segunda-feira, dezembro 12, 2011

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Como sempre, recordo:

Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.

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DECORRE O 11º ANO DO 3º MILÉNIO.
ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 12 DE DEZEMBRO DE 2011 (MMXI) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2764 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4707 a 4708 do calendário chinês
Ano 5771 a 5772 do calendário hebraico
Ano 1432 a 1433 do calendário islâmico

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado
2011 é o
ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO
ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA
ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS



Há 189 anos, na QI 12.12.1822, os Estados Unidos reconhecem a independência do México.



Pirâmide de Kukulkán, em Chichén Itzá, México
Templo maia na cidade pré-colombiana de Chichén Itzá, no Norte da península Iucatão, no México
                                                                                                
(apud WIKIPÉDIA)


Figura esculpida na rocha na cidade sagrada pré-colombiana de Chichén Itzá, no Norte da península Iucatão, no México


O 5º presidente norte-americano, James Monroe, cumpria, na altura, o seu mandato.
No Reino Unido reinava Jorge IV, tio da rainha Vitória, da dinastia de Hanôver, logo, tio-tetravô de Isabel II. A linha directa de sucessão ao trono britânico foi subitamente extinta com Jorge III. Este tinha 15 filhos, mas nenhum neto legítimo que pudesse herdar a coroa, por morte de seu filho e sucessor Jorge IV. As suas seis filhas eram solteiras ou estéreis e nenhum dos seus 9 filhos era casado, à excepção do segundo, que também não tinha filhos. Posta a questão da sucessão, os filhos lá se resolveram a casar. Tardiamente. Assim, e às pressas, Eduardo Augusto, Duque de Kent, o quinto filho de Jorge III, irmão dos reis Jorge IV e Guilherme IV, decidiu casar um ou dois anos antes de morrer, nascendo em 1819, no ano anterior ao da sua morte, sua filha, a futura rainha Vitória, que era trisavó de Isabel II, já numa nova ordem de sucessão directa.
Em França vivia-se a conturbada época da revolução de 1789: caída a monarquia, com a execução de Luís XVI, na guilhotina (e Maria Antonieta meses depois), segue-se a República, a que se sucede o Império. Com a queda do Império e a abdicação de Napoleão (1814), sobe ao trono francês, restaurada a dinastia de Bourbon, Luís XVIII, irmão de Luís XVI.
Em Espanha reinava, então, Fernando VII (que pelo baptismo tinha 27 nomes próprios), uma vez deposto José Bonaparte, depois do curto reinado fantoche que fora imposto por seu irmão Napoleão.
Em Portugal reinava D. João VI (27º), Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Isto, no ano em que foi aprovada (em 23.09) a nossa primeira constituição, a Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1822.
No Vaticano pontificava Pio VII (251º). Quando Napoleão Bonaparte se fez proclamar imperador, Pio VII foi a Paris, a seu pedido, para o sagrar (Dezembro de 1804), e prolongou a sua visita à capital francesa por uns meses. Mas a estes favores, Napoleão não retribuiu com mais que "minúsculas concessões", primeiro, para depois esquecer tudo quanto tinha acordado e perseguir impiedosamente o sumo pontífice, chegando a mandá-lo prender por mais de uma vez, coagindo-o a assinar degradantes concordatas, apoderando-se dos Estados pontifícios.
A revolução (francesa) de 1814 forçou Napoleão a soltar o papa e a restituir-lhe os Estados da Igreja. Assim, nesse ano saía de Savona, onde estava preso às ordens do imperador, e era festivamente recebido em Roma. Donde voltou a ser expulso, por curto lapso de tempo, em consequência da invasão de Murat, mas depois da guerra dos Cem-Dias regressou a Roma onde foi recebido triunfalmente.
Pio VII assistiu à queda de Napoleão, cuja família acolheu em Roma. Intercedeu junto das cortes de toda a Europa pelo desterrado de Sta Helena, e recusou toda a represália política.
Mostrou-se desfavorável ao rigor das penas aplicadas pela Inquisição, atribuindo-se-lhe, a propósito, as seguintes palavras: "A lei de Deus não é como a lei dos homens; traz consigo suavidade e persuasão. A perseguição, o desterro, os cárceres são os meios de que se valem os falsos profetas e os falsos doutores".
Foi um generoso e corajoso papa, sublinham alguns registos.

1822 foi ainda o ano em que:
07SET: D. Pedro soltou o "grito do Ipiranga" ("Independência ou morte!"), nas margens do rio Ipiranga, arredores de S Paulo. É a independência do Brasil.
23SET: foi assinada a I Constituição Portuguesa [Constituição de 1822] (elaborada pelas Cortes Constituintes em 1821).
01OUT: D. João VI jura a Constituição (D. Carlota Joaquina negou-se sistematicamente a jurá-la).
12OUT: D. Pedro foi aclamado imperador do Brasil (até 1831).
Foi fundada a Sociedade Promotora da Indústria Nacional.
Nasceu Luís Augusto Rebelo da Silva (jornalista, historiador, romancista e político português); morreram Manuel Fernandes Tomás (um magistrado e político vintista que se destacou na organização dos primeiros movimentos pró-liberalismo) e Machado de Castro (um dos maiores e mais renomados escultores portugueses).
Libertação do Equador.
Jean François Champollion foi um linguista e egiptólogo francês. Considerado o pai da egiptologia, a ele se deve a decifração dos hieróglifos egípcios.
Beethoven compõs a Missa em Ré.
Schubert compõs a Sinfonia Incompleta.


O México foi, por certo, das regiões do Novo Mundo onde se desenvolveram mais civilizações, sempre (ou quase) em regiões geográficas diferentes dentro do México – algumas, com ramificações para o exterior deste país: olmecas (1200 a.C. a 400 a.C.), maias (de cerca de 2000 a. C - 250 d. C), toltecas (entre o século X e o século XII), mixtecas (do século IX ao início do XVI – que influenciaram o declínio da civilização maia no Sul, e permaneceram independentes dos Azetecas no Norte), zapotecas (a partir do século IV, ocuparam a região do México situada entre Tehuantepec e Acapulco, fixando-se posteriormente em Oaxaca) e os astecas - ou azetecas, num português mais exigente – (1325 até 1521), que se fixaram, todas elas, no planalto central.
Os azetecas eram o povo que dominava política e culturalmente o México aquando da conquista espanhola no séc. XVI, mas que ainda hoje subsiste.

Todas estas civilizações e culturas constituídas por povos ameríndios (erradamente ditos índios, como se sabe) e também todas elas civilizações mesoamericanas, pré-colombianas
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Mesoamérica é o termo com que se denomina a região do continente americano que inclui aproximadamente o sul do México e os territórios da Guatemala, El Salvador, Belize bem como parte da Nicarágua, Honduras e Costa Rica. “Trata-se de uma macrorregião cultural de grande diversidade étnica e linguística, cuja unidade cultural está baseada no que Paul Kirchhoff definiu como o complexo mesoamericano”.
Entre outras coisas, o chamado complexo mesoamericano inclui a agricultura do milho, o uso de dois calendários (um deles ritual com 260 dias e outro civil, com 365 dias), os sacrifícios humanos e a organização estatal das sociedades. O complexo mesoamericano serviu como ferramenta teórica para distinguir os povos desta região relativamente a outras macrorregiões culturais que os circundavam
[Wikipédia]


Recuando, apenas um pouco, vejamos: o último imperador azeteca (eleito em 1503, por morte do antigo imperador, seu tio), Montezuma II, foi morto em 1520 quando se dá a invasão espanhola. E com a chegada dos europeus, a população indígena foi quase completamente dizimada, não só em consequência da guerra como por efeito de doenças trazidas do Velho Mundo, para as quais os indígenas não apresentavam resistências nem cura. Daí que dos 21 milhões de habitantes, em 1519, se tivesse passado para 1 milhão em 1607!

Em 1535, o México passou a ser o vice-reino da Nova Espanha. A cultura espanhola e a religião católica foram impostas pelo colonizador, que também iniciou a exploração dos seus recursos naturais. O governo colonial foi-se tornando cada vez mais opressivo e a luta pela independência iniciou-se em 1810, tendo o domínio espanhol terminado em 1821. E logo em 1822-23 foi instituído o Império Mexicano.

O México (hoje, Estados Unidos Mexicanos, oficialmente), uma vez independente, passou por sucessivas e desgastantes guerras civis. Com os EU em 1835 e de 1846 a 1848 e, internamente, com a ditadura Antonio López de Santa Anna, que foi derrubado em 1855 por Benito Juárez.
Um acaso (uma dívida astronómica de um antigo presidente mexicano, Miramon, a um banco suíço), leva o Habsburgo Maximiliano, irmão do imperador da Áustria, Francisco José, ao poder, em 1864, apoiado pelos conservadores, opositores de Benito Juárez. Mas por escasso tempo: três anos depois dá-se o derrube da monarquia e a execução de Maximiliano.
De então para cá, o México tem sofrido as contingências normais por que passa um país independente.

O México é um extenso museu, que se estende da costa do Pacífico à atlântica.
Inúmeros monumentos, bem conservados, que recordam aquelas (mais ou menos) remotas civilizações e culturas, deixam o visitante interessado quase em êxtase.
(O encanto cresce se o visitante tiver a sorte de encontrar guias de grande qualidade e talento – como me aconteceu, sobretudo, na cidade do México e em Oaxaca, onde um era sociólogo e outro antropólogo...)

Pirâmides enormes (diferentes na forma e na primitiva finalidade das egípcias) podem ser apreciadas desde o Noroeste, junto à costa do Pacífico, passando por Acapulco, Cidade do México, Oaxaca, Mérida, até à costa do Atlântico, ao Caribe mexicano (Cancun, celebrada, mas desinteressante).

A capital, Cidade do México, tem mais de 22 milhões de habitantes, e está situada 2400m acima do nível do mar.
Ao ser fundada, em 1345, tomou o nome de Tenochtitlán, sendo arrasada em 1521 por Hermán Cortes. Foi a capital do Vice-Reino da Nova Espanha até à independência.
A zona central do centro histórico da cidade – Praça da Constituição, mas que ninguém refere por esse nome, mas sim por Zócalo - assenta sobre o que foi outrora um pântano. (Daí que a catedral, aí localizada, esteja desde há anos em permanentes obras, inundada de andaimes e estacas, pois que se está continuamente afundando...).

O Zócalo – uma das maiores praças do mundo – é o barómetro de popularidade para os políticos que aí discursem

Além da Catedral, e de alguns edifícios da Administração Pública, situam-se no Zócalo o Palácio Nacional, com os célebres e magníficos murais de Diego Rivera (1886-1957) e com evocações de sua mulher, Frida Kahlo (1907-1954).

“Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista num ensaio que escreve para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declara mais tarde: "Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei meus sonhos. Pintei minha própria realidade".
[Wikipédia]


Algumas das famosas pirâmides pré-hispânicas do México podem ser encontradas a cerca de 50 km ao norte da capital, em Teotihuacán: a pirâmide do Sol, e, ligeiramente mais pequena, ao lado, a da Lua.
Teotihuacán (significando “o local onde os homens se tornam deuses”) é considerada uma das cidades mais impressionantes do mundo antigo. Foi fundada antes da era cristã e chegou a ter mais de 125 mil habitantes.


Em diversos pontos do país se podem observar pirâmides - cujas técnicas de construção deviam ser apuradíssimas - e outros monumentos dos povos primitivos que antecederam os actuais mexicanos.

Assim, por exemplo:

Em OAXACA pode visitar-se Montealbán – cidade religiosa única no género do povoado Zapoteco. Abandonado pelos zapotecos, os mixtecas apoderaram-se desse complexo monumental, e transformaram-no num cemitério, enriqueceram notavelmente seus monumentos funerários e “adoptaram conceitos arquitectónicos evoluídos como as gregas geométricas de pedras encaixadas que adornam os palácios”.
No vale de Oaxaca, os zapotecas, em 300 d.c., desenvolveram uma das civilizações mesoamericanas clássicas. Seis séculos depois decaíram sob pressão dos mixtecas, até às conquistas espanholas de 1530.

Próximo de MERIDA pode apreciar-se a zona arqueológica UXMAL, um dos mais extraordinários testemunhos da arquitectura maia.

CHICHEN ITZA – por certo o ex-libris (ou um deles) do México, que se encontra, no Estado do Iucatão, a 120 Km de Mérida, é uma das melhores mostras dos restos da civilização maia. Destaque para a Pirâmide de Kukulkan e para o Templo dos Guerreiros.
A cidade arqueológica Chichen Itza está inscrita desde 1988 como Património Mundial da UNESCO.
É uma das raras belezas que se pode apreciar de perto e que nunca mais se apagam da retina do visitante, como eu próprio, também por sorte, pude constatar.

Acho que foi com todo o merecimento que CHICHEN ITZA fez parte dos 21 candidatos às 7 maravilhas do mundo, e foi, com inteira justiça, um dos vencedores...
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Pensava o mesmo acerca do Taj Mahal em Agra, na Índia... Não só pelo palácio, em si, a sua cripta, o seu significado, o seu enquadramento...
Só quem teve a sorte de ver o amanhecer, junto desse belo palácio todo ele de mármore branco, e assistiu ao deslumbrante e inesquecível espectáculo que é a cambiante de cores por que ele passa durante a aurora... pode compreender, na verdade, a sua extraordinária beleza! Para mim foi uma experiência inesquecível!

Pois também foi, realmente, um dos sete vencedores.


E muito, muito mais fica por dizer acerca do México.




[Fontes várias, basicamente a BU/Biblioteca Universal]

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