sábado, janeiro 14, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

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Terá sido há 744 anos (1262), num SB: morreu, com cerca de 60 anos, D. Matilde rainha de Portugal e condessa de Bolonha. Reinava em Portugal D. Afonso III (5º), seu ex-marido. Pontificava Alexandre (181º).

D. Matilde nasceu em 1202, filha do conde de Dammartin e da condessa de Bolonha.

Aos 14 anos casou com Filipe Hurepel, príncipe de França, de quem teve dois filhos.

Viúva de Filipe, o Crespo, voltou a casar, cerca de 22 anos depois, em 1238, aos 36 anos, com D. Afonso III de Portugal, de quem também teve dois filhos (não sendo nenhum deles o sucessor no trono português).

Em 24JUL1245, o papa Inocêncio IV (180º), pela Bula “Grandi Non Immerito”, depôs o rei D. Sancho II e entregou o governo a um irmão dele: D. Afonso, conde de Bolonha, futuro D. Afonso III.

D. Afonso III (o Bolonhês) e D. Sancho II (o Capelo) eram filhos de D. Afonso II (o Gordo).

D. Sancho II morre a 04JAN1248, em Toledo, sem filhos.

Sucede-lhe, então, D. Afonso III, que reinou de 1248 a 1279. Assim D. Matilde foi rainha de Portugal, mas só de 1248 a 1253.

"Ao voltar para Portugal,

D. Afonso não trouxe a sua esposa francesa, Matilde,

e, sendo ela ainda viva, contraiu casamento com D. Brites,

filha bastarda de Afonso X – o - Sábio, de Castela e Leão.

O genro era dez anos mais velho que o sogro e a desposada, uma criança,

teve de aguardar a idade núbil em poder do marido."

E, porque é disso que o autor está a tratar, "isto mostra como D. Afonso III optou pela cultura hispânica e entrou na órbita do seu principal fautor, Afonso X"

(in A J Saraiva,

O Crepúsculo da Idade Média em Portugal,

Parte I e II, pg 14, Gradiva/Público)

Para aceder ao trono, Afonso III abdicou de Bolonha e divorciou-se de Matilde para casar com Beatriz de Castela, em 1253, tinha ela 11 anos e D. Afonso III, 43.

Deste casamento teve D. Afonso III oito filhos, designadamente o seu sucessor, D. Dinis, que foi o seu 3º filho. Do anterior, 2. De outras ligações, 10. Teve, pois, vinte filhos…

(Não são de absoluta fidedignidade estas datas, pois outras, acerca dos mesmos factos são referidas por outros autores. Por exemplo, acerca da morte de D. Matilde, a GEPB refere que ela tenha morrido em 1257 ou 1258, e a BU menciona como data do seu passamento o ano de 1258…

Segui, no entanto, os dados mais repetidos, e alguns deles de reconhecido crédito, como os do site especializado na matéria, Genealogia).

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Foi há 481 anos (1525), era um SB: celebra-se o Tratado entre Carlos V e Francisco I, acerca de casamentos reais. Em Portugal reinava D. João III (15º), filho de D. Manuel I e enteado de D. Leonor. Pontificava Clemente VII (219º).

O Tratado realizou-se entre Carlos V, imperador da Alemanha (e que era Carlos I de Espanha) e Francisco I de França, ajustando o casamento de sua (de Carlos V) irmã, D. Leonor, rainha viúva de D. Manuel I, com Francisco I, e o da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I e sobrinha do imperador, com o príncipe Francisco, delfim de França, duque da Bretanha, filho do monarca francês.

Este último casamento não viria a realizar-se.

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Aconteceu há 347 anos (1659), que foi numa TR : Batalha das Linhas de Elvas. Por morte de D. João IV (21º), decorria a regência da rainha viúva, D. Luísa de Gusmão. Pontificava Alexandre VII (237º).

A D. João IV

"sucedeu-lhe D. Afonso VI, rapazinho doente, de minguados dotes intelectuais,

sob a regência da rainha, mulher enérgica"

(cfr. António Sérgio,

Breve Interpretação da História de Portugal, 95)

«Elvas possuía uma das fortificações mais importantes que Portugal tinha para defender o Alentejo, sendo por isso muito apetecida e o objectivo dos nossos vizinhos Espanhóis, que muitas vezes a cercaram e a atacaram sem conseguirem obtê-la á viva força. As mais renhidas lutas, sem contar com as da primeira dinastia, tiveram lugar durante os primeiros tempos do reinado de D. João I, em que se obraram prodígios de valor e no reinado de D. João IV. Elvas Antes da batalha das linhas de Elvas, já tinha sido cercada duas vezes. Em 1653 um exército do Comando do Marquez de Terracusa foi repelido depois de 8 dias de cerco.

Em 1658 foi novamente sitiada pelo Marquez del Carpio com um exército de 14.000 Infantes e 5.000 Cavaleiros, no entanto, o maior problema estava na peste, que não só dizimava a população, como matava os soldados, havendo dias em que o número de mortos rondava os 300. Devido ao perigo em que a praça se encontrava, o seu governador, D. Sancho Manuel, depois conde de Vila Flor, pediu ajuda militar, e um exército comandado pelo conde de Cantanhede (depois Marquez de Marialva) que de Estremoz voa em socorro da Praça, em 14 de Janeiro de 1659, na memorável Batalha das Linhas de Elvas.»

(Apud “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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Faz hoje 264 anos (1742), que foi num DM: morreu, em Greenwich, Inglaterra, aos 85 anos, Edmond Halley, astrónomo e matemático inglês. Em Inglaterra reinava Jorge II. Em Portugal reinava D. João V (24º). Pontificava Bento XIV (247º).

Halley nasceu em Haggerston, perto de Londres, a 08.01.1656.

Foi ele o primeiro astrónomo a descobrir um cometa periódico, o qual se passou a chamar cometa Halley.

O cometa de Halley é um cometa brilhante de período intermediário que regressa às regiões interiores do sistema solar a cada 76 anos, aproximadamente. Orbita em torno do Sol na direcção inversa à dos planetas.

O cometa, que “está na meia-idade”, “foi capturado pelo campo gravitacional de Júpiter, que o obrigou a descrever a órbita actual há mais ou menos 200.000 anos atrás, numa época em que seu núcleo tinha aproximadamente 19km de diâmetro. Este núcleo agora tem mais ou menos 11km de diâmetro e dentro de 300.000 anos terá desaparecido completamente”.

Halley “aplicou o método de Newton para calcular órbitas de cometas em 24 astros deste tipo e descobriu que aqueles observados em 1531, 1607 e 1682 tinham órbitas muito similares. Concluiu então que era o mesmo objecto que retornava às regiões interiores do sistema solar a cada 76 anos, aproximadamente”.

Halley publicou os resultados de suas observações em 1705, em A Synopsis of the Astronomy of Planets.

Os estudos sobre os cometas, porém, ocuparam apenas uma pequena parte da sua vida científica. Além de ser astrónomo real e professor de Geometria na Universidade de Oxford, Halley produziu em 1678 um mapa do céu meridional. Mas Halley também dedicou uma parte de seu tempo a matérias tão diferentes como à economia, engenharia naval e diplomacia, exercendo papel de destaque na publicação dos Principia, de Newton.

(Fonte: “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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Completam-se hoje 253 anos (1753), era um DM: morreu, perto de completar os 68 anos, George Berkeley, filósofo irlandês. Em Portugal reinava D. José (25º), mas sob a batuta do seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal. No Vaticano pontificava Bento XIV (247º).

George Berkeley nasceu, na Irlanda, em 12.03.1685.

Estudou no Trinity College de Dublin, onde se tornou assistente (fellow) em 1707. Leccionou hebraico, grego e teologia. Por esta época, dedicou-se ao estudo sistemático da filosofia (em especial John Locke, Isaac Newton e Malebranche).

Dois anos mais tarde, publicou seu primeiro livro importante: Ensaio para uma nova teoria da visão. Em 1710, apresentou o princípio de que ser é ser percebido (esse est percipi) na primeira parte da obra Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. Em 1712 publicou Três diálogos entre Hilas e Filonous a fim de melhor explicar as concepções propostas na obra anterior.

Ao mesmo tempo, Berkeley era ministro da igreja anglicana e, em Londres, escreveu uma série de artigos no jornal The Guardian contra os livres-pensadores.

A partir de 1721, atirou-se à polémica religiosa, atribuindo todos os males de seu país à incredulidade. Pensando em remediá-los, tornou-se missionário e foi para as Bermudas, onde ficou três anos. Nessa viagem pelo novo mundo, escreveu o Alciphron em 1732.

Por meados do século escreveu O questionador, onde reflecte sobre questões económicas e sociais.

“Filosofia imaterialista: Berkeley aceita o empirismo de Locke mas não admite a passagem dos conhecimentos fornecidos pelos dados da experiência para o conceito abstracto de substância material. Por isso, e assumindo o mais radical empirismo, Berkeley afirma que uma substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que se conhece, na verdade, resume-se às qualidades reveladas durante o processo perceptivo. Assim, o que existe realmente nada mais é que um feixe de sensações e é por isso que ser é ser percebido. O que está em xeque não é a negação do mundo exterior, mas sim o conceito fundamental, desde Descartes [1596-1650], de uma ideia de matéria como constituinte de tudo o que é e que fosse diferente da substância pensante. Para fugir do subjectivismo individualista (pois tudo que existe somente existiria para a mente individual de cada indivíduo), Berkeley postula a existência de uma mente cósmica que seria universal e superior à mente dos homens individuais. Deus é essa mente e tudo o mais seria percebido por Ele (de modo que a existência do mundo exterior à mente individual e subjectiva do homem, estaria garantida)”.

(Fonte: “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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Aconteceu há 172 anos (1834), foi numa TR: o marechal (desde o ano anterior) Saldanha toma e fortifica Leiria, para os liberais, derrotando o general Canavarro. Reinava D. Miguel (29º); e o Ministério era presidido por Joaquim António de Aguiar. Pontificava Gregório XVI (254º).

Foi uma das últimas batalhas que antecederam a próxima vitória do liberalismo.

A Guerra civil de 1832 a 1834, com a vitória dos liberais de D. Pedro, irmão do irrequieto e reaccionário D. Miguel (cópia exacta de sua mãe, a horrorosa rainha D. Carlota Joaquina) foi o último episódio das lutas ou guerras liberais que decorreram durante todo o reinado de D. Miguel (1828-34), entre absolutistas e liberais.

Este conflito culminou na batalha de Lisboa a 24 de Julho de 1834. A paz assinada na Convenção de Evoramonte (hoje no concelho de Estremoz), que se lhe seguiu, determinou o regresso de Maria II à coroa e o exílio de Miguel para a Alemanha.

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Faz hoje 143 anos (1863), o que ocorreu numa QA: nasceu, em Lisboa, Manuel Gomes da Costa, marechal e político. Reinava D. Luís (32º). O Ministério era presidido, pela 2ª vez, pelo duque de Loulé (Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto). Pontificava Pio IX (255º).

Foi comandante da primeira divisão que participou na batalha de La Lys, na Flandres (em 1918, durante a I Guerra Mundial), na qual morreram 5 mil soldados portugueses. Foi-lhe atribuída a Ordem de Torre e Espada, pela sua acção na batalha.

Foi presidente do Ministério (primeiro-ministro) em 1926. Liderou “o movimento militar que se propunha terminar com a anarquia política vigente”, lançando, em Maio de 1926, em Braga, o grito «Às armas, Portugal!».

“No dia 28 de Maio de 1926,

o grande general Gomes da Costa,

que se batera heroicamente em França e na África durante a Grande Guerra,

revoltou-se em Braga e, à frente das suas tropas, marchou sobre Lisboa.

O Governo demitiu-se, bem como o Presidente da República,

e constituiu-se um novo governo

presidido pelo prestigioso general Gomes da Costa,

que suspendeu o parlamentarismo e implantou uma ditadura militar,

preparando assim a transformação dos poderes em harmonia com o novo direito político,

que modificou o regime parlamentar.

Todavia,

só quatro anos mais tarde

é que o Estado Novo encontrou o homem que lhe deu uma doutrina:

— o Dr António de Oliveira Salazar (...)”

(assim reza o

livro de História da minha 4ª classe)

Gomes da Costa chegou à presidência da República a 17 de Junho seguinte, mas foi deposto, menos de um mês depois, a 9 de Julho, por um golpe de Estado.

Morreu, também em Lisboa, com 66 anos, em 1929.

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Estão decorridos 134 anos (1872), aconteceu num DM: nasce a associação “Fraternidade Operária”. Reinava D. Luís (32º). Era presidente do Ministério Fontes Pereira de Melo. Pio IX (255º) era o pontífice reinante.

Uma delegação espanhola da Internacional, na sequência do movimento revolucionário da Comuna 18 de Março de 1871, instalou em Lisboa uma secção da Aliança da Democracia Socialista, que ficou sob a direcção de José Fontana (o português nascido em 28.10.1841, na Suiça, que aí aprendeu o ofício de relojoeiro e se tornou num artista, mas que, cedo vindo para Portugal, aí se tornou no primeiro arauto, propagandista e acérrimo defensor do movimento operário).

Dissolvido este agrupamento, surgiu a Fraternidade Operária, na data que hoje se comemora, fundada por José Fontana e com a influência importante de Antero de Quental.

Da Fraternidade Operária emergirá, em 1875, o Partido Socialista Português/PSP.

E, em ambos, se reclama o actual PS de ter as suas mais remotas raízes.

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Foi há 131 anos (1875), numa QI: nasceu, na Alsácia (actual região francesa que tem por capital Estrasburgo), Albert Schweitzer, teólogo, músico, filósofo e médico alemão. Em Portugal reinava D. Luís (32º), sendo o governo liderado por Fontes Pereira de Melo. Pontificava Pio IX (255º).

Serviu em África como missionário médico devendo-se-lhe a organização da luta contra a lepra neste continente, o que lhe valeu a atribuição do Prémio Nobel da Paz em 1952.

Par mais informação: ver Ruben Queiroz Cobra - NOTAS: Vultos e episódios da Época Contemporânea

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Aconteceu há 108 anos (1898), numa SX: morreu Lewis Carroll, escritor, fotógrafo e matemático inglês. Em Inglaterra reinava a rainha Vitória. Em Portugal decorria o reinado de D. Carlos (33º) e chefiava o Ministério Luciano de Castro, do Partido Progressista. Pontificava, em Roma, o papa Leão XIII (256º).

Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll, nasceu em Daresbury, Inglaterra, no dia 27 de Janeiro de 1832.

Foi lente da Universidade de Oxford, onde leccionou matemática entre 1855 e 1881.

Sua mais celebrada obra, como escritor, foi "Alice no País das Maravilhas" (1865).

Charles Dodgson adopta então o pseudónimo de Lewis Carroll para as obras literárias, reservando o seu verdadeiro nome para as obras científicas.

“Era uma pessoa fascinada com os limites e os paradoxos da linguagem e do pensamento, sendo através da análise destes que se chega ao aparente absurdo das aventuras de Alice”. (BU)

Lewis Carroll faleceu, em 1898, no dia 14 de Janeiro em Guilford, Inglaterra.

Ver uma “biografia mínima” de Lewis Carroll, da autoria de Olga Pombo, no site do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (onde se alude à data do falecimento de Carrol como tendo sido no ano de 1899 – o que creio ser um lapso).

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Foi há 106 anos, tinha-se acabado de entrar no derradeiro ano do século XIX (1900), num DM: em Roma acontece a primeira representação de Tosca, ópera de Puccini. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). No Vaticano prosseguia o pontificado de Leão XIII.

“Estreia da ópera "Tosca", de Giacomo Puccini, no teatro Constanzi, em Roma. O compositor italiano, nascido em Lucca de uma família de músicos, a 22 de Dezembro de 1858, e que morreu a 29 de Novembro em 1924, em Bruxelas, levou ao palco, em termos de grande realismo, a representação dramática dos amores da cantora Tosca com o pintor Cavaradossi, implicado em actividades revolucionárias, situação que o chefe da polícia Scarpia tentava aproveitar, sendo morto por Tosca. Puccini foi autor de doze óperas, entre as quais “Manon Lescaut” (estreada em 1893), La Bohème (1896), “Madama Butterfly” (1904), La Rondine (1917), Il Trittico (1918) e Turandot (1926).”

(Transcrito de “Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares – Cronologia do Século XX”)

Ver uma pequena biografia do compositor.

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Estão decorridos 63 anos (1943), aconteceu numa QI: reuniram-se, em cimeira histórica, em Casablanca, Marrocos, Roosevelt, Churchill e De Gaulle. Em Portugal decorria o mandato “vitalício” do general Carmona como Chefe de Estado, sendo o omnipotente Salazar o presidente do Conselho de Ministros. No Vaticano era sumo pontífice o papa Pio XII (260º).

O presidente norte-americano Roosevelt, o primeiro-ministro britânico Churchill e o general De Gaulle, representando a França, enquanto líder do movimento “França Livre”, já que na chefia do Estado estava, então, o marechal Pétain (mais tarde, após a II Guerra Mundial, julgado e condenado por alta traição), reuniram-se em Casablanca, Marrocos, numa conferência que durou até ao dia 23. Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados da reunião, o presidente americano, surpreendentemente, afirmou que os aliados tinham acordado que a paz só seria alcançada por meio «da eliminação total do poder militar alemão e japonês. O que implica a rendição incondicional da Alemanha, Itália e Japão.» Esta decisão foi muito controversa na altura.

(Fonte principal: “O Portal da História”)

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Faz hoje 41 anos (1965), numa QI: os primeiros-ministros da Irlanda e da Irlanda do Norte reúnem-se, pela primeira vez, em 43 anos. Em Portugal já decorria o mandato presidencial, que também se antevia como “vitalício”, do almirante Américo Tomás, e na chefia do governo prosseguia, também “vitaliciamente”, Salazar. A igreja católica era dirigida pelo papa Paulo VI (262º).

Trata-se do encontro entre Terence 0'Neill (mais tarde Lord O'Neill de Maine), primeiro-ministro da Irlanda do Norte (chamado "first minister" e não "prime minister" como o do Reino Unido) e o Taoiseach (primeiro-ministro) Sean Lemass, da República da Irlanda.

O Taoiseach é o líder do governo ou primeiro-ministro da República da Irlanda e o líder do conselho de ministros (cabinet). O Taoiseach é nomeado pelo presidente perante a nomeação do Dáil Éireann (a câmara baixa do parlamento), e deve, enquanto permanecer no cargo, gozar da confiança do Dáil.

A propósito deste encontro, pode ler-se na enciclopédia “The New Universal Library, Caxton, London, 1968, Volume seven”, pág 398:

“The most significant moves towards an economic accord at least were made in January 1965, on the initiative of the new (appointed 1963) prime minister of Northern Ireland, Captain Terence 0'Neill, when the Taoiseach (prime minister) of the Republic visited him at the Stormont parliament buildings, Belfast, the first such meeting of the two prime ministers ever held. The visit was arranged secretly, but subsequently they stated that while no constitutional or political questions had been mentioned, 'the talks were of tremendous significance, that Irish problems were best dealt with by Irishmen in Ireland'(…)

Captain 0'Neill paid tribute to the courage of Mr Lemass in making the visit, which he said was a symbolic act and the next step was meetings between ministers on specific subjects”.

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Foi há 32 anos (1974), numa SG: colonos brancos em Moçambique envolvem-se em confrontos com militares, acusando-os de ineficácia no controlo do que consideram ser o “terrorismo” desencadeado pelos movimentos de libertação, neste caso, pela FRELIMO. Américo Tomás ainda era PR. O governo era chefiado por Marcelo Caetano (a ditadura estava por um fio…). Prosseguia o pontificado de Paulo VI (262º).

A rotura estava para muito breve. E ninguém estava preparado para ela. Os colonos, de uma forma geral, nunca foram mentalizados para enfrentar as novas realidades, as novas perspectivas históricas que se vinham impondo. Inevitavelmente.

A ditadura não podia deixar de acolher, no seu glossário político, o termo “terroristas” aplicado aos movimentos nacionalistas, emergentes há mais de uma década, que reclamavam a sua autonomia e independência.

Toda a comunidade internacional condenava o persistente colonialismo do governo de inspiração salazarista.

“Orgulhosamente só”, o ditador não desarma.

Um período negro da história estava a chegar ao seu termo. Veja-se esta magnífica descrição de tal época:

«(…) “o mundo continua governado por homens inferiores,

caricaturas de homens, e o que eles governam não é uma sociedade humana

– é uma caricatura de sociedade humana”

escreve Bento de Jesus [Caraça] no semanário Liberdade.

Na Alemanha, Hitler a demência do medíocre, exercita.

Na Itália, Mussolini a histeria do nefelibata, excita.

Em Portugal, Salazar a estratégia do aracnídeo, tece.

Em Espanha, Rivera o abdómen do empáfio, arqueja.

(…)

O aracnídeo recupera o seu território.

Lança a baba pegajenta que afronta a inteligência e a dignidade humana.

O manto seboso e tacanho do fascismo

escorrega sibilino por entre as vidas portuguesas»

escreve LEONOR LAINS

no site

Vidas Lusófonas

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Foi há 31 anos (1975), numa TR: o processo das nacionalizações inicia-se pelas instituições de crédito e as seguradoras. Costa Gomes, era o PR. Estava em exercício o III Governo Provisório, presidido por Vasco Gonçalves. Paulo VI (262º) era o papa pontificante.

Não foram processos pacíficos, quer o das nacionalizações como o das privatizações.

E era difícil que o fossem.

Algumas notas:

«Nacionalizações e Privatizações

José Manuel Leite Viegas, Celta 1996.

Apresentação da obra pela editora

A privatização, a partir da segunda metade da década de 80, de um grande número de empresas nacionalizadas na sequência dos acontecimentos de 11 de Março de 1975, está associada a mudanças importantes na cultura política das elites portuguesas. Neste livro, o autor analisa essas mudanças e relaciona-as com os modos de intervenção do Estado na vida económica e social. Sobre as nacionalizações, é contestado o excesso de ideologização. Salienta-se, em contraponto, a cultura de forte intervencionismo estatal das elites portuguesas antes de Abril de 1974, por um lado, e a repercussão, em Portugal, das ideias e das políticas então predominantes nos países da Europa ocidental, por outro.»

«Mário Soares quer mais "escrúpulo" nas novas privatizações

Por Lusa

Público, Segunda-feira, 28 de Novembro de 2005

"Fui quem abriu a porta às privatizações, mas agora também acho que há privatizações a mais", afirmou Mário Soares, numa conferência de imprensa, em Santarém.
Agora, "tem que se pensar nas novas privatizações com muito escrúpulo, porque o Estado não pode ficar desarmado", considerou.
Na sua opinião, "é o Estado que define uma estratégia de desenvolvimento" e se "não tem meios, não pode fazer" aquilo a que se compromete.
(…)
… Recusando comentar se a venda da Galp é um bom exemplo de privatização, acrescentaria: “talvez um dia eu vá falar sobre a questão da energia", mas só "no momento oportuno", afirmou.»

«“Os Verdes” condenam "generalização das privatizações"(…)

Por Lusa

Público, Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005

(…) O PEV defende que as privatizações representam "uma clara desresponsabilização do Estado, com custos directos para os consumidores", e sublinha que "o ministro das Finanças não quis adiantar" que sectores serão alienados, embora tenha "garantido que o sector energético estará abrangido".»

«Alegre e Louçã contra privatizações da água e electricidade

Falando de casos concretos a nível de política económica, Manuel Alegre posicionou-se contra as privatizações das empresas da água e de electricidade, apesar de afirmar que não estava no debate para avaliar as políticas do Governo.

A posição foi partilhada por Louçã, que voltou a lembrar que caso Alegre tivesse estado presente na votação do Orçamento para 2006, teria de votar contra já que a privatização da rede de electricidade está prevista no documento proposto pelo Governo.»

(in JornalismoPortoNet, 12.12.05)

«Alegre admite dissolver Parlamento em caso de privatização da água»

(in JornalismoPortoNet, 14.12.05)

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Foi há 29 anos (1977), numa SX: morreu, em Salisbury, do condado de Wiltshire, Inglaterra, Anthony Eden, político britânico. Decorria em Inglaterra o reinado de Isabel II. Em Portugal era PR o general Ramalho Eanes. Estava em funções o I Governo Constitucional, liderado por Mário Soares. Na igreja romana pontificava Paulo VI (262º).

Robert Anthony Eden nasceu em Durham, aos 12 de Junho de 1897. Foi embaixador durante a Segunda Guerra Mundial e Primeiro-Ministro entre 7 de Abril de 1955 e 9 de Janeiro de 1957.

O conde de Avon, Eden, foi um político conservador britânico.

Foi secretário de estado dos negócios estrangeiros, por várias vezes, entre 1935 e 1955.

Protestou contra a decisão de Chamberlain de encetar conversações com Mussolini, demitindo-se do governo de que era secretário de estado da pasta atrás referida.

Sucedeu a Churchill no cargo de primeiro-ministro em Abril de 1955. Mas em 1957, a firme decisão em recorrer à força no caso da crise do canal Suez, conduziu-o à demissão. Mesmo assim manteve-se inabalável, considerando ser a sua atitude a única viável.

Crise do Suez

Confronto militar ocorrido entre Outubro e Dezembro de 1956 no seguimento da nacionalização, pelo presidente do Egipto, Nasser, do canal do Suez. Numa tentativa de reafirmar o controlo internacional do canal, Israel lançou um ataque e precipitou o desembarque das tropas inglesas e francesas na área, que foram forçadas a abandonar de forma humilhante.

Para uma maior explanação acerca da Crise do Suez, veja-se o texto de Carlos Gasparespecificamente o 4º parágrafo – no site do IPRI/INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

"A corrupção nunca foi compulsória."

Anthony Eden

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Aconteceu há 12 anos (1994), numa SX: os presidentes da Rússia, Boris Yeltsin, e dos EUA, Bill Clinton, firmam em Moscovo, com o presidente da Ucrânia, Leonid Kravchuk, um acordo para eliminar todos os mísseis nucleares estratégicos ex-soviéticos. Em Portugal era PR o Dr Mário Soares (2º mandato) e estava em funções o XII Governo Constitucional, de Cavaco Silva. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.
É verdade que, pouco depois, em FEV1994 as potências americana e russa concordaram em parar de apontar seus mísseis estratégicos uma para a outra. Mas "essa mudança, embora seja bem-vinda, tem pouca ou nenhuma importância militar", adverte Scientific American. É que, "os controladores de mísseis podem realimentar os computadores de direccionamento com as coordenadas do alvo em questão de segundos."

Alguns meses volvidos, em 31.05.1994, os mísseis nucleares norte-americanos em terra e mar terão deixado de apontar para seus objectivos na antiga URSS.

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Foi há 10 anos (1996), num DM: 1ª eleição de Jorge Sampaio como Presidente da República. Estava prestes a terminar o mandato presidencial de Mário Soares. Estava em funcionamento o XIII Governo Constitucional, de António Guterres. Pontificava João Paulo II (264º).

Jorge Fernando Branco de Sampaio nasceu em Lisboa, aos 18.09.1939.

“Como Presidente, a sua acção destaca-se nos aspectos sociais e culturais. Na cena política internacional, Sampaio contribuiu de forma importante para a tomada de consciência da causa pela Independência de Timor-Leste” ou Timor Lorosae.

“A presidência de Jorge Sampaio marcou-se sempre por um senso firme de prudência e moderação, um estilo que lhe assegurou um primeiro mandato sem controvérsias”.

Ganhou à primeira volta com 53,91% dos votos expressos, contra 46,09% do segundo candidato mais votado, Cavaco Silva.

Jorge Sampaio esteve ligado aos núcleos oposicionistas das lutas estudantis de inícios da década de 1960.

Nos anos 60 e 70, exerceu a advocacia, destacando-se na defesa de presos políticos no Tribunal Plenário, sem no entanto se afastar da vida política: esteve ligado ao MAR (Movimento de Acção Revolucionária); foi um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES), que abandonou no congresso fundador, quando este se transformou num partido de extrema-esquerda;

foi membro fundador e presidente da IS (Intervenção Socialista); foi secretário de Estado da Cooperação Externa no IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves; aderiu ao PS em 1978; foi eleito deputado em 1979, 1980, 1985, 1987 e 1991, tendo sido líder do respectivo grupo parlamentar entre 1987 e 1988; em 1989 ganha a liderança do PS; de 1979 a 1984, foi membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem do Conselho da Europa; membro do Conselho de Estado em 1989; venceu as eleições autárquicas para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, numa coligação PS-PCP, em 1989, resultado que repetiria em 1993.

Publicou textos de intervenção política em vários periódicos, como Seara Nova, O Tempo e o Modo, O Jornal, Expresso, Público e Diário de Notícias.

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Decorreram 5 anos (2001), era um DM: reeleição de Jorge Sampaio. Vigorava o XIV Governo Constitucional, de António Guterres. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.

Ganhou, de novo numa única volta, com 55,55% dos votos, contra 34,68% do segundo candidato mais votado, Joaquim Ferreira do Amaral.

O balanço, quase ao finalizar o mandato, é feito por grada figura social-democrata. Afinal, seu adversário ideológico. Não por nenhum correligionário, cujo pendor poderia tornar mais fácil (e duvidoso?) o elogio.

«Quero começar por cumprimentar (…) E agradecer a V. Exa por me conceder a honra e o prazer (o que manifestamente nem sempre é fácil ter em simultâneo...) de estar aqui e assim poder tentar resumir a essência de dez anos de relevante serviço público.
Quero antes de mais, e para que seja possível entender o que vou dizer, reafirmar que considero V. Exa o melhor Presidente da República da democracia portuguesa, ou seja da nossa história. O que não me pareceria óbvio há dez anos, digo-o com toda a clareza e verdade.
É certo que tive o privilégio de contactar com V. Exa durante os 3 anos em que desempenhei funções públicas, como servidor do Estado de direito. Esse facto ajudou naturalmente a solidificar a minha opinião. Mas já antes estava convicto de que assim era e o efeito poderia, por isso, vir a ser o oposto. Pois não dizem os entendidos que se não deve tentar observar os poderosos muito de perto?

(…) É por isso com base na memória da investigação teórica, da observação política e da reflexão interventora, que afirmo ser minha convicção que foi V. Exa quem finalmente foi capaz de definir o paradigma adequado ao sistema constitucional que através dos nossos legítimos representantes escolhemos há 30 anos.

(…)

Durante três anos, vivi diariamente a acção de V. Exa em relação ao mundo da justiça (…) Pude por isso confirmar o rigor com que o Presidente da República foi capaz de concretizar este delicado e subtil equilíbrio de forças e de movimentos.

(…) Um ácido e tantas vezes lúcido comentador político afirmou há dias - julgo que repassado de pessimismo e provavelmente não pretendendo elogiar - que V. Exa passará à história como "um Presidente normal". Dificilmente seria possível sintetizar em menos palavras o que eu penso e o que eu admiro. Só um Presidente normal pode conformar um sistema e construir o terreno para a sua estabilidade; só um Presidente normal pode sobreviver em tempos anormais e acrescentar valor no meio das dificuldades. Só um Presidente normal pode evitar os escolhos do excesso e os bancos de areia do insuficiente. (…)»

(“Texto lido ontem na apresentação da fotobiografia do Presidente da República”, de José Miguel Júdice, in Público, SX 13JAN06)

Quem escreveu e leu estas palavras foi o insuspeito social-democrata atrás referido, advogado e ex-bastonário da respectiva Ordem, actual membro da Comissão de Honra da Candidatura de Cavaco Silva.

Exagero? Não me parece. Conhecendo-o de perto e recorrendo a outros registos, de há uns 45 anos a esta parte, o perfil de verticalidade de Sampaio merece o nosso reconhecimento e a nossa admiração.

O segundo mandato de Jorge Sampaio foi marcado por idêntico e firme senso de prudência e moderação. Com um senão: em 2004, a sua decisão de não convocar eleições antecipadas após a resignação (ou deserção?) do primeiro-ministro social-democrata Durão Barroso foi contestada por todos os partidos de esquerda e acabou por influenciar a decisão de demissão do líder do Partido Socialista Ferro Rodrigues. Porém, ainda que com algum atraso, demitiu o surpreendente e desastroso governo Santana Lopes - Paulo Portas. As legislativas de 20.02.2005 viriam confirmar a justeza da decisão, ganhando o PS com uma clara maioria absoluta, facto inédito neste partido.

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Faz hoje 1 ano (2005), era uma SX: a sonda HUYGENS, da Agência Espacial Europeia, “aterra” em Titã, a maior “lua” de Saturno. Em Portugal tínhamos na PR o Dr Jorge Sampaio. Estava em exercício, ainda (!) o XVI Governo Constitucional, chefiado por Santana Lopes. Ainda pontificava, mas próximo do seu termo, o papa João Paulo II.

A sonda Cassini-Huygens é um projecto de colaboração entre a ESA (Agência Espacial Europeia, da qual Portugal faz parte) e a NASA para estudar Saturno e as suas “luas” através de uma missão espacial não tripulada.

A nave espacial consiste de dois elementos principais: a Cassini orbiter e a sonda Huygens. Foi lançada a 15 de Outubro de 1997, do centro Espacial Kennedy, e entrou na órbita de Saturno no 1° de Julho de 2004. É a primeira sonda a orbitar Saturno.

Os principais objectivos da Cassini são, designadamente:

- determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;

- determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;

- medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.

- estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;

- estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;

- caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.

A sonda é composta pelo orbitador Cassini e a sonda Huygens. A Cassini irá orbitar Saturno e as suas luas durante quatro anos, e a Huygens irá mergulhar na atmosfera de Titã e pousar na sua superfície.

O custo total da missão Cassini-Huygens é de cerca de 3 mil milhões de euros. Os Estados Unidos contribuíram com grande parte do custo, sendo o restante repartido entre a ESA, que contribuiu com 500 milhões de euros, e a agência italiana, que contribuiu com cerca de 150 milhões.

(Fonte: “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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