quarta-feira, julho 27, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

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Aconteceu há 944 anos (1061), foi numa SX: morre o papa Nicolau II (155º). Por este tempo nem o Condado Portucalense ainda existia. Toda esta zona estava nos domínios de Castela. O Condado viria aí cerca de 30 anos depois.

A Nicolau II sucede Alexandre II (156º).

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Completam-se hoje 181 anos (1824), foi numa TR: nasceu Alexandre Dumas, filho, dramaturgo francês. Em Portugal reinava D. João VI (27º). Pontificava Pio VII (251º).
Dumas filho ficou imortalizado pela peça A Dama das Camélias (1852), baseada no seu próprio romance, e que inspirou a ópera de Verdi, La Traviata.

Morreu em 1895 com 71 anos.

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Completam-se hoje 168 anos (1837), foi numa QI: nasceu o Conde de Ficalho, político e cientista. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Gregório XVI (254º).
Francisco Manuel de Melo Breyner, foi o quarto conde de Ficalho.

O conde de Ficalho estudou na Escola Politécnica, substituindo, em 1864, Andrade Corvo na regência da cadeira de botânica, passando a professor catedrático em 1890. Foi director do Instituto Agrícola e impulsionador do Jardim Botânico de Lisboa. Desempenhou uma série de cargos de estado e pertenceu à Academia de Ciências e à Sociedade de Geografia de Lisboa.

Das figuras mais importantes na vida pública do seu tempo, fez parte do grupo dos Vencidos da Vida. Publicou estudos de botânica e de história.

Morreu em 1903, aos 66 anos.

Vencidos da Vida era um grupo formado por algumas das personalidades de relevo na vida portuguesa das últimas três décadas do século XIX, ligadas à Geração de 70. Reuniram-se, entre 1887 e 1894, para jantares e convívios semanais no café Tavares, no Hotel Bragança ou em casa de um dos seus membros Daí que Eça (que também acabou por aderir ao grupo) os designasse de “grupo jantante”. O grupo era constituído por Ramalho Ortigão, Oliveira Martins (que teria sugerido o nome), António Cândido, Guerra Junqueiro, Eça de Queirós (a partir de 1889), Luís Soveral (futuro marquês de Soveral), o conde de Ficalho, Carlos Mayer, Carlos Lobo d'Ávila e o conde de Sabugosa.

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Completam-se hoje 138 anos (1867), foi num SB: nasceu Enrique Granados, compositor e pianista espanhol. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Em Roma Pio IX (255º) ocupava a cadeira de Pedro.
Compositor e pianista espanhol, autor de obras elegantes e poéticas, nomeadamente as canções. A sua obra mais famosa é a ópera Goyescas (1916), inicialmente composta para piano e inspirada pelo pintor Goya. Criou a sua própria escola de piano, em Barcelona, e uma sociedade de concertos.

Morreu com a mulher, em 1916 (estava-se em plena I Guerra Mundial), quando o paquete em que viajavam no Canal da Mancha foi torpedeado por um submarino alemão.

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Aconteceu há 65 anos (1940), foi num SB: acordo tripartido anglo-hispano-português, garantindo a neutralidade de Portugal e Espanha na II Guerra Mundial. Cumpria o seu mandato vitalício de PR o general Carmona, um dos estrategas e uma das principais peças no estabelecimento da ditadura do Estado Novo. Pontificava Pio XII (260º).

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Completam-se hoje 57 anos (1948), era uma TR: morre Bento de Jesus Caraça, matemático, ensaísta, intelectual de grande prestígio e militante comunista. Carmona perpetuava-se na PR – só a morte o afastaria. Pontificava Pio XII (260º).

Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa em 1901.

Em 1918, concluiu o liceu no Pedro Nunes, em Lisboa, ingressando no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG). Contudo, foi afectado por uma grave doença reumática, conseguindo, no entanto, obter a licenciatura em 1923.

Em 1924, foi nomeado 1.o assistente e, em 1927, foi convidado para professor extraordinário. Com 28 anos era professor catedrático de Matemáticas Superiores no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa. Em 1933, proferiu a conferência A Cultura Integral do Indivíduo. A partir de 1938, começou a empenhar-se arduamente na criação do Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas (actual ISEG). Em 1941, fundou a Biblioteca Cosmos, que passou a dirigir. Em 1943, foi eleito presidente da direcção da Sociedade Portuguesa de Matemática. Em 1944, integrou o núcleo director do MUNAF (Movimento de Unidade Antifascista. Um ano depois integrou a comissão executiva do MUD (Movimento de Unidade Democrática).

Os seus ensaios, publicados nas revistas Gazeta de Matemática, Seara Nova e Vértice, e nos jornais O Globo, O Diabo e A Liberdade, acompanharam a sua notável acção nos campos da cultura e pedagogia.

Publicou várias obras na área da sua especialidade.

Em Outubro de 1946, Salazar impediu-o de leccionar em todas as universidades portuguesas, por ter subscrito um documento do MUD, onde se sublinhava que a implantação da democracia no país era condição para Portugal ser admitido nas Nações Unidas. Sobrevivendo graças às explicações de matemática e à solidariedade dos amigos, Bento de Jesus Caraça morreria em 1948, devido a insuficiência cardíaca.

O seu funeral, em Lisboa, constituiu uma manifestação silenciosa de protesto contra o regime.

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Foi há 52 anos (1953), era uma SG: em Panmujom, assinatura do armistício para a Coreia, pondo fim a três anos de guerra neste país. Em Portugal decorria o único mandato presidencial do general Craveiro Lopes, que se revelaria menos vulnerável aos ímpetos do ditador. Pontificava Pio XII.
A guerra da Coreia foi um conflito travado entre a Coreia do Norte, apoiada pela China, e a Coreia do Sul, auxiliada pelas Nações Unidas. A maior parte das tropas eram dos Estados Unidos da América, entre 1950 e 1953.

A 25 de Junho de 1950, o exército norte-coreano invadiu a zona sul, e, devido ao boicote da URSS, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou a Coreia do Norte.

O rumo da guerra alterou-se após o imprevisto desembarque das tropas dos EUA, em Setembro de 1950, em Ichon, na costa noroeste da Coreia do Sul. Em pouco mais de um mês, as tropas comandadas pelo general Douglas MacArthur atravessaram a Coreia do Norte e chegaram à fronteira da China. A 25 de Outubro de 1950, as tropas chinesas atacaram a outra margem do rio Yalu, empurrando as forças das Nações Unidas para baixo do paralelo 38. As negociações de paz foram iniciadas em Julho de 1951 e a guerra terminou dois anos depois, com a reposição da fronteira original no paralelo 38. O armistício foi entretanto assinado apenas com a Coreia do Norte, pois a Coreia do Sul não participou nesse acto. Com o armistício foi criada uma zona tampão desmilitarizada e patrulhada pela ONU.

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Aconteceu há 49 anos (1956), era uma SX: o presidente egípcio, Nasser, nacionalizou o canal do Suez. Em Portugal e na Santa Sé, tudo se mantinha na mesma em termos de lideranças de topo.
O canal do Suez era um canal fluvial artificial com 160 km de comprimento, entre Port Said e o porto do Suez. O canal permite estabelecer a ligação marítima entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho, separando a África da Ásia. Actualmente é a rota marítima mais curta entre a Europa e o oriente. O canal foi construído pelo engenheiro Ferdinand de Lesseps e inaugurado em 1869.

Na sequência da nacionalização do canal, ocorreu entre Outubro e Dezembro desse ano um conflito militar.

Numa tentativa de reafirmar o controlo internacional do canal, Israel lançou um ataque e precipitou o desembarque das tropas inglesas e francesas na área. Crise que, afinal, daria origem à demissão do primeiro-ministro inglês Sir Anthony Eden.

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Completam-se hoje 35 anos (1970), foi numa SG: morreu Salazar, aos 81 anos. Era o seu fiel servidor, almirante Américo Tomás, o PR. Na chefia do governo estava, desde dois anos antes, Marcelo Caetano. No Vaticano pontificava Paulo VI (262º).

Após o acidente grave que o afastou da actividade política, os mais próximos e os mais fervorosos apoiantes sempre lhe pouparam o conhecimento da realidade. Morreu convencido de que era ainda o primeiro-ministro, certo de que ainda era o líder incontestado – e isso ainda era, para o regime – e seguro de ainda ter nas suas mãos as rédeas efectivas do poder – isso, já não, desde dois anos antes.

Salazar nasceu a 28.04.1889.

Para uma biografia mais completa ver o 1º ponto da “memória…” de 28ABR05.

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Já lá vão 29 anos (1976), foi numa TR: Vasco da Gama Fernandes é eleito (primeiro) presidente da Assembleia da República eleita em 25.04 deste mesmo ano. Ramalho Eanes fora, pouco antes, em 27JUN, o primeiro presidente da Repúbica eleito após o 25 de Abril. Na suprema direcção da igreja romana estava Paulo VI (262º).

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Aconteceu há 25 anos (1980), foi num: morreu Mohammad Reza Pahlavi, xá do Irão. Em Portugal o general Ramalho Eanes cumpria o seu 1º mandato presidencial. O soberano pontífice romano era João Paulo II (264º).
O Xá da Pérsia (hoje Irão) Mohammad Reza Pahlavi era filho e foi o sucessor do fundador da dinastia Pahlavi, Reza Khan (1877-1944), um oficial do exército que obteve o controlo do governo em 1921 e foi proclamado xá (“rei dos reis”) em 1925. As suas simpatias para com a Alemanha, durante a segunda guerra mundial, levaram a Grã-Bretanha e a URSS a ocupar o Irão em 1941-1946. Estas potências compeliram-no a abdicar em 1941 a favor do seu filho Mohamed Reza Xá Pahlavi, que ocupou o cargo em 1956 com o apoio dos EUA, sendo deposto posteriormente pela revolução islâmica de 1979, liderada pelo Ayatollah Komeni, que estivera até então exilado em Paris.

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Foi há 10 anos (1995), era uma QI: na Torre de Tombo, abrem ao público os arquivos de Salazar, assinalando o 25.o aniversário da sua morte. Cumpria Mário Soares o seu segundo mandato. Pontificava João Paulo II.

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