terça-feira, junho 07, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão
Dia Nacional da Suécia

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Foi há 511 anos (1494), era um SB: Tratado de Tordesilhas. Reinava em Portugal D. João II (13º).

Em 04.05.1493 o papa Alexandre VI (214º), que o mundo conheceu como Rodrigo Bórgia, emite a bula Inter caetera que divide o Novo Mundo (o mundo a descobrir) entre Espanha (aliás, Castela) e Portugal, em dois hemisférios, divisão essa que viria a ser objecto do Tratado de Tordesilhas, em que ficou ajustado entre Castela e Portugal que a linha divisória do globo seria um meridiano traçado a 370 léguas para oeste da ilha mais ocidental de Cabo Verde – o actual meridiano 47º W Greenwich (cfr. Pe Miguel de Oliveira, História Eclesiástica de Portugal, pg 200).

Segundo este tratado, Portugal ficava com todo o território que se encontrasse no hemisfério oriental daquela linha.

Claro que ao ratificar aquele tratado, o papa aceitava a doutrina do “Mare Clausum”, que defendia a restrição de navegação marítima a certo ou certos países apenas. Doutrina à qual se opunha, naturalmente, a do “Mare Liberum”, cujos paladinos defensores foram os ingleses, nesses idos: os mares são livres de ser navegados por quaisquer países.

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Completam-se hoje 206 anos (1799), era uma SX: nasceu, em Moscovo, Aleksandr Pushkin, dramaturgo, romancista e poeta russo. Em Portugal decorria a regência de D. João (VI). No Vaticano pontificava ainda Pio VI (250º), que morreria em Agosto seguinte.

Entre as obras de Aleksandr Pushkin incluem-se o romance em verso Eugene Onegin (1823-31) e o drama trágico Boris Godunov (1825). O autor revelou a ambição de experimentar libertar escritores russos posteriores das muitas convenções arcaicas da literatura do seu tempo. Escreveu baladas como The Gypsies (1827) e textos em prosa como A Filha do Capitão (1836) e A Dama de Espadas (1834).

Pushkin foi exilado em 1820, devido à sua poesia de cariz político, e teve problemas em 1824 graças às opiniões ateístas que expressava, morrendo num duelo com o seu cunhado em 1837, com cerca de 38 anos.

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Completam-se hoje 157 anos (1848), era uma QA: nasceu, em Paris, o pintor francês Paul Gauguin. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). Em Roma pontificava Pio IX (255º).

Paul Gauguin passou a sua infância, no Peru. “Após alguns anos como corrector, dedicou-se por inteiro à pintura em 1883, tornando-se um artista aproximado dos impressionistas, expondo regularmente com eles nas quatro últimas exposições colectivas (1880 a 1886). De 1886 a 1891, passou a maior parte do seu tempo na aldeia de Pont Aven, na Bretanha, onde se concentrou no seu próprio estilo, a que se chamou sintetismo e que se baseava no uso de cores fortes e expressivas, ousadamente delimitadas por contornos espessos de cores planas”.

“Indo para além da noção de realidade dos impressionistas, a sua pesquisa dirigiu-se para uma mais directa experiência da vida [daí ser considerado pós-impressionista] levando-o a viajar para as ilhas dos mares do sul, com as suas cores luxuriantes e os ritos magníficos dos seus habitantes. O seu trabalho, por vezes fortemente simbólico e decorativo, caracteriza-se por um sensual uso das cores”.

Entre as suas obras encontra-se O Cristo Amarelo (1889), hoje na Galeria Albright-Knox (Buffalo, EUA).

Influenciado pelo simbolismo, escolheu temas que reflectiam o seu interesse em cenas da vida quotidiana de outras culturas. Depois de breves visitas à Martinica e ao Panamá (1887-1888) passou, em 1888, dois meses com Van Gogh em Arles, estadia que se revelou tumultuosa para ambos os pintores. Viveu no Taíti de 1891 a 1893 e de 1895 a 1901, fixando-se nas ilhas Marquesas em 1901, aí vivendo até ao final da sua vida, morrendo em 1903, com cerca de 55 anos.

Contam-se entre as suas muitas obras: Vahine no te Tiare (ou Moça com a Flor, 1892); Vacas no Bebedouro (1885, Galeria de Arte Moderna, Milão, Itália); A Baía de Saint-Pierre na Martinica (1887, Ny Carlsberg Glyptotek, Copenhaga, Dinamarca); A Bela Ângela (1889, Museu do Louvre, Paris); O Cristo Amarelo (1889, Albright Art Gallery, Buffalo, Estados Unidos); Retrato de Marie Lagadu (1890, Art Institute, Chicago, Estados Unidos); Ta Matete (ou O Mercado, 1892, Kunstmuseum, Basileia, Suíça); Siesta, Taiti (1893, Colecção Ira Haupt, Nova York); Auto-retrato (1896, Colecção Madame L. Huc de Monfried, Béziers, França); De Onde Vimos? Que Somos? Para Onde Vamos? (1897, Museum of Fine Arts, Boston, Estados Unidos); E o Ouro de Seus Corpos (1901, Museu do Louvre, Paris); Cavaleiros na Praia (1902, Folkwang Museum, Essen, Alemanha).

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Completam-se hoje 62 anos (1943), era uma SG: nasceu, no Funchal, Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira.

Dele consta, na Enciclopédia da Porto–Editora: “é presidente do governo regional da Madeira desde 1978 com seis maiorias absolutas.

Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, exercendo a advocacia ao mesmo tempo que trabalhava como jornalista e professor. Assim, leccionando no ensino técnico e secundário, foi director do Centro de Formação Profissional da Madeira, director da União de Cooperativas de Lacticínios da Madeira e do Jornal da Madeira.

Tornou-se deputado da Assembleia Regional em 1976, liderando o grupo parlamentar do PSD (Partido Social-Democrata). A ele se devem importantes iniciativas legislativas, que estruturaram o regime autonómico constitucional. Em 1978 ascendeu a presidente do governo regional da Madeira, a membro do conselho de estado e a membro do conselho superior de defesa nacional.

É conhecido no meio político como possuidor de um temperamento peculiar, que sempre lhe garantiu a demonstração de uma grande agressividade política e de um espírito crítico e directo, que não poupa críticas nem ao próprio partido. A sua ascensão e permanência no governo regional da Madeira tem permitido reivindicar para a região diversas acções de desenvolvimento, muito apoiadas pelos habitantes da ilha. Em 1995 propôs, pelo PSD-Madeira, a criação dos estados regionais em Portugal”.

Politicamente correctas, as enciclopédias dizem pouco. É preciso acrescentar que se trata uma figura muito polémica, quer entre os políticos quer na maioria dos media do país.
A sua excentricidade raia, não poucas vezes, o dislate e, muito frequentemente, o mais descabelado desbocamento. Os próprios media o aludem com frequência.
(Como acontece na data em que tomo esta nota. Um exemplo, apenas:
“As palavras de Alberto João Jardim sobre o comportamento das mães dos jornalistas do Continente (ou, na versão do dia seguinte, sobre «alguns na Comunicação Social do Continente») [a quem recentemente chamou “bastardos” e “filhos da p…”] são próprias de quem sempre achou que as funções públicas que desempenha não limitam o direito público à indelicadeza. O homem tem currículo vasto na matéria e sempre praticou o «desporto» em causa perante a complacência conhecida dos vários líderes do seu partido e da generalidade dos titulares de outros órgãos de soberania.
Jardim considera que o voto maioritário - indiscutível – dos madeirenses legitima o uso integral dos dicionários mais modernos” - Mário Bettencourt Resendes
, Diário Digital, TR 07JUN05).

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Completam-se hoje 25 anos (1980), foi num SB: morreu, com cerca de 89 anos, Henry Miller, escritor norte-americano. Em Portugal era PR o general Ramalho Eanes. Pontificava João Paulo II.
Nascido na cidade de Nova Iorque, em 1891, Henry Miller viveu como um boémio em Paris, entre 1930 e 1940, onde escreveu uma trilogia de carácter autobiográfico, ficcionário e sexual, constituída por Tropic of Cancer/Trópico de Câncer (1934), Black Spring/Primavera Negra (1936) e Tropic of Capricorn (1938), livros proibidos nos EUA e em Inglaterra até aos anos 60. Posteriormente, em 1944, estabeleceu-se em Big Sur, na Califórnia, e escreveu outra trilogia autobiográfica, The Rosy Crucifixion, composta por Sexus (1949), Plexus (1949) e Nexus (1957), e publicada como um todo nos EUA em 1965.

“O autor, inspirado pelo Surrealismo, distinguiu-se como um escritor de prosa exuberante e cómica, guarnecida pela paixão anarquista, sendo depois tomado como guru pelos discípulos da geração beat (*)”. A sua obra conta, entre outros, com os romances The Colossus of Maroussi/O Colosso de Maroussi (1941), The Air-Conditioned Nightmare/Pesadelo Climatizado (1945), uma visão vitriólica e apocalíptica da cultura americana, e The Time of the Assassins (1956), um retrato do poeta francês Rimbaud.

(*) “Geração beat (ou movimento beat): movimento social e literário norte-americano dos anos 50 e do início dos anos 60. O movimento beat, que tinha como pretensão artística exclusiva aniquilar a ortodoxia literária daquele período, integrava os denominados beatniks, que reagiam ao materialismo conformista, assumindo estilos de vida derivados das ideias de desobediência social de Henry David Thoreau e da poesia de Walt Whitman.

O jazz contemporâneo, a filosofia budista e o uso de drogas psicotrópicas, para intensificar a experiência e confirmar a postura anti-autoritária, foram outros dos seus pontos de referência cultural”.

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Foi há 10 anos (1995), era uma QA: em Menez-Dregan, na Bretanha, França, descobrem-se vestígios de uma fogueira com 400 000 anos; ignorava-se que o Homo Erectus conseguisse fabricar o fogo. Na altura desta descoberta em Portugal estava na PR o Dr Mário Soares, último ano do seu segundo mandato. Era Soberano Pontífice romano o papa João Paulo II (264º).

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Na mesma data, o conto Dores, da escritora portuguesa Maria Velho da Costa, recebe o Prémio Camilo Castelo Branco.

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