sexta-feira, fevereiro 10, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

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Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

Sobretudo, mas não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(vários)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

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Foi há 880 anos (1126), numa QA: morreu Guilherme IX, duque da Aquitânia e poeta medieval. Já existia o Condado Portucalense, e Portugal nasceria, de facto, daí a cerca de dois anos, com o início da dinastia afonsina, assumindo D. Afonso Henriques (1º) o governo pessoal como soberano independente, embora ainda não reconhecido como tal, após a batalha de S. Mamede, perto de Guimarães, em 24.06.1128, onde derrotou a mãe, D. Teresa, e os galegos que a apoiavam. A igreja romana era governada pelo papa Honório II (163º), numa época em que duas facções políticas rivalizavam entre si: os "guelfos" (pró-papa) e os "gibelinos" (pró-imperador germânico).

Guilherme IX da Aquitânia, o Trovador, nasceu a 22OUT1071. Foi também duque da Gasconha e conde de Poitiers entre 1086 e 1126.

Foi ainda um dos líderes da Primeira Cruzada e um dos primeiros trovadores e poetas vernaculares.

Recordando:

Região do sudoeste da França, com capital em Bordéus a Aquitânia coincide aproximadamente com a província romana da Aquitania e com a antiga província francesa de Aquitaine. Leonor da Aquitânia casou com o que viria a ser Henrique II de Inglaterra, em 1152, e entregou-lhe a província como dote; permaneceu na posse dos ingleses até 1452.

A Gasconha (Gascogne) é uma região no sudoeste da França que foi habitada por um povo de origem basca que falava uma mistura de dialectos românicos (a célebre langue d'Oc, a língua provençal em que escreviam os trovadores).

Poitiers: muito antiga cidade do oeste de França. Foi aí que rei merovíngio Clóvis derrotou os visigodos sob o comando de Alarico, em 507, que Carlos Martel travou os sarracenos, em 732, e Eduardo, o Príncipe Negro de Inglaterra, derrotou os franceses, em 1356.

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Decorreram 872 anos (1134), era um SB: morreu Roberto II, duque da Normandia. Em Portugal reinava, ainda só de facto, D. Afonso Henriques (que, no entanto, só em 1140 começou a usar o título de rei). Em Roma pontificava Inocêncio II (164º) – que reuniu o segundo concílio de Latrão em 1139 e que teve intervenção (1131) no conflito que se arrastava entre os arcebispos de Braga e de Compostela, em que este reclamava a igreja de Coimbra como sua sufragânea.

E Roma parece que estava do lado do arcebispo de Compostela:

tal como já fizera Honório II, também o seu sucessor, Inocêncio II,

convocou o prelado bracarense, D. Paio,

para se apresentar em Roma para o repreender.

Mas o bispo de Braga,

(que era da família dos Maias, ou seja, "mau de dobrar"

– no dizer de D. Rodrigo da Cunha)

tomou, com Inocêncio II,

a mesma atitude que tomara com o seu antecessor:

não respondeu à convocatória, nem lhe ligou importância.

Roberto II da Normandia, nascido cerca do ano de 1054, foi Duque da Normandia entre 1087 e 1106 e filho mais velho do rei normando Guilherme I de Inglaterra.

Guilherme I teve 10 filhos. Dos quais 3 varões: Roberto, o mais velho; Guilherme, o 4º e Henrique, o 10º.

Em 1087 Guilherme I de Inglaterra, o Conquistador, morre deixando a Normandia a Roberto mas o reino de Inglaterra é entregue a Guilherme II, considerado o mais capaz dos seus filhos.

No fim do século XI, Roberto juntou-se à Primeira Cruzada e partiu para a Terra Santa em 1096 e era lá que se encontrava quando o irmão Guilherme II de Inglaterra morre em 1100.

Henrique, o mais novo dos irmãos, protegido pela distância, sentiu-se à vontade para usurpar a coroa ao irmão mais velho. Mas Roberto regressou imediatamente à Europa e desembarcou em Portsmouth em 1101, preparado para lutar pelo seu direito à coroa inglesa. Entretanto, Henrique tivera tempo de sobra para preparar a sua defesa e reunir um exército numeroso. Tinha, para além do apoio militar da aristocracia, a simpatia das populações que não gostavam do mau feitio de Roberto. Perante estas circunstâncias, o duque da Normandia foi forçado a renunciar à coroa de Inglaterra no Tratado de Alton.

Em 1105 Henrique invade a Normandia com o seu exército e derrota Roberto. No ano seguinte, Roberto é forçado a abdicar do ducado da Normandia e é enviado para o castelo de Cardiff (actual capital do País de Gales, desde 1955), onde viveu aprisionado até ao fim da sua vida.

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Completam-se hoje 251 anos (1755), foi numa SG: morreu, em Paris, com 66 anos, o filósofo e escritor francês Montesquieu. Em Portugal reinava D. José (25º), sendo primeiro-ministro (então designado por Secretário de Estado) o marquês de Pombal. Em Roma pontificava Bento XIV (247º).

Estávamos no ano do Grande Terramoto (como ficou conhecido e foi abundantemente comentado na época o sismo de Lisboa), que ocorreria daí por nove meses.

O aristocrata Charles-Louis de Secondat, senhor de La Brède e Barão de Montesquieu, nasceu em 18.01.1689 em La Brède, perto de Bordéus, na França, ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes, actualmente consagrada em muitas das modernas constituições.

Teve formação iluminista com padres oratorianos, pelo que cedo se mostrou um crítico severo e irónico da decadente monarquia absolutista, bem como do clero.

Montesquieu escreveu várias obras, ganhou notoriedade e exerceu notável influência. Contribuiu também para a Enciclopédia e foi uma das maiores figuras do Iluminismo.

Em 1721, publicou Cartas Persas, obra de sua juventude, um relato imaginário, em estilo epistolar, sobre a visita de dois persas, Rica e Usbeck, a Paris. Por este meio critica os costumes, as instituições políticas e os abusos da Igreja e do Estado na França da época.

Montesquieu elaborou uma teoria política, que emerge da sua obra mais famosa L’Esprit des Lois (1748), (O Espírito das Leis), inspirada em Locke e no estudo das instituições políticas inglesas.

Aí ele discorre a respeito das instituições e das leis, e tenta compreender diversas legislações de diferentes lugares e épocas. Há elementos no seu trabalho que prenunciam, mesmo, uma análise sociológica.

As leis escritas ou não,

que governam os povos,

não são fruto do capricho ou do arbítrio de quem legisla.

Ao contrário, decorrem da realidade social e da história concreta,

própria do povo considerado.

Não existem leis justas ou injustas.

O que existe são leis mais ou menos adequadas

a um determinado povo

e a uma determinada circunstância de época ou lugar.

Exemplo de

algumas das principais ideias de Montesquieu

Montesquieu distingue três formas de governo: república, monarquia e despotismo. Distinguindo-os assim e aos respectivos princípios:

República - soberania nas mãos de muitos (de todos = democracia - de alguns = aristocracia) - princípio é a virtude;

Monarquia - soberania nas mãos de um só segundo leis positivas - princípio é a honra;

Despotismo - soberania nas mãos de um só segundo o arbítrio deste - princípio é o medo;

“Ao procurar descobrir as relações que as leis tem com a natureza e o princípio de cada governo, Montesquieu desenvolve uma alentada teoria de governo que alimenta as ideias fecundas do constitucionalismo, pelo qual se busca distribuir a autoridade por meios legais, de modo a evitar o arbítrio e a violência. Tais ideias se encaminham para a melhor definição da separação dos poderes, ainda hoje uma das pedras angulares do exercício do poder democrático. Montesquieu admirava a constituição inglesa, mesmo sem compreendê-la completamente, e descreveu cuidadosamente a separação dos poderes em Executivo, Judiciário e Legislativo, trabalho que influenciou os elaboradores da constituição dos Estados Unidos. O Executivo seria exercido por um rei, com direito de veto sobre as decisões do parlamento.”

Mas, curiosamente, o poder judicial não era único, “porque os nobres não poderiam se julgados por tribunais populares, mas só por tribunais de nobres; portanto Montesquieu não defende a igualdade de todos perante a lei”. (Apud Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Aconteceu há 243 anos (1763), era uma QI: é assinado o Tratado de Paris, entre a Inglaterra, a França e a Espanha, que põe fim à Guerra dos Sete Anos e Guerra do Pacto de Família. Em França reinava Luís XV, em Inglaterra Jorge III, em Espanha Carlos III e em Portugal D. José (25º), ainda com o marquês de Pombal na chefia do governo. No Vaticano Clemente XIII (248º) era o pontífice reinante.

Guerra dos Sete Anos, foi o nome por que ficou conhecida a luta travada entre 1756 e 1763, entre a França, a Áustria e seus aliados (Rússia, Suécia e Espanha), de um lado, e a Inglaterra, a Prússia e Hannover, de outro para resolução da rivalidade colonial anglo-francesa, que não ficara resolvida com o tratado de Aix-la-Chapelle, assinado a 18.10.1748.

Foi o primeiro conflito a ter carácter mundial, e o seu resultado é muitas vezes apontado como o ponto de viragem para a era moderna.

A Guerra foi precedida por uma reformulação do sistema de alianças entre as principais potências europeias, a chamada Revolução Diplomática de 1756, e caracterizou-se pelas sucessivas derrotas francesas na Alemanha (Rossbach), no Canadá (queda de Québec e Montreal) e na Índia.

Carlos III, em 15.08.1761, ao ceder aos interesses do rei Luís XV da França, assinou um tratado de aliança militar ofensiva e defensiva que tomou o nome de pacto de família, que o obrigou a entrar na guerra que a França declarou a Inglaterra (Guerra dos Sete Anos e Guerra do Pacto de Família). Como já vimos, os resultados dessa guerra foram desastrosos para a França e a Espanha, perdendo esta a Florida e outros territórios. Na oportunidade, para compensar os prejuízos sofridos pela Espanha, o rei Luís XV cedeu à Espanha a Luisiana.

Em 16.03.1762 é entregue ao governo português pelos embaixadores francês e espanhol da primeira pró-memória pedido que Portugal adira ao Pacto de Família dos Bourbons, assinado em 1761.

Daí que, nesta data, Portugal também tenha aderido a este Tratado de Paris.

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Foi há 232 anos (1774), era uma QI: foi abolida a Inquisição em Goa. Reinava D. José (25º), e ainda liderava o governo, o marquês. A direcção suprema da igreja estava então nas mãos de Clemente XIV (249º).

A abolição da Inquisição naquela colónia foi decretada por despacho do próprio marquês de Pombal.

Conquistada, definitivamente, Panjim e Ela (hoje Velha-Goa), em finais de 1510, em 1560 é aí introduzida a Inquisição. Pontificava Pio IV (224º), Giovanni Angelo Medici, ou "Medighino", que foi papa de 1559 a 1565, período coincidente com as regências de D. Catarina e do cardeal D. Henrique em Portugal, na menoridade de D. Sebastião.

Abolida em 1774, em 1778 D. Maria I volta a introduzir a Inquisição em Goa. Voltando a ser abolida, e definitivamente, em 1814.

Para mais completa informação sobre Goa, veja-se a seguinte tabela cronológica.

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Faz hoje 214 anos (1792), foi numa SX: o príncipe D. João, futuro D. João VI, assume a governação em nome de sua mãe a rainha D. Maria II (26º). Pontificava Pio VI (250º).

A rainha D. Maria I (26º) enlouquecera em 1791. É na sequência dessa incapacidade que D. João assume a governação em nome de sua mãe. Por enquanto, apenas isso: nominalmente, D. Maria da Glória continua no exercício das suas funções. Na prática, e efectivamente, é D. João que exerce o poder.

Isto até 16JUL1799, data em que, confirmada oficialmente a incapacidade da rainha, é entregue a regência do reino a D. João, o príncipe herdeiro.

Então já o príncipe D. João havia casado (08.05.1785) com a infanta de Espanha, a perversa e detestada Carlota Joaquina, e já era pai de 4 dos seus 9 filhos, nomeadamente do seu sucessor nos tronos do Brasil e de Portugal, o príncipe D. Pedro (futuro Pedro I, 1º imperador do Brasil, e Pedro IV, 28º rei de Portugal), precisamente o seu 4º filho, mas o primeiro dos dois filhos varões que teve.

Depois nasceriam os restantes 5 filhos, entre eles o segundo filho varão (7º dos 9) que viria a ser rei de Portugal, o absolutista e “apostólico” D. Miguel.

Entretanto, D. Maria I morre no Brasil, aos 20MAR1816, subindo, então, ao trono, D. João VI (27º).

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Completam-se hoje 177 anos (1829), foi numa TR: morreu Leão XII (252º). Reinava D. Miguel (29º).

Eleito a 28.09.1823, Leão XII era italiano e o seu pontificado durou quase 6 anos. Sucedeu a Pio VII, que morreu aos 20.08.1823.

1829 foi o ano em que

Se deu a revolução que a história regista como Vilafrancada (1823):

movimento contra-revolucionário,

aristrocrático-clerical, anti-democrata e anti-liberal,

contra o constitucionalismo,

movimento esse liderado por D. Miguel

e inspirado

pela feiosa (horrorosa, masculinizada, petulante,

desbragada, grosseira, obscena, insuportável,

intriguista, meretriz, dominadora e mexeriqueira

- assim é descrita nas páginas que lhe são dedicadas na GEPB)

Rainha Carlota Joaquina,

mãe daquele travesso príncipe,

mulher do abúlico e indolente

(é dos livros e da História)

D. João VI, que também aderiu ao movimento.

Uma das medidas contra a qual os absolutistas da vilafrancada se bateram

foi a do cerceamento dos privilégios

de que gozavam as ordens religiosas e as militares.

Como foi o ano em que se revogou a Constituição,

o que desencadeou a emigração em massa de muitos liberais:

Garrett, Silva Carvalho, Ferreira Borges, Luz Soriano...

Foi ainda o ano em que Beethoven compôs a IX Sinfonia.

E em que o papa Leão XII condenou a Franco-Maçonaria.

Foi ainda Leão XII que instituiu um sistema de espionagem, abandonado pelo seu sucessor, Pio VIII

E foi durante este pontificado

que

D. Pedro IV (28º) outorgou a Carta Constitucional de 1826;

que

se desencadeou nova reacção absolutista de D. Miguel, "Abrilada" (sempre de acordo com a mesma inspiradora - a maquiavélica rainha D. Carlota, sua mãe), o qual, na sequência desta revolta, é demitido, por seu pai, o rei D. João VI (27º) de comandante do exército;

que

D. Pedro IV abdicou na filha, D. Maria da Glória (princesa do Grão-Pará, futura D. Maria II).

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Passaram-se 166 anos (1840), foi numa SG: realizou-se o casamento da rainha Vitória, do Reino Unido, com Alberto de Saxe-Coburg-Gotha. Em Portugal reinava D. Maria II (30º), cujo segundo marido, D. Fernando de Saxe-Coburg-Gotha, era primo de Alberto, marido da rainha Vitória. Pontificava Gregório XVI (254º).

A rainha Vitória nasceu aos 24.05.1819 e foi rainha de 1837 até à sua morte, a 22.01.1901, com 81 anos.

O reinado de Vitória, durante 63 anos, foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana.

Este período foi marcado pela Revolução Industrial e por grandes mudanças a nível económico, político, cultural e social.

Em 1837 sucedeu a seu tio Guilherme IV, no Reino Unido, mas não em Hanôver, de cuja Casa era sucessora, já que aí vigorava a lei sálica.

Do seu casamento nasceram nove filhos.

A rainha Vitória era conhecida pelo seu amor à música e à dança. Grandes músicos actuaram no Palácio, como Felix Mendelssohn, por três vezes, e Johann Strauss II.

Consta, mesmo que o ter dançado uma valsa na festa do seu casamento, terá provocado algum escândalo.

Aliás, em matéria de ousadias, diz-se que foi num gesto desses que se vestiu de branco para essa cerimónia do seu casamento. Como se diz que foi a partir de então que se popularizaram os níveos vestidos de noiva.

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Faz hoje 164 anos (1842), era uma QI: é restabelecida a Carta Constitucional de 1826. Reinava D. Maria II (30º) e era, desde a véspera, primeiro-ministro (Presidente do Conselho de Ministros, designava-se então), o marquês de Tomar, António Bernardo da Costa Cabral. Pontificava Gregório XVI (254º).

A Carta Constitucional é restabelecida após ter sido substituída pela Constituição de 1822 e pela nova de 1838, após a Revolução de Setembro de 1836.

Costa Cabral é saudado com vivas à Carta na sua chegada ao Porto, e ao regressar a Lisboa procede a um golpe de Estado e restaura o velho texto constitucional.

A Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 foi a segunda Constituição Portuguesa. Teve o nome de Carta Constitucional por ter sido outorgada pelo rei D. Pedro IV e não redigida e votada por Cortes Constituintes eleitas pela Nação, tal como sucedera com a anterior Constituição de 1822.

Para consultar essas leis fundamentais que nos regeram desde a de 1822 até à de 1976, veja CONSTITUIÇÕES DE PORTUGAL

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Foi há 116 anos (1890), numa SG: nasceu, em Moscovo, o escritor russo Boris Pasternak. Na Rússia reinava o czar Alexandre III, pai do último dos imperadores de todas as Rússias, Nicolau II. Em Portugal reinava D. Carlos (33º), sendo o governo liderado pelo Regenerador Serpa Pimentel. Pontificava Leão XIII (256º).

Boris Leonidovitch Pasternak, filho de um professor de pintura e de uma pianista, viveu a sua juventude numa atmosfera cosmopolita. Estudou Filosofia na Alemanha e regressou a Moscovo em 1914, ano em que publicou sua primeira colecção de poesias.

Durante a Primeira Guerra Mundial ensinou e trabalhou numa fábrica, nos Urais, e foi aí que recolheu matéria para o seu famoso romance Doutor Jivago, anos mais tarde.

Entretanto, Pasternak caiu em desgraça, politicamente, nos anos 30 da passada centúria.

Assim, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura em 1958, ele não foi autorizado a recebê-lo.

Morreu, com quase 70 anos, a 31.05.1960, perto de Moscovo

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Foi há 112 anos (1894), num SB: nasceu, em Londres, o político britânico Harold MacMillan. Reinava, em Inglaterra, a rainha Vitória. Em Portugal reinava D. Carlos (33º), e o governo era chefiado pelo Regenerador Hintze Ribeiro. Pontificava Leão XIII (256º).

MacMillan foi primeiro-ministro britânico de 1957 a 1963
A carreira política de MacMillan desenrolou-se no Partido Conservador da Câmara dos Comuns (1924-1929, 1931-1964), onde ficou conhecido por criticar a política de paz de Neville Chamberlain (primeiro-ministro britânico de 1937 a 1940). Foi ministro por diversas vezes (dos Negócios Estrangeiros em 1955 e das Finanças entre 1955 e 1957).

Após a queda do primeiro-ministro Anthony Eden, provocada pela crise do Suez (1956), “chefiou o governo e aproximou-se dos Estados Unidos para acalmar a irritação produzida, no governo americano, pela aventura britânica no Oriente Médio”.

Em 1963, viu o presidente francês, general de Gaulle vetar a entrada da Grã-Bretanha na Comunidade Económica Europeia.

MacMillan demitiu-se depois do envolvimento do ministro John Profumo num escândalo sexual e de espionagem (com Christine Keeler, uma modelo de 21 anos, por sua vez envolvida com um adido naval soviético).

MacMillan terá sido um dos “prime ministers” favoritos de Isabel II (de quem a rainha não gostava mesmo, era de Margaret Thatcher, a quem, consta, terá dito que antipatizava cordialmente).

Morreu a 29.12.1986, no Sussex, aos 92 anos.

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Aconteceu há 109 anos (1897), era uma QA: Vladimir Ilich Lenine é exilado na Sibéria. Já reinava na Rússia imperial Nicolau Romanov, Nicolau II, o último czar. Em Portugal prosseguia o reinado de D. Carlos, e Luciano de Castro, do Partido Progressista, era o chefe do governo. Continuava Leão XIII na cadeira de Pedro.

Vladimir Ilyich Lenine, nome original Vladimir Ilyich Ulyanov, nasceu em Abril de 1870 e morreu em 21.01.1924.

Foi um revolucionário, responsável, em grande parte, pelo desencadeamento da Revolução Russa de 1917, líder do Partido Comunista, e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética.

Conselho dos Comissários do Povo:

espécie de Conselho de Ministros (Comissário era o nome com que eram designados os ministros do novo regime)

Lenine influenciou teoricamente os partidos comunistas de todo o mundo. As suas contribuições resultaram na criação de uma corrente teórica denominada Leninismo.

Veja, para uma mais completa informação, Lenine.

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Completam-se hoje 108 anos (1898), foi numa QI: nasceu Bertolt Brecht, poeta e dramaturgo alemão. Em Portugal reinava ainda D. Carlos e era ainda Luciano de Castro o primeiro-ministro. Prosseguia o pontificado de Leão XIII.

"Privatizaram sua vida, seu trabalho,

sua hora de amar e seu direito de pensar.

É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.

E agora não contentes querem privatizar

o conhecimento, a sabedoria, o pensamento,

que só à humanidade pertence."

Bertolt Brecht

Bertolt Brecht nasceu em Augsburg na Bavária. Estudou medicina e trabalhou como ordenança num hospital em Munique durante a Primeira Grande Guerra. Depois da guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, lhe chamou a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Já em Munique, as suas primeira peças (Baal e Trommeln in der Nacht) foram levadas ao palco e Brecht conheceu Erich Engel com quem veio a trabalhar até ao fim da sua vida. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizado por Fritz Kortner e dirigido por Engel, tornou-se no seu primeiro sucesso.

Morreu aos 58 anos, em 14.08.1956

(Transcrito de Wikipédia, a enciclopédia livre, com a devida vénia)

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Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

Bertolt Brecht

"Mãe Coragem e seus filhos" (1939), é, por quase todos considerada a obra-prima de Brecht.

Esta peça foi escrita por Brecht no início da 2ª Guerra Mundial. A sua estreia em palcos portugueses ocorreu em 1986, no Teatro Nacional D. Maria, em Lisboa, e ficou célebre pela interpretação de Eunice Muñoz juntamente com João Lourenço

Biografia de Brecht

Uma resenha da obra de Brecht

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Completam-se hoje 74 anos (1932), numa QA: morreu Edgar Wallace, escritor inglês. Em Portugal, o general Carmona já iniciara o seu vitalício consulado na presidência da República. E Salazar, que já era ministro e já era um importante mentor do regime, tornar-se-ia seu líder dentro em pouco. A ditadura ia lançando os seus tentáculos.

Wallace, nascido em 1875, tornou-se célebre como autor de romances policiais. Um dos seus fortes era o suspense, daí que tenha escrito vários thrillers. Além disso, a sua obra está eivada de elementos sobrenaturais ou macabros.

Do seu vasto espólio literário fazem parte o romance The Four Just Men (1905); um conjunto de obras cuja acção decorre em África, onde se inclui Sanders of the River (1911); romances policiais, como A King by Night (1926); e melodramas, como por exemplo The Ringer (1926). Alguns deles com tradução em português, como veremos adiante.

“Do vastíssimo leque de personagens criadas pelo prodigioso autor, uma há que os críticos destacam como um dos mais notáveis detectives fictícios de todos os tempos. Chama-se John G. Reeder e, embora aparentemente inofensivo, com o seu chapéu ridículo, o seu pince-nez e o seu inseparável guarda-chuva (dentro do qual se oculta um estilete que, muitas vezes, o tirou de embaraços), o genial investigador dispõe de uma mente privilegiada. No remanso da sua biblioteca particular ou em plena acção, Mr. Reeder, graças a uma pespicácia muito acima da média, é a mais perigosa ameaça para o autor de um crime, por mais previdente e arguto que seja” - (Editora Livros do Brasil, na apresentação de “A Astúcia de Mr. Reeder”).

Mas falar de Edgar Wallace é, forçosamente, falar de King Kong.

Edgar Wallace e Merian C. Cooper criaram, e Delos W. Lovelace romanceou, King Kong, que deu origem ao filme do mesmo nome, de que se realizaram três versões cinematográficas, todas americanas:

em 1933, uma primeira versão, realizada por Merian C. Cooper (que escrevera a obra, com Wallace) e Ernest B. Schoedsack; em 1976, nova versão, agora de John Guillermin; finalmente a versão, desta vez, de Peter Jackson, de 2005.

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Na versão de 1933, um uma equipa de filmagens, em África, encontra um gorila gigante que se apaixona por uma mulher.

No filme entram, nomeadamente, Fay Wray e Robert Armstrong.

Curiosidades desta versão:
- Os modelos de King Kong usados no filme tinham apenas 40 centímetros de altura mas, na história, o personagem tinha 15 metros.

- O rugido de King Kong no filme era na verdade uma combinação feita com os rugidos de leões e tigres.

- Na época das filmagens de King Kong, tanto o Empire State Building como o prédio da Chrysler estavam sendo construídos em Nova York. Inicialmente o roteiro previa que Kong escalaria o prédio da Chrysler, que seria o prédio mais alto do mundo. Porém uma mudança nos planos de construção do Empire State fez com que ele se tornasse o prédio mais alto, fazendo também com que fosse o escolhido pelos produtores para a escalada de Kong no filme.

- A cena em que King Kong escala o Empire State Building foi rodada com um homem vestido de macaco escalando uma torre em miniatura, idêntica à original.

- As cenas da floresta foram rodadas no mesmo set de filmagens de The Most Dangerous Game (1932).

- A ponte construída para os sets de filmagens de King Kong foi destruída na filmagem da cena do incêndio em Atlanta, de E Tudo o Vento Levou (1939).

- King Kong arrecadou 90 mil dólares no seu fim de semana de estreia, sendo a maior estreia do cinema norte-americano em todos os tempos até então. O sucesso do filme nos cinemas foi uma das causas que evitou a falência da RKO Radio Pictures, produtora do longa-metragem.

- Foi lançado 4 vezes nos cinemas norte-americanos entre 1933 e 1952, sendo que em cada relançamento novas cenas foram incluídas no filme.

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Na versão de 1976, um gigantesco gorila é encontrado numa ilha do Pacífico e levado para ser exposto num show em Nova York. Porém, ao chegar a NY ele consegue libertar-se e passa a causar terror e pânico na cidade.

O filme tem a participação de Jeff Bridges, Jessica Lange e Charles Grodin.

Foi vencedor de um Óscar especial pelos seus efeitos especiais.

Curiosidades:

- King Kong foi o primeiro filme de Jessica Lange e de John Lone.

- Inicialmente, a personagem King Kong seria um gorila mecânico construído por Carlo Rambaldi. Porém, como esta construção sairia cara, o aderecista fez uma roupa de gorila para a personagem, que saiu muito mais barata. A roupa foi, portanto, utilizada no filme por Rick Baker (King Kong).

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Versão de 2005: um cineasta em apuros convida uma actriz com problemas financeiros para protagonizar o seu filme. Partem, então, rumo à Ilha da Caveira, que tem a fama de abrigar seres estranhos.

Foi realizado por Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) e com Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody e Jamie Bell no elenco.

Curiosidades desta última versão:
- Peter Jackson recebeu o cachet de 20 milhões de dólares para realizar King Kong. Trata-se do mais alto valor já pago até então a um realizador.

- Inicialmente Peter Jackson planeava rodar King Kong logo após Os Espíritos (1996), mas devido a certas dificuldades acabou por realizar antes O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (2001).

- Adrien Brody foi a 1ª e única escolha dos produtores para interpretar Jack Driscoll (uma das personagens do filme).

- A actriz Fay Wray, que protagonizou a versão original de King Kong, esteve em negociações para participar desta nova versão, mas faleceu antes que pudesse gravá-la. A intenção de Peter Jackson era que ela repetisse a famosa frase final do filme original, "Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty killed the beast".

- O actor Alex Norton chegou a receber uma proposta para interpretar uma personagem em King Kong, mas teve que recusá-la devido a conflitos de agenda com outro trabalho seu, na TV.

- Andy Serkis estudou gorilas na África como forma de se preparar para interpretar o personagem King Kong neste filme.

- Os dois modelos originais de brontossauro usados na versão original de King Kong foram usados como referência para que uma criatura similar fosse criada para esta nova versão.

- O tiranossauro exibido em King Kong possui três dedos em cada pata com forma de homenagem à versão original de 1933. Na verdade os tiranossauros tinham apenas dois dedos, mas na versão original foram colocados três dedos como referência à uma evolução sofrida pelos animais da Ilha da Caveira.

- O director de fotografia Andrew Lesnie chegou a sugerir que King Kong fosse rodado em preto e branco, mas sua ideia foi recusada.

- Inicialmente seria Howard Shore o responsável pela banda sonora de King Kong. Shore chegou a gravar bastante material para o filme, mas deixou o projecto devido a diferenças criativas com o realizador Peter Jackson. Em seu lugar foi contratado James Newton Howard, que teve menos de 2 meses para criar e gravar toda a banda sonora do filme.

- Durante a produção o realizador Peter Jackson protagonizou um diário em vídeo, que era actualizado a cada 2 ou 3 dias num site na net.

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Mas Edgar Wallace escreveu muito mais, como se diz acima. Da sua obra fazem parte, designadamente, os seguintes livros traduzidos por Eriço Veríssimo:

“O sineiro” (The Ringer); “O círculo vermelho” (The Crimson Circle) e “A porta das sete chaves” (The Door with Seven Locks).

Existe ainda um livro seu, The Four Just Men (1905), cuja tradução em português é O conselho de justiça editado pelos Livros do Brasil, Lisboa, em 2005.

E, também recentemente, a mesma editora deu à estampa “O Regresso dos Homens Justos”, escrito em 1928, “o derradeiro livro que Edgar Wallace consagrou aos mosqueteiros da Justiça – que, ao contrário dos de Dumas, começam por ser quatro e, após a morte de Merrell, formam o trio que intervém nos seis livros que o autor lhes dedicou. A epopeia dos justiceiros acaba aqui, definitivamente interrompida pela morte de Wallace, quatro anos depois de escrever o presente volume. E não podia finalizar de melhor maneira já que, no Regresso, os Homens Justos vivem treze das suas mais extraordinárias e empolgantes aventuras” (da apresentação do livro).

Ainda da mesma editora, e da, sempre ela, colecção Vampiro, o título “A Astúcia de Mr. Reeder”.

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Faz hoje 67 anos (1939), foi numa SX: morreu o papa Pio XI (259º), papa de nacionalidade italiana. Em Portugal continuava, e por muitos anos, Carmona na chefia do Estado. Mas o detentor do poder absoluto era Salazar.

Achille Ratti, como o século o conheceu, sucedeu a Bento XV (Della Chiesa) em 06FEV1922.

Pio XI, Aquiles Ratti, foi papa durante 17 anos, de 1922 a 1939.

Era Aquiles Ratti ainda visitador apostólico quando se deu a queda dos impérios centrais, no fim da Primeira Grande Guerra; quando estalou a revolução bolchevique; quando ressurgiu o Estado livre da Polónia.

De entre os assuntos sobre que mais debruçou a sua atenção, contam-se a Acção Católica, as Missões, a regulação da questão romana com o governo italiano fascista, por meio do tratado de 1929, que concedeu a soberania temporal ao papa na "cidade do Vaticano"; a actividade cultural e o ensino. De todas as encíclicas de Pio XI, a mais conhecida é a Quadragesimo Anno, de 1931, publicada no quadragésimo aniversário da Rerum Novarum, de Leão XIII.

No ano em que foi eleito papa, em 1922

efectuou-se a primeira sessão do Tribunal Internacional da Haia (15FEV);

terminou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral (17JUN);

nasceu o político angolano Agostinho Neto (17SET);

nasceu a escritora Agustina Bessa-Luís (15OUT);

nasceram o escritor José Saramago e o professor universitário e ensaísta José Augusto França (16NOV);

é fundada a URSS (União das Repúblicas Socialistas soviéticas) (30DEZ).

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Foi há 64 anos (1942), numa TR: é atribuído pela primeira vez um disco de ouro da indústria discográfica. Em Portugal mantinha-se a dupla cimeira do poder, Carmona e Salazar. Mas com este no vértice. Até que a morte os separasse.

O primeiro disco de ouro da indústria discográfica é atribuído, pela RCA, a Glenn Miller pelo seu single Chattanooga Choo Choo.

Glenn Miller nasceu nos EUA, em 01MAR1904 e morreu, com 40 anos, num acidente aéreo, no mar, entre Londres e Paris, em 16DEZ1944, quando, durante a II Guerra Mundial, se deslocava a Paris para apresentação da sua "Army Air Force Band", que montou e dirigia, com a patente de capitão, às forças aliadas.

O trombonista, e depois saxofonista, Glenn Miller, começou sua carreira em 1926, ao ingressar na banda de Ben Pollack. Foi, sobretudo, após a sua morte que cresceu a sua reputação.

Veja esta sinopse biográfica do compositor, trombonista e saxofonista.

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Aconteceu há 63 anos (1943), era uma QA: Mahatma Gandhi inicia uma greve de fome contra a sua detenção. Em Portugal? Tudo na mesma. Carmona na PR. Salazar na suprema direcção do regime. Pio XII (260º) era o sumo pontífice.
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“As gerações vindouras

terão dificuldade em acreditar

que um homem como este

realmente existiu e caminhou sobre a Terra”

Albert Einstein

Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido popular e honorificamente por Mahatma Gandhi (Mahatma, do sânscrito "grande alma"), nasceu a 02OUT1869, em Porbandar, estado de Gujarat, na Índia e morreu em Nova Deli a 30JAN1948.

Embora líder nacionalista, foi um pacifista. Na verdade, foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano, sem que deixasse de ser um influente defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.

De facto, quem previne que "de olho por olho o mundo acabará cego", que dúvidas pode deixar acerca dos meios que defende para prosseguir o seu objectivo?

Por outro lado, quem aconselha "faz da tua vida um reflexo da sociedade que desejas", ou quem alerta que "o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente"… como pode ser perseguido, preso, ameaçado e assassinado?

Não era um desordeiro, terrorista ou anarca que praticava e desencadeava actos de desobediência civil. Era o nacionalista lúcido e o político e humanista esclarecido que lutava com denodo e persistência contra o jugo colonial sobre a sua terra e os seus conterrâneos e pela sua autonomia e independência. Era o condutor de um povo sedento de liberdade e dignidade humana.

Em 1914, na África do Sul, onde exercia advocacia, liderava a comunidade indiana contra a discriminação racial. Pouco depois, e ainda durante a I Guerra Mundial, já assumia, na sua terra, a liderança do congresso nacional indiano,

promovendo campanhas a favor de reformas sociais, da tolerância religiosa e do fim da discriminação das castas.

Gandhi nunca recebeu o prémio Nobel da Paz, apesar de para ele ter sido indicado cinco vezes entre 1937 e 1948.

Já decorria uma época

em que a atribuição dos Nobel,

sobretudo o da Paz e o da Literatura,

estava fortemente politizada.

Décadas depois, no entanto, o erro foi explicitamente reconhecido pelo comité organizador do Nobel: quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o Nobel da Paz em 1989, o presidente do comité disse que o prémio era "em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi".

Veja mais informação acerca do grande timoneiro e fundador do estado indiano.

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Foi há 26 anos (1980), era um DM: foi fundado o PT (Partido dos Trabalhadores), Partido político brasileiro. Em Portugal já se tinham aberto as portas das prisões políticas e da liberdade quase seis anos atrás. Na chefia do Estado estava o general Ramalho Eanes. Tinha sido empossado no mês anterior o VI Governo Constitucional, da AD (constituíam a Aliança Democrática o PPD, o CDS e o PPM, coligação fundada em 05JUL1979), presidido por Sá Carneiro. Pontificava, desde Outubro de 78, o papa João Paulo II (264º).

“O Partido dos Trabalhadores foi oficialmente fundado por um grupo heterogéneo, composto por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos ligados à Teologia da Libertação, no dia 10 de Fevereiro de 1980 no Colégio Sion em São Paulo. O partido é fruto da aproximação dos movimentos sindicais, tais como a CUT (a um dos quais pertence o actual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva), com antigos sectores da esquerda brasileira.”

“O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças pelegas do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de socialismo democrático, tentando recusar modelos já então em decadência, como o soviético ou o chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista da época com a intelectualidade de Esquerda anti-estalinista.

Foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de Fevereiro de 1982.”

Acabei de transcrever dois ou três excertos dum artigo sobre a matéria, que pode ler-se na “Wikipédia, a enciclopédia livre”.

Atentos os avisos e alertas que antecedem o artigo, e com as devidas precauções, veja.

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Foi há 21 anos (1985), era um DM: o líder do movimento negro sul-africano, Nelson Mandela, recusa a “liberdade” que governo branco lhe oferece. E continua preso. Em Portugal, Ramalho Eanes estava prestes a terminar o seu segundo mandato presidencial. Estava em funções o IX Governo Constitucional, que ficou conhecido como o governo do Bloco Central (coligação PS-PSD). Este governo subsistiria até 06NOV1985.

Foi em Maio desse ano que

Cavaco Silva

Foi ao Congresso do PSD,

Na Figueira da Foz,

Só para fazer a rodagem ao carro…

E saiu de lá

Líder do partido!

No dia 10 de Fevereiro de 1985, o líder do movimento negro sul-africano, Nelson Mandela, preso desde 1962 (nem havia tanto tempo como isso, só lá iam 23 anos!!!), renuncia à liberdade que o governo branco lhe oferece, caso abandone a luta armada. Ou seja: caso desista!

Claro que só um insensato podia fazer uma proposta destas a um Homem como este. (Cego não é o que não vê… É o que não quer ver).

Afinal o que o esclarecido governo conseguiu foi reforçar o símbolo que Mandela já era de luta pela liberdade e pela igualdade de direitos e de justiça!

Volto a este ícone dos valores da liberdade e dos direitos humanos noutros espaços.

E, afinal, acabámos, há instantes, linhas acima, de falar noutro.

São raros. Mas vão surgindo.

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Foi há 12 anos (1994), numa QI: é constituída a CLP/ Comunidade da Língua Portuguesa. Em Portugal era Mário Soares o PR, já no seu segundo mandato.

O governo em funções era o XII Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.

Brasil, Portugal e as cinco nações africanas Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, constituem, em Brasília, a Comunidade da Língua Portuguesa.

Poucos anos volvidos, e com objectivos mais definidos e alargados, surge a constituição, em Lisboa, da CPLP/Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de cujo Comunicado final da respectiva cimeira constitutiva, transcrevo:
Os Chefes de Estado e de Governo de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, presentes em Lisboa na Conferência de Chefes de Estado e de Governo, constitutiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (…) reafirmaram a sua determinação e empenho em que a Comunidade, que tem na Língua Portuguesa um património histórico comum, seja dotada dos mecanismos e instrumentos que, reforçando os vínculos seculares que os unem, valorize também a sua acção externa ao serviço dos valores da Paz, da Democracia, do Estado de Direito, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento e da Justiça Social.

Texto do Comunicado final da Cimeira Constitutiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, de 17-07-1996

(Esperemos que não seja só bonito!)

(Não resisto: e que não sirva só, como tantas vezes acontece, para ocupar e engordar uns tantos parasitas!)

Também se ouve falar de uma outra associação, de âmbito mais restrito e com outros objectivos, a dos PALOP, que é o acrónimo de países africanos de língua oficial portuguesa. Ou seja, as antigas colónias (em linguagem mais soft, províncias ultramarinas) portuguesas em África: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Cabo Verde.

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Foi há 7 anos (1999), numa QA: morreu, aos 65 anos, Maluda, pintora portuguesa. PR era Jorge Sampaio. Estava em exercício o XIII Governo Constitucional, presidido por António Guterres. Pontificava ainda João Paulo II.

Maria de Lurdes Ribeiro, que nos seus quadros assinava Maluda, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça.

Produziu extensa e apreciada obra.

Tornaram-na particularmente famosa as janelas, quiosques e telhados de Lisboa que pintou.

Maluda teve a felicidade de ver em vida o seu trabalho reconhecido pelo público.

Veja-se, a seguir, um breve resumo da contribuição que Maluda deu para a valorização da filatelia nacional.

A obra de Maluda em tamanho de selo postal faz a sua apresentação em 1985, quando os CTT emitem QUIOSQUES DE LISBOA de que fazem parte o da Rua dos Santos, Tivoli, Porto de Lisboa e Rua da Artilharia Um. São peças filatélicas de grande beleza e originalidade que recebem os maiores aplausos.

No ano seguinte é emitida a série filatélica FORTALEZAS DA MADEIRA.

Em 1987 FARÓIS DA COSTA PORTUGUESA projectam luz sobre o Farol de Aveiro, Berlenga, Cabo Mondego e Cabo de S. Vicente.

A janela de Garcia de Resende pintada por Maluda celebra ÉVORA, PATRIMÓNIO MUNDIAL.

Depois seria preciso esperar até 1992 para apreciar em selo nova obra de Maluda. É a vez da PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO, a propósito do seu centenário.

Em 1993 um selo com uma vista do casario de Lisboa, assinala a criação da UNIÃO DAS CIDADES CAPITAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA.

Finalmente em 1997, a pintora volta a dar a mão à filatelia através de uma representação do Palácio Nacional da Pena, que resultou num bloco e comemora SINTRA, PATRIMÓNIO MUNDIAL.

Maluda dizia que vendia os seus quadros por altos preços já para evitar especulações, julgo que os CTT a ouviram e lhe copiaram o exemplo.

(Com a devida vénia, de uma página do filatelista Nuno Álvaro Ferreira Rodrigues, no site da Associação Académica da UC)

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Foi há um ano (2005), numa QI: morreu em Connecticut, arredores de Nova Iorque, aos 89 anos, Arthur Miller, dramaturgo norte-americano. Em Portugal decorria o segundo mandato do presidente Jorge Sampaio. Governava ainda, mas por escasso tempo, Santana Lopes, a alucinada criatura da incubadora, que presidia ao XVI Governo Constitucional. Ocupava ainda a cadeira de Pedro o, já frágil e muito doente, João Paulo II. Mas por pouco tempo mais. Até Abril.

Arthur Miller nasceu nos EU, em Harlem, Nova Iorque, aos 10OUT1915.

Dramaturgo (primeira peça: "All my Sons", 1947), foi também argumentista em vários filmes.

Perseguido durante a fase de caça aos comunistas e da Guerra Fria, é tido como o maior dramaturgo americano do século XX (juntamente com Tennessee Williams); autor de obras como "As Bruxas de Salem", ganha o título de "Mestre Absoluto da Dramaturgia Moderna" (2002).

Em As Bruxas de Salem (The Crucible, de 1953) A. Miller versa a histeria que tomou conta de Salem durante a caça às bruxas, inspirada pelo momento político repressivo da comissão do senador McCarthy.

Também publicou “Os Inadaptados”.

O seu mais famoso personagem foi Willy Loman, n’ A Morte do Caixeiro Viajante, (Death of a salesman, de 1949) vista por muitos como uma crítica cáustica e um símbolo do fracasso do "sonho americano": um homem destruído pela sua teimosa crença na glória do capitalismo norte-americano e no poder do sucesso.

A carreira de Miller ficou marcada pelo sucesso precoce. Ele foi premiado com Prémio Pulitzer por A Morte do Caixeiro Viajante em 1949, quando tinha apenas 33 anos. A peça, escrita em seis semanas, foi alvo das melhores críticas, quando estreou na Broadway em Fevereiro de 1949, sob a direcção de Elia Kazan. Esta peça valeu-lhe, também, o prémio Drama Critic's.

O seu casamento com Marilyn Monroe, em 1956, levou a peça aos píncaros da fama, apesar de ele dizer que nunca procurou esse tipo de publicidade.

Quanto a Marilyn, reconheceu que era "altamente autodestrutiva" e confessou: durante esse casamento "devotei-lhe toda a energia e atenção, numa tentativa de a ajudar a resolver os seus problemas. Infelizmente, não tive muito sucesso".

Foi ainda autor, entre muitas mais obras, de, por exemplo, «All my sons (1947, premiada pelos críticos teatrais de Nova Iorque); A view from the bridge (1955) (Panorama da Ponte); After the fall (1964, baseada no seu casamento com Marylin Monroe); The price (1968); The last Yankee (1992) e Broken glass (1994). Dos argumentos que escreveu incluem-se os filmes The misfits (1960) realizado por John Houston (com Marilyn Monroe no principal papel feminino) e Playing for time (1980), filmado para a televisão, sobre o campo de Auschwitz. A sua preocupação pelo anti-semitismo está na origem do seu romance Focus (1945). É autor de diversos ensaios de teatro. Publicou a autobiografia Timebens: A life (1987)» - (BU, da Texto Editores)

Prémio Pulitzer:

prémio americano

outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência

na área do jornalismo, literatura e música.

Os Prémios Pulitzer foram criados em 1917,

por desejo expresso de Joseph Pulitzer, seis anos após a sua morte.

Pulitzer foi um imigrante húngaro

que fez fortuna nos EU e mudou a face do jornalismo norte-americano,

criando os jornais "St. Louis Dispatch" (ainda em actividade) e o "New York World" (actualmente conhecido como "New York World-Telegram").

Saiba mais sobre o Prémio Pulitzer

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