terça-feira, abril 04, 2006

Arredados os preconceitos


Ora arredados os preconceitos, temos a força universal e milenar dos conceitos.

Acerca da tão polémica e debatida questão do eventual casamento dos homossexuais entre eles, o assunto tornou-se altamente recorrente porque o peso do lobby gay se tem adensado e ganho imenso espaço. Mediático, sobretudo (que é o de que mais gostam). Não porque eles sejam muitos, mas porque alguns dos poucos, pesam muito.

Num seu relativamente recente artigo acerca da matéria, a Professora (de Direito. De Direito de Família) Rita Lobo Xavier, numa passagem de humor oportuno refere:

“também existem os bissexuais, que,

para não serem discriminados,

deverão poder casar com mais duas pessoas de diferente sexo,

de forma a poderem ver respeitada as suas preferências

em cada dia”

Claro que quando a Professora refere ironicamente a “existência de bissexuais”, entre os humanos, aí incorreu num erro, no equívoco intencionalmente lançado pelos defensores do que eu chamarei a tese da confusão (não da união).

Bissexual, define o dicionário: “de ambos os sexos, hermafrodita; que é simultaneamente homossexual e heterossexual”.

Ou seja, em bom rigor (já falei nisto noutro lugar), bissexuais são os seres (animais ou vegetais) que têm os caracteres ou órgãos dos dois sexos. E nesse mais rigoroso sentido, então sim, se podem chamar de homo e heterosexuais. Bissexuais, vá, para simplificar.

Não para designar – a não ser por uma extensão que despreza ou foge do rigor – os humanos que têm tendências, ou apetites, ou propensões ou opções sexuais realizáveis em relações ou manifestações íntimas com um e outro sexo. Aqueles a quem a irreverência da minha juventude (pouco dada a complacências nestas matérias) chamava de indivíduos de “corrente alterna”.

Isto é, em bom rigor, bissexual equivale a hermafrodita, termo para o qual o dicionário explica: “em botânica e em zoologia [só, acrescento eu], que ou aquele que reúne os caracteres dos dois sexos (animal, planta ou flor); bissexual; andrógino”.

Trata-se, como logo se deixa ver, de um tertium genus que só existe na botânica e na zoologia.

Ou seja, como no reino animal, no género humano existem machos e fêmeas, que neste se chamam homens e mulheres. Nele não existem seres andróginos.

A matéria com que se divertem os homossexuais, não é para ser levada a sério, muito menos os seus falsos e falaciosos argumentos, acerca do casamento. (E da adopção).

Poucos contestarão o seu direito a optarem por se realizarem (?) em matéria sexual da forma que bem entendam. Poucos se preocuparão com as suas tendências ou opções sexuais.

Como acontece com tantos e tantos, isso não nos preocupa nada. Nem nos repugna. Nem nos impressiona.

Não nos diz nada. É problema (?) de cada um.

Geralmente falando.

Porque quanto a adopção e a casamento… Aí, por óbvias e muito pesadas razões, não aceitamos.

Não aceitamos a adopção porque para a criança, para o seu desenvolvimento normal, são e equilibrado (desculpem-me, eles, os sublinhados – que respeitam o conceito mais generalizado, universal e comummente aceite) são, segundo os entendidos mais seguidos, muito importantes a imagem masculina e feminina, a do homem e da mulher, como o foram os seus pais biológicos.

Quanto ao casamento, porque, não sendo a única (recorde-se o poema da Natália Correia ao Morgado), é de qualquer forma importante a função procriadora, a continuação da espécie. Que só com ele é possível atingir-se. Casamento, aqui, entendido, de forma lata, como união de duas pessoas, de diferente sexo, contratualmente realizado. (Contratualmente – como expressão de vontades, explicita ou implicitamente formuladas).

Será difícil que o bom senso e a Academia subscrevam outra tese.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sim.
De facto é uma questao de gosto, ha quem diga... É uma questao de se ser antiquado, ou nao. Contudo, no dizer de JP II, ha coisas que simplesmente nao podem ser modas, ha valores que simplesmente nao podem ser relativizados... Porque se tudo for relativo entao o que é o Absoluto?

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