domingo, março 19, 2006

BVR/BOLSA DE VALORES DA REPÚBLICA


Valores?

Alguns, nem por isso.

Corrija-se, pois, para valores e “valores”.

Nesta bolsa tenho, como alguns dos meus habituais conselheiros (corretores), Maria José Oliveira e Nuno Sá Lourenço.

Deles vi o recente relatório acerca da baixa cotação de alguns nomes da República (um deles, sempre nesta situação).

Assim, e desta vez (um deles, repito, sempre, “em baixa”), temos:

«Cavaco Silva, Presidente da República.

Primeiro rodeou-se de um conjunto de assessores, adjuntos, conselheiros e afins que suscitam dúvidas quanto ao verdadeiro pensamento de Cavaco sobre algumas das chamadas "questões fracturantes". Depois, apesar de ter bradado aos sete ventos o cariz suprapartidário da sua candidatura, mostrou agora que as coisas não são bem assim. Na escolha dos novos cinco membros do Conselho de Estado demonstrou que pretende partidarizar aquele órgão de consulta, dando relevância ao PSD, convidando o CDS (Anacoreta Correia) e o seu ex-mandatário nacional por uma questão de eventual gratidão.»

Tenho, repetidamente, ouvido dizer, e lido, que Cavaco se rodeou de um staf que o ultrapassa pela direita.

Imagine-se até onde vão as más línguas e os representados (tantos deles à força) do incompreendido PR.

Razão tinha, ontem, esse “ácido e tantas vezes lúcido comentador político”, quando, a propósito, escrevia: pese embora a José Manuel Fernandes, quando se tratou das nomeações para o Conselho de Estado, Jorge Sampaio fez precisamente o contrário de Aníbal Cavaco Silva. Queria que os partidos representados na Assembleia da República (excepto o Bloco, nessa altura, ainda em embrião) estivessem também representados no Conselho de Estado. Ofereceu, por isso, um lugar da sua quota pessoal ao presidente do CDS e outro ao secretário-geral do PC. O presidente do CDS, por razões que não interessam aqui, resolveu recusar”. E explica: “A política de Jorge Sampaio é muito compreensível. Se a Assembleia se portava com facciosismo, ignorando uma parte significativa de si própria, competia ao Presidente repor o equilíbrio. O Conselho de Estado, sendo consultivo, não decide nada, mas na medida do possível deve representar a opinião do regime e do país. Deixar de fora o CDS ou PC diminui, como é óbvio, sua eficácia e o seu valor: e contribui para isolar o Presidente”. E, em jeito de conclusão, que assenta que nem uma luva, remata: “o Presidente não precisa de uma claque de "notáveis", precisa de um instrumento que lhe sirva de medida e orientação, quando as coisas se complicam”.
Nem mais. Vasco Pulido Valente, desta vez, não rezingou. Não foi ácido.

Foi lúcido.

E não é que o povo tem uma expressão, um ditado, que reza: “Diz-me com quem andas…”?

Claro.

Mas, por acaso até tem um outro aforismo: “pelo andar da carruagem…”

Tal e qual.

Ou não fosse infinita a sabedoria popular…

Nesta matéria, como em tantas.

Só que o povo, às vezes, engana-se. De tão manipulado…

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«Jaime Ramos, secretário-geral do PSD-Madeira.

Altercações, insultos, má educação e tentativas de agressões começam já a ser um apanágio do parlamentarismo madeirense. Desta vez, os novos episódios desta espécie de telenovela de qualidade medíocre aconteceram quando Jaime Ramos tentou agredir o deputado do PS Bernardo Martins, no intervalo da assembleia regional. Impedido de bater no socialista, Ramos não teve qualquer pudor e, demonstrando a sua vulgaridade e o seu baixo nível, tratou de arremessar impropérios próprios de taberna.»

Uma vez mais, não resta dúvida: certos presidentes têm os colaboradores e apoiantes que merecem.

Ou vice-versa.

Como poderá imaginar-se que o seu partido – lá, nesse reduto – se sinta incomodado (muito menos chocado) com o baixo nível, a linguagem arruaceira e atascada dum Jaime Ramos (afinal, igual a ele mesmo e aos seus ídolos), quando o seu boss, lá na ilha, é o bossal que todos conhecem???!!!...

“Vulgaridade”? – diz o jornalista. Isso – para nós muito baixo e sofrível - seria já um patamar muito exigente para tais criaturas.

“Pudor”? – insiste – crédulo - o jornalista. Do glossário deles não constam esse nem outros vocábulos relacionados com boas maneiros e bom senso.

O Bocassa é que dita a lei, a moral, os costumes, os moldes do discurso…

E…

“Quem sai aos seus…”

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