quinta-feira, junho 30, 2005

O RESISTENTE

Emídio Guerreiro foi um militante da liberdade, um resistente à ditadura.

Nasceu em Guimarães aos 06.09.1899. E aí morreu, a dois meses de completar os 106 anos, ontem, 29JUN .

Político e parlamentar, licenciou-se em Matemática, e leccionou na Universidade do Porto.

Com o regime saído do 28 de Maio de 1926, pegou em armas contra a ditadura militar em 1927 e exilou-se em Espanha em 1932. Integrou as hostes republicanas durante a guerra civil espanhola (1936-1939) e, durante o terror nazi (1939-1945), assumiu um posto de comando na resistência francesa da região de Mountauban, Sul de França.

Foi o braço direito de Humberto Delgado na última fase da luta política do general, Presidente da Comissão para a Defesa da Liberdade em Portugal e representante, em Paris, da Liga Portuguesa dos Direitos do Homem. Tornou-se conhecido com o seu envolvimento na Liga Unificada de Acção Revolucionária (LUAR) e no assalto à delegação do Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967, de que foi protagonista outro resistente, Palma Inácio.

Depois do 25 de Abril de 1974, Emídio Guerreiro filiou-se no PPD tendo assumido a direcção do partido quando Sá Carneiro adoeceu. Entretanto entrou em ruptura com aquele, saindo do partido em Dezembro de 1975. Nos anos 80 voltou à política com uma fugaz passagem pelo PRD e com o apoio à candidatura de Salgado Zenha às eleições presidenciais de 1986. (Fonte: BU, da Texto Editores).

O Público dedica-lhe hoje duas páginas. Um trabalho de António Melo é precedido de um excerto de um poema:

«"Et par le pouvoir d"un mot / Je recommence ma vie / Je suis né pour te connaître / Pour te nommer - Liberté"
Paul Éluard, 1942»

Paul Éluard e poema, este, em que Emídio Guerreiro se revia e considerava a síntese da sua vida.

E transcrevo daquele jornalista a seguinte passagem:

«mesmo centenárias, as despedidas são sempre cedo. Para uns, Emídio Guerreiro foi um herói romântico, que pôs a sua vida sob a égide do poema de Éluard, Liberdade, e por ela sacrificou a vida. Para outros, um "guerrilheiro de salão", que esteve "lá", mas sempre escorregadio como uma enguia. Em todo o caso, foram cem anos vividos entre dois séculos, sempre na primeira linha dos acontecimentos. Um privilégio raro.»

A Marcelo Rebelo de Sousa confidenciou a sua vida: as fugas com Aquilino Ribeiro para Espanha, nos anos quentes da I República, a adesão, muito jovem ainda, à maçonaria, as peripécias em França e na Argélia, nos tempos da ditadura, os encontros com Cunhal em Praga e em Argel, a amizade e a aliança com Humberto Delgado… Nos tempos do Estado Novo, não terá andado muito longe do PC, mas após o 25 de Abril “era visceralmente anti-PCP, mas ainda conseguia gostar menos de Soares do que de Cunhal”.

Recordo recentes declarações suas, após as legislativas de Fevereiro, em que aludia à sua empresa têxtil, à testa da qual se encontrava ainda, e, com entusiasmo, referia a nova experiência de deputado para que acabava de ser eleito.

A sua militância da liberdade e a sua resistência à ditadura merecem destaque.

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INTERMEZZO


Recebi a seguinte mensagem via mail. Curiosa que é, divulgo-a.

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Um exemplo a seguir em termos de "Field Force"... (era o assunto da mensagem)

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Em Nairóbi, Quénia, depois de um criterioso processo de recrutamento com entrevistas, testes e dinâmicas de grupo, uma grande empresa contratou um grupo de canibais para integrar os seus quadros.

"Agora vocês fazem parte de uma grande equipa", disse o Director de Recursos Humanos, durante a cerimónia de boas-vindas, "e vão poder desfrutar de todos os benefícios da empresa. Por exemplo, podem ir ao bar da empresa quando quiserem para comer qualquer coisa. Só peço que não comam os outros empregados, por favor".

Quatro semanas mais tarde, o Director de Recursos Humanos chamou o grupo:

"Vocês têm tido um óptimo desempenho e eu estou muito satisfeito. Mas a empregada do bar que serve o café desapareceu. Algum de vocês sabe o que pode ter acontecido?"

Todos os canibais negaram em coro com a cabeça.

Depois do DRH se ter ido embora, o líder deles pergunta:

"Quem foi o idiota que comeu a senhora que servia o café?"

Um deles timidamente ergue a mão... O líder, aos gritos, exclama:

"És mesmo burro! Nós estamos aqui, com esta tremenda oportunidade nas mãos, e tu fazes isto?!..."

"Durante estas quatro semanas já comemos três directores, dois chefes de linha, cinco supervisores e uns três assessores, sem ninguém dar por nada... E poderíamos continuar a comer outros ainda por um bom tempo... Mas não!... Tu tinhas de estragar tudo e comer uma pessoa que faz falta!!"

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MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Nacional do Zaire.

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Foi há 932 anos (1073), era um DM: Gregório VII foi confirmado papa (157º). Portugal ainda não existia. Mesmo o Condado Portucalense só lá para finais desse século XI se constituiria.

S. Gregório VII (Hildebrando) nasceu de uma família plebeia toscana. Trata-se de um dos mais célebres pontífices. Foi, por excelência, o representante das pretensões temporais do papado medieval.

Quando ainda bispo, já a sua acção era preponderante e a sua influência decisiva.

Também passou uns maus bocados com as questões dos pretendentes ao trono imperial germânico. Viu treze cardeais abandonarem-no, Roma capitular perante o Alemão (Henrique) após um cerco de três anos, Gilberto de Ravena entronizado [o anti papa Clemente III (1084)] e Henrique coroado imperador pelo papa seu rival. Gregório refugiou-se no castelo de Sto Ângelo, e, quando estava prestes a cair nas mãos do inimigo, foi salvo por um nobre normando que entrara na cidade e libertara o papa, obrigando Henrique a retirar-se para a Alemanha. Pouco depois, obrigado a retirar-se para o Monte Cassino e depois para Salerno, aqui morreu em 1085.

Gregório VII deu os primeiros passos para a codificação da legislação eclesiástica. E foi por insistência sua que o celibato dos padres se tornou costume na Igreja católica. Também a ele se deve o esforço para substituir a liturgia hispano-gótica pela galo-romana, na Península Ibérica. Durou 12 anos o seu pontificado.

"Por notável coincidência, no mesmo dia em que S. Gregório VII agonizava em Salerno, o rei Afonso VI de Leão conquistava aos mouros a cidade de Toledo (25.05.1085)" (Padre Miguel de Oliveira, cit Hist Ecl, 69). Afonso VI era rei de Leão e de Castela. Foi o pai de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), logo, avô do nosso primeiro rei.

Sucedeu-lhe o itálico Dídaco, que foi eleito em 1086 (em Maio; logo, um ano depois do falecimento de Gregório VII) com o apoio da condessa Matilde, e adoptou o nome de Vítor III (158º).

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Faz hoje 536 anos (1469), terá sido numa SX: nasceu Carlos VIII, rei de França. Em Portugal reinava D. Afonso V (12º). Pontificava Paulo II (211º).
Carlos VIII, de cognome o Afável, era filho de Luís XI, a quem sucedeu no trono de França, em 1483. Como tinha apenas 14 anos, à morte de seu pai, foi sua irmã Ana que assumiu a regência.

Em 1494 tenta reclamar o trono de Nápoles, na sequência de um pedido de Ludovico, o Novo, duque de Milão, para o auxiliar contra Afonso, de Nápoles, cidade onde entra em Novembro de 1495 (tinha 26 anos), mas é obrigado a retroceder, vencido por uma coligação do sacro império, Milão, Veneza e Espanha. Mas, posteriormente, consegue recuperar Nápoles, para onde nomeia como governador Gilberto de Bourbon, conde de Montpensier.

Também por essa altura é coroado, pelo papa Alexandre VI (214º), como imperador de Constantinopla.

Faleceu, muito novo, em Amboise em 1498, com cerca de 29 anos.

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Foi há 518 anos (1487), era um SB: é impresso o primeiro livro em Portugal: O Pentateuco. Reinava D. João II (13º). Em Roma pontificava Inocêncio VIII (213º).

Pentateuco é a designação grega e também cristã para o conjunto dos primeiros cinco livros da Bíblia (do Antigo Testamento, no cristianismo), cuja autoria tem sido atribuída a Moisés, a que os judeus chamam Tora.

A Tora é, portanto, o nome que tem o conjunto dos cinco primeiros livros da bíblia hebraica que contém a história tradicional do mundo desde a criação até à morte de Moisés.

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Completam-se hoje 212 anos (1793), era um DM: inaugurado o Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa. Ainda vivia D. Maria I (26º), mas, porque incapaz, governava o filho e sucessor da rainha D. João (futuro D. João VI). Pio VI (250º).

A rainha enlouquecera (para o que terão, talvez, contribuído os sucessivos desgostos, em poucos anos, da morte da mãe – D. Mariana Victória -, do marido – D. Pedro III -, e do filho mais velho – D. José, herdeiro do trono).

Até 1796, o segundo filho de D. Maria, o, agora, príncipe herdeiro, D. João, governava em nome da rainha, passando, nessa data a assumir, definitivamente, a regência do reino.

O teatro foi construído sob o risco do Arqº José da Costa e Silva.

Duas notas de curiosidade: em 1799 é levantada a interdição às mulheres de pisarem o palco.

Em 1815 estreia-se Rossini com a ópera Tancredi.

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Completam-se hoje 200 anos (1805), que foi num DM: morreu, com cerca de 72 anos, Pina Manique, fundador da Casa Pia de Lisboa e intendente da polícia. Decorria a regência do príncipe herdeiro de D. Maria, D. João, futuro D. João VI (27º), falecido que era seu irmão mais velho, o príncipe D. José. No Vaticano pontificava Pio VII (251º).
Diogo Inácio de Pina Manique nascera, em Lisboa, em 1733.

Ao serviço do marquês de Pombal, executou missões pouco escrupulosas, como, por exemplo, o incêndio da Trafaria (local onde estavam então concentrados indivíduos desertores). Criou os serviços aduaneiros que estiveram na origem da direcção-geral das alfândegas.

Demonstrando um interesse efectivo sobre as necessidades das classes populares em situação de miséria, concebeu planos de fomento industrial, no sentido de criar oportunidades de trabalho. Desenvolveu vastos esforços para eliminar a mendicidade e convenceu a rainha D. Maria I a ordenar a instituição da Casa Pia de Lisboa (1780), destinada ao acolhimento de órfãos e mendigos, dando-lhes condições para aprenderem um ofício. Actualmente, esta organização é uma instituição oficial de assistência à segunda infância, que apoia os casos de orfandade ou de abandono no distrito de Lisboa.

E não é pelas melhores razões que esta instituição secular hoje aparece com frequência na ribalta dos media!!!.

Pina Manique foi intendente da polícia, como atrás se diz. Tal função era, nessa altura, a de magistrado superior da polícia.

Em 1803 foi nomeado chanceler-mor do reino, isto é, o chanceler principal que antigamente correspondia ao actual chefe de governo e a quem competia examinar, antes de lhes apor o selo [chancela, recordo], as cartas expedidas pelo rei.

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Foi há 171 anos (1834), era uma SG: um diploma legal declarou que o dec. de 30.05.834, pelo qual se extinguiram os conventos religiosos, compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições. Após a derrota e o exílio de D. Miguel, decorria a regência de seu irmão, D. Pedro IV, enquanto D. Maria II (30ª) não atingia a maioridade. Pontificava, no Vaticano, Gregório XVI (254º).

Recuando um pouco (quase três séculos), em 18AGO1570 é publicada a Bula Ad Regiae Majestatis, através da qual o Papa Pio V (225º), regulando certos assuntos relacionados com a Ordem de Cristo, assim como com as ordens de Santiago e de Avis, aboliu e revogou todos e quaisquer privilégios, dispensas e isenções concedidos àquelas ordens, dando ao rei, como seu mestre, e a todos os seus sucessores, faculdade para relaxar, moderar e acrescentar tudo o que fosse a bem delas.

Entretanto (respiguei da GEPB, 19, 571), "os privilégios das ordens começaram a ser notavelmente cerceados durante o séc. XVIII, obra que foi prosseguida pelos revolucionários de 1820 e contra a qual reagiu em vão a contra-revolução da vilafrancada (1823). Restabelecido o constitucionalismo, um diploma de 30.06.834 [este, a que respeita esta “memória…”] declarou que o dec. de 30.05.834, pelo qual se extinguiram os conventos religiosos, compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições."

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Completam-se hoje 134 anos (1871), que foi numa SX: nasceu o industrial Alfredo da Silva. Reinava D. Luís (32º). Pontificava Pio IX (255º).

Alfredo da Silva foi um grande empresário, fundador, nomeadamente, da CUF.

A expansão da CUF deu-se em 1898, a partir da fusão com a Aliança Fabril, sua concorrente, operada por Alfredo da Silva, que se tornou presidente do Conselho de Administração da CUF com apenas 19 anos. No seu movimento expansivo, estendeu a sua actividade, para além dos adubos, a diversos ramos: produtos químicos, adubos e pesticidas, metais não ferrosos, química orgânica, têxtil e metalomecânica, empregando um contingente de vários milhares de trabalhadores.

A CUF, a menina dos olhos de Alfredo da Silva, atingiu elevado índice económico devido à utilização de matérias-primas nacionais, libertando o país de importações a esse nível, e devido, também, ao volume de exportações para os EUA e a Europa.

Após o 25 de Abril de 1974, foi nacionalizada, designando-se, a partir daí, por QUIMIGAL.

A empresa pública Quimigal — Química de Portugal, foi criada em 1977 por fusão das empresas Amoníaco Português, Nitratos de Portugal e CUF, que haviam sido nacionalizadas em 1975, tornando-se numa das maiores empresas portuguesas. Hoje extinta, depois de a partir dela se terem constituído diversos negócios autónomos.

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Completam-se hoje 91 anos (1914), era uma QA: nasceu, em Chaves, o general Francisco da Costa Gomes, que foi Presidente da República entre 1974 e 1976. Era PR Manuel de Arriaga. Pontificava Pio X (257º), que morreria em AGO seguinte.

Formou-se em Matemática na Universidade do Porto (1944). Ingressou no corpo do Estado-Maior do Exército, tendo sido designado para missões em diversos organismos da NATO. Desempenhou funções de subsecretário de Estado do Exército entre 1958 e 1961 e ascendeu a general em 1968. Teve uma acção de relevância na África portuguesa, onde exerceu cargos de segundo-comandante e comandante militar de Moçambique (1965-1969) e comandante-chefe das forças armadas em Angola (1970-1972).

Foi nomeado chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, em 1972, vindo a ser exonerado, em Março de 1974, por motivos políticos associados à publicação do livro de António de Spínola, Portugal e o Futuro, que criticava a política ultramarina do governo.

Costa Gomes ao dar um parecer positivo em relação à publicação do livro inibiu a censura de o proibir, o que permitiu a sua ampla divulgação em todo o país.

Foi um dos sete militares que compuseram a Junta de Salvação Nacional, que governou o país logo após a revolução de 25 de Abril de 1974. Primeira escolha para presidente da República do novo regime, devido à sua posição na hierarquia militar, recusou o cargo em favor de Spínola, que considerava reunir melhores condições para o seu exercício.

Voltou, então, a exerceu as funções de Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre Abril e Setembro de 1974. Nessa altura, foi obrigado a assumir o cargo de presidente da República, após a demissão de Spínola, num período conturbado da vida política portuguesa.

É hoje reconhecido o seu papel fundamental no equilíbrio entre forças político-militares opostas, que pelo seu radicalismo quase levaram o país à guerra civil. Em 1976, abandonou o cargo, após as primeiras eleições presidenciais do pós-25 de Abril que colocaram o general Ramalho Eanes na presidência. Em 1980, foi distinguido com o título de marechal. Personalidade controversa, foi sendo acusado por políticos de cores opostas, das mais diversas intenções. No anterior regime foi um dos militares portugueses de confiança dos EUA, partilhando segredos da NATO a que poucos mais tinham acesso. Isso levou-o a ser associado aos interesses dos EUA.

Após abandonar a Presidência da República, foi membro da Comissão Mundial para a Paz e Cooperação, organização estreitamente ligada à União Soviética e ao esforço de propaganda comunista nos países do bloco ocidental. Foi então acusado de se deixar instrumentalizar pela URSS, num momento culminante da Guerra Fria. Passado o tempo das polémicas foi, frequentemente requisitado para revisitar os anos da História de que tinha sido um dos protagonistas.

Morreu em Julho de 2001. (Fonte: BU).

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Foi há 71 anos (1934), era um SB: Kurt von Schleicher, Ernst Roehm e outros líderes do partido nazi são sumariamente executados na Alemanha, acusados de conspiração contra Hitler. Em Portugal era PR o general Carmona (1º de 4 mandatos de 7 anos). Em Roma pontificava Pio XI (259º).

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Completam-se hoje 65 anos (1940), era um DM: nasceu, em Serpa, Nicolau Breyner, actor e produtor. Iniciara-se pouco antes o 3º dos quatro mandatos presidenciais (de 7 anos cada) sucessivos do general Carmona. Pontificava, em Roma, Pio XII (260º).

Nicolau Breyner frequentou o Conservatório Nacional de Lisboa. Começou a representar no início dos anos 60, estreando-se no espectáculo Leonor Teles, de A. Lopes Ribeiro. Seguiram-se peças, como: O Tinteiro (1961), A Idiota (1964) e O Comprador de Horas (1965), reveladoras da veia cómica, que viria a tornar-se a sua imagem de marca. Mais tarde, enveredou pelo teatro de revista, tendo participado em inúmeros êxitos, neste género. Estreou-se na televisão em 1975 com Sr. Feliz e Sr. Contente, onde apresentou aos portugueses aquele que viria a ser um dos mais importantes humoristas do país, Herman José [hoje decadente, segundo a minha e várias outras opiniões]. Mas foi a partir dos anos 80 que começou a trabalhar mais amiúde em televisão, como actor, director e produtor de telenovelas, sitcoms e programas de humor, muitas vezes da sua autoria, como, por exemplo, Vila Faia (1982), Passerelle (1984), Nico D'Obra (1993), Cinzas (1993), Reformado e Mal Pago (1996) ou Vidas de Sal (1996), entre outras produções televisivas. Em 1992, Nicolau Breyner fundou a NBP (Nicolau Breyner Produções), uma produtora que, em poucos anos, se assumiu no mercado nacional como uma das mais prolíferas em matéria de produção televisiva em português.

No cinema, refiro as suas interpretações nos filmes: Crónica dos Bons Malandros (1984), de Fernando Lopes, O Barão de Altamira (1986), de Artur Semedo, Adeus Princesa (1994), de Jorge Paixão da Costa, Afirma Pereira (1996), de Roberto Faenza, Jaime (1999), de António Pedro Vasconcelos, Inferno (1999), de Joaquim Leitão, Os Imortais (2003), de António Pedro Vasconcelos, O Milagre Segundo Salomé (2004), de Mário Barroso, e Kiss Me (2004), de António da Cunha Telles.

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Na mesma data, um cortejo histórico que recorda oito séculos da história portuguesa desfila pela Avenida da Índia e Praça do Império.
O regime do Estado Novo estava no seu apogeu.

As manifestações de pompa e circunstância, como esta, repetiam-se com frequência.

A máquina propagandística da ditadura estava bem oleada.

Entretanto, com a emigração, em massa, de cidadãos portugueses, para o resto do mundo, à procura de melhor sorte para a sobrevivência, uns, ou exilando-se, deliberada ou forçadamente, do pulso de ferro e da cegueira do regime, outros; e com o cada vez maior isolamento internacional a que o país era votado… O regime foi-se deteriorando. E caiu de podre em 1974.

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Foi há 39 anos (1966), era uma QI: nasceu, em Brooklyn, Mike Tyson, pugilista norte-americano. Em Portugal era PR o almirante Américo Tomás (2º mandato). Pontificava Paulo VI (262º).

“Mike Tyson, antigo campeão do Mundo de pesos pesados e personagem controversa pelos seus desaires dentro e fora do ringue, com algumas prisões à mistura e a delapidação de uma verdadeira fortuna” tentou, no dia 11 do corrente mês, aos 38 anos, a disputa do título mundial da categoria.

Mas foi batido, ao 6º round, pelo irlandês Kevin McBride, de 32 anos.

Aí, o antigo campeão, que diz não saber ainda quem é, desistiu da carreira.

Nascido num bairro problemático, teve uma juventude ainda mais problemática, cedo “atirado” para uma casa de correcção.

Mas toda a sua vida foi problemática e complicada. Sem qualquer ética, dentro ou fora do ringue, foi sempre um marginal, acusado de violação e assassínio.

Memorável, e talvez o mais célebre, foi aquele combate com Evander Holyfield, em Junho de 1997, ao qual arrancou uma boa porção de uma orelha à dentada…

O “Iron Mike Tyson”, como era conhecido nos anos da efémera glória, pendurou as luvas.

Vive, triste e abandonado, na miséria, com a actual namorada e a filha.

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Foi há 17 anos (1988), era uma QI: aprovação, na Assembleia da República Portuguesa, da Lei de Bases da Reforma Agrária, proposta pelo governo. Mário Soares cumpre o seu 1º mandato presidencial. Pontifica João Paulo II (264º).

Em 17AGO1987 tomara posse o XI Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva, que se manteve até 31OUT1991.

A reforma agrária era matéria recorrente em todos os governos que se sucederam ao 25 de Abril. As primeiras experiências foram, creio, a de Lopes Cardoso, ministro da Agricultura no VI Governo Provisório, e outra a do I Governo Constitucional, com António Barreto – a chamada Lei Barreto, de 1977.

“A Reforma Agrária foi, sem dúvida, a tentativa de transformação das estruturas produtivas que mais marcou as rupturas revolucionárias que atravessaram a construção da democracia portuguesa após a recuperação da liberdade em 25 de Abril de 1974.”

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Completam-se hoje 10 anos (1995), foi numa SX: morreu, aos 55 anos, Jorge Peixinho, compositor e pianista. Estava quase no seu termo o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Decorria o longo pontificado de João Paulo II (264º).

Jorge Peixinho nasceu no Montijo em 1940. Formou-se em composição e piano no Conservatório Nacional de Lisboa. Esteve, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, na Itália, Suíça, Países Baixos e Alemanha. Em Roma frequentou a Academia de Santa Cecília. Trabalhou com compositores como Luigi Nono, Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen. Leccionou composição e análise no Conservatório e na Escola de Música do Porto. Participou em numerosos festivais e concursos de música contemporânea, tendo alcançado grande projecção internacional como compositor.

Considerado um dos músicos portugueses fundamentais da segunda metade do século XX, é talvez o único compositor nacional que fielmente representa a corrente modernista da música europeia, cultivando na sua obra um vanguardismo mais ou menos pronunciado. Entre outras obras destacam-se Diafonia (1963-65), Morfocronia (1963-68), Música em Água e Mármore (1977), Canto para Anna Livia (1981), Concerto de Outono (1983), Ouçam a Soma dos Sons que Soam (1986), Canto Germinal (1989), Passage Intérieur (1989) e Nocturno no Cabo do Mundo (1993). (Fonte: BU)

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Foi há 8 anos (1997), era uma SG: a Inglaterra devolve Hong Kong à China. Em Portugal tinha começado, no ano anterior, o primeiro mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. João Paulo II (264º).

Efectivamente, a cerimónia do dia seguinte, 01.07, é que culminaria esse processo do regresso (contratual) de Hong Kong à China.

Durante a primeira das guerras do ópio, em 1841, a ilha de Hong Kong foi ocupada pelos britânicos. Em 1842, a China assinou o tratado de Nanquim, no qual cedia a posse da ilha de Hong Kong à Inglaterra.

As guerras do ópio opuseram duas vezes a Grã-Bretanha à China. Em causa esteve a abertura dos portos chineses ao comércio do ópio. A primeira guerra eclodiu entre 1839 e 1842 e a segunda entre 1856 e 1860. O ópio proveniente da Índia britânica pagava os produtos importados da China, tais como a porcelana, a seda, e sobretudo o chá.

A Convenção de Pequim de 1860 conferiu-lhe a posse de Kowloon. Os Novos Territórios foram cedidos por contrato à Inglaterra e a sua posse foi-lhe conferida entre 1898 e 1997.

A colónia foi um importante centro de comércio sino-britânico, entre o século XIX e o século XX. Entre 1941 e 1945 foi ocupada pelo Japão. Um ano mais tarde, os britânicos recuperam o seu domínio. A revolução comunista chinesa de 1949 provocou o acolhimento em Hong Kong de 1 milhão de refugiados chineses (predominantemente cantoneses).

Hong Kong registou um enorme desenvolvimento e é considerado um dos mais prósperos centros financeiros, comerciais e industriais da Ásia.

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O BARMAN E A SUA PRONTA OBSERVAÇÃO


Arriscamo-nos a ficar sem população activa?
“Bem, há os ucranianos…”

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Bartoon de Luís Afonso, do Público de hoje: QI 30 JUN 2005

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NOTA:
Com a devida vénia (e autorização) remeto para o Público.
Mais um cartoon com o arguto barman saído da pena do acutilante Luís Afonso.
O BARTOON tem sempre o mesmo endereço informático, embora cada dia com um diferente conteúdo.
Assim, o cartoon só corresponde ao título que o antecede na data desse “post”.
Passado esse dia, tem que se procurar, no próprio BARTOON, a data a que um outro título e “post” respeitem, através da seta da esquerda, nele bem visível, ao lado do calendário.

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quarta-feira, junho 29, 2005

BLOGUE


Um blogue é muito mais um espaço de liberdade que um jornal.

Apesar de tudo.

«Numa época em que a informação é poder (sempre foi assim, mas agora é mais vincado), os blogs dão expressão ao público comum, que se faz ouvir, sem quaisquer restrições.» (in “Inimigo Público Número 1”, 09MAR05).

O autor deste apresenta assim o seu blogue: Farto de guardar as opiniões para mim, decidi lançá-las ao mundo selvagem.

Foi o mesmo que se passou comigo. E o meu grito de guerra foi: estou farto de escrever para a gaveta.

Mas a verdade é que, durante bastantes anos, escrevia mais que hoje.

Houve tempo em que escrever se tornava tão necessário como respirar. Tal era o sufoco!

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

Dia Nacional das Seicheles.

Feriado Municipal de Évora.

Feriado Municipal do Montijo.

Feriado Municipal de Póvoa do Varzim.

Feriado Municipal do Seixal.

Feriado Municipal de Sintra.

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Aconteceu nesta data (dia e mês) e provavelmente no ano de 67, logo, há 1938 anos, o que de acordo com o actual calendário terá caído a uma SG: morreu, crucificado, S. Pedro, o primeito papa. Era Nero o imperador romano de então.

Pedro recebeu do próprio Cristo a dignidade pontifícia, no ano 30, quando era Tibério o imperador romano. Terá sido S. Pedro que introduziu na missa o "Padre Nosso".

Manuel Filipe Canaveira, op cit., defende ter ocorrido no ano de 67 a morte de S. Pedro. No entanto, o assunto não é pacífico: o Pe Miguel de Oliveira (Hist. Ecle. De Portugal, citada) tem dúvidas entre 64 e 67.

Nestas matérias tenho encontrado maior consonância com as opiniões de Canaveira.

Ao galileu Pedro sucede, na cadeira pontifícia, o etrusco Lino (2º).

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Completam-se hoje 428 anos (1577), : nasceu em Siegen, Vestefália, na Alemanha, Peter Paul Rubens, pintor da escola flamenga. Em Portugal reinava D. Sebastião (16º). Pontificava o papa Gregório XIII (226º).
Estudou pintura em Antuérpia. Era já apreciado quando, em 1600, partiu para Itália onde sofre a dupla influência da Antiguidade e dos mestres da Renascença, principalmente de Caravaggio.

A sua reputação aumenta, mas é só em 1608, data do seu regresso a Antuérpia, que se revela um artista de génio. Torna-se, então, pintor da corte do arquiduque Alberto em 1609 e casa com Isabel Brandt, com quem viverá de forma faustosa. Depressa recebe encomendas vindas de toda a Europa: executa, então, quadros gigantescos, em colaboração com os seus discípulos, entre eles Van Dyck e Jordaens. Chamado por Maria de

Médicis para decorar o Palácio do Luxemburgo, pinta painéis grandiosos (1622 a 1625) em que a vida da rainha é representada por alegorias. Em 1626, Isabel Brandt morre e Rubens pára de pintar durante alguns anos: viaja e efectua com êxito várias missões diplomáticas à Espanha e à Inglaterra. O seu casamento com Hélène Fourment, cerca de 1638, faz renascer a inspiração do pintor. Este último período da sua vida é marcado por

retratos da mulher e paisagens. A sua obra compreende mais de 2000 trabalhos: retratos (do artista e das suas mulheres), quadros religiosos, como Levantamento da Cruz (1610-1611), Descida da Cruz (1611-1614), ambos na Catedral de Antuérpia, e ainda Adoração dos Magos e A Lançada, mitológicos, como O Jardim do Amor, de temas populares, como A Quermesse. A arte de Rubens é uma transposição incessante do seu mundo interior numa linguagem colorida. Fazendo prevalecer a cor sobre a forma, o artista tenta traduzir o movimento e a vida. Não se demora tanto na descrição dos traços físicos como na transposição mais nítida daquilo que emana das personagens; assim, A Pequena Peliça é um hino à juventude, ao amor e à sensualidade. Rubens traduz o que vê, com uma amplitude e uma vitalidade que tendem para o exagero, cria cores que não são as da

Natureza, mas que impressionam pela intensidade, vivacidade e força. No entanto, a sua paleta é sóbria; meia dúzia de cores, mas — e nisso reside o seu génio — empresta-lhes uma infinidade de tonalidades, como no Martírio de Santa Ürsula, ou nos nus femininos, cuja pele adquire uma transparência delicada e sensual. Em Rubens tudo é movimento; rejeita a composição geométrica rigorosa e traduz o impulso vital das personagens, por meio de diagonais e espirais. O gesto não é estudado numa fase particular, mas na sua continuidade, motivo por que Rubens soube retratar tão bem o movimento de grupo: na Queda dos Condenados, um corpo arrasta outro num turbilhão sem fim. A sua universalidade nas técnicas é sem igual: o fresco, a arquitectura, os cartões de tapeçaria são domínios em que a sua personalidade ardente podia exprimir-se. No Museu Calouste Gulbenkian encontram-se o Retraio de Helena Fourment, A Fuga para o Egipto e Centauros.

Morreu em Antuérpia em 1640.

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Terá sido há 158 anos (1847), era uma TR: em Portugal, assinatura da Convenção de Gramido põe fim à Guerra da Patuleia. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Pio IX (255º), desde recentemente.
A insurreição popular, que ficaria conhecida pela revolta da Maria da Fonte, teve início no Minho e foi prelúdio da longa e sangrenta “guerra da patuleia” (contra o autoritarismo do governo do conde de Tomar, Costa Cabral). A agitação popular liderada pela aldeã Maria da Fonte (da Fonte, porque da Fonte Arcada, Póvoa de Lanhoso), “saiu do impulso espontâneo do povo, sem unidade de comando nem programa político, como simples protesto contra duas leis, se bem que lhe desse alentos a atmosfera de descontentamento contra o governo de Costa Cabral. O motivo próximo, imediato, dos levantes, foi a repugnância em obedecer a uma lei tributária e à que proibia os enterramentos nas igrejas, mandando sepultar os cadáveres em cemitérios longe dos templos, o que à credulidade popular parecia vexatório e ofensivo” (GEPB, vol XVI, pg 327). Na verdade, e relativamente, talvez, à referida lei tributária, um dos gritos de guerra, dirigido aos exactores do fisco, era “abaixo o cruzado para as estradas”.

Ao fim e ao cabo a revolta da Maria da Fonte (15ABR1846) foi o início uma guerra civil (referida guerra da patuleia) que duraria mais de um ano, até à Convenção de Gramido (29JUN1847).

Patuleias eram os seguidores da ala esquerda do liberalismo português – afinal, os “setembristas”, desde o momento em que a revolução de 09SET1836 os levou ao poder e cujo objectivo último era a adopção da Constituição de 1822 que apontava para “um trono rodeado de instituições republicanas”.

Patuleia era o nome por que era conhecido o partido democrático, popular, na revolução de 1846. “De pata ao léu suspeito que deriva o patuleia”, escrevia Camilo Castelo Branco na sua obra Maria da Fonte. A. H. Oliveira Marques também supõe que patuleia seja uma corruptela de pata ao léu.

Sobre a data que hoje se comemora, é unânime a opinião dos autores no que ao mês e ao ano se refere. Já varia essa opinião sobre o dia do mês. Na BU aponta-se esta data. Na GEPB esta data é confirmada, embora na mesma enciclopédia, a dado passo se aluda também a 30 de Junho. Data esta a que mais um ou outro dá o seu apoio. E há, mesmo, um ou dois que aludem ao dia 24.

Mas parece-me mais segura esta de 29.06, já que além daquelas duas enciclopédias é ainda a data referida pelo site da Federação dos Sindicatos da Educação e ainda num outro de um outro autor.

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Completam-se hoje 119 anos(1886), era uma TR: nasceu, no Luxemburgo, Robert Schuman, político francês. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Pontificava Leão XIII (256º).
Após a II Guerra Mundial fundou o Partido Republicano Popular, de tendência católica. Ministro das Finanças nos anos de 1946 e 1947 foi ainda nesse ano, nomeado primeiro-ministro, cargo que exerceu até 1948. Em Maio de 1950, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros (1948-53), propôs a criação de um mercado comum para o carvão e o aço, o chamado plano Schuman, proposta estabelecida, em 1952, como a Comunidade Europeia para o Carvão e o Aço e que constituiu a base da Comunidade Europeia. Entre 1955 e 1956 ocupou o cargo de ministro da Justiça.

Morreu em Mosela, com cerca de 77 anos, em 1963.

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(1900), : nasceu, em Lyon, Antoine de Saint-Exupéry, aviador e escritor francês. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). O romano pontífice era Leão XIII (256º).

Desde muito cedo que Saint-Exupéry mostrou apetência pelo aviões, fazendo o seu primeiro voo aos 12 anos. Em 1925, conhece o editor Gaston Gallimard, e os autores André Gide, Jean Schumberger e Jean Prévost. No ano seguinte publica a sua primeira obra L'Aviateur/O Aviador. No ano em que entra como piloto para a Companhia de Aviação Latécère, escreve Courrier Sud/Correio do Sul (1929), onde a grandeza, a lealdade, o Bem e o Mal são exaltados. Em 1931, publica Vol de Nuit/Voo Nocturno, com prefácio de André Gide, alcançando um enorme sucesso, sendo-lhe atribuído o Prémio Fémina. Em 1937, trabalha como jornalista na Guerra Civil de Espanha, altura em que esboça O Principezinho. Em 1939, publica Terres des Hommes/Terra dos Homens, galardoado com o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa. Em 1942, publica Pilote de Guerre/Piloto de Guerra, uma obra mais bem aceite nos Estados Unidos, do que em França, visto que o autor faz uma apologia de um piloto judeu, seu amigo. O livro pouco vendeu e rapidamente foi retirado do circuito comercial. O seu editor americano sugere-lhe então que escreva um livro para crianças, é então que surge Le Petit Prince/O Principezinho, ilustrado pelo próprio autor, em 1943.

Em 0utubro de 1940, Saint-Exupéry, tal como muitos outros expatriados e refugiados de guerra, passou alguns dias em Portugal, quando Lisboa era o único porto europeu de onde se podia embarcar rumo aos EUA. Durante os dias de viagem até aos EUA, Saint-Exupéry escreveu Lettre à un Otage/Carta a um Refém, um grito de revolta e um incitamento à resistência e uma palavra de esperança para os combatentes da guerra. É, também, um olhar sobre Lisboa e os portugueses.

Em 1944, rondava os 44 anos, é dado como desaparecido, durante uma missão na Córsega. A sua morte permance um mistério até aos dias hoje. Conseguiu transportar as experiências que viveu nas missões heróicas, para as suas obras.

Em 1948, é publicado postumamente Citadelle/Cidadela. Em 2000, no ano do seu centenário, a Força Aérea Argentina, recuperou o avião em que Saint-Exupéry, em 1929, inaugurou a empresa aérea de correios, através do primeiro voo comercial do país. (Cfr BU)

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Foi há 56 anos (1949), era uma QA: o Acto de Cidadania Sul-Africano suspende, após cinco anos, as garantias de cidadania aos imigrantes da Commonwealth e proíbe os casamentos mistos entre europeus e não europeus, iniciando-se assim o regime conhecido por apartheid.

Nessa altura, em Portugal, era PR o general Carmona, já no último dos seus quatro mandatos sucessivos, de 7 anos cada (mandato este que não cumpriria até ao fim só porque, entretanto, morrera em 1951).
Como sabemos, apartheid era uma política de segregação racial do governo da África do Sul entre 1948 e 1994. Os não brancos - classificados como Bantu (negros), de cor (mistos), ou indianos - não partilhavam os direitos de cidadania com a minoria branca (por exemplo, os negros não podiam votar nas eleições parlamentares), e muitas instituições e locais públicos eram, até 1990, reservados para utilização por uma só raça.

Era vulgaríssimo encontrar-se um letreiro, à entrada de uma gare de uma estação de comboios, por ex., dizendo ONLY WHITES, noutra ONLY BLACKS. O mesmo nos autocarros, nos parques públicos, etc.

Contaram-me, mas eu vi.

«O estabelecimento de uma Nação Negra foi outra manifestação do apartheid. Em 1991, o presidente Frederik de Klerk revogou os elementos-chave da legislação do apartheid, e, em 1994, este já tinha deixado de existir.

O termo apartheid começou a ser utilizado no final da década de 30 pelo South African Bureau for Racial Affairs, Departamento Sul-Africano para Assuntos Raciais (SABRA), que exigia uma política de «desenvolvimento separado» das raças. A primeira legislação foi introduzida em 1948, quando o Partido Nacionalista Africânder ascendeu ao poder.

Internamente, as organizações que se opunham ao apartheid (por exemplo, o Congresso Nacional Africano e a Frente Democrática Unida) foram ilegalizadas, e alguns dos principais lutadores pela sua abolição foram mortos, como Steven Biko, ou incomodados, como o arcebispo Desmond Tutu. A ira contra a política despoletou muitas rebeliões, desde a de Sharpeville em 1960 e a do Soweto em 1976, à dos campos de desalojados de Crossroads, em 1986.

No estrangeiro, surgiram movimentos contra o apartheid em muitos países. Em 1961, a África do Sul foi obrigada a sair da Commonwealth por causa do apartheid; durante as décadas de 60 e 70, foram muitas vezes exigidas sanções internacionais, especialmente boicotes a ligações culturais e desportivas; na década de 80, os defensores das sanções alargaram-nas ao comércio e às finanças.

O governo sul-africano teve uma reacção dupla às pressões internas e internacionais: por um lado, aboliu algumas das mais detestadas leis do apartheid (a proibição de casamentos inter-raciais foi anulada em 1985, e as leis do passe, que limitavam a circulação de não brancos, foram revogadas em 1986); tentou substituir o apartheid por uma «democracia plural». Por outro lado, sob estados de emergência decretados em 1985 e 1986, utilizou a força para esmagar a oposição interna e, a partir de 1986, os meios de comunicação social ficaram proibidos de a noticiar. Em Outubro de 1989, o presidente F. W. de Klerk autorizou manifestações contra o apartheid; a lei dos serviços públicos separados foi revogada em 1990 e foi prometida uma nova Constituição.

Em 1990, Nelson Mandela, uma das principais figuras do African Congress (Congresso Nacional Africano - ANC), foi finalmente libertado. Em 1991, as restantes leis discriminatórias que corporizavam o apartheid foram revogadas, incluindo a lei de registo da população de 1950, de acordo com a qual todos os cidadãos eram obrigatoriamente classificados num dos nove grupos raciais. Finalmente, realizaram-se, em Abril de 1994, eleições multirraciais para a presidência da República e para o novo parlamento não racial, das quais saiu vitorioso Nelson Mandela, que viria a governar o país durante cinco anos.

Em 2005, o partido responsável pela introdução do apartheid em 1948, agora sob a designação de Novo Partido Nacional (NPP), foi extinto pelas próprias fileiras do partido, uma vez que os seus últimos resultados eleitorais tinham sido muito fracos.

Este termo também tem sido aplicado a movimentos semelhantes e outras formas de separação racial, por exemplo, social ou educacional, noutras partes do mundo». (Artigo todo ele transcrito da BU).

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Completam-se hoje 47 anos (1958), era um DM: nasceu, na Foz do Douro, Porto, a atleta olímpica Rosa Mota. Ainda é o general Craveiro Lopes o PR (Américo Tomás, eleito [??] em 8 desse mês, só tomaria posse a 09.08 seguinte). Pontificava, ainda, o papa Pio XII (260º), que morreria a 09.10 e a quem sucederia João XXIII, a 25.10 – tudo desse ano.

Retomo, para a recordar, a “memória…” de 16ABR: a atleta iniciou a prática do atletismo aos 14 anos de idade. Além de ter somado muitos recordes nacionais, e de ter sido oito vezes campeã nacional de crosse, ao longo da sua carreira, ainda reuniu no seu palmarés os seguintes títulos: vencedora, por seis anos consecutivos (1981-1986) da muito conhecida corrida de S. Silvestre, de S. Paulo, Brasil; medalha de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984); medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Seul (1988), o Campeonato Europeu da Maratona (1982, 1986, 1990), o Campeonato do Mundo da Maratona (1987) e finalmente venceu a maratona da Taça do Mundo, corrida em Londres (1991).

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Completam-se hoje 38 anos (1967), era uma QI: morreu, com cerca de 71 anos, o pintor e cineasta Leitão de Barros. Decorre o 2º mandato de Américo Tomás. Pontificava Paulo VI (262º).

Recordo que este 2º mandato de Américo Tomás, iniciado em 1965, decorre de uma eleição já feita em moldes diferentes, por um colégio eleitoral restrito, onde dominam, ainda de forma mais avassaladora, restritiva e decisiva, Salazar e a UN. Tal foi o susto provocado pelas presidenciais anteriores, de 1958!

Na sequência desta matéria, e porque vem a talhe de foice, mais recordo que, em 1972, Marcelo Caetano, perante a firme resistência dos ortodoxos do regime, apoiados em (e apoiantes de) Américo Tomás, teve de aceitar a reeleição deste nas presidenciais. O que demonstra que, sendo ainda importante a figura do “presidente do conselho de ministros” no âmbito do regime e do seu partido único, o peso de Marcelo não se assemelha, nem de longe, com o do seu antecessor. De Salazar nem uma palavra era preciso… Um esboço era suficiente.

Por último, este terceiro mandato de Tomás não foi concluído: foi interrompido pelo 25 de Abril.

Em 18.06.1931 é exibida, no São Luís, em Lisboa, a primeira longa-metragem sonora portuguesa, de Leitão de Barros.

José Júlio Marques Leitão de Barros, era o seu nome completo. Nasceu em 1896, em Lisboa.

Realizador, jornalista e pintor, estudou na Escola de Belas-Artes e posteriormente na Escola Superior de Letras, Faculdade de Ciências e Escola Normal Superior de Lisboa, tendo sido professor do ensino secundário. Na área da pintura, dedicou-se à aguarela, encontrando-se quadros seus expostos em vários museus portugueses e alguns estrangeiros.

Como jornalista colaborou em jornais como O Século e A Capital, tendo fundado e dirigido várias revistas da especialidade. Entre 1934 e 1935, organizou em Lisboa os cortejos históricos das festas da cidade. Foi o secretário geral da Exposição do Mundo Português de 1940, certame que contou com a participação de Cotinelli Telmo e Júlio Dantas, entre muitos outros. Foi autor teatral de grandes sucessos comerciais, como Prémio Nobel, (1954) e Avó Lisboa (1956).

Apaixonado pelo cinema desde a sua juventude foi um dos responsáveis pela realização de grandes obras, hoje clássicos, do cinema em Portugal. A ele se devem os primeiros galardões (obtidos na Bienal de Veneza e em Espanha) na área da cinematografia portuguesa. Realizou vários filmes a partir de 1918, entre os quais se destacam: Malmequer (1918), Lisboa, Crónica Anedótica (1930), Maria do Mar (1930), A Severa (1931), Ala-Arriba (1942), Maria Papoila (1937), Inês de Castro (1944) e Camões (1946).

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Completam-se hoje 31 anos (1974), era um SB: morreu, no Porto, com 76 anos, o escritor Ferreira de Castro. Era então PR o general Spínola. Pontificava Paulo VI (262º).

José Maria Ferreira de Castro tinha nascido, em Oliveira de Azeméis, aos 24.05.1898.

O autor do romance Emigrantes, órfão de pai, cedo emigrou para o Brasil. Tinha 12 anos. O Brasil terá sido, sem dúvida, o viveiro donde recolheu a matéria prima da generalidade dos seus romances, e o laboratório onde a trabalhou, nomeadamente, e sobretudo, A Selva (1930), a sua mais emblemática obra, que foi o livro português mais editado – ou um dos mais editados – em todo o mundo; pelo menos em 14 edições línguas.

Assim, se havia temas que lhe eram caros, um deles era o dos emigrantes. Daí que em 1928 tenha publicado o referido romance Emigrantes que, premiando o seu reconhecido labor, lhe trouxe a definitiva consagração.

Ainda no Brasil e depois de várias experiências nessa área, fundou um jornal que intitulou Portugal. Periódico que chegou a alcançar bastante sucesso.

Nos finais da segunda década, começos da terceira, da centúria passada, veio a Portugal. Com intenção de voltar ao Brasil. Porém, se veio porque se encontrava, então, economicamente desafogado, aqui, e entretanto, surgiram novas dificuldades. E por cá ficou, em Lisboa, fazendo jornalismo.

De destacar, entre outras obras suas, As Maravilhas Artísticas do Mundo, autêntico roteiro de arte, publicado em dois volumes monumentais, em grande formato, de rica encadernação, obra profusa e ricamente ilustrada, com réplicas de variadíssimas obras de arte espalhadas pelo mundo, editada, o 1º volume, em 1959, e o 2º em 1963, ambos pela Empresa Nacional de Publicidade.

E citem-se, ainda, Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve (1947) e A Curva da Estrada (1950) - estes, apenas alguns dos títulos da sua muito extensa bibliografia.

Veja-se, a este propósito, a “memória…” de 24MAI.

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Completam-se hoje 27 anos (1978), foi numa QI: o, então, padre José da Cruz Policarpo é ordenado bispo, aos 42 anos. Decorre o mandato presidencial do general Ramalho Eanes. Está prestes a terminar o pontificado de Paulo VI (262º), que morreria em 06.08 seguinte, sucedendo-lhe em 26.08 o cardeal italiano Albino Luciani, João Paulo I (263º), cujo pontificado duraria apenas 33 dias, pelo que lhe sucedeu, a 16.10, ainda do mesmo ano, o cardeal polacoKarol Josef Wojtyla, que adoptaria o nome de João Paulo II (264º).

D. José da Cruz Policarpo nasceu em Alvorninha, freguesia do concelho das Caldas da Rainha, no dia 26Fev1936. Ordenado padre em 15.08.1961, foi ordenado Bispo em 29Jun1978 e Arcebispo Coadjutor do Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro (com direito de sucessão) a 27Mar1997. Falecido D. António Ribeiro (1928-1998), em Lisboa, com perto de 70 anos, em 24.03.1998, sucede-lhe, nessa data, D. José Policarpo, como Patriarca de Lisboa, aos 62 anos.

Mantendo uma secular tradição, e em cumprimento do estipulado pela bula Inter praecipuas apostolici ministerii (17.12.1737) em que Clemente XII (246º) concedeu perpetuamente que a pessoa nomeada patriarca de Lisboa fosse elevada à dignidade cardinalícia no consistório imediatamente seguinte à sua eleição, D. José Policarpo “foi feito Cardeal-Presbítero da Santa Madre Igreja Romana, por João Paulo II, em 21Fev2001, com o título de Santo António dos Portugueses no Campo de Marte”, tendo sido o 42º cardeal português e o 16º Cardeal Patriarca de Lisboa.

Falecido o Papa João Paulo II (264º), em 02.04.2005, participou no conclave (19.04.05) que elegeu o Cardeal alemão Joseph Ratzinger, de 78 anos, que adoptou o nome de Bento XVI, (265º da sucessão), com entronização a 24.04 seguinte.

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Foi há 12 anos (1993), era uma TR: Em Londres, o escritor português José Saramago é agraciado com o Prémio de Ficção Estrangeira, atribuído pelo The Independent, pela sua obra O Ano da Morte de Ricardo Reis. Nesta data decorria o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Pontificava João Paulo II.
José Saramago fez os estudos secundários e concluiu, em 1939, o curso de serralheiro mecânico. Foi ainda desenhador, funcionário público na Previdência Social, director literário de uma editora, jornalista e tradutor. Colaborou em várias revistas e jornais, como a Seara Nova, o Diário de Lisboa, A Capital e o Jornal do Fundão, publicações em que manteve uma actividade regular de cronista. Em 1975, exerceu as funções de director-adjunto do Diário de Notícias. Actualmente, a par da sua actividade como escritor, participa em inúmeros congressos e conferências, em Portugal e noutros países da Europa, de África e da América. Fez parte da primeira direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Embora se tenha estreado, em 1947, com Terra no Pecado, só em 1966 retomou a publicação das suas obras, com o volume de poesia Os Poemas Possíveis.

A primeira fase da sua carreira foi sobretudo marcada pela poesia, com Provavelmente Alegria (1970), e pela crónica com os livros Deste Mundo e do Outro (1971), A Bagagem do Viajante (1973) As Opiniões que o Diário de Lisboa Teve (1974) e Os Apontamentos (1976). A partir de finais dos anos 70, Saramago dedicou-se também ao teatro, publicando as peças A Noite (1979, Prémio da Associação de Críticos Portugueses), Que Farei com Este Livro? (1980), A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987) e In Nomine Dei (1993). No entanto, foi sobretudo como romancista que o seu nome se tornou consagrado, iniciando-se com Manual de Pintura e Caligrafia (1977), seguindo-se Levantado do Chão (1980, Prémio Cidade de Lisboa e Prémio Internacional Ennio Flaiano, que constituiu um importante marco na sua carreira), Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984, Prémio do Pen Clube Português, Prémio da Crítica, Prémio D. Dinis, Prémio Grinzane-Cavour, Prémio do jornal The Independent), A Jangada de Pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991, Grande Prémio do Romance e Novela da APE), Ensaio Sobre a Cegueira (1995) e Todos os Nomes (1997). Publicou ainda dois volumes de contos, Objecto Quase (1978), que joga com a ideia da desorganização da ordem sintáctica comum da língua falada e, Poética dos Cinco Sentidos (1979). Em 1994, iniciou a edição de um diário intitulado Cadernos de Lanzarote. Em 1999, publicou o ensaio Folhas Políticas, 1976-98.

«São características do autor a imaginação prodigiosa, a força lírica e capacidade descritiva, bem expressas numa das suas obras mais significativas, Memorial do Convento (1982). Os temas mais ou menos constantes na sua obra são os da verdade, da invenção e do papel da arte na construção do conhecimento do mundo. Saramago consegue criar uma cumplicidade profunda com o leitor, assumindo-se claramente como narrador, no papel omnisciente de dominador da matéria romanesca e no acompanhamento das personagens, num tom por vezes irónico que o leva à moralização e ao aforismo e a que está associada a crença na possibilidade de uma construção positiva do Homem e do futuro.»

O seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo foi alvo de uma acesa controvérsia, extravasando os aspectos puramente literários, ao ser considerado, por alguns sectores religiosos e políticos, como «uma obra atentadora da moral», pelo tratamento dado à figura de Jesus Cristo. O subsecretário da cultura de então, Sousa Lara, excluiu deliberadamente esta obra da lista dos candidatos ao Prémio Europeu de Literatura. A polémica envolveu mesmo a APE, que já várias vezes havia preterido obras de Saramago na atribuição do seu prémio e que viria a consagrá-lo nesse ano, embora não por unanimidade. Um dos escritores mais traduzidos da literatura em língua portuguesa, Saramago recebeu ainda inúmeros prémios.

José Saramago tem vindo a afirmar-se como um dos mais significativos autores portugueses da actualidade, sem dúvida um dos mais conhecidos internacionalmente, e um dos que mais polémica tem gerado dentro do país. Merece ainda realce o facto de os romances Memorial do Convento e In Nomine Dei terem sido adaptados à ópera pelo compositor Azio Corghi com os títulos, respectivamente, de Blimunda e Divara.

Em 2000, é publicado A Caverna e, em 2002, saiu o romance O Homem Duplicado. Em 2004, regressou à edição com Ensaio sobre a Lucidez.

Entre os seu inumeráveis galardões, recordo, vg, que em Novembro de 2000, foi distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Santiago, e em 2004, foi a vez de ser agraciado com o mesmo grau pela Universidade de Coimbra.

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Foi há 10 anos (1995), era uma QI: o vaivém norte-americano Atlantis e a estação espacial russa Mir acoplam em órbita, constituindo a maior estrutura espacial de sempre. Em Portugal decorria o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Pontificava João Paulo II.
O vaivém Atlantis foi o quarto veículo deste tipo a ser construído pela NASA. Recebeu o nome de Atlantis, em honra do primeiro navio de pesquisa oceanográfica dos EUA, com o mesmo nome.

Beneficiando da experiência adquirida com a construção dos seus antecessores, o Atlantis tinha um peso inferior em cerca de 3 toneladas, e teve um tempo de construção reduzido a metade, em relação ao primeiro veículo operacional, o já desaparecido Columbia. Algumas peças adicionais foram mais tarde utilizadas no Endeavour.

O primeiro voo do Atlantis realizou-se em Outubro de 1985, numa missão militar secreta.

Mir (que em russo significa simultaneamente mundo e paz) é o nome de uma famosa estação espacial soviética (e, mais tarde, russa). Foi a primeira estação de pesquisa científica habitada permanentemente e a longo prazo no espaço. Depois de várias colaborações conjuntas, tornou-se internacional, ao permitir a acessibilidade a cosmonautas e astronautas de diferentes países.

Um pormenor: para a mesma actividade os russos utilizam cosmonauta, enquanto os americanos usam astronauta.

Mir era a estação espacial lançada pela ex-União Soviética, cujo núcleo central foi colocado no espaço a 20 de Fevereiro de 1986. A Mir foi concebida como uma estação orbital de funcionamento e ocupação permanentes.

Em Junho de 1997, a colisão de uma nave de carga provocou danos num dos módulos da estação Mir, a que se seguiu uma série de avarias (inclusivamente no computador central, o que colocou a Mir à deriva no espaço, e nos geradores de oxigénio), obrigando um grupo de astronautas a levar a cabo reparações que terminaram apenas meses mais tarde.

A lista de acidentes da estação espacial russa desde 1986 é vasta, mas não cabe agora aqui descrevê-los. Bastará recordar que o ano de 1997 ficou marcado para a história como o seu annus horribilis.

Em Novembro de 2000, o Governo russo anunciou a destruição da Estação para Fevereiro de 2001, por uma falha decisiva no seu financiamento. Assim, no dia 23 de Março de 2001, a Mir, mergulhou no Oceano Pacífico, já partida em bocados e em chamas, pondo fim a uma missão de quinze anos ao serviço da ciência espacial. Programada para durar cinco anos, a Mir, acabou por ver o seu fim adiado várias vezes, permitindo-lhe uma longevidade notável. Mais de 16 500 experiências científicas foram efectuadas a bordo da Mir, nos mais variados campos, desde a Astronomia e Física, à tecnologia informática, à Medicina e Biologia animal e vegetal.

A Mir ao despenhar-se no Pacífico, a 3000 quilómetros a leste da Nova Zelândia bateu outro recorde: o maior objecto colocado no espaço a regressar à Terra.

Mas voltemos à nave Atlantis, antes da data que hoje se comemora.

O vaivém espacial Atlantis lançou, a 18 de Outubro de 1989, a sonda Galileo, que chegou ao sistema joviano em 1995. Pelo caminho a viagem foi atribulada, mas bem sucedida. Propositadamente a sonda Galileo (que era constituída por uma parte orbital - orbiter - e uma outra que seria lançada na atmosfera de Júpiter - lander) não tinha combustível suficiente para ir directamente para Júpiter. Os engenheiros e astrónomos que a construíram, e planificaram a sua viagem, assim o decidiram. Foi necessário "empurrar" a sonda espacial em direcção ao gigante do Sistema Solar com a ajuda dos planetas Vénus e Terra. A primeira paragem foi Vénus, passando depois a Galileo duas vezes pela Terra.

A sonda Galileu disse adeus a Júpiter a 22.09.2003. Ao princípio da noite, mergulhou na atmosfera densa do planeta e foi destruída. Esta missão principiou há 14 anos, a 18 de Outubro de 1989, quando partiu para o espaço a bordo do vaivém Atlantis, e desde aí proporcionou aventuras q.b. aos cientistas. Maravilhou-os com belas fotografias, deu-lhes novidades científicas e também os assustou, com as provações por que passou.

Doze horas antes do mergulho fatal, esperava-se que a sonda ainda enviasse dados para a Terra. A sete minutos do impacto perder-se-iam as comunicações. Depois, já perto das oito da noite, a sonda mergulharia na atmosfera de Júpiter, na região equatorial, a 48,2 quilómetros por segundo - o que daria para ir da costa atlântica dos EUA à sua costa do Pacífico em apenas 82 segundos.

A morte da Galileu foi propositada. Chegou ao fim da vida. O combustível estava a acabar-se e, sem ele, os cientistas já não seriam capazes de controlar a sua trajectória, para que não colidisse com Europa, uma das luas de Júpiter.

Mas outras operações, dentro dos projectos espaciais norte-americano e russo, foram efectuadas.

Em 20.02.1999 (noticiava o DN do dia seguinte) a nave russa Soyuz TM-29 foi lançada para o espaço a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, levando a bordo uma nova tripulação internacional para a Mir. O lançamento foi efectuado às 9.17 horas locais (4.17 em Lisboa) e ocorreu justamente no dia do décimo terceiro aniversário da colocação da estação em órbita.

Numa órbita bastante mais baixa do que a da Mir (193 quilómetros acima da superfície terrestre, para a Soyuz, contra os 360 a 400 de altitude a que navega a estação orbital), a Soyuz só chegaria ao seu destino no dia 22 seguinte. Durante dois dias, os três cosmonautas mantêm os seus escafandros vestidos e têm uma capacidade de movimentos extremamente limitada, dado o espaço reduzido dentro da nave.

A nova tripulação, a número 27 desde que a Mir estava no activo, era constituída pelo cosmonauta francês Jean-Pierre Haigneré, pelo russo Viktor Afanassiev e pelo eslovaco Ivan Bella, e a atracagem à estação espacial estava prevista para a 5.51 horas TMG.

Jean-Pierre Haigneré e Viktor Afanassiev permaneceriam seis meses a bordo, pelo menos até ao dia 7 de Outubro. Ivan Bella, o primeiro eslovaco a viajar no espaço, ficaria apenas oito dias, devendo regressar à Terra no fim da semana seguinte, a 28 de Fevereiro, com um dos dois tripulantes que estavam nessa altura a bordo da estação orbital, Guennadi Padalka.

Esta deveria ser a última missão a bordo da estação orbital russa, que já tinha recebido mais de cem homens e mulheres desde que foi lançada para o espaço em 20 de Fevereiro de 1986, e cujo abate estava previsto para o final desse ano. No entanto, contra todas as expectativas e anúncios feitos anteriormente, o primeiro-ministro Evgueni Primakov assinou, poucas semanas antes, um decreto alargando por mais três anos a vida da "velha" Mir.

A participação da Rússia no programa internacional da ISS (International Space Station, na designação inglesa), um projecto de muitos milhares de milhões de dólares, deveria, em princípio, originar uma maior canalização de rublos para o novo projecto. No entanto, a Rússia, a braços com uma crise financeira que teimava em se tornar crónica, não só não cumpriu os seus prazos de entrega como renegociou com os Estados Unidos novas ajudas orçamentais para a produção de uma parte dos módulos e pretendia ainda querer continuar a apostar na Mir. No contexto internacional do espaço, a "velha estação" ainda era, afinal, a sua mais-valia.

Dar-se-ia, entretanto, a tragédia com o Columbia, em Fevereiro de 2003, no qual morreram sete astronautas.

Mas a NASA regressou aos voos tripulados na Primavera de 2004, com o vaivém Atlantis em direcção à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).

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