quinta-feira, dezembro 22, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

NOTA PRÉVIA: por dificuldades diversas, a “MEMÒRIA…” de hoje não vai completa.

De alguns eventos, desta vez, vai mesmo, apenas, o sumário.

Voltarei, em breve, à normalidade.

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2005 - Ano Internacional do Microcrédito.

Ano Internacional da Física.

2005 - Ano Internacional do Desporto e da Educação Física.

Início do Inverno.

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Há 1936 anos (69), terá sido numa SX: morreu o Imperador Romano Vitélio. Dois anos antes, a Pedro sucedera o etrusco Lino. Lino, o segundo pontífice romano, foi o papa que determinou que as mulheres cobrissem a cabeça com um véu nas igrejas, costume que se manteve durante mais de 19 sécs.

Vitélio nasceu no ano 15. Consta ter sido assassinado.

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Foi há 1604 anos (401), num DM: é eleito o papa Inocêncio I (40º). De Portugal, nem projecto ainda existia. Mas havia já uma longínqua raiz de parte do seu território: Lusitânia e Galiza.

Inocêncio I sucedeu ao papa Anastácio I.

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Foi há 586 anos (1419), era uma SX: morreu o antipapa João XXIII. Em Portugal reinava D. João I (10º). A igreja católica era liderada pelo papa Martinho V (206º).

"A Igreja atingiu no pontificado [anterior] de Gregório XII o ponto crítico de decrepitude por causa do Cisma. No Ocidente existiam cristãos que veneravam o papa de Roma, outros o antipapa de Avinhão e, ainda outros, o antipapa de Pisa", respectivamente, Gregório XII, Bento XIII (o aragonês Pedro de Luna) e João XXIII (este sucedeu a outro antipapa, Alexandre V).

Quando Ângelo Giuseppe Roncali foi eleito papa em 25OUT1958 (a um mês de completar 77 anos), e escolheu adoptar o nome de João, foi ignorado que existira o antipapa acima mencionado. E o “Bom Papa João” (como ficou conhecido) recebeu o nome de João XXIII. Foi o 261º pontífice romano e o seu promissor reinado durou apenas 5 anos, de 1958 a 1963.

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Aconteceu há 399 anos (1606), numa SX: a Espanha proíbe suas colónias da América de fazer qualquer tipo de negociação com estrangeiros, sob risco de pena de morte. Em Portugal reinava Filipe II (19º), que cingia a Coroa espanhola, em regime de monarquia dual, aí com o nome de Felipe III. Pontificava Paulo V (233º).
Recordo que Filipe II, filho de Filipe I, era bisneto de D. Manuel e neto de D. João III.

Eu explico: seu pai, Filipe I, era neto de D. Manuel, porque filho de sua filha D. Isabel que casou com o imperador Carlos V, que era simultaneamente Carlos I de Espanha (e era sobrinho de D. João III, que era irmão de sua mãe). Por sua vez, seu pai (ainda o mesmo Filipe I) era genro de D. João III, porque casado com uma filha deste, também D. Isabel. Logo, também ela neta de D. Manuel. Ou seja, Filipe II, como acima se diz, era bisneto de D. Manuel e neto de D. João III.

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Faz hoje 198 anos (1807), que foi numa TR: o marquês de Alorna foi nomeado ajudante de Junot, que subjugava Portugal. D. Maria I (26º) enlouquecera e por isso assumira a regência do reino o príncipe D. João, seu filho, futuro D. João VI. Pontificava Pio VII (251º).

Na verdade o marquês de Alorna foi nomeado inspector-geral e comandante-chefe do Exército português nas províncias de Trás-os-Montes, Beira e Estremadura, sob as ordens de Junot, comandante-chefe do exército francês de ocupação de Portugal.

Trata-se Pedro de Almeida Portugal, 3.º Marquês de Alorna, 6.º Conde de Assumar,

nascido a 16 de Janeiro de 1754 e falecido em Konigberga (Prússia), aos 2 de Janeiro de 1813.

Como se constata, havia verdadeiros patriotas entre a nossa aristocracia.

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Deu-se há 159 anos (1846), numa TR: recontro de Torres Vedras: vitória de Saldanha contra Bonfim. D. Maria II (30º). Pio IX (255º).

Chefiava o governo, pela segunda vez, o general João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, Duque de Saldanha, que pertencia à corrente Cartista (governo que esteve em exercício de 6 de Outubro de 1846 a 18 de Junho de 1849).

Cartistas: tendência mais conservadora do liberalismo após a revolução de 1820, defensora da Carta Constitucional outorgada por D. Pedro IV. O cartismo (continuo a falar da sua versão portuguesa) chega ao poder através do golpe de estado de 1842 e tem o seu termo com a Convenção de Gramido de 1847, com que terminou a crise desencadeada com a revolução da Maria da Fonte e que se prolongou com a guerra da Patuleia.

O derrotado, e preso, no recontro referido foi José Lúcio Travassos Valdez, conde de Bonfim, que tinha liderado o governo entre 26 de Setembro de 1839 e 9 de Julho de 1841.

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Completam-se hoje 149 anos (1856), foi numa SG: nasceu o político norte-americano Frank Billings Kellogg. Em Portugal reinava D. Pedro V (31º). Em Roma estava na direcção da igreja católica Pio IX (255º)

O seu nome está ligado ao “pacto de Kellogg-Briand: acordo estabelecido entre os EUA e a França, em 1927, com o objectivo de encontrar uma resolução pacífica para a guerra. A designação deriva do nome do secretário de estado norte-americano Frank B. Kellog e do ministro dos negócios estrangeiros francês, Aristide Briand.” (BU)

A guerra, na altura, prendia-se mais com as disputas na América do Sul.

Kellogg morreu em 1937 e foi prémio Nobel da Paz em 1929.

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Faz hoje 147 anos (1858), foi numa QA: nasceu, em Lucca, na Toscânia, Giacomo Puccini compositor de ópera, italiano. Em Portugal reinava ainda, mas por pouco tempo, D. Pedro V. Assim como prosseguia o pontificado de Pio IX.

Considerado, por muitos, o maior compositor italiano de óperas, as suas principais e mais conhecidas obras são Madame Butterfly e La Boheme. Mas também sua, e não menos apreciada, é a ópera Tosca.

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Foi há 146 anos (1859), numa QI: são aprovados os estatutos da Companhia Real dos Caminhos de Ferro portugueses. Reinava ainda D. Pedro V. Continuava o pontificado de Pio IX.

Aquela companhia foi a antecessora da CP.

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Aconteceu, faz hoje 125 anos (1880), era uma QA: morreu a escritora inglesa George Eliot. Em Inglaterra reinava Guilherme IV, filho de Jorge III, da Casa de Hanôver (dinastia de origem germânica). Em Portugal reinava D. Luís (32º). No Vaticano pontificava Leão XIII (256º).

George Eliot é o pseudónimo de Mary Ann Evans, que nasceu em Chilvers Coton, em Warwickshire, aos 22NOV1819. Teve uma educação evangélica severa, mas tornou-se uma livre pensadora. Conheceu e privou com nomes como Thomas Carlyle, Harriet Martineau, Herbert Spencer e o filósofo e crítico George Henry Lewes. Com este, viveu de 1854 a 1878 (ano em que ele morreu).

Middlemarch, publicado em fascículos entre 1871 e 1872, é considerado o seu melhor romance.

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"Não nego que as mulheres sejam tontas:

Deus, Todo-Poderoso, as fez para se equipararem aos homens"

George Eliot

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Foi há 111 anos (1894), era um SB: a Justiça francesa condena o militar Alfred Dreyfus de crime de alta traição. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Prosseguia o pontificado de Leão XIII.

Dreyfus foi acusado de vender segredos militares e, condenado, foi deportado para a ilha Devil. Falsamente acusado, pois anos mais tarde foi comprovada sua inocência.

Foi um clamoroso erro judiciário que fez correr muita tinta.

Havemos de voltar a este assunto.

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Completam-se hoje 70 anos (1935), foi num DM: nasceu, no Porto, o cineasta Paulo Rocha. Implantada a ditadura, há nove anos atrás, decorria o mandato vitalício de Carmona, como PR. Salazar detinha, já, todas as rédeas do poder. No Vaticano pontificava o papa Pio XI (259º).

Paulo Rocha frequentou Direito, em Lisboa, e fez parte do movimento cineclubista de que foi dirigente. Entre 1959 e 1961 fixou-se em Paris, formando-se em realização pelo Institut d' Hautes Études Cinématographiques (IDHEC).

Assistente estagiário de Jean Renoir em Le Caporal épinglé (1961), Paulo Rocha estreou-se na realização com Verdes Anos (1963), filme galardoado com o prémio da melhor primeira obra, no Festival de Locarno. Seguiram-se, entre outros, Mudar de Vida (1966), A Ilha dos Amores (1982), Máscara de Aço contra Abismo Azul (1988, uma média-metragem para a RTP, sobre o pintor Amadeo de Souza Cardoso) e A Raiz do Coração (1999).

Como actor, participou, por exemplo, nos filmes de Manoel de Oliveira Francisca (1980) e Le Soulier de satin (1985).

Foi ainda fundador do Centro Português de Cinema, que dirigiu entre 1973-1974 e adido cultural da Embaixada de Portugal em Tóquio (entre 1975 e 1983). É considerado pelo seu trabalho como realizador uma figura central da geração do Cinema Novo português.

Em 1999, no âmbito dos IV Encontros de Cinema da Universidade de Coimbra, recebeu o Prémio de Estudos Fílmicos daquela universidade. No mesmo ano venceu o Prémio Manoel de Oliveira, relativamente à primeira edição de 1998.

(Transcrito – já que não inteira e gratuitamente disponível on line -, com a devida vénia, da várias vezes mencionada BU: http://www.universal.pt/)

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Foi há 62 anos (1943), era uma QA: II Guerra Mundial (ou II Grande Guerra ou Guerra 39-45): Churchill, Roosevelt e Chiang Kai-Check, os líderes britânico, norte-americano e chinês, concluem a estratégia comum do Pacífico. Em Portugal prosseguia a presidência vitalícia de Carmona e o consulado (de décadas) de Salazar. Na igreja romana pontificava Pio XII (260º).

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Faz hoje 56 anos (1949), era uma QI: nasceram os gémeos britânicos Maurice e Robin Gibb, músicos, fundadores da banda pop Bee Gees. Em Portugal… Tudo na mesma: continuavam na cúpula do sistema Salazar e os seus impedidos, por ora, ainda Carmona. No Vaticano prosseguia o pontificado de Pio XII.

O grupo, que teve grande sucesso sobretudo nos anos 70, foi fundado e constituído pelos três irmãos Gibb: Barry, o mais velho, que era vocalista, e os gémeos Robin, também vocalista, e Maurice, baixo e teclas.

Os irmãos Gibb nasceram na Ilha de Man, Reino Unido, nos anos 40, e mudaram-se ainda adolescentes para a cidade de Brisbane (Austrália) com os pais, em 1958, onde já se apresentavam no meio musical, como Bee Gees, mas sem grande sucesso. Regressaram a Inglaterra em 1967.

O nome da banda foi formado, ainda em Brisbane, a partir do plural da pronúncia das iniciais de Brothers Gibb. Em 1969 lançaram o álbum Odessa, um dos seus grandes êxitos.

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Passaram-se 37 anos (1968), foi num DM: após protestarem publicamente contra a ditadura, os cantores Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio de Janeiro, na boite (hoje dir-se-ia discoteca) “Sucata”. Em Portugal, Américo Tomás, fiel discípulo do ditador, estava no Poder (PR), havia dez anos. E preparava-se para uma maratona como a de Carmona. Mas o 25 de Abril cortou-lhe as asas. No Verão desse ano, Salazar dera a fatídica queda da célebre cadeira, no Forte de S. João do Estoril. Verificada a sua irreversível incapacidade, na sequência dessa queda, Américo Tomás, muito contrariado e visivelmente desgostoso, nomeia, em sua substituição, Marcelo Caetano para liderar o Governo. Mas sem que Salazar sonhasse que já não detinha nominalmente (só) o poder… (Impensável que tal sucedesse, ele saber a verdade. Deixaram-no agonizar e morrer no engano).

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Os anos de chumbo, como foram chamados, posteriormente, esses anos, pela Imprensa, parafraseando o título em português de um filme da cineasta alemã Margarethe Von Trotta sobre a repressão ao Baader-Meinhof nos anos 70, foram provavelmente os mais obscuros da história recente do Brasil.

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Baader-Meinhof em síntese, era o nome popular do grupo de

guerrilheiros de extrema-esquerda da Alemanha Ocidental,

a Rote Armee Fraktion (Facção do Exército Vermelho),

activo desde 1968 contra o imperialismo americano.

(BU)

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O que alguns militares remanescentes do regime ainda hoje chamam de "revolução", ou "contra-golpe", foi, na verdade, um golpe de estado e de direito, uma ditadura militar. Anos de chumbo é, pois, a designação do período do Regime Militar ocorrido no Brasil entre 1964 e 1985, especialmente nos contextos em que se salientam a perseguição política, a repressão cultural ou a natureza ditatorial do regime.

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Completam-se, hoje, 36 anos (1969), o que aconteceu numa SG: morreu, em Vila do Conde, com 68 anos, o escritor, dramaturgo e ensaísta José Régio. Continuavam na direcção dos destinos nacionais Américo Tomás e Marcelo Caetano. Pontificava Paulo VI (262º).

José Maria dos Reis Pereira, seu verdeiro nome, mas não o que o tornou célebre, nasceu em aos 17SET1901, também em Vila do Conde.

Formado em Românicas, em Coimbra (1925), “foi professor de liceu, primeiro no Porto e, a partir de 1929, em Portalegre, onde permaneceu mais de trinta anos, mantendo assim uma profissão paralela à de escritor. Em 1927, fundou, juntamente com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, a revista Presença, que marcou o segundo modernismo português. Para além da sua colaboração assídua nesta revista, deixou também textos dispersos em publicações como a Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias.”

“Na sua obra são centrais as problemáticas do conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade, a solidão e o orgulho, o poeta e os outros, numa análise crítica das relações humanas e do dilaceramento interior perante a divisão entre o espírito e a matéria e a ânsia humana do absoluto. Levando a cabo uma auto-análise e uma introspecção constantes, motivadas pela sensação permanente de insatisfação, a sua obra é fortemente marcada pelo tom psicologista e pelo misticismo inquietante. A sua poesia, de grande tensão lírica e dramática, apresenta-se frequentemente como uma espécie de diálogo entre níveis diferentes de consciência. A mesma intensidade psicológica aliada a um sentido de crítica social, tem lugar na ficção. Como ensaísta, dedicou-se ao estudo de autores como Camões, Raul Brandão e Florbela Espanca.

Estreou-se, em 1925, com o volume de poesia Poemas de Deus e do Diabo, a que se seguiram As Encruzilhadas de Deus (1936), Fado (1941), Filho do Homem (1961), Cântico Suspenso (1968) e, a título póstumo, Música Ligeira (1970), Colheita da Tarde (1971), 16 Poemas (1971) e Páginas do Diário Íntimo (2000). Na ficção narrativa, publicou Jogo da Cabra-Cega (1934), Davam Grandes Passeios aos Domingos (1941), O Príncipe com Orelhas de Burro (1942), o ciclo A Velha Casa (1945-1966) e Histórias de Mulheres (1946), entre outros.”

“Em vida, a única peça que viu representada no teatro profissional foi Benilde ou a Virgem-Mãe (1947), no Teatro Nacional D. Maria II, tendo como protagonista Maria Barroso. Para Régio, o teatro era a «parte mais original e consequentemente mais incompreendida» da sua produção literária.”

“É considerado um dos vultos mais significativos da moderna literatura portuguesa. Recebeu postumamente, em 1970, o Prémio Nacional de Poesia, pelo conjunto da sua obra poética. As suas casas de Vila do Conde e Portalegre são hoje museus.

José Régio também coleccionava objectos populares, principalmente Cristos e Santos António, que estão em expostos na Casa Museu José Régio.”

(Excertos transcritos – pelos motivos acima referidos – da mesma BU)

Para mais detalhes e conhecimento (ou revisita) de alguns dos seus poemas, ver o site GEOCITIES do Yahoo!

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Faz hoje 16 anos (1989), foi numa SX: morreu o escritor e dramaturgo irlandês Samul Beckett, aos 86 anos.

Beckett nasceu aos 13ABR1906. Em Portugal já se respirava liberdade. Na PR estava, então, Mário Soares (cumpria o seu primeiro mandato). Na chefia do Governo (XI Governo Constitucional) encontrava-se Cavaco Silva. Pontificava na igreja romana João Paulo II (264º)

Poeta, crítico, novelista e dramaturgo, Beckett não teve uma infância feliz e tornou-se um jovem melancólico. Em 1928, Beckett mudou-se para Paris, onde conheceu James Joyce, e depressa se tornou um apóstolo do escritor. Aos 23 anos, escreveu um ensaio em defesa da obra-prima de Joyce. Um ano mais tarde, recebeu o seu primeiro prémio literário com o poema Whoroscope. Depois de um estudo sobre Proust, Beckett, chegou à conclusão que o hábito e a rotina eram o «cancro do tempo». Beckett visitou a Irlanda, França, Inglaterra e a Alemanha, onde viveu as mais diversas experiências que depois se traduziram em personagens.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Beckett permaneceu em Paris, onde lutou pela Resistência. Em 1945, iniciou o seu período mais prolífico enquanto escritor. Nos cinco anos que se seguiram, escreveu Eleutheria, En attendant Godot/À Espera de Godot (1953), Endgame e os romances Malloy, Malone Dies/Malone Está a Morrer, The Unnamable/O Inominável e Mercier et Camier, dois livros de contos e um livro de crítica.

Apesar das especulações, a pequena peça onde «nada acontece» [En attendant Godot/À Espera de Godot], tornou-se num sucesso repentino, alcançando as 400 representações no Théâtre de Babylone e gozando dos elogios dos críticos dramaturgos, como Tennessee Williams, Jean Anouilh, Thornton Wilder, e William Saroyan. A peça tornou-se num marco no teatro do absurdo. As personagens desta peça exemplificam a situação do homem encurralado num mundo de rotina: dois vagabundos, indecisos e inertes, esperam interminavelmente um misterioso Godot (deus) que, de um modo inexplicável, irá melhorar as suas vidas.

E escreveu muito, muito mais.

Em 1969, recebeu o Prémio Nobel da Literatura. As suas obras foram traduzidas em mais de 20 línguas. Continuou a escrever até à sua morte em 1989.

(Alguns excertos de BU, nos termos e com o fundamento referidos).

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Na mesma data o ditador romeno Nicolae Ceausescu é deposto.

Nicolau Ceausescu foi líder do país durante 24 anos. Mas é deposto por um sangrento golpe militar, na sequência de uma revolta popular. São executados ele e sua mulher.

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Foi há 14 anos (1991), era um DM: onze das ex-repúblicas soviéticas (excluindo a Geórgia que se encontra em guerra civil) fundam, em Alma Ata, no Cazaquistão, a CEIComunidade dos Estados Independentes, que sucede à URSS. Em Portugal iniciara, nesse ano, Mário Soares o seu segundo mandato presidencial. E prosseguia na chefia do governo (mas agora do XII Governo Constitucional), Cavaco Silva. Na direcção da igreja católica continuava João Paulo II.

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Aconteceu há 12 anos (1993), numa QA: o parlamento da África do Sul aprova uma nova constituição que abole o regime racista de apartheid no país. Em Portugal ainda decorria o segundo mandato presidencial de Mário Soares. Como continuava em exercício o XII Governo Constitucional, sob a batuta de Cavaco Silva. Como prosseguia o pontificado de João Paulo II.


Como estamos recordados, o apartheid era uma política de segregação racial do governo da África do Sul entre 1948 e 1994. Os não brancos - classificados como Bantu (negros), de cor (mistos), ou indianos - não partilhavam os direitos de cidadania com a minoria branca (por exemplo, os negros não podiam votar nas eleições parlamentares), e muitas instituições e locais públicos eram, até 1990, reservados para utilização por uma só raça.

Era vulgaríssimo encontrar-se um letreiro, à entrada de uma gare de uma estação de comboios, por ex., dizendo ONLY WHITES, noutra ONLY BLACKS. O mesmo nos autocarros, nos parques e noutros espaços públicos.

Tinham-me contado. Mas eu, mesmo, vi, nos começos dos anos 70.

Um dos eventos desse período segregacionista aconteceu na QA 29.06.1949: o Acto de Cidadania Sul-Africano suspende, após cinco anos, as garantias de cidadania aos imigrantes da Commonwealth e proíbe os casamentos mistos entre europeus e não europeus, iniciando-se assim o regime conhecido por apartheid.

Em Outubro de 1989, o presidente F. W. de Klerk autorizou manifestações contra o apartheid; a lei dos serviços públicos separados foi revogada em 1990 e foi prometida uma nova Constituição.

Em 1990, Nelson Mandela, uma das principais figuras do African Congress (Congresso Nacional Africano - ANC), foi finalmente libertado. Em 1991, as restantes leis discriminatórias que corporizavam o apartheid foram revogadas, incluindo a lei de registo da população de 1950, de acordo com a qual todos os cidadãos eram obrigatoriamente classificados num dos nove grupos raciais. Finalmente, realizaram-se, em Abril de 1994, eleições multirraciais para a presidência da República e para o novo parlamento não racial, das quais saiu vitorioso Nelson Mandela, que viria a governar o país durante cinco anos.

(De novo transcrições, como explicado acima, da BU, com a devida vénia)

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