O sr Manuel tem andado numa azáfama extraordinária. E a verdade é que os media lhe têm dado, diariamente, um “tempo de antena” que levanta naturais suspeitas.
Afinal qual é a dimensão ou a importância (no contexto nacional) do sr Manuel ou do seu pequeno clube?
O que fez de importante o sr Manuel, para o país?
Não me dei conta de nada. A menos que tenha sido importante e grata tarefa a de acabar com a única direita civilizada que ia restando neste nosso recanto do planeta: o CDS – onde ainda se iam ouvindo algumas sensatas vozes de algumas respeitáveis figuras de políticos sérios, como Adriano Moreira e Freitas do Amaral...
Pretendeu o sr Manuel substituir aquele partido por um pp (partido populista), ultra liberal, mais de acordo com os “neocons”. Mas veio um outro pp – pássaro (mais) pimpão que tomou conta do poleiro (até porque se diz ter um lobby poderosíssimo a apoiá-lo).
Com esta tropa, é isso: só uma questão de poleiro. Por mais efémero e insignificante que seja.
Vai daí, o sr Monteiro, sedento de “servir” o seu país, fundou, com meia dúzia de almas “sequiosas” como a sua, o PND. Que é a sigla virtual de várias e curiosas expressões (partido não democrata; partido da nova ditadura; partido dos novos desenrascados; potenciais novos ditadores; pequeno núcleo desprezível, etc...). Mas o sr Manuel, no seu bom humor (negro), pretende que signifique – imagime-se só – partido da nova democracia...
Claro que estão a ver o que é uma “nova democracia” para os “neocons”... Ora não estão?
Alguém, mais realista, dessa pequena “família” sugeriu que o clube (perdão: o partido) se dissolvesse. Ficámos, entretanto, a saber o que a grande maioria (todos?) nem suspeitava: “PND continua porque faz falta a Portugal”! Tal a ânsia do sr Monteiro em salvar “Portugal”!
O sr Monteiro fala dos “cerca de mil” militantes do seu pequeno grémio – referência de tal maneira vaga que deixa em suspenso a bem provável hipótese de não incluir mais que um reduzido número de famílias e alguns dos seus amigos. Incluindo Jorge Ferreira.
"Não existe direita em Portugal” diz no “seu” “congresso” (?) o sr Manuel. Para logo depois se desdizer, afirmando que o seu “é o único partido da direita em Portugal”. "A verdadeira e única direita portuguesa, patriótica e soberana", esclarece melhor (mais demagogicamente, quere-se dizer), até porque esse “congresso” (?) é o "momento da clarificação".
Só por nossa única e exclusiva culpa poderemos queixar-nos de pouca clareza, porque “eles” são bem claros e explícitos... (É a velha questão: a aparente falta de univocidade de certas expressões: democracia, patriotismo, soberania... Melhor dito: o seu mau emprego)
Ainda a propósito deste encontro de amigos num hotel: de quando em quando, há pessoas que têm um rasgo de inspiração momentânea que deixa um rasto de seriedade e de sensatez.
Mas às vezes isto é só aparência. Como desta vez: o sr Monteiro, que à viva força quer ser o único líder da direita pátria, ao afirmar que o seu clube “é o único partido da direita em Portugal”, fê-lo demarcando-se de “posturas racistas e xenófobas”. Ou seja, distanciando-se dos seus congéneres “puristas” europeus.
Por profunda e filosófica convicção?
Lá agora! (A “família” política europeia deserdava-o e renegava-o).
Por pura conveniência e estratégia: “Não nos podemos esquecer de que Portugal é um país de emigrantes. Não posso defender para os estrangeiros em Portugal uma coisa diferente do que defendo para os portugueses no estrangeiro” - explicou.
A política, na visão estratégica de alguns, não é uma linha recta, é antes uma linha bem ziguezagueante.
Política e político edificantes, as deste grupelho e seu “persistente” “líder”.
Houve tempo em que a política era uma coisa séria. Só para gente igualmente séria e madura...
Hoje é, para alguns, um puro jogo. De poder. De influências. De projecção pessoal.
De rendibilidade garantida e lucros “fáceis”.
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2 comentários:
Tentemos imaginar um jogo de lucros fáceis:
O sr.Monteiro,associado ao PSL+fiel Delgado,ao sr.Menezes+tropa instalada na câmara de Gaia,ao AJJ em dia de Carnaval.
Desisto Não dá.O sr.Monteiro continuava fora de jogo.
Meu caro José Luís,
Gostei, como habitualmente acontece, deste e de outros artigos.
Quanto ao Sr.Manuel ou Sr.Monteiro, ou um quaquer desses polítiqueiros de aviário que por aí esvoaçam às vezes, só tenho a dizer-lhe que estou farto deles até à medula!
Que tal se experimentassem arranjar um emprego em que pudessem ser úteis à sociedade?
Com sua licença, amigo, vão para o raio que os parta, mas TODOS...TODOS ELES!
Um abraço
Jorge G
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