sexta-feira, julho 22, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA (continuação


Completam-se hoje 54 anos (1951), era um DM: o almirante Quintão Meireles também retira a sua candidatura às mesmas presidenciais por falta de condições. Pontifica Pio XII (260º).

Dias antes dera-se a exclusão do Prof Rui Luís Gomes do processo eleitoral às próximas presidenciais pelo Conselho de Estado.


Em Abril morrera o presidente vitalício Carmona. As presidenciais seriam em AGO, e o seu vencedor já estava determinado: seria o general Craveiro Lopes – por enquanto da confiança de Salazar, mas que logo se mostraria não totalmente moldável como o ditador queria.

O regime nunca garantia o mínimo de condições de avanço de qualquer outra candidatura que não fosse a escolhida por Salazar. Falar-se, como acima se fala de Conselho de Estado, e ainda de União Nacional, é tudo um mito para dar uma aparência de decisão colectiva: só Salazar mandava, só a sua voz era ouvida. Só a sua vontade era levada em conta.

Rui Luís Gomes (1905-1984), nasceu no Porto e formou-se em Ciências Matemáticas, doutorando-se na Universidade de Coimbra. Em 1929, foi convidado a leccionar na Universidade do Porto, vindo a ser afastado do ensino em 1947, por razões políticas. Abandonou o país para, em 1958, ir ensinar para universidades da Argentina e do Brasil.

Manuel Carlos Quintão Meireles nasceu em Freixo de Espada à Cinta, freg de S. Miguel, a 14.12.1880.

Enveredou pela carreira das armas, na Marinha. Foi um dos mais distintos oficiais da Armada, tendo proferido inúmeras e brilhantes conferências doutrinárias.

Desempenhou inúmeros cargos públicos, tendo sido, designadamente, ministro dos Negócios Estrangeiros entre DEZ28 e JUL29.

Possui muitas condecorações.

Reformou-se em DEZ1950.

Apresentou candidatura às presidenciais de 1951.

Foi um defensor dos idais republicanos e democráticos.

Morreu em Lisboa aos 11.03.1962.

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Foi há 33 anos (1972), num SB: é assinado, em Bruxelas, o acordo comercial entre Portugal e a CEE. Américo Tomás já era um presidente a prazo. Pontificava Paulo VI (262º).

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Faz hoje 31 anos (1974), era uma SG: em Portugal, a Junta de Salvação Nacional decide a favor da criação de uma junta militar para o Estado de Angola. Era ainda o general Spínola o PR, não eleito, mas designado pela JSN. Prosseguia o pontificado de Paulo VI (262º).

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Foi há 29 anos (1976), numa QI: em Lisboa, no teatro São Luís, êxito apoteótico de Amália Rodrigues. Já fora eleito e já tomara posse o general Ramalho Eanes como PR. Pontificava Paulo VI (262º).
Amália da Piedade Rebordão Rodrigues (1920-1999), natural de Lisboa, estreou-se como fadista profissional em 1939, dando início a uma carreira plena de êxito e reconhecimento mundial, transformando-se na artista portuguesa mais importante e aplaudida a nível internacional. Possui cerca de 128 discos editados em mais de 27 países.

A sua voz inigualável deu novos contornos ao fado de Lisboa, elevando-o a um plano erudito, ao cantar textos de clássicos como Luís de Camões, ou de poetas que escreveram para ela, como Pedro Homem de Mello, David Mourão-Ferreira, Ary dos Santos ou Manuel Alegre. Introduziu o fado-canção, dando origem a uma nova geração de fadistas. Entre os seus fados mais conhecidos contam-se: Estranha Forma de Vida, Povo Que Lavas no Rio, Lágrima, Ai Mouraria, Uma Casa Portuguesa, Barco Negro, Vou Dar de Beber à Dor, Casa da Mariquinhas, Fado Malhoa e Uma Guitarra.

Para além da música, manteve uma carreira paralela no teatro e no cinema, tendo sido protagonista da peça A Severa (1954) e interpretado filmes como Capas Negras (1946), Fado - a História de uma Cantadeira (1947), Vendaval Maravilhoso (1949), Sol e Touros (1949), Amantes do Tejo (1954), Sangue Toureiro (1958), Fado Corrido (1964), As Ilhas Encantadas (1964, com o qual obteve o prémio da melhor interpretação feminina), Via Macau (1965) e Véronique (1966).

Foi distinguida com a Grande Cruz da Ordem de Santiago de Espada e com a medalha da Legião de Honra Francesa.

Em 1997, Amália Rodrigues enveredou pela escrita, publicando um livro de poemas, Versos. No mesmo ano, surgiu Segredo, álbum de temas inéditos gravados entre 1965 e 1975. Em 1998, lançou o álbum O Melhor de Amália e foi homenageada na Expo'98. A fadista morreu a 6 de Outubro de 1999.

Em 2001, foi editado postumamente, Amália, Uma Força da Natureza, um álbum de fotografias que mostra o lado menos conhecido de Amália Rodrigues. O documento é da autoria de Miguel Esteves Cardoso e Fernando Dacosta.

Os seus restos mortais repousam no Panteão Nacional. Em Julho de 2001, foi inaugurada a Casa-Museu Amália Rodrigues, abrindo ao público e cumprindo a vontade da fadista em mostrar ao povo aquele que durante mais de cinquenta anos foi o lar da grande senhora do fado. (CFR cit BU)

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Foi há 17 anos (1988), era uma SX: o compositor português Jorge Peixinho recebe o Prémio de Composição Musical pelo Conselho Português de Música. Mário Soares cumpria o seu 1º mandato presidencial. João Paulo II (264º) já era papa desde há 10 anos.
Jorge Peixinho (1940-1995) nasceu no Montijo.

Formou-se em composição e piano no Conservatório Nacional de Lisboa, após o que se seguiram períodos de estágio, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, na Itália, Suíça, Países Baixos e Alemanha. Em Roma frequentou a Academia de Santa Cecília. Trabalhou com compositores como Luigi Nono, Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen. Leccionou composição e análise no Conservatório e na Escola de Música do Porto. Participou em numerosos festivais e concursos de música contemporânea, tendo alcançado grande projecção internacional como compositor.

Considerado um dos músicos portugueses fundamentais da segunda metade do século XX, é talvez o único compositor nacional que fielmente representa a corrente modernista da música europeia, cultivando na sua obra um vanguardismo mais ou menos pronunciado. Entre outras obras destacam-se Diafonia (1963-65), Morfocronia (1963-68), Música em Água e Mármore (1977), Canto para Anna Livia (1981), Concerto de Outono (1983), Ouçam a Soma dos Sons que Soam (1986), Canto Germinal (1989), Passage Intérieur (1989) e Nocturno no Cabo do Mundo (1993). (BU)

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Faz hoje 11 anos (1994), foi numa SX: o padre Feytor Pinto é eleito presidente do Observatório Europeu de Drogas. Decorre o 2º mandato do presidente Mário Soares. Prossegue o pontificado de João Paulo II.
O Padre Vítor Feytor Pinto nasceu em 1932.

Sacerdote português, actual alto comissário para o Projecto Vida. Formou-se, em 1955, em teologia sistemática (curso de teologia fundamental).

Foi, entre 1965 e 1970, membro da equipa internacional do movimento «Por um Mundo Melhor», com sede em Roma, e assistente da Junta Central de Acção Católica entre 1971 e 1976. Foi ainda coordenador nacional da Pastoral Juvenil e da Educação Cristã nas Escolas (1973-1981), tendo trabalhado nas equipas nacionais de catequese de adultos e na Pastoral dos Doentes (depois, Pastoral da Saúde) de 1981 a 1985.

Em 1992, foi empossado como alto comissário para o Projecto Vida (programa nacional de combate à droga). É também administrador, por parte do estado português, desde 1994, do Observatório Europeu da Droga e das Toxicodependências e membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Preside, desde 1991, ao secretariado de coordenação de programas de educação multicultural do Ministério da Educação.

Na área da saúde, é professor de deontologia profissional em escolas de enfermagem e presidente dos conselhos gerais do hospitais Júlio de Matos e Curry Cabral. É ainda, enquanto sacerdote, capelão coordenador de capelães hospitalares, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, consultor do conselho pontifício para os profissionais da saúde, na Santa Sé, e assistente eclesiástico da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos.

É sócio e fundador de diversas associações não-governamentais, nomeadamente do Instituto Nacional para a Emergência Infantil (1990), da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (1990) e do Centro de Estudos de Bioética (1988). Tem ainda realizado conferências e colaborado na imprensa com artigos sobre problemas sociais. Publicou, em 1994, o livro A Toxicodependência e a Sociedade Civil. Foi agraciado com vários títulos e ordens de mérito pelas autoridades oficiais.

Actualmente (2005) é pároco da freguesia do Campo Grande, em Lisboa.

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Foi há 7 anos (1998), era uma QA: Mário Soares parte para a Argélia como observador internacional nomeado pela ONU. Já decorria o 1º mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.

Várias tentativas de ajuda internacional tentaram operar, sem efeito, naquela zona de África. A União Europeia decidiu, então, em Janeiro de 1998, enviar uma missão de observação à Argélia para averiguar até que ponto poderia contribuir para a luta contra o terrorismo. A missão foi levada a cabo pela «troika» comunitária composta pelo Reino Unido, Luxemburgo e Áustria, voltando os secretários de estado com resultados fracassados perante os massacres intermináveis.

Mário Soares foi um dos observadores nomeado pela ONU.

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