo Tomás na presidência da República e com Marcelo Caetano na presidência do Conselho de Ministros. Paulo VI (262º) era o romano pontífice.

Do III Congresso da Oposição Democrática, recordem-se a declaração final e as conclusões.

Decorria aquilo a que algumas pessoas de boa vontade (mas pouco exigentes) chamaram “primavera marcelista”.

Nem Outono. Era, sim, o esperado Inverno, o Ocaso da Ditadura. E já lá iam quase cinco décadas…

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Foi há 14 anos (04.04.1992), era um SB: morreu, aos 47 anos, de cancro, Salgueiro Maia, capitão de Abril. Já decorria o segundo mandato presidencial de Mário Soares. Cavaco Silva liderava o XII Governo Constitucional. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II (264º).

Fernando José Salgueiro Maia nasceu em Castelo de Vide, a 01.07.1944.

Entrou para a Academia Militar em 1964 e em 1966 ingressou na Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Combateu na Guiné e em Moçambique, já com a patente de capitão. Foi um dos elementos activos do MFA.

À frente das forças da Escola Prática de Cavalaria, de Santarém, liderou o destacamento que, em 25 de Abril, negociou a rendição de Marcelo Caetano.

É de muito interesse a consulta de “Vidas Lusófonas” na matéria respeitante ao capitão Salgueiro Maia (e ao 25 de Abril).

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