Assino por baixo, sem hesitação, o artigo de hoje, de Miguel Carvalho na VISÃO.
De facto a velha raposa, na sua ânsia de poder, na sua irresistível ambição de liderança, sempre se mostrou bem pouco coerente.
Soares, na verdade, não jogou sempre no mesmo tabuleiro.
Adaptava-se, com facilidade, às circunstâncias, ainda que tivesse de arrumar, por mais ou menos longo lapso de tempo, na penumbra do seu cérebro, os princípios norteadores, ou nalguma gaveta, esquecida, o respectivo catecismo.
Há 19 anos, na primeira volta das eleições presidenciais, não tive dificuldade na alternativa: a minha foi uma das milhares de assinaturas que propunham a candidatura de Salgado Zenha.
Mas na segunda volta… O caso, nesse tempo era bem diferente de hoje.
Os saudosistas da ditadura não podiam deixar de se rever na candidatura de Freitas do Amaral. Esta era a sua última esperança, mal refeitos estavam ainda do susto, e inadaptados que se mantinham à democracia.
A candidatura de Mário Soares, nessa altura, representava as conquistas de Abril.
Assim, o que estava em causa, não eram, propriamente Freitas ou Soares, eles, em si, mas sim as referidas conquistas de Abril.
Nessa altura, e em tal circunstância… Tive de engolir o sapo.
Mas o trabalho de Miguel Carvalho, as suas considerações, merecem o meu apoio.
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