A coluna RETRATO DA SEMANA de
É de uma ironia triste.
Para usar, basicamente, as suas palavras, não é o
Deviam surpreender-me o Manuel Pinho, deputado socialista, o Manuel Pinho, ministro socialista da Economia e o Manuel Pinho, ex-funcionário do Espírito Santo; assim como o Joaquim Pina Moura, presidente da Iberdrola, o Joaquim Pina Moura, deputado socialista, o Joaquim Pina Moura, ex-ministro socialista e o Joaquim Pina Moura, ex-funcionário do BCP…
Infelizmente já não me surpreendem…
Este PS faz-me lembrar um edifício em ruínas de que uma certa erosão ainda não deitou abaixo a fachada.
E
Sem esquecer, obviamente, Pina Moura, já que “este homem não brinca
E sem esquecer nas felicitações, claro, “finalmente o governo e os socialistas”, já que “foram eles que conceberam, desenharam, escolheram e nomearam”. E mais: “tentaram, modestamente, convencer a opinião de que o mercado produzira esta solução, mas toda a gente percebeu que tudo se deveu à sua decisão e aos seus interesses”.
Aqui só farei uma correcção, atendendo à minha perspectiva: eu diria antes “este governo e o gémeo que o antecedera, anos atrás, e os respectivos socialistas.”
É diferente. Não sei bem relativamente a quem, é certo. Mas é diferente. Pelo menos em relação a um ideal.
A acção do actual PR, durante os seus dois mandatos, não me pareceu merecer grandes críticas. Pareceu-me, antes, pautada pela craveira, inteligência e seriedade que lhe são reconhecidas. E que as situações exigiam. Salvo no imbróglio Santana Lopes: o homem da tanga, que sucedera ao do pântano, deixaram o pobre na incubadora, e Sampaio só com algum atraso viu o que devia fazer com tal “criança”.
Mas nesta matéria da energia e da EDP/Iberdrola, embora tenha de reconhecer, infelizmente, que, perante matéria tão grave e um horizonte tão carregado, ele deveria ter sido mais explícito, não vou, contudo, conceder, como sugere
Quanto ao brilharete humorístico que
Já estive bem distante de
Mas neste momento e neste particular (da EDP/Iberdrola e respectivos sanguessugas) estou (quase) ao seu lado. Melhor explicado: quanto aos tais sanguessugas, ao problema de fundo, estou com ele. Subscrevo as suas palavras.
Quanto à generalização de governo socialista, socialistas e PR, aí estou ainda a uma certa distância.
Se, como escreveu o ensaísta argentino Ernesto Sabato, “(uma) convicção tem de levar-nos até ao compromisso”, pois eu quero continuar com a minha convicção, fundamentada, e comprometer-me com ela.
Não me quero afundar na descrença e no desânimo.
É uma verdade que tudo isto é triste.
Mas tudo isto é fado?
Não me resigno.
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