quarta-feira, junho 15, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

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Foi há 790 anos (1215), era uma SG: assinatura da Magna Carta. Em Portugal reinava D. Afonso II (3º). Pontificava Inocêncio III (176º).

Carta régia concedida pelo rei João de Inglaterra em 1215 e tradicionalmente vista como a garantia dos direitos humanos contra o abuso dos poderes régios. Como resposta ao ataque aos privilégios da igreja e excessivos deveres feudais exigidos pelo rei, em 1213 o arcebispo Langton propôs aos vassalos a redacção de um documento de compromisso. João foi forçado a aceitar em Runnymede, actualmente Surrey, a 15 de Junho de 1215. Algumas cláusulas preveniam abusivas exigências do soberano, outras cláusulas foram previstas para evitar as extorsões dos funcionários ou a má administração da justiça. Os privilégios de Londres e das outras cidades estavam também consignados. Com o declínio do feudalismo, a Magna Carta perdeu o seu significado e durante o governo dos Tudors quase caiu no esquecimento. Durante o século XVII foi recuperada e reinterpretada pelo partido parlamentarista, que a considerava como um documento democrático.

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Faz hoje 485 anos (1520), foi numa SX: o Papa Leão X (217º) excomunga Martinho Lutero através da bula Exsurge. Em Portugal reinava D. Manuel I (14º).

Lutero, reformador alemão da Igreja Cristã, fundador do protestantismo, nasceu em Eisleben, em 1483.

Em 1517, regressado de uma visita a Roma, alcançou a celebridade a nível nacional ao denunciar o monge dominicano Johann Tetzel (1455-1519), que fora enviado pelo papa para vender indulgências (remissão do castigo pelos pecados cometidos), como meio de reunir fundos para a reconstrução da basílica de São Pedro em Roma. Foi então que, enquanto padre, na Universidade de Wittenberg, escreveu textos críticos sobre essa venda de indulgências. Assim, no dia 31 de Outubro de 1517, Lutero afixou na porta da igreja de Wittenberg a declaração das 95 teses respeitantes às indulgências, e, no ano seguinte, foi intimado por Roma a justificar esse acto. Como resposta, lançou um ataque ainda mais forte ao papado e, em 1520, queimou publicamente, em Wittenberg, a bula papal (acima referida) que tinha sido emitida contra ele.

O imperador romano Carlos V intimou-o a comparecer na Dieta (assembleia dos dignitários do império romano) de Vorms, na Alemanha, em 1521, onde ele recusou retractar-se. Assumindo-se originariamente como um reformista, o seu protesto conduziu ao cisma, na sequência da confissão de Augsburgo, uma profissão da fé protestante, no ano de 1530. Lutero é considerado o instigador da revolução protestante, sendo agora o luteranismo a religião predominante em muitos países do norte da Europa, incluindo a Alemanha, Suécia e Dinamarca.

Mais tarde, desentendeu-se com o teólogo holandês Erasmo, que o tinha apoiado nos ataques lançados contra a autoridade papal, e envolveu-se em controvérsias com os seus opositores religiosos e políticos. Após a confissão de Augsburgo, em 1530, Lutero retirou-se gradualmente da liderança protestante.

Morreu em 1546.

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Foi há 28 anos (1977), foi numa QA: primeiras eleições gerais em Espanha desde 1936. Em Portugal era PR o general Ramalho Eanes. Pontificava Paulo VI (262º).

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Completam-se hoje 162 anos (1843), era uma QI: nasceu, em Bergen, Edvard Grieg, compositor norueguês. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). No Vaticano pontificava Gregório XVI (254º).

Edvard Hagerup Grieg, era o seu nome completo.

Compositor, maestro e pianista norueguês, de inspiração nacionalista. Grande parte da sua música é constituída por peças pequenas, evitando as grandes formas, como a da sinfonia, por exemplo. Compôs fundamentalmente canções, danças, sonatas e peças para piano, que revelam uma forte ligação com a música tradicional da Noruega, aliada a uma utilização impressionista das harmonias e da sonoridade do piano. Entre as suas composições para orquestra, contam-se o Concerto para Piano em Lá menor (1869) e a música incidental para o Peer Gynt (1876) de Ibsen, encomendada pelo dramaturgo e pelo governo norueguês.

Grieg estudou no conservatório de Leipzig e em Copenhaga e toda a sua vida suportou uma saúde muito frágil. Em 1866 dirigiu a Sociedade Filarmónica de Cristiana (Oslo), e teve um papel importante na fundação da Academia de Música Norueguesa.

Morreu na cidade onde nasceu, em 1904

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Completam-se hoje 538 anos (1467), era uma SG: morreu, em Bruges, com cerca de 71 anos, Filipe III, o Bom, duque de Borgonha. Reinava em Portugal D. Afonso V (12º), sobrinho de sua nora Isabel. Pontificava Paulo II (211º).

Filho de João Sem-Medo e de Margarida de Baviera, Filipe nasceu em Dijon em 1396. Após o assassínio de seu pai (1419), sucedeu-lhe e entendeu-se com Henrique V de Inglaterra, reconheceu-o como regente de França e herdeiro de Carlos VI e tomou parte no cerco de Compiègne, em que caiu prisioneira Joana d'Arc. Aliou-se em seguida com o rei de França pelo tratado de Arras (1435) e reconciliou-se ao mesmo tempo com a casa de Orleans. A criação da Ordem do Tosão de Ouro, a sua cooperação na Liga do Bem Público, a fundação da Universidade de Dôle, a redacção do direito consuetudinário da Borgonha e os incentivos às letras, ocuparam a última parte da vida deste príncipe, que se cognominava o «grão duque do Ocidente». Casou três vezes: com Micaela de França em 1422, com Bona de Artois em 1426, e com Isabel de Portugal (filha de D. João I, rei de Portugal e de D. Filipa de Lencastre, logo, irmã de D. Duarte e tia de D. Afonso V, acima referido), que lhe deu o seu herdeiro, Carlos, o Temerário (1433-1477).

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Completam-se hoje 35 anos (1970), foi numa SG: morre, com cerca de 77 anos, o artista plástico e escritor Almada Negreiros. Era PR o almirante Américo Tomás. Pontificava Paulo VI (262º).

José Sobral de Almada Negreiros nasceu em S. Tomé, em 1893.

“Estudou no colégio jesuíta de Campolide e na Escola Nacional de Belas-Artes, em Lisboa.

Em 1915, integrado no grupo Orpheu, centrou a sua polémica ideológica numa crítica cerrada a uma geração e a um país que se deixava representar por uma figura como Júlio Dantas. Mostrando-se convicto de que «Portugal há-de abrir os olhos um dia», lançou em 1917, um Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX, precavendo-as contra a «decadência nacional», em que a indiferença absorveu o patriotismo». Entre 1919 e 1920, retomou os estudos de pintura em Paris, onde criou a sua característica assinatura, com o «d» do seu nome a elevar-se, marcando a sua individualidade. De regresso a Lisboa, adquiriu uma serenidade bem expressa na sua afirmação de que «entre mim e a vida não há mal entendidos»

Em 1927, de novo desgostoso com a falta de abertura do país às novas correntes ideológicas e culturais, foi para Madrid. Com o agravamento da crise económica e social espanhola, Almada regressou a Lisboa em Abril de 1932.

Em 1934, casou com a pintora Sara Afonso. Conhecido como «Mestre Almada», colaborou nas revistas de vanguarda Orpheu (de que foi co-fundador), Contemporânea, Athena, Portugal Futurista e Sudoeste (que dirigiu). Entre 1906 e 1907, lançou os seus primeiros jornais manuscritos intitulados República, Pátria e Mundo.

Em 1911, participou em exposições de arte, nomeadamente na I Exposição dos Humoristas Portugueses, a primeira do modernismo nacional. Como artista plástico, são de realçar os seus murais na gare marítima de Lisboa, os trabalhos para a igreja de Nossa Senhora de Fátima (mosaico e pintura) e o célebre retrato de Fernando Pessoa. Pintor do advento do cubismo, a sua actividade artística estendeu-se ainda à tapeçaria, à decoração e ao bailado. Em 1911, publicou a primeira peça de teatro O Moinho, seguindo-se outras, como Antes de Começar (1919), Pierrot e Arlequim (1924) e Deseja-se Mulher (1928). Escreveu também o romance Nome de Guerra (publicado em 1938, mas escrito em 1925), considerado um dos romances fundamentais do século XX português e o primeiro em que se manifesta já a arte modernista. Em 1915, seguiram-se os poemas A Cena do Ódio, descrição violenta do Portugal seu contemporâneo, As Quatro Manhãs (1935) e Começar e uma série de textos de crítica e polémica, dispersos pelas publicações em que colaborava. De entre estes, destacam-se o «Manifesto Anti-Dantas», verdadeiro libelo de reacção ao ambiente cultural estagnado e academizante da época, O Manifesto (1916), A Invenção do Dia Claro (1921), conferência sob a forma de poema. A sua obra representa uma síntese, única na sua geração, das tendências modernistas e futuristas de então, não apenas por, como artista, ser multifacetado, mas também pela sua capacidade de fusão e conjugação, nas letras e na pintura, dessas várias vertentes - plástica, gráfica e poética.

Artista da novidade e da provocação, entendendo o século XX como um recomeçar, atento à busca de uma unanimidade universal e profundamente marcado pela herança e o sentido da civilização europeia, foi uma das grandes figuras da cultura portuguesa do século XX. Artisticamente activo ao longo de toda a sua vida, o seu valor foi reconhecido por inúmeros prémios, entre os quais o SNI-Serviço Nacional de Informação em 1946 e o grande oficial da Ordem de Santiago de Espada em 1967” – fonte: Biblioteca Universal, Porto-Editora.

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Faz hoje 9 anos (1996), era um SB: morreu Ella Fitzgerald, cantora norte-americana de jazz.

Nasceu no Estado da Virgínia, aos 25.04.1918.

Foi uma das mais apuradas e sentimentais vozes do jazz, cantou com algumas big-bands, a par da sua carreira a solo, e ficou célebre pela serenidade que transmitia ao interpretar canções de George e Ira Gershwin e de Cole Porter.

O primeiro êxito de Ella Fitzgerald foi A-Tisket, A-Tasket (1938).

Muito imitada nos anos 50 e 60, entre os seus álbuns contam-se Ella Fitzgerald Sings the Rodgers and Hart Songbook, Duke Ellington Songbook (para além de outros conjuntos de repertórios de compositores, nos anos 50) e Ella and Louis, com o celebérrimo trompetista Louis Armstrong.

Actuou em Portugal em Janeiro do ano em que faleceu.

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Completam-se hoje 7 anos (1998), que caiu numa SG: morre o historiador César Oliveira. Decorre o 1º mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. João Paulo II (264º).

Existe um espólio que engloba documentação que reflecte a acção política de César Oliveira quer enquanto dirigente político (MES, ASDI, UEDS, PS), quer enquanto deputado e reporta-se toda ela ao período posterior ao 25 de Abril.

Colaborou na Revista Análise Social, nomeadamente nos nºs 39 e 40, do ano de 1973, respectivamente com os seguintes trabalhos: “Imprensa operária no Portugal oitocentista: de 1825 a 1905 e “A revolução russa na imprensa portuguesa da época”.

Em Outubro de 93 publicou, na Editorial Presença, o ensaio “Os Anos Decisivos”, em que nos fala, “na primeira pessoa, dos acontecimentos que protagonizou e que testemunhou”, nos anos decisivos para a nossa vida colectiva.

“De 1962 a 1985, por aqui passam todos os factos, acontecimentos, pessoas, que fizeram a história desses anos de passagem para a democracia. Alicerçada na sua sólida experiência de historiador, a forma lúcida e inteligente com que analisa todo esse agitado período dá-nos uma visão em extremo completa, em muitos aspectos original, e sempre esclarecedora. Ao mesmo tempo, saboreamos o lado vivo ou anedótico e entramos na intimidade das figuras mais carismáticas desse processo de transição. Uma obra de grande fôlego, que certamente vai ser uma peça fundamental das bibliografias sobre a nossa história recente” – pode ler-se na apresentação da obra.

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