Como todos – ou a maioria – também achei o debate “morno”, sem “alma” – o que em Cavaco seria de esperar, mas não com Alegre.
Debate?
Talvez melhor se lhe devesse chamar monólogo a dois (passe a contradição nos termos).
Era evidente que qualquer deles estava mais preocupado com o “outro” candidato; na visão de ambos (?!), o candidato a abater. Um erro, na minha perspectiva, no que a Manuel Alegre respeita.
Foi um declinar ronceiro e fastidioso do verbo político.
Pena que Alegre não tenha aproveitado o seu largo potencial humanístico – aí ele tem razão: é o que, sobretudo, importa a um candidato a PR – para derrotar o candidato da direita que, não obstante os seus desvelos e pezinhos de lã para cativar votos da área com maior expressão eleitoral, deixou bem claro, uma vez mais, que da política só tem uma visão economicista.
Cavaco esteve igual a si próprio.
(Continuo sem saber se é o homem que está ali, esfíngico, esgueirado, se um boneco do museu Tussaud, mas ventríloquo!... Nem um cabelo fora do sítio – a mulher, lá em casa, até se ri e lhe empresta a laca – aquela voz soturna e estranha, de dentadura mal adaptada, o sorriso indefinidamente amarelecido…
não é muito correcto, mas não resisto:
imaginem o homem de bata branca,
com a tesoura e o pente no bolso pequeno de cima…
Que tal?
Não ficava a matar?)
Alegre… Não era ele. Era um outro. Foi pena.
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