De facto, não acredito em sondagens. “Pero… las hay”.
Às de Pedro Magalhães, geralmente, é dado um certificado de seriedade e rigor… Mas…
Ninguém me arreda da cabeça que elas servem muito mais para “fabricar” o vencedor que para esclarecer, seja quem for, acerca do que se passa realmente entre os candidatos em presença.
Não são um termómetro. São um supositório.
No fundo, é o sistema a funcionar: com as suas regras e as suas batotas.
A “empurrar” o eleitorado para o “voto útil” (na perspectiva do sistema).
Terá (para o mesmo sistema) a vantagem de, perante a “vaga” e o “galopante” avanço de um candidato, levar os incautos, e bem intencionados, e distraídos, e indecisos a decidir: “pronto, está resolvido. Voto “em tal”, que vai ganhar”.
Mas, claro, que as sondagens também têm um efeito perverso: “para quê votar”? A batalha está decidida! É chover no molhado! Não vale a pena lá ir…”
Efeito perverso para a democracia. Não, provavelmente, para o tal candidato, antecipadamente dado como vencedor.
Mas para esse e quejandos… Para que serve a democracia? (Bahhhhhh!).
Tal como no futebol, também nesta matéria não deveria haver vencedores antecipados.
Não devíamos, simplesmente, acreditar nisso. Temos de, consultada a nossa inteligência, recusar a tal “decisão” anunciada.
Vencedores antecipados, neste âmbito, só os havia no tempo do “aracnídeo” (como lhe chama Leonor Lains): aí, eleições era um termo só para jornalista estrangeiro, e sua audiência, impressionar. De resto, era o faz de conta do regime. O ditador é que dizia quem avançava para a PR e quem ganhava. Era tudo simplicíssimo: não havia maçadas para os eleitores (alguns, muitos anos depois de mortos ainda votavam… Um espanto!). Não havia imagens “tristes e degradantes” entre candidatos, na imprensa, na televisão e na rádio… “Essa agora! Era o que faltava!...”
Para quê o confronto de ideias perante “ideias indiscutíveis”? – pensava o dono do regime, logo aplaudido pelos comensais da “manjedoura do poder” (na expressão recente de J. Varela Gomes – que nos traz de volta expressão antiga de Herculano).
Mas não queremos nada disso.
Não queremos… Claro que alguns querem.
Mas não podemos consentir que ganhem neste confronto.
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