Comentário breve a uma passagem, abaixo reproduzida, sobre o assunto referido no título, interrupção voluntária da gravidez, no PEDECABRA
«ESTADOS UNIDOS DA IBÉRIA
Anualmente, cerca de 15 mil portuguesas apanham o avião ou o comboio para Espanha, para interromper uma gravidez indesejada, com todas as condições humanamente aceitáveis para uma operação desta natureza e que lhes são disponibilizadas pelas clínicas privadas espanholas!... Pelos cálculos apresentados pela RTP, fica mais barato ir para fora... mesmo com despesas de avião!!... Há clínicas espanholas, inclusivé, interessadas em expandir o seu negócio em Portugal, empregando (segundo um dos empresários entrevistados) cerca de 40 pessoas!!!... Que espécie de clínica é que abre com um quadro de 40 pessoas????... Alguma especializada em explorar unicamente uma falha da Lei Penal Portuguesa?
(...)»
Centro-me num ponto (o primeiro) da intervenção.
Em matéria de – vulgo – aborto… Creio que está tudo mais ou menos assente: os do sim mantêm-se coerentes. Os do não marralham nos tons rosa. Salvo as doutas e altíssimas considerações do prof Mário Pinto e as acaloradas intervenções do João César das Neves (ó diabo: parece-me que ele também é professor... Siga!) – os únicos que me fazem tremer nas minhas convicções sobre a matéria – todos os mais pouco adiantam.
O problema é muito sério. Demasiado.
E ninguém – de, pelo menos, mediana inteligência e sensibilidade – encara uma intervenção dessas de ânimo leve. E todos esses sofrem com tal situação e solução.
As minhas palavras são pobres e sem interesse. Por isso, e para rematar, vou trazer à liça duas pequenas transcrições sobre o assunto:
“Deve [a Igreja] continuar a manifestar-se, na primeira linha, contra a fome, as doenças, as guerras, que dizimam milhões e milhões de vidas humanas. É sobretudo aí que se vê quem é pela cultura da vida e quem é pela cultura da morte. É também aí que a Igreja aparecerá ou não como sinal e instrumento de salvação” – terminava a coluna semanal de Fr Bento Domingues, no Público de DM 29OUT06, exactamente acerca da magna questão da IVG. (Os sublinhados são meus).
(O que eu gostava de saber como o comentaram toda a casta de fariseus que se pavoneia por aí, Pintos e Césares das Neves incluídos. Sobretudo esses!)
Vai daí, hoje, (02NOV06) também no Público, uma jovem professora (Carla Machado) ponderava, entre outras questões pertinentes, sobre o seguinte:
“E agora que me desculpem alguns sectores feministas: não, o aborto não é uma questão de mulheres. Ou antes, é-o, mas não o deveria ser, pelo menos não deve-ria ser equacionado como uma questão apenas de mulheres. E neste erro tanto os defensores do "sim" como do "não" têm caído. Claro que há questões de género no aborto, desde a desigual repartição dos cuidados com os filhos, aos desequilíbrios salariais. E, claro, o simples facto de ser no corpo da mulher que a decisão de ter ou não filhos assume uma violência "incarnada". Mas, a não ser que estejamos perante novos mistérios transcendentais, cada embrião tem dois seres humanos na sua génese. Onde estão os homens, no equacionar público desta questão? E, já agora, onde estão os homens condenados pela decisão de abortar (ou será - coisa conveniente - que todas as mulheres condenadas por aborto em Portugal decidiram sozinhas, sem participação ou conhecimento dos respectivos parceiros?).”
Quem? Eles?
Eles não desarmam!
Ni hablar!
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1 comentário:
Não desarmam não senhor.
Aqui há dias,no FÓRUM DA SIC NOTÍCIAS,a propósito da pena de morte do SADAM apareceu um piedoso cristão,todo contra a pena de morte,que logo aproveitou para comparar a pena de morte com a despenalização do aborto.
Há poucos minutos,na RTPN,o comentador desportivo PAULO SOUSA,apareceu todo equipado com a camisola do NÃO.
Espero,que nos próximos dias e do lado contrário,ainda apareça a senhora Mãe de ALGUÉM,a jurar que foi impedida de abortar!
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