quarta-feira, julho 20, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Nacional da Colômbia.

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Foi há 178 anos (1827), era uma SX: cai Saldanha, demitido pela regente (infanta D. Isabel Maria), a que se segue o episódio das archotadas. Decorria a regência da Infanta D. Isabel Maria. Pontificava Leão XII (252º).

A infanta D. Isabel Maria (1801-1876) era filha de D. João VI, logo irmã de D. Pedro IV e de D. Miguel. D. João VI, falecido a 10.03.1826, deixou a administração do reino entregue a uma Junta de Regência, presidida por sua filha D. Isabel Maria, “enquanto o legítimo herdeiro e sucessor desta coroa não der as suas providências a este respeito”. Assim, D. Isabel Maria ordenou que todos os assuntos do governo passassem pela assinatura de seu irmão, D. Pedro IV (então imperador do Brasil). Em 1828, porém, delegou os seus poderes em D. Miguel, seu irmão mais novo, arredando-se completamente da acção política.

Archotadas: manifestações populares, apoiadas pela guarnição de Lisboa, ocorridas entre 24 e 27 de Julho de 1827, contra a demissão do general duque de Saldanha, que ocorrera na data que hoje se comemora. O movimento estendeu-se ao Porto e a outras cidades portuguesas, tendo os partidários do general incitado à movimentação popular nas ruas, aclamando, à luz dos archotes, os nomes de Saldanha, de D. Pedro IV e a Carta Constitucional. Tratou-se de uma manifestação das dissensões políticas entre miguelistas e liberais.

O general João Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun, duque de Saldanha (1790-1876), teve uma tão atribulada carreira política e militar, ao longo do século XIX, que foi alcunhado de D. João VII.

Foi promovido a marechal em 1833, quando tinha já no activo uma mão cheia de campanhas militares. Participou nos combates contra a terceira invasão francesa, tendo estado presente na batalha do Buçaco. Seguiram-se campanhas militares em Espanha e no sul de França e uma estadia com a corte no Brasil, em que chegou a governador militar do Rio Grande do Sul.

De regresso a Portugal, em 1823, ainda chegou a apoiar D. Miguel, na Vilafrancada. Mas foi ao lado dos liberais que Saldanha se viria a destacar como um dos mais activos e mesmo contraditórios protagonistas das vicissitudes políticas do século. Frequentando desde 1827 os círculos dos exilados liberais, participou no episódio da Belfastada (1828) e numa tentativa de desembarque fracassada na ilha Terceira, nos Açores. Teve acção importante contra o cerco miguelista do Porto, acabando por assumir o comando em chefe das tropas fiéis a D. Pedro.

A implantação definitiva do liberalismo conduziu-o à política, tal como ao duque da Terceira e a Palmela, com quem manteve rivalidades. Depois de ser, episodicamente, ministro da guerra e chefe de governo, liderou em 1837, com o duque da Terceira, uma revolta contra a governação setembrista (revolta dos marechais). Derrotado, viu-se obrigado ao exílio, onde iniciou uma carreira diplomática com passagem por Londres como embaixador. Em Outubro de 1846, voltou à ribalta da cena política nacional como chefe militar da Emboscada, nome por que ficou conhecido o golpe palaciano apoiado por Costa Cabral que destituiu o governo formado na sequência da revolta da Maria da Fonte. Saldanha chegava assim à Presidência do Conselho de Ministros, consumando a sua adesão a um liberalismo de feição conservadora e centralista, depois de, na juventude, ter sido um apoiante da esquerda liberal. A segunda fase das sublevações contra os governos de inspiração cabralista (guerra civil da Patuleia) terminou com a vitória do partido dos Cabrais, de Saldanha e da rainha D. Maria II, apoiado pela intervenção de tropas estrangeiras. Acabou por ceder o seu lugar no governo a Costa Cabral (1849), com quem entrou em discordância mais tarde.

Em Abril-Maio de 1851 liderou o pronunciamento militar da Regeneração e regressou ao poder em novo ciclo político, marcado pelo fim das querelas constitucionais. Como governante, tribuno, diplomata e, sobretudo, chefe militar, Saldanha adquiriu uma influência singular, que o fez estar presente em todos os momentos conturbados do seu tempo. Ainda em 1870, já com 80 anos, liderou o golpe da Saldanhada, impondo ao rei D. Luís a demissão do governo do duque de Loulé e alçando-se uma vez mais ao poder. Por breve espaço de tempo, porém, acabando por se exilar como embaixador em Londres, onde veio a falecer. (Transcrito da cit BU da Texto Editores)

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Completam-se hoje 116 anos (1889), foi num SB: nasceu em Lisboa Fidelino de Figueiredo, ensaísta, crítico literário, historiador e professor. Reinava D. Luís (32º). Leão XIII (256º).
Fidelino de Figueiredo, intelectual cosmopolita, licenciou-se em Ciências Histórico-Geográficas na Faculdade de Letras, em 1910, iniciando a sua vida profissional por se dedicar ao ensino e à vida política nos conturbados tempos que se seguiram à implantação da República. Exerceu vários cargos públicos: funções no Ministério da Educação, director da Biblioteca Nacional e deputado. Fundou e dirigiu a Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos e a Revista de História (1912-1928). Exilando-se em Madrid em finais da década de 20, por razões políticas, é contratado como professor de Literatura pela Universidade Central. Já na década de 30, depois de regressado a Portugal, celebrizou-se nas actividades de conferencista e professor convidado de Literatura em várias universidades europeias e americanas. Contratado pela recém-criada Universidade de S. Paulo (1938-1951), funda aí e, lodo de seguida, também na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro, os Estudos de Literatura Portuguesa, de cujo magistério nasce um dinâmico grupo de discípulos, de entre os quais se contam prestigiados docentes e investigadores (António Soares Amora, Cleonice Berardinelli, Segismundo Spina, Carlos de Assis Pereira, Massaud Moisés, etc.). Além dos vários cursos de graduação e pós-graduação, dirigiu e colaborou activamente na revista de Letras (1938-1954), publicação da referida Univ. de São Paulo. Atingido por incurável e progressiva doença, deixou as funções docentes em S. Paulo, regressando definitivamente a Portugal, à sua casa de Alvalade.

Morreu aos 77 anos, em 20.03.1967.

Na área dos Estudos Literários, deixou uma vasta, fecunda e influente obra, nos campos da Crítica Literária e do Ensaio, da História e da Literatura Comparada, bem como da Teoria Literária.

De entre uma vasta obra, publicou:

História da Crítica Literária em Portugal, 1910; A Crítica Literária como Ciência, 1912; História da Literatura Romântica, 1913; História da Literatura Realista, 1914; História da Literatura Clássica, 3 vols., 1917-24; Estudos de Literatura, 5 vols., 1917-51; Epicurismos, 1923; A Épica Portuguesa no Século XVI, 1930 (1950); Depois de Eça de Queirós, 1933; Antero: quatro conferências, 1942; História Literária de Portugal (Sécs. XII-XX), 1944; A Luta Pela Expressão (Prolegómenos para uma Filosofia da Literatura), 1944; Diálogo ao Espelho, 1957; Símbolos & Mitos, 1964 e Ideias de Paz, 1967.

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Completam-se hoje 102 anos (1903), que foi numa SG: morreu o papa Leão XIII (256º). Em Portugal reinava D. Carlos (33º).

Leão XIII, Gioacchino Pecci, de seu nome, nasceu em Carpineto, na Itália, em 1810 e foi eleito papa em 20.02.1878, sucedendo a Pio IX, falecido a 07 do mesmo mês.

Foi Pio IX que o fez cardeal, em 1853.

O seu pontificado (de pouco mais que 25 anos) foi um dos mais notáveis da história moderna da Igreja. Publicou numerosas e muito bem elaboradas encíclicas. Uma das últimas delas: "Rerum Novarum" - notável documento sobre a doutrina social da Igreja, que versava as condições das classes trabalhadoras e que ficou conhecida como a "Magna Carta Social do Catolicismo", tendo este papa ficado conhecido como "o papa dos trabalhadores". Sob o seu pontificado o Papado adquiriu um prestígio desconhecido desde a Idade-Média.

Também publicou uma Encíclica sobre os erros modernos: Quod Apostolici

No respeitante a Portugal, foi Leão XIII que elevou à dignidade cardinalícia o bispo do Porto D. Américo Ferreira dos Santos Silva.

Nomeado Bispo do Porto, em 1871, D. Américo foi elevado ao cardinalato no consistório de 12 de Maio de 1879, tendo sido o 33º cardeal português.

A Leão XIII sucede Pio X (257º), a 04.08.1903.

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Aconteceu há 92 anos (1913), que foi num DM: tentativa revolucionária monárquica. Era PR o Dr Manuel de Arriaga. Pontificava o papa Pio X (257º).

Elementos afectos à monarquia tentam assaltar vários quartéis em Lisboa. No dia seguinte são presos inúmeros civis e militares.

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Completam-se hoje 80 anos (1925), foi numa SG: nasceu Jacques Delors, político francês. Em Portugal tínhamos na PR Manuel Teixeira Gomes. Na suprema direcção da Igreja estava Pio XI (259º).
Político socialista francês, ministro das Finanças de 1981 a 1984. Como presidente da Comissão Europeia de 1984 a 1994, superintendeu uma significativa reforma orçamental e o avanço na direcção de um mercado livre na Comunidade Europeia (actualmente União Europeia), com maiores poderes para Bruxelas.

Delors foi, de 1969 a 1972, conselheiro para os assuntos sociais do primeiro-ministro Jacques Chaban-Delmas, antes de entrar para o partido socialista em 1973. Foi ministro da Economia e Finanças (e, mais tarde, do Orçamento) na administração do presidente Mitterrand de 1981 a 1984, e superintendeu um programa de austeridade a partir de Junho de 1982.

Tendo sido preterido para o cargo de primeiro-ministro, Delors demitiu-se, tornando-se presidente da Comissão Europeia. Embora tenha sido criticado por possuir uma visão demasiado federalista, a sua presidência foi, de um modo geral, bem sucedida e conceituada, tendo presidido à ratificação final e implementação do Tratado de Maastricht sobre a União Europeia e negociado o Uruguay round do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade — GATT), concluído em 1993.

Durante as conversações bilaterais de 1992 entre os EUA e a Comunidade Europeia, com o objectivo de concluir as negociações do GATT, foi criticado por colocar os interesses do seu país e os seus próprios interesses acima dos da economia mundial. No entanto, as negociações, tanto do Tratado de Maastricht como do GATT, foram bem sucedidas. Em Junho de 1992, aceitou a prorrogação do seu mandato por mais dois anos, apesar de terem surgido problemas com a ratificação do Tratado de Maastricht. (BU)

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Aconteceu há 61 anos (1944), era uma QI: tentativa de assassinato de Hitler pelo coronel alemão von Stauffenberg em Rastenburg, na Alemanha. Em Portugal era ainda presidente da República o general Carmona, esse importante estratega do regime da ditadura do Estado Novo, vitalício em tal cargo, já que só a morte (em ABR51) o afastou dele. No Vaticano pontificava Pio XII (260º).
Claus von Stauffenberg (1907-1944) era um coronel alemão. Durante a II Guerra Mundial montou a conspiração de Julho para assassinar Hitler. Colocou uma bomba na sala de conferências do quartel-general do ditador, em Rastenburg, na Prússia oriental, na data que hoje se comemora, na qual Hitler sofreu ferimentos ligeiros. Stauffenberg e outras 200 pessoas foram, mais tarde, executados pelo regime nazi.

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Completam-se hoje 60 anos (1945), que foi numa SX: morreu, aos 74 anos, o poeta e matemático francês Paul-Ambroise Valéry. Em Portugal, o vitalício PR general Carmona ia no 3º dos seus 4 mandatos sucessivos de 7 anos cada, só interrompidos pela sua morte. Em Roma pontificava o papa Pio XII.
Paul Valéry nasceu em 1871. A sua obra poética, caracterizada pela combinação entre lirismo delicado e rigor intelectual, constituída, entre outras, por La Jeune Parque (1917) e Charmes (1922), que contém Le Cimetière Marin, um dos principais poemas da literatura francesa do século XX, foi precedida pela publicação de poesia de inspiração simbolista, em meados de 1890, e por um interregno de 20 anos, em que o autor abandonou aquela prática literária, devotando-se ao estudo da filosofia e à matemática. Também escreveu ensaios críticos e muitos volumes de diários, que considerava estarem entre as suas obras mais importantes.

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Completam-se hoje 50 anos (1955), que foi numa QA: morre, aos 86 anos, o financeiro arménio, naturalizado inglês, mas residente em Portugal, Calouste Sarkis Gulbenkian. Era PR o general Craveiro Lopes. Pontificava Pio XII (260º).

Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955) financeiro arménio, naturalizado inglês em 1902. Concluiu o curso de Engenharia e Ciências Aplicadas no King's College em Londres e veio a ser um dos pioneiros da indústria petrolífera no Médio Oriente. Com 22 anos, Calouste Gulbenkian viajou pela Transcaucásia e visitou os campos petrolíferos de Baku. As suas viagens foram transpostas para o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron em 1891.

Fundou, em 1912, a Turkish Petroleum Company, que alargou em 1920 para formar a Irak Petroleum Company.

Em 1898 foi nomeado conselheiro económico das embaixadas Otomanas de Paris e Londres.

Foi um benfeitor do Patriarcado Arménio de Jerusalém, ao qual doou uma biblioteca. Era um fiel devoto da Igreja Arménia, tendo mandado construir, em Londres, a Igreja de São Sarkis, dedicada à memória de seus pais.

Amador e coleccionador de arte, reuniu uma valiosa colecção que, posteriormente, veio a constituir o espólio do Museu Calouste Gulbenkian. Foi ainda protector das comunidades arménias espalhadas pelo mundo.

Foi cônsul-geral do Irão em Paris a partir de 1939.

Em Abril de 1942, chega a Portugal pela primeira vez, a convite do embaixador de Portugal em França. Instalou-se no Hotel Avis, em Lisboa, [entretanto demolido e que se situava onde hoje está o edifício Imaviz]onde permaneceu durante treze anos, até ao seu passamento.

Por testamento de 1953, criou a fundação que hoje tem o seu nome, e que é herdeira de grande parte da sua fortuna, das suas colecções de arte e da sua biblioteca pessoal.

Do seu espólio fazem parte 6000 peças desde a Antiguidade até ao princípio do séc. XX. A sua colecção de pintura inclui obras de Bouts, Van der Weyden, Lochner, Cima de Conegliano, Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Frans Hals, Rembrandt, Guardi, Gainsborough, Rommney, Lawrence, Fragonard, Corot, Renoir, Nattier, Boucher, Manet, Degas e Monet.

Em escultura possui o original em mármore da célebre Diana, que pertenceu a Catarina da Rússia, adquirida no Museu Hermitage em 1930.

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Foi há 22 anos (1983), o que caiu numa QA: em Lisboa, inauguração do Centro de Arte Moderna na Fundação Calouste Gulbenkian. Era PR o general Ramalho Eanes (2º mandato). Já decorria o longo pontificado de João Paulo II (264º).
O seu espólio foi constituído a partir da colecção de Calouste Gulbenkian e de outras colecções particulares. Fazem também parte desta instituição o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, que inclui um museu de Arte Moderna (com obras portuguesas e estrangeiras e um centro de documentação e pesquisa) e o Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE), ligado às artes do espectáculo contemporâneas (marionetas, dança, cinema, música) e que organiza, desde 1988, os Encontros ACARTE, através dos quais se procura pôr o país em contacto com as tendências e grupos relevantes das recentes correntes artísticas internacionais. O ACARTE dispõe ainda de um centro artístico infantil. Na área das belas-artes, a fundação apoia e subsidia projectos de investigação em várias áreas, promove cursos, conferências, ciclos de cinema e várias outras iniciativas. As suas instalações em Lisboa dispõem de um jardim onde se encontra uma exposição permanente de escultura moderna portuguesa e estrangeira.

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Foi há 18 anos (1987), era uma SG: em Lisboa, início de exposições comemorativas de centenário de Amadeo de Souza Cardoso e de Stuart Carvalhais. Já decorria o mandato presidencial (1º mandato) do Dr Mário Soares. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.
O pintor Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918) era natural de Manhufe (Amarante). Tendo ingressado na Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1905, para estudar arquitectura, abandonou o curso no ano seguinte e partiu para Paris, na altura centro das múltiplas tendências vanguardistas da pintura europeia. Embora se iniciasse no desenho de caricatura, no grafismo destes trabalhos notava-se já uma sofisticação formal que, por um lado, o afastava dos humoristas portugueses e, por outro, indiciava já a tendência decorativa e a importância da linha na pesquisa de formas puras, presentes em desenhos posteriores.

A convivência com o pintor Amedeo Modigliani levou-o a realizar, com este, uma exposição em 1911, ano em que participou pela primeira vez no Salão dos Independentes, apresentando obras também em 1912 e 1914.

A publicação de um álbum, XX Dessins, veio chamar a atenção de alguns críticos para o seu trabalho, levando à selecção de algumas pinturas para fazerem parte de Armory Show, mostra presente em Nova Iorque, Boston e Chicago, englobando trezentos artistas europeus. O pintor veria três dos seus trabalhos adquiridos por um coleccionador, passando mais tarde a fazer parte do acervo do museu de Chicago, onde se encontram.

A partir de 1912, o convívio com outros artistas e a exposição, em Paris, dos pintores do manifesto futurista levaram Amadeo de Souza Cardoso à experimentação de vários valores plásticos. Daí que esteja presente nas suas obras a assimilação das várias experiências modernistas.

Depois de apresentar obras em exposições colectivas em Londres e Berlim, o pintor, entretanto regressado a Portugal, expôs em Lisboa (1917), agitando o meio cultural, pouco preparado para a arte não académica. Os seus trabalhos deste período tiveram um impacto semelhante ao das manifestações dos futuristas portugueses, como a conferência apresentada por estes em Lisboa. Só depois da sua morte precoce [aos 31 anos], causada pela pneumónica que alastrava pela Europa nesse período, a sua obra foi reconhecida.

O pintor e caricaturista Stuart Carvalhais, aliás, José Herculano Stuart Torres de Almeida Carvalhais

(1887-1961) era natural Vila Real.

Aluno de Jorge Colaço, estreou-se no Século Cómico em 1906. Tornou-se editor de A Sátira, em 1911, sendo então responsável pelo projecto de uma sociedade de humoristas portugueses, que fez com que se apresentassem três salões de exposição em Lisboa, onde se viram representados os artistas pertencentes à primeira geração de modernistas portugueses.

Partiu para Paris em 1912, onde residiu durante um ano, no convívio de Amadeo de Souza Cardoso e Almada Negreiros, trabalhando como ilustrador na Gil Blas. Colaborou em inúmeras publicações de natureza e orientação política diversa, vindo a expor individualmente uma única vez, em 1932, no Salão da Casa da Imprensa. Nos seus desenhos, predominam os temas rústicos e tipos tradicionais lisboetas. Como pintor, a sua obra é escassa. Refiram-se, no entanto, os quadros presentes no café Brasileira do Chiado (1925), em Lisboa. Dedicou-se às artes gráficas, concebendo cartazes e capas de livros e discos. Foi ainda cenógrafo (Teatro Maria Vitória) e decorador da Feira Popular (1943). Integrado, de certo modo, nos valores do modernismo, opôs-se aos pintores da corrente futurista e chegou a caricaturar a arte de Santa-Rita. Em 1949, recebeu o Prémio Domingos Sequeira.

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