Hoje, enquanto esperava, na papelaria, a minha vez para comprar o jornal, dei com os olhos numa dessas revistas, que enchem o balcão, fundamentais para o nossso “crescimento” interior e conhecimento, mas que me esqueço sempre de comprar. Aliás, nem tentaria: o saber e a cultura sairiam-me bem caros. Tantas elas são. E que prosperam.
Prefiro ser ignorante. É o meu destino. Pronto.
Bom, mas dizia eu, dei de caras com uma delas e leio:
«Alexandra Lencastre: “nunca vou para a cama no primeiro encontro!”»
Que coragem! Que ousadia!
Não, nem é só no aspecto em que estão a pensar – no do exemplo a ter em conta e a ponderar…
Não apenas esse. Também no da louvável transparência que tanta falta nos faz.
Isto é o que se pode chamar uma estupenda e invejável caixa. Um assombro.
É que tem razão a Alexandra Lencastre. Ele há gente para tudo. Sempre houve gente incapaz de compreender os artistas. Toda a vida. Todo o sempre.
Depois, ainda por cima, influenciados por títulos como “na cama com…”.
Triste sina a de tantos deles!
E então, não fosse dar-se o caso de alguém pensar que a Alexandrinha era uma desaustinada, uma acelerada dessas de descontrolada fogosidade, enfim, uma qualquer insensata… Pranta-se o preto no branco e acabou. Tudo esclarecido.
Ninguém tem nada com isso: se é com qualquer “encontrante”, se é à primeira, à primeira e meia ou à segunda que ela vai com ele para a cama… Isso é matéria da sua real gana, e ninguém tem nada a ver com o assunto. Essa agora!
Toda a razão.
E mais: acho que todas as figuras públicas e colunáveis lhe deviam seguir o exemplo na coragem de se expor.
Já viram bem?
Imaginem que Alberto João Jardim era ainda mais explícito (os mal intencionados do costume dizem bronco – não há pachorra para estes maledicentes profissionais) do que é e confessava: “no meu reino, quem for do contra é declarado xoné”.
E então, quem se surpreenderia que ele mandasse passar um atestado de insanidade mental a um opositor para correr com ele (como aconteceu) do Parlamento Regional?
Já viram a vantagem?
Mais um exemplo: se o major declarasse urbi et orbe que só consegue viver de expedientes (para nos não assaltarem certas dúvidas, aqui e além), e que só com marotices (lá está: algumas teimam em chamar-lhe vigarices! Não há mesmo paciência!) consegue sobreviver neste “paraíso” à beira do pântano plantado, quem se surprenderia ou se preocuparia com a cor do apito?
E já agora um último exemplo: Se o Castelo Branco, além de com trejeitos iniludíveis, respondesse à turba multa dos jornalistas: “ninguém tem nada a ver com o que faço e levo, nem quando, nem onde”…
Não ficávamos todos entendidos?
É assim mesmo. E mais nada.
Abençoada Alexandra: além de boa (nada de interpretações de frustrados incorrigíveis) actriz, é um exemplo de transparência.
Salve!
1 comentário:
Deixe lá essas angústias! Vamos ter agora a viagem da irmã Lúcia com emisão especial na TVI que nos faze esquecer o mundo louco em que vivemos e que traz um pouco de sensatez a este país que dela tanto precisa
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