O filósofo francês, de origem romena, E. M. Cioran (1915-1995), sentenciou um dia: “Só tem convicções aquele que não aprofundou nada”.
Eu não diria o mesmo. Quanto às convicções penso que se conseguem sem excessivos aprofundamentos e análises.
São, quantas vezes, algo de mutável com os saberes acumulados, com as experiências vividas, com os conhecimentos adquiridos.
Vão-se enraizando, é certo, e orientando as nossas opções.
Quando muito eu diria que “só tem convicções definitivas aquele que não aprofundou o suficiente”.
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Mas quanto a certeza, aí, sim, poderia concordar com o filósofo.
Assim, eu diria, antes: “Só tem certezas aquele que não aprofundou nada”.
Já outro pensador dizia: “quanto mais sei, mais sei que nada sei”.
Absolutamente.
Quanto mais aprofundamos – e exactamente porque aprofundamos – mais dúvidas temos. Menos são as nossas certezas.
Toda a vida (por maior longevidade que se atinja) se aprende.
Toda a vida, por muito que se pense e se aprenda, temos dúvidas.
A idade das certezas é a dos vinte, trinta anos. Por óbvias razões: uma suficiência imaginária não deixa ver uma insuficiência preocupante.
A partir daí, a palavra quase desaparece do nosso vocabulário.
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