quinta-feira, dezembro 22, 2005

DEBATE ENTRE SOARES E CAVACO: EU IA PELO OUTRO


Temos três candidatos transparentes.

Soares é translúcido. Cavaco, absolutamente, decididamente opaco.

Não descobri ainda se foi um discurso redondo se quadrado. O de ambos, claro.

Rato e culto, Soares foi crescendo e encostando à parede o inerme Cavaco.

Assim como o americano só percebe duma coisa (ou de parafusos, ou de porcas) Cavaco também só pode falar de Economia. (Mas lá em casa a mulher ri-se bastante). Quanto ao resto, é a insegurança total.

Claro que não foi elegante, e menos ainda leal, aquela de Soares sugerir que recebia informações sobre as prestações (negativas, obviamente, insinuava) de Cavaco nos Conselhos Eurpeus… (Foi uma das várias vezes em que Cavaco esqueceu o sorriso plástico, e os cabelos ainda quiseram pôr-se de pé – mas foi só um ameaço, pois ficaram alinhadinhos, na mesma, como sempre [a mulher, lá em casa até se riria bastante e aplicava-lhe, logo, mais uns quilos de laca]).

Foi uma luta entre dois galos disputando o mesmo poleiro. Crispados (passo o lugar comum, em que a crítica tem sido unânime), ambos. Arrogantes, os dois. Convencidos, um e outro.

A atitude aparentemente humilde de Cavaco é tão só uma máscara. Conveniente, nesta hora, pelo bom rendimento (votos) que lhe pode dar.

Translúcido – 0; Opaco – 0.

Não houve alteração na tabela classificativa.

Os Transparentes, pese, embora, essa enorme vantagem, arriscam-se a descer de divisão.

Mas dos dois galos, só um pode sair vencedor.

Dizem que o povo é soberano. E sábio. E sensato.

Será possível que ele opte pela opacidade?

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