Falo de globalização não no sentido rigoroso que lhe lhe deve ser atribuído: sentido, este, marcadamente ideológico e de cunho neoliberal, traduzido, em síntese, no alargamento, à escala mundial, do espaço do lucro. Concomitantemente, primeiro responsável, ou pelo menos intensificador, da exclusão social. Como é óbvio.
“Subverto-o” – e penso que sigo uma opinião algo generalizada – para com ele significar massificação ou alastramento de um conceito, de um princípio, a sua generalização aos vários espaços geográficos, aos diferentes domínios culturais, às mais diversas comunidades, tornando-os (conceitos, princípios) em dados de conteúdo objectivo, aceitação e prática universal.
Daí que me questione:
para quando a globalização do discernimento do homem em construir a paz sem recurso à guerra?
Para quando a globalização da erradicação da fome e da pobreza do mundo? Para quando a globalização do fim do farisaísmo de se proclamar a justiça social sem se cavar mais fundo o fosso entre ricos e poderosos, pobres e marginalizados?
Para quando a globalização do respeito pela diferença, da responsabilidade, da tolerância, da fraternidade, da solidariedade?
Para quando a globalização da ética?
Para quando a globalização no único sentido que a humanidade – na sua esmagadora maioria – por ela anseia?
Para quando a única globalização que a serena e elevada inteligência do Homem admite?
Para quando?
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