quarta-feira, junho 01, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Mundial da Criança.
Dia Nacional da Tunísia.

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Foi há 1169 anos (836), terá caído numa QI: assaltantes vikings saqueiam a cidade de Londres. Portugal ainda não existia enquanto tal. Pontificava Gregório IV (101º).

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Faz hoje 520 anos (1485), era QA: Matias I, rei da Hungria, toma Viena, durante a sua conquista da Áustria a Frederico III, e funda aí a sua capital. Em Portugal reinava D. João II (13º). Inocêncio VIII (213º) era, então, o Sumo Pontífice.

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Completam-se hoje 159 anos (1846), era uma SG: morre Gregório XVI (254º). Em Portugal reinava D. Maria II (30º).

Gregório XVI, Bartolommeo Alberto Cappellari, italiano, foi papa de 1831 a 1846 (pouco mais de 15 anos). Elevado à dignidade de cardeal em 1825. Sucedeu a Pio VIII. Deixou as finanças dos Estados da Igreja em muito difícil situação já que fez enormes gastos em obras de arquitectura e engenharia e no patrocínio da cultura. Desenvolveram-se no seu pontificado as ideias ultramontanas [Ultramontanismo sistema ou doutrina dos defensores da autoridade absoluta do papa em matéria de fé e disciplina] que viriam a ser formuladas no concílio do Vaticano, presidido pelo seu sucessor, Pio IX.

Aquando das lutas políticas entre liberais e absolutistas, no nosso país, a Igreja, através de Gregório XVI, pretendeu tomar uma diplomática posição de isenção e de equidestância... Mas só na aparência, porque foi nítido o seu pendor a favor dos miguelistas. Mais que compreensão, dispensou-lhes meios financeiros.

Foi ele (Gregório XVI) quem determinou que era aos vinte e um anos que se atingia a maioridade.

É de Gregório XVI a encíclica Mirari Vos, de 1832.

D. Frei Francisco de S. Luís foi feito Cardeal-Presbítero por Gregório XVI, em 1843. Antes fora Bispo de Coimbra, em 1822 e Patriarca de Lisboa, em 1840, cargo este que aceitou por insistência de D. Maria II. Conduziu todo o processo de reatamento das relações diplomáticas entre Portugal e a Santa Sé. Foi o 28º cardeal português e o 8º Cardeal Patriarca de Lisboa.

D. Guilherme Henriques de Carvalho foi feito cardeal por Gregório XVI, em 1846. Antes foi Bispo de Leiria, em 1843, e Patriarca de Lisboa, em 1845. Foi vice-presidente da Câmara dos Pares e participou em Roma na definição dogmática da Imaculada Conceição, sendo-lhe conferidas várias distinções, como a de o Papa Pio IX lhe impor o chapéu cardinalício. Obteve para os cónegos da Sé de Lisboa vários privilégios, entre outros, o de usarem batinas e murças de cor purpúrea, e, para os dignitários do Cabido, o de poderem usar mitra. Foi o 29º cardeal português e o 9º Cardeal Patriarca de Lisboa.

No mesmo ano em que são executados os “réus” do atentado (1759), são expulsos os jesuítas. Aqueles a 13JAN, estes a 03SET. Os jesuítas regressariam a Portugal, não muito depois. Pelo menos com D. Miguel já cá estavam, pois foi a eles que o “Rei Absoluto” entregou o Colégio das Artes, em 1832. Era então a Igreja dirigida por Gregório XVI (254º), já as relações diplomáticas haviam sido restabelecidas, em 1769, no pontificado de Clemente XIV (249º) e ainda no reinado de D. José.

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Completam-se hoje 115 anos (1890), que foi num DM: morre, em S. Miguel de Seide, Camilo Castelo Branco. Reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).

“Camilo filólogo, Camilo biógrafo, Camilo cronista, Camilo irónico, Camilo poeta ou Camilo romancista. São as várias faces de um mesmo Camilo Castelo Branco, um dos autores mais importantes de língua portuguesa”. (RR em PÚBLICO de QA 01 JUN 05)

Camilo, um dos maiores vultos do romance português do século xix, nasceu em Lisboa em 1825. Casa com uma mulher da aldeia, aos 16 anos, que rapidamente abandona. Já no Porto, em 1845, chega a cursar Medicina, cujos estudos abandona ao fim de dois anos com o intuito de ingressar na Universidade de Coimbra em Direito. De regresso ao Porto, acaba por optar por uma carreira de jornalismo, mas, em 1850, num momento de exaltação religiosa, matricula-se no seminário que, meses mais tarde, também abandona. Numa vida passada entre os cafés e os salões da burguesia portuense, conhece entretanto Ana Plácido, mulher casada, por quem se apaixona perdidamente. São ambos presos pelo crime de adultério em 1861 e, após a absolvição, vão viver para Lisboa e depois para São Miguel de Seide. Com uma família para sustentar, Camilo faz da escrita o seu modo de vida. Em 1885 é agraciado com o título de Visconde de Correia Botelho e três anos mais tarde casa finalmente com Ana Plácido. Toda a sua obra é influenciada pelo turbilhão constante da sua vida, para o qual ainda contribuem a ameaça de cegueira e a loucura de um dos seus dois filhos. Camilo envereda pela novela assim que inicia a carreira literária pelo jornalismo (foi um dos mais temíveis polemistas da história literária portuguesa), a partir de 1848. Escreve Anátema que, tanto no melhor como no pior, deixa antever o dom narrativo do autor. Surgem então as novelas passionais Mistérios de Lisboa (1854), Cenas Contemporâneas (1855), A Filha do Arcediago e a Neta do Arcediago. Preocupado em retratar os costumes da sociedade moderna, sofre a influência de Balzac no seu cuidado com a técnica da descrição, com o simples e o natural (Onde Está a Felicidade?, 1856, e Vingança, 1858). Em 1862 escreve em apenas 15 dias, no cárcere da Relação do Porto, Amor de Perdição. Fruto da experiência vivida da paixão, este romance segue claramente a escola romântica. Durante este período surgem as Memórias do Cárcere (1861), Romance dum Homem Rico (1861), O Olho de Vidro (1866), O Retraio de Ricardina e a novela satírica A Queda de Um Anjo (1866). As Novelas do Minho (1875-1877) constituem um novo marco na obra de Camilo, ao assinalarem a aceitação do realismo. Escreve então Eusébio Macário (1879) e A Corja (1880) cujo tom se depura em A Brasileira de Prazins (1882). Camilo dá a primazia à narração, à intriga, mas retrata também toda uma sociedade abrangendo todas as classes e tipos - muitas vezes recorrendo à sátira - utilizando diálogos ricos em expressão e força emotiva. Como estilista, Camilo foi, indubitavelmente, um dos mais hábeis e poderosos artífices da língua portuguesa. (Fonte: A Enciclopédia, vol 4, pág 1606/7.

“É hoje inaugurado em [S. Miguel de Seide] Vila Nova de Famalicão o Centro de Estudos Camilianos (CEC), um edifício projectado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira, que pretende ser a "sede" de toda a obra de Camilo Castelo Branco.
A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a escritora Agustina Bessa-Luís e Siza Vieira são alguns dos convidados para a inauguração de uma obra que custou mais de três milhões e meio de euros, e que veio alterar o centro da freguesia de S. Miguel de Seide, onde, faz hoje 115 anos, Camilo se suicidou”.[Artigo de Emília Monteiro, no Público de hoje, QA 01 JUN 05].

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Completa hoje 67 anos (1938), era uma QA: nasceu Carlos Candal, advogado e político. Era PR o general Carmona. Pontificava Pio XI (259º).

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Completam-se hoje 57 anos (1948), era uma TR: morreu, EM Lisboa, Viana da Mota, compositor e pianista português. PR era o general Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

José Viana da Mota nasceu em São Tomé em 1868. Desde muito novo revelou grandes aptidões musicais, dando, com 6 anos apenas, os primeiros recitais particulares, a um dos quais assistiu o rei consorte D. Fernando, viúvo de D. Maria II, e a condessa de Edia, que o tomaram sob a sua protecção.

Estreou-se em 1881 num concerto onde tocou algumas composições suas (Pensamento Poético, Um Passeio Militar e Fantasia sobre Motivos do Guarany, esta última dedicada a D. Fernando). Depois de terminado o curso de Piano do Conservatório de Lisboa foi, em 1882, para Berlim, onde frequentou o conservatório local e residiu durante mais de trinta anos. Em contacto com a cultura alemã e com as obras dos grandes músicos, o talento de Viana da Mota adquiriu a sua plena maturidade e brilho. Em Weimar (1885) teve oportunidade de ter como mestre de Piano Franz Liszt (cujo estilo o influenciou profundamente) e Muller-Hartung, em composição e contraponto, tendo dado, ainda nesse ano, o seu primeiro grande concerto, acolhido com entusiasmo pela crítica e pelo público. Mais tarde (1886-1887), sob a orientação de Kari Schaeffer (que o iniciou na tradição wagneriana, segunda grande influência do seu pensamento musical), estudou piano, instrumentação e composição, ingressando seguidamente no curso de Hans von Bülow. Data desta época a publicação de Estudos com Hans von Bülow,

ensaio notável sobre os métodos do seu mestre, e um concerto dado em

Berlim (1887) que marca o início da sua carreira internacional como

pianista, ensaísta, compositor e pedagogo.

Fez muitas digressões pela Europa e Américas, onde ia somando êxitos.

Saliente-se a digressão que, em 1888, efectuou à Rússia, e onde foi triunfalmente recebido, consagrando-se como um dos primeiros vultos musicais do seu tempo. Regressado a Portugal em 1917, dedicou-se, então, à música portuguesa: foi director do Conservatório Nacional, criou, em 1918, a Sociedade dos Concertos de Lisboa e colaborou com Luís de Freitas Branco na importante reforma musical de 1919. Como compositor, desempenhou um papel no ressurgimento da música nacional. Da sua vasta obra, destacamos Barcarola, Capricho, Fantasia Dramática, Serenata, Cantiga de Amor, Chula, Dança de Roda, as cinco Rapsódias Portuguesas, a sinfonia Pátria, Invocação dos Lusíadas, D. Inês de Castro.

Como ensaísta, publicou diversos trabalhos de grande importância pedagógica e documental, como Esboço da Evolução da Forma e Introdução ao "Parsifal" de Wagner.

Recebeu diversas distinções honoríficas, portuguesas e estrangeiras. [Fonte: A Enciclopédia, Público, vol 14, pgs 5888/9].

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Faz hoje 54 anos (1951), era uma SX: o governo e a União Nacional [Salazar, claro] aprovam a candidatura do general Craveiro Lopes à presidência da República. Pontificava Pio XII (260º).

Carmona morre em Lisboa com 81 anos, em 18ABR1951. Abre-se o processo eleitoral.

A oposição continuava a ter incontornáveis dificuldades em levar até ao fim um processo de candidatura. Nesse ano, por exemplo, mais precisamente em 03JUL, agentes da Pide e membros da Legião Portuguesa agridem Rui Luís Gomes e outros elementos da sua candidatura. Mas mais: em 17JUL Rui Luís Gomes é excluído do processo eleitoral às presidenciais pelo Conselho de Estado.

Entretanto, o único candidato pela oposição que restava, o almirante Quintão Meireles, retira a sua candidatura à presidência da República.

Só alguém que o regime aceitasse [e o regime era Salazar] podia concorrer e ganhar as eleições presidenciais.

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Faz hoje 16 anos (1989), era uma QI: é aprovada a Lei da Revisão Constitucional. Era PR o Dr Mário Soares. Pontificava João Paulo II (264º).

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Foi há 7 anos (1998), era uma SG: entra em funções a Comissão Executiva do BCE (Banco Central Europeu). Era PR o Dr Jorge Sampaio. Pontificava João Paulo II.

Dias antes, 25MAI1998, tinham sido nomeados os membros daquela Comissão Executiva.

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