sábado, dezembro 17, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2005 - Ano Internacional do Microcrédito.

Ano Internacional da Física.

2005 - Ano Internacional do Desporto e da Educação Física.

Dia Internacional Contra a Violência sobre Trabalhadores do Sexo. *

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Foi há 818 anos (1187), numa QI: morreu, em Pisa, o papa Gregório VIII (173º). Em Portugal reinava D. Sancho I (2º).

Calcula-se que Alberto di Morra (assim o conheceu o século) tenha nascido em 1110.

Sucedeu a Urbano III, que morreu a 20.10.1187. Eleito em Ferrara aos 21.10.1187, teve um dos mais curtos pontificados da história da igreja católica, dirigindo-a por apenas 56 dias, tendo-lhe sucedido Clemente III, eleito dois dias depois.

Gregório VIII foi também o nome que, antes (1118 a 1121), foi adoptado por um antipapa (um monge francês que havia sido bispo de Coimbra e de Braga: Maurício Burdino). E foi esta curiosidade que me fez recordar, agora, o papa Gregório VIII.

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O verdadeiro nome do antipapa Gregório VIII era Maurício Burdino. E interessante, para nós, portugueses, é que ele foi bispo de Coimbra e de Braga. Trata-se de uma figura que esteve bastante ligada à fase da fundação da nossa nacionalidade. E é o Pe Miguel de Oliveira (PMO) que nos vai contar essa história. E, já agora, desde o começo, para melhor se entender o contexto e todas as linhas envolventes deste acontecimento que foi a fundação de Portugal. Vejamos:

"Até meados do século XI, raríssimos documentos mencionam a intervenção de Roma em assuntos eclesiásticos do reino ásture-leonês." O contacto entre o Ocidente peninsular e Roma veio a estabelecer-se através da Congregação de Cluni.

Foi o rei de Navarra Sancho Garcês o Maior (1000-1035) o primeiro monarca peninsular que se encontrou com Cluni, ao procurar relacionar-se com a cristandade da Europa Central."

Instalada a congregação em Navarra, dali irradiou para Castela. E, daí, depressa a ordem dominou toda a Península.

Mas voltemos a dar a palavra ao PMO: "Fernando Magno (1037-1065) rei de Leão e Castela [bisavô de D. Afonso Henriques, já que avô de D. Teresa], mostrou a sua afeição a Cluni, concedendo à célebre abadia o tributo anual de cem onças de ouro [uma onça rondaria, por essa altura, os 29, 225 gramas de ouro]. Seu filho Afonso VI (1073-1109) [pai de D. Teresa, e sogro do Conde D. Henrique - logo, avô de D. Afonso Henriques) duplicou o tributo e estreitou as relações já existentes.

A abadia de Cluni estava então no apogeu, dirigida por S. Hugo que foi "abade dos abades" durante sessenta anos (1049-1109). Filho do conde de Semur, na Borgonha, Hugo reunia na sua pessoa o ideal de monge e príncipe; visitou toda a França e viajou pela Itália, Alemanha e Espanha, servindo de mediador entre príncipes, bispos, reis e pontífices. A congregação contava no seu tempo cerca de dez mil monges, e multiplicavam-se pela Europa os mosteiros que lhe seguiam a reforma. Todas as nações cristãs se encontravam na órbita de Cluni.

Precisando do auxílio da França e do concurso da Igreja para prosseguir a luta contra os sarracenos, Afonso VI entendeu que tudo isso se obteria, aproximando-se ainda mais de Cluni. Essa política encontrou expressão no seu casamento com D. Constança (1079), filha de Roberto, duque de Borgonha, e sobrinha do próprio abade S. Hugo. Numerosos fidalgos franceses acompanharam a rainha e outros acorreram depois em auxílio das armas cristãs. Em 1087 ou pouco depois, vieram os condes D. Raimundo e D. Henrique, sobrinhos de D. Constança e também parentes do "abade dos abades".

A Ordem cluniacense, cumulada de privilégios e bens, em breve assumiu a direcção religiosa de Península. Conquistada a cidade de Toledo (1085), Afonso VI fez eleger para seu prelado o monge cluniacense D. Bernardo, que em 1088 o papa Urbano II, também saído de Cluni, elevou à dignidade de primaz das Espanhas. D. Bernardo foi depois buscar à sua pátria outros monges da mesma Ordem, nos quais foram providas quase todas as dioceses peninsulares.

Casado com a infanta D. Teresa, filha de Afonso VI, e incumbido de governar o Condado Portucalense (1095), D. Henrique entrou também nessa política, para a qual o atraía o seu parentesco com S. Hugo e a amizade do arcebispo de Toledo. De acordo com este, fez ocupar as duas dioceses (...) do seu Condado por monges cluniacenses franceses: colocou em Braga D. Geraldo (1096), vindo do convento de Moissac, e em Coimbra D. Maurício Burdino (1099), vindo de Limoges.

Na sé bracarense, D. Geraldo, longe de favorecer os interesses de Toledo, (...) reivindicou a autonomia eclesiástica da diocese, servindo as aspirações dos portugueses governados por D. Henrique. " E "obtinha de Pascoal II a reintegração de Braga nos antigos direitos metropolíticos (...)"

"Depois da morte de D. Geraldo (05.12.1108) e de Afonso VI (30JUN1109), modificou-se a situação eclesiástica e política de Portugal: a primeira desfavoravelmente por infelicidade do novo arcebispo D. Maurício Burdino, a segunda em sentido propício à causa da independência, pois D. Henrique nunca mais reconheceu a soberania de Leão e Castela. Morto D. Henrique (26.03.1112), as tendências de autonomia dos portugueses continuaram ao redor de D. Teresa, mas sem conseguirem adiantar muito no plano religioso ou no plano político.

A acção de Cluni em Portugal não tardou a declinar. Tendo prestado a D. Henrique o serviço de o introduzir na confiança de Afonso VI e o de lhe dar alguns bispos que defenderam os interesses portugueses junto da Cúria Romana, tornou-se perigosa para a nossa independência, desde que passou a apoiar as pretensões dos arcebispos de Toledo e Compostela. No tempo de D. Henrique e de D Teresa, tiveram os cluniacenses alguns conventos em Portugal, "mas foram extintos, assim que empunhou o ceptro o príncipe D. Afonso Henriques, que não gostava de corporações existentes no seu reino, e sujeitas a um chefe de cuja fidelidade poderia duvidar com fundamento. As simpatias do nosso primeiro rei volveram-se para os Cónegos Regrantes e para a Ordem de Cister." [Como se sabe, as Ordens de Cluni e de Cister não eram mais que reformas (modalidades, em linguagem comum) da ordem beneditina. E lembro que o Mosteiro de Alcobaça (1178 ) é uma das maiores e mais bem conservadas abadias cistercienses da Europa]. Mas voltemos ao antipapa Gregório VIII, e ao PMO:

D. Maurício Burdino, "protegido pelo arcebispo de Toledo, ocupou a sé de Coimbra, da qual foi transferido para Braga, por morte de S. Geraldo. Aí colaborou na preparação da independência de Portugal, merecendo do Conde D. Henrique e de D. Teresa a doação do Couto de Braga (1112), e defendeu a integridade da sua província eclesiástica contra o arcebispo de Toledo e o bispo de Compostela.

Em 1113, D. Bernardo suspendeu-o do exercício episcopal, a pretexto de ter intervindo ilegalmente no bispado de Leão. Indo a Roma para se justificar, D. Maurício obteve as boas graças do papa Pascoal II e voltou a Portugal. Encontrava-se de novo em Roma quando o imperador da Alemanha, Henrique V, foi àquela cidade e quis ser coroado em S. Pedro (Março 1117). Ausente o papa, desavindo com o imperador por causa da questão das investiduras, D Maurício procedeu abusivamente à cerimónia. Pascoal II excomungou-o e ordenou à igreja de Braga que elegesse outro arcebispo.

Em Janeiro de 1118, subiu à cadeira pontifícia Gelásio II, com quem D. Maurício começou por estar em boas relações. A 02MAR, como chegasse inesperadamente a Roma o imperador, o pontífice saiu para Gaeta, receando alguma violência. Henrique V proclamou então como papa D. Maurício Burdino, que tomou o nome de Gregório VIII (08MAR1118), e fez-se outra vez coroar por ele. Excomungado de novo por Gelásio II (...) Depois da eleição de Calisto II, D. Maurício abandonado pelos próprios partidários, retirou-se (...); morreu obscuramente (...)." (in História Eclesiástica de Portugal, Pe Miguel de Oliveira, 107/112).

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Foi há 534 anos (1471), numa TR: morreu em Dijon, na Borgonha, D. Isabel de Portugal, duquesa da Borgonha. Reinava, em Portugal, seu pai, D. João I (10º). No Vaticano pontificava o papa Eugénio IV (207º).

Uma das, pelo menos cinco, princesas portuguesas que ficaram conhecidas como Isabel de Portugal, foi, exactamente, a princesa D. Isabel, de quem aqui se trata, filha de D. João I, o de Boa Memória, e de D. Filipa de Lencastre.

D. Isabel foi duquesa da Borgonha (de 1397 a 1471) por ter casado com Filipe III da Borgonha.

A princesa nasceu em Évora, aos 21FEV1397, e era a mais nova das duas filhas do Mestre de Avis. Era irmã de D. Duarte, que sucedeu ao pai, no trono, de D. Henrique, o navegador, de D. Pedro, duque de Coimbra e de D. Fernando, o Infante Santo, que na História ficaram conhecidos como os “altos infantes” ou a “ínclita geração”, nas expressões de Camões, nos Lusíadas.

D. Isabel passou a sua juventude na corte em Lisboa.

Em 1430, casou-se com Filipe III, o Bom, Duque da Borgonha, de quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário (nascido em 10 de Novembro de 1433). Carlos, Duque da Borgonha ascendeu ao ducado da Borgonha em 1476, com trinta e quatro anos de idade.

Em 1032, Henrique I de França (que em 1004 havia anexado o ducado) concedera-o ao irmão Roberto I, que fundou o ramo Capetiano dos duques da Borgonha. É desta linha que descende Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal (neto de Roberto I, que foi o pai do conde D. Henrique de Borgonha).

O Ducado da Borgonha foi um dos estados mais importantes da Europa medieval, independente entre 880 e 1482. O feudo do Duque da Borgonha correspondia aproximadamente à actual região francesa da Borgonha (abrangendo parte da actual Bélgica).

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Borgonha é a moderna forma da medieval expressão Borgúndia

– porque nela viviam uns povos que se chamavam borgúndios.

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Território rico e vasto, o Ducado da Borgonha foi politica e economicamente muito importante. Tecnicamente vassalos do rei de França, os Duques da Borgonha souberam conservar a autonomia e manter uma política própria. Durante 6 séculos.

“Mulher muito refinada e inteligente”, D. Isabel gostava de se rodear de artistas e poetas e foi um mecenas das artes. Também na política, exerceu influência sobre o seu filho, Carlos, o Temerário, e, em especial, sobre o marido, que por ela se fez representar em várias missões diplomáticas.

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Foi há 474 anos (1531), era um DM: D. João III (15º) encarregou o seu embaixador Braz Neto de solicitar a Clemente VII (219º) uma bula para o estabelecimento da inquisição em Portugal, “como forma de salvaguardar a unidade da fé católica no reino”. Ao que o papa respondeu afirmativamente, enviando, em 17.12 do mesmo ano, ao monarca português, a bula Cum ad nihil magis, em que nomeava Frei Diogo da Silva comissário da Santa Sé e inquisidor no reino de Portugal e seus domínios. Bula, porém, que foi suspensa pelo breve Nuper Fidei Catholicae, de 17.10.1532.

Mas na TR 23.05.1536 Paulo III (220º), graças à decisiva intervenção de Carlos V, estabeleceu a Inquisição no nosso país através da bula Cum ad Nihil Magis, da referida data de 23.05, ainda que com algumas restrições.

Mas os abusos que, desde o início, a Inquisição portuguesa praticou, levou-o a suspender as execuções do nosso Santo Ofício. Ao que D. João III (15º) respondeu com a expulsão do núncio.

Foi Inácio de Loiola que interveio como mediador, para o regresso do núncio, com quem, de resto, o nosso monarca nunca se entendeu.

Foi em 1547 que a Inquisição foi definitivamente instituída em Portugal. Reinava o mesmo rei; pontificava o mesmo papa.

Não sei se se trata de lapso, ou se será mesmo assim: segundo o Pe Miguel de Oliveira (op. cit, 189) esta bula, de 23.05.1536, através da qual Paulo III concedeu, enfim, a Inquisição no nosso país, tinha o mesmo nome (ou seja, começaria pelas mesmas palavras) que a de Clemente VII (219º), de 17.12.1531, com o mesmo objectivo, mas pouco depois (em Outubro do ano seguinte) suspensa. Segundo o autor que aqui se segue nesta matéria, nessas duas datas (17.12.1531, e 23.05.1536) a concessão foi feita através de rescrito que em ambos os casos se designava por bula Cum ad nihil magis).

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A propósito de “breves” e “bulas” papais:

COMUNICAÇÕES PONTIFÍCIAS

As comunicações dos papas com a comunidade a que presidem podem corresponder,

em termos resumidos e simplificados, a, entre outros, um dos seguintes documentos:

Encíclica:

carta solene, dogmática ou doutrinária que o papa envia a todos os bispos da cristandade

ou apenas aos de um determinado país.

São de iniciativa estritamente pessoal do papa e contêm ensinamentos e directivas práticas,

quer para a Igreja Universal, quer para grupos particulares.

Na elaboração destes documentos o pontífice pode socorrer-se de auxiliares,

mas esta colaboração não tem qualquer carácter oficial:

sob o aspecto canónico, a encíclica conserva o alcance de iniciativa pessoal

e só é assinada pelo próprio papa.

A partir de Leão XIII, as encíclicas ocupam lugar de especial relevo no magistério pontifício,

como notamos nas biografias dos últimos papas (GEPB, vol 9, 660)

Bula:

decreto pontifício, com instruções, ordens, concessão de benefícios, etc

Breve:

carta pastoral, de carácter particular, e sobre matérias que não respeitam,

em geral e directamente, a assuntos da Igreja.

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Nem de tudo, na nossa história multi-secular, nos podemos orgulhar…

E muito menos a Igreja Católica o pode fazer relativamente à sua bimilenar existência…

O fanatismo religioso, com o seu habitual cortejo de perseguições, violências e bárbaros processos de eliminação de vidas inocentes, sempre mereceram um severo julgamento da História.

Tal como o fanatismo racial.

Mas os poderes – certos poderes – esquecem, ou ignoram, tais julgamentos.

Daí que um e outro tenham existido antes, ontem, hoje, e vão existir amanhã e depois. Existirá… Se…

O despotismo “iluminado” existirá sempre que o Homem o permita e lhe crie espaços para ele actuar…

Só assim…

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Foi há 467 anos (1538), numa TR: o papa Paulo III (220º) excomunga o rei inglês Henrique VIII, que se havia declarado chefe supremo da Igreja Anglicana. Em Portugal decorria, ainda, o reinado de D. João III (15º).
Henrique VIII nasceu na TR 28.06.1491. O seu reinado decorreu de 1509, tinha ele 18 anos, até 1547, rondava ele os 56 anos. Sucedeu a seu pai Henrique VII. Em 1509 casou com sua cunhada, Catarina de Aragão, viúva de seu irmão. “Durante o período de 1513 a 1529, Henrique dedicou-se a uma política externa activa, em grande parte devido à orientação do seu chanceler, o cardeal Wolsey, que partilhava o desejo de Henrique de fortalecer a Inglaterra. Explorando a rivalidade entre Francisco I de França e Carlos V, tornaram a Inglaterra no árbitro do litígio, aumentando o prestígio e a influência desta. Esta orientação política terminou desastrosamente após Henrique ter começado a apoiar Carlos V (1522) que, ao derrotar Francisco I em Pavia (1525), deixou de necessitar do apoio inglês. Wolsey foi substituído por Tomás Morus em 1529, por não ter sido capaz de convencer o papa a conceder o divórcio ao rei. Depois de 1532, Henrique cortou os laços com a autoridade papal, proclamando-se chefe da Igreja de Inglaterra”.

Henrique prosseguiu o seu ataque à Igreja com o encerramento dos mosteiros (1536-1539), confiscação das terras da Igreja entretanto concedidas aos apoiantes do rei. Mandou executar católicos romanos, inclusive Tomás Morus, por se recusarem a aceitar a sua supremacia dentro da Igreja, e protestantes que opinavam que as suas mudanças não tinham sido suficientemente abrangentes. No entanto, e apesar de ter estabelecido as bases da Reforma inglesa através do corte de relações com Roma, pouca simpatia nutria pelos dogmas protestantes. De qualquer modo, o poder da coroa foi consideravelmente fortalecido pela política eclesiástica de Henrique VIII e as confiscações monásticas deram força ao crescimento de uma nova nobreza, nobreza essa que viria a revelar-se muito influente nos reinados seguintes” (BU).

Dando seguimento à política de Thomas Cromwell de formar uma aliança com os alemães protestantes, casou com Ana de Clèves em 1540, porém, não demorou muito para que abandonasse essa orientação, divorciando-se de Ana e mandando decapitar Cromwell.

Na SX 17.05.1527, em Greenwich, o arcebispo Warham inicia um inquérito secreto sobre o casamento de Henrique VIII e Catarina de Aragão, sendo este o primeiro passo para o divórcio.

Na QA 17.05.1536, o arcebispo Cranmer declara o casamento de Henrique VIII e Ana Bolena inválido; Ana Bolena é executada no dia 19.

Recapitulando e prosseguindo: o 1º casamento de Henrique VIII foi com a cunhada, Catarina de Aragão, viúva do irmão. O 2º casamento foi com Ana Bolena que, acusada de adultério, foi decapitada em 1536. O seu 3º enlace foi com Jane de Seymour, que morreu em 1537. Segue-se o casamento com Ana de Clèves, em 1540, de quem se divorciou. O seu 5º casamento foi com Catarina Howard, decapitada em 1542. Por fim casou com Catarina Parr.

Ficou por aqui, ao que se pode calcular, porque morreu.

Sucedeu-lhe seu filho (e de Jane de Seymour), Eduardo VI (1537-1553), que reinou de 1547 a 1553.

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Completam-se hoje 271 anos (1734), era SX: nasceu, em Lisboa, D. Maria I (26º), a Piedosa, primeira rainha reinante de Portugal entre 1777 e 1816.

D. Maria I, de seu nome completo Maria da Glória Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, sucedeu a seu pai, o rei D. José, posto que D. José e a rainha D. Mariana Vitória, seus pais, só tiveram filhas. D. Maria era a primogénita. D. Maria foi ainda duquesa de Bragança e princesa da Beira.

Dizem os biógrafos que era uma criança bonita e muito prendada. Dizem, por exemplo, que aos quatro anos lia “perfeitissimamente” o português e o castelhano. E que aos 5 já aprendia latim.

“A Senhora D. Maria I desenhava e manejava as cores com muito saber”, mas da sua autoria apenas um quadro está hoje identificado, um óleo representando o Salvador do Mundo que se encontra na capela do paço de Queluz.

Em 1760 a continuidade dinástica da casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com seu tio (irmão de D. José) Pedro de Bragança.

E o seu avô, D. João V bem se bateu por esse enlace. Mas morreu sem ver concretizado esse seu desejo.

D. Pedro era 17 anos mais velho que a sobrinha com quem viria a casar. A título excepcional, D. Maria, depois do casamento, autorizou que o marido usasse D. Pedro III, embora príncipe consorte. Casaram em 06.06.1760. Diz o autor da anotação na GEPB que “D. Pedro não era a figura alvar que a história anedótica tem apresentado”.

Foi a primeira rainha em Portugal a exercer o poder efectivo. Ficou conhecida para a história pelo cognome de A Piedosa, devido à sua extrema devoção religiosa (foi ela, por exemplo, que mandou construir a Basílica da Estrela em Lisboa), ou alternativamente como A Louca, devido à doença mental que se manifestou com veemência nos últimos vinte e quatro anos da sua vida.

O seu primeiro acto como rainha foi a demissão e exílio da corte do Marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o respectivo processo. Maria foi uma rainha amante da paz, dedicada a obras sociais. Concedeu ainda asilo a inúmeros aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa de 1789. Era no entanto dada a melancolia e fervor religioso.

Em Janeiro de 1792 não restavam dúvidas: a rainha estava completamente louca (fragilidade; revolução francesa; morte do marido e de dois filhos e do seu confessor, um arcebispo que muito prezava).

Em 1799, a sua comprovada instabilidade mental levou a que o seu filho e herdeiro D. João (futuro D. João VI) assumisse a regência.

Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy (reinava aí Carlos IV de Espanha) apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha. Portugal continuou a fazer frente a França e, ao recusar-se a cumprir o Bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi invadido pela coligação franco-espanhola liderada pelo marechal Junot. A família real fugiu para o Brasil a 13NOV1807 e Junot foi nomeado governador de Portugal. A 01AGO1808, o duque de Wellington desembarcou em Portugal e iniciou-se a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão (Invasões Francesas), nomeadamente na batalha das Linhas de Torres. Quando Napoleão foi finalmente derrotado em 1815, D. Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil.

D. Maria I e D. Pedro III tiveram 6 filhos: D. José, duque de Bragança e príncipe do Brasil (1761-1788), que casou com uma tia a princesa Maria Benedita de Portugal e morreu com 27 anos; D. João (1763), que morreu criança; D. Maria Isabel (1766-1777), que morreu criança; D. João, que foi depois D. João VI, 27º rei de Portugal (1767-1826); D. Maria Ana de Bragança (1768-1788), que casou com Gabriel de Bourbon, infante de Espanha, e morreu antes de fazer os 20 anos e D. Maria Clementina (1774-1776), que morreu bebé.

D. Maria morreu no Rio de Janeiro em 20.03.1816 (mas o seu corpo foi trazido e depositado na basílica da Estrela que ela mandara construir).

D. Pedro nasceu a 05.07.1717 e morreu a 25.05.1786 (reinava sua mulher), muito perto de completar os 69 anos. Tinha a rainha cerca de 52 anos.

(Fontes: várias enciclopédias, designadamente, Wikipédia e Biblioteca Universal)

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Foi há 268 anos (1737), era uma TR: pela bula Inter praecipuas apostolici ministerii Clemente XII (246º) concedeu perpetuamente que a pessoa nomeada patriarca de Lisboa fosse elevada à dignidade cardinalícia no consistório imediatamente seguinte à sua eleição. Reinava D. João V (24º).

Três dias depois (20.12.1737), D. Tomás de Almeida foi elevado à dignidade cardinalícia. D. Tomás nasceu em Lisboa, em 1670, foi Bispo de Lamego (1706), bispo do Porto (1709) e o 1º Patriarca de Lisboa (1716). Foi o 18º cardeal português e o 1º cardeal Patriarca de Lisboa.

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Foi há 235 anos (1770), numa SG: foi baptizado em Bona, Alemanha, Ludwig van Beethoven, compositor alemão. Em Portugal reinava D. José (25º). A igreja católica era liderada pelo papa Clemente XIV (249º).

Não se sabe ao certo a data do nascimento do grande génio. Daí, as especulações: para uns nasceu a 16 de Dezembro, na véspera do seu baptismo (único dado conhecido), o que, à época sendo muito possível, seria, contudo, pouco provável. Outros, simplesmente, referem ter nascido nesse dia 17.12.1770.

A generalidade das mais reconhecidas biografias do compositor dizem que ele nasceu em meados de Dezembro desse ano de 1770, e dão como certo a sua inscrição nos registos de baptismos da igreja de S. Remígio, em Bona, Alemanha, no dia 17 de Dezembro.

Donde o motivo da opção por esta data para a comemoração.

O compositor clássico é considerado o primeiro artista moderno e o grande elemento de transição entre o Classicismo e o Romantismo.

Descendente de músicos da corte, já aos 12 anos tornou-se assistente do organista Christian Gottlob Neefe. Em Novembro de 1792, vai a Viena e continua seus estudos com Franz Josef Haydn. A partir de 1795, quando seus dois irmãos menores passam a morar definitivamente com ele, Beethoven não abandona mais Viena, onde realiza toda a sua obra.

Perto dos trinta anos, surgiram os primeiros sintomas da surdez que iria acompanha-lo pelo resto da vida. Passou por uma crise que durou 2 anos, mas a partir de 1802, já conformado com seu destino, reage contra a apatia compondo, sem parar, trabalhos vigorosos e brilhantes. Durante aproximadamente dez anos, Beethoven criou a mais extensa parte de sua obra, leccionando piano, dando concertos e vendendo suas partituras, sustenta-se a si e aos dois irmãos até que, em 1809 começa a ser ajudado por três aristocratas vienenses: o Arquiduque Rudolph, e os príncipes Kinsky e Lobkowitz que lhe impõem a condição de que permaneça em Viena.

Em 1812 termina seu relacionamento secreto com uma dama da aristocracia vienense, que era chamada por ele de "Amada Imortal", e seu trabalho declina em quantidade, embora se vá refinando em qualidade e profundidade.

O conteúdo de suas obras vai sendo cada vez mais contemplativo e introspectivo, culminando com a Nona Sinfonia (1823)

A surdez estava tão avançada que já não conseguia comunicar-se correctamente e, embora não fosse mais capaz de conduzir a orquestra, podia abstrair-se dentro de seu universo mental com mais profundidade, o que marcou muito as suas últimas obras.

No ano de 1826, após séria crise doméstica, seu sobrinho Karl tenta o suicídio, causando em Ludwig enorme desgosto, sua saúde começa a debilitar-se mais ainda, e Beethoven morre, em 26 de Março de 1827, assistido por sua cunhada, Breuning e pelo seu secretário e seu biógrafo Schindler, em Viena de Áustria.

Como tantos outros artistas e filósofos alemães do seu tempo, como Kant, Hölderin, Hegel, Fichte e Schelling, ele era republicano. Fascinara-se, por exemplo, por Napoleão, mas quando este general republicano se coroou imperador em 1804, Beethoven desencantou-se, repudiando-o da sua galeria de “heróis”, e, num acesso de fúria, rasgou a dedicatória que lhe fizera na IV Sinfonia.

(Fontes diversas)

"Ainda não se levantaram as barreiras que digam ao génio:

daqui não passarás."

Beethoven

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Foi há 228 anos (1777), numa QA: a França é o primeiro país a reconhecer a independência dos Estados Unidos. Em Portugal reinava D. Maria I (26º). Pontificava Pio VI (250º).
A 04JUL a declaração da Independência dos Estados Unidos da América foi escrita por Jefferson.

Marie-Joseph-Paul-Yves-Roch-Gilbert du Motier, marquês de Lafayette, foi um político aristocrata francês nascido no castelo de Saint-Roch de Chavagnac, que, defensor das ideologias progressistas nas últimas décadas do século XVIII, se distinguiu pelo papel que desempenhou na independência dos Estados Unidos. Nomeadamente, esboçou a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

"Pedirei a abolição da pena de morte

enquanto não me provarem a infalibilidade dos juízos humanos."

Marquês de Lafayette

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Foi há 215 anos (1790), numa SX: um calendário solar azeteca, feito de pedra e pesando cerca de 25 toneladas, é encontrado na Cidade do México. Reinava em Portugal D. Maria I (26º). Pontificava o papa Pio VI (250º).
La Piedra del Sol”, calendário azeteca, foi descoberta na antiga capital do México, Tenochtitlan, sobre a qual está hoje construída a cidade do México. Pesava 24.6 toneladas e tinha 3.60 m. A imagem central é
Tonatiuh (Sol). Tem os símbolos dos 20 dias, 18 meses x 20 dias = 360 dias + 5 dias nemontemi = 365 dias (Calendário Nahua).

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Faz hoje 175 anos (1830), foi numa SX: morreu Simão Bolívar, militar venezuelano, considerado um dos "Libertadores da América".

Líder das independências sul-americanas
Nacionalista sul-americano, líder de exércitos revolucionários, conhecido como o libertador. Bolívar lutou contra as forças coloniais espanholas em várias revoltas tendo, por fim, libertado o seu país, a Venezuela, em 1821, a Colômbia e o Equador em 1822, o Peru em 1824 e a Bolívia (uma nova nação, anteriormente o Alto Peru, à qual foi dada o seu nome) em 1825.

Nascido na Venezuela, em 1783, Bolívar juntou-se à revolução deste país contra a Espanha em 1810 e em 1811 declarou a sua independência. Pouco depois, porém, o seu exército foi derrotado pelos espanhóis, sendo Bolívar forçado a fugir. Em 1819, após muitas batalhas e derrotas, aquele líder obtém a sua primeira vitória importante, derrotando os espanhóis na Colômbia e conseguindo a independência deste país. Seguidamente, libertou a Venezuela em 1821 e, juntamente com António Sucre, o Equador em 1822. Estes três países foram unificados na república da Grande Colômbia que contava com Bolívar como seu presidente. Alguns anos mais tarde, a Venezuela e o Equador separaram-se da união formada anteriormente, resignando Bolívar o cargo de presidente em 1830. Faleceu nesse mesmo ano, desprezado por muitos pelos seus modos ditatoriais, mas venerado desde então como o maior libertador da América do Sul.

(Fonte: BU)

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Foi há 108 anos (1897), numa SX: morreu Alphonse Daudet, escritor francês. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava o papa Leão XIII (256º).

Daudet nasceu, em Nîmes, na QA 13MAI1840.

É de 1868 uma sua pequena autobiografia, a um tempo melancólica e irónica, Petit Chose. Mas a sua primeira obra que atrai, mesmo, atenções é o livro de poemas Les Amoureuses (1858).

Vinha aí a escola naturalista onde além do seu nome figuram outros como um Flaubert, Zola e os Goncourt.

A sua mais célebre obra, Lettres de mon Moulin, é de 1866: Daudet passara esse Verão num velho moinho na Provença, onde escrevera, numa penada, as suas famosas cartas.

A guerra de 1870 fornece-lhe matéria para os Contes du Lundi (1875). Seguem-se muitos mais romances, como Sapho (1884), reconhecidamente outra das suas grandes obras, e L’Imortel (1888), onde de tal forma tratava os académicos que a Academia Francesa lhe fechou as portas.

“Mestre da língua, a sua obra funda-se numa observação meticulosa das coisas e das gentes, sem a sacrificar ao gosto naturalista do sórdido e do quotidiano”.

Foi um autor que andou próximo do naturalismo, com um estilo cheio de luz e cor.

Escreveu também a peça L'Arlésienne (1872), para a qual Bizet compôs a música.

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Foi há 102 anos (1903), era uma QI: os irmãos Wright fazem o primeiro voo de um aeroplano. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava Pio X (257º).

Após três anos de experiências, os irmãos Wright, Orville e Wilbur, levam a efeito o primeiro voo de um aeroplano, primeira máquina – por eles criada - mais pesada do que ar a voar. Realizaram-se quatro voos perto de Kitty Hawk, na Carolina do Norte, na costa leste dos EU, sendo que o mais demorado demorou um minuto.

É de sempre o sonho do homem, de voar, desde a pré-história, aos dias de hoje; desde a lenda de Dédalo e Ícaro, às poderosas, cada vez maiores e mais luxuosas máquinas voadoras que cruzam o nosso céu.

Será interessante, a propósito, visitar, na “Wikipédia, a enciclopédia livre”, a página história da aviação

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Na mesma data nasceu em White Oak, na Geórgia, EUA, Erskine Caldwell, escritor norte-americano.

Erskine Preston Caldwell foi romancista norte-americano. O seu sucesso foi ditado pelas obras Tobacco Road/A Estrada do Tabaco (1932) e God's Little Acre/O Pequeno Rincão de Deus (1933), “descrições intensas e lascivas dos meeiros indigentes do sul durante a Depressão, que se aproximam do melodrama sensacionalista”.

Produziu extensa obra, de vivo realismo, sempre atento aos problemas e injustiças da sociedade sulista do seu país.

Da sua obra fazem ainda parte, entre outros, os livros You Have Seen Their Faces (1937), escrito em colaboração com sua mulher, a fotógrafa e jornalista Margaret Bourke-White, e cujo tema versa sobre o sul rural, Trouble in July (1940), Georgia Boy/Rapaz da Geórgia (1943) e Call It Experience (1951), a sua autobiografia literária.

Caldwell viajou com o pai, um pastor protestante, e trabalhou nos campos de algodão entre os brancos pobres do sul.

Morreu aos 11.04.1987, com 84 anos.

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Completam-se hoje 100 anos (1905), foi num DM: nasceu o escritor brasileiro Érico Veríssimo. Em Portugal continuava o reinado de D. Carlos (33º). Prosseguia o pontificado de Pio X.

Érico Lopes Veríssimo, nasceu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil e morreu aos 28.11.1975.
Depois de exercer as mais diversas actividades (trabalhador no comércio, desenhador, colaborador em programa de rádio) fez algumas estadas nos EUA onde foi professor de literatura brasileira e de português, conferencista e director do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana.

Na literatura, estreou-se em 1932, como romancista, com “Fantoches”, mas foi com “Clarissa” (1933) que o seu nome se tornou conhecido. Seguiram-se, entre outros, "Caminhos Cruzados" (1935), "Olhai os Lírios do Campo" (1938), "O Senhor Embaixador" (1965), etc.. "As Aventuras do Avião Vermelho" (1936) foi o seu primeiro livro infantil.

“Tomando como palco o sul do Brasil, explorou os temas da miscigenação decorrente da imigração (nomeadamente de origem italiana) e dos problemas humanos e sociais a ela associados, a que conferiu uma dimensão universal e de reflexão sobre o seu tempo, a crise de valores da modernidade, vista pelo ângulo de um certo cristianismo primitivo. Escritor modernista, revelou influências do romance anglo-saxónico seu contemporâneo, dando mostras, nas suas obras, de uma grande capacidade expressiva e de um domínio notável das técnicas romanescas”. Traduziu, entre outros, "O Sineiro", de Edgar Wallace, 1931.

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"Quem está com fome fica surdo até mesmo à voz de Deus."

Erico Veríssimo

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Foi há 99 anos (1906), numa SG: nasceu, em Tomar, o musicólogo e compositor Fernando Lopes Graça. Ainda reinava D. Carlos. Prosseguia, também, o pontificado de Pio X.

“Compositor, maestro e pianista (estudou com Tomás Borba e Vianna da Motta), Lopes-Graça teve vasta produção literária, filosófica e política, tendo publicado ensaios de crítica musical, teatral e de bailado em vários periódicos, como a revista Seara Nova ou o jornal O Diabo. Textos que denotavam a sua militância na oposição ao Estado Novo, contra quem fundou em 1928 o jornal A Acção, em Tomar. Por causa das suas posições, a sua música esteve vários anos interdita e só pôde voltar a ser ouvida no Teatro São Carlos na década de 70. Lopes-Graça morre a 27 de Novembro de 1994 na Parede, Cascais” (Irina Melo, in Público, Sábado, 17DEZ2005).

Exactamente por mor dessa sua militância anti-salazarista é que, 27OUT1931, o compositor Fernando Lopes-Graça é preso pela polícia da ditadura. O compositor apresentava-se, nessa data, a exames finais do Conservatório Nacional, e foi então que foi preso. Lopes Graça concluiu, no entanto, as provas, e classificou-se em primeiro lugar.

No próximo ano completa-se o primeiro centenário do nascimento do insigne musicólogo.

«Os cem anos do nascimento do compositor Fernando Lopes-Graça, que se cumprem a 17 de Dezembro de 2006, vão ser comemorados ao longo do próximo ano com iniciativas que se estendem às mais variadas áreas, desde a música ao teatro e à dança.
"Uma grande diversidade que se destina a responder à dimensão plural e multifacetada de Lopes-Graça", disse ontem a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, na sessão de apresentação à imprensa do programa de comemorações, onde esteve também o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, e o secretário de Estado da Cultura. Mário Vieira de Carvalho qualificou Lopes-Graça como "uma figura nacional que marcou o século XX".
No programa, a música tem um papel preponderante. O Teatro São Carlos, em colaboração com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, realiza cerca de uma dezena de concertos com a obra de Lopes-Graça, destacando-se o concerto de 22 de Julho (Concertino para piano, cordas, metais e percussão e Poema de Dezembro) e 12 de Outubro, que contará com os solistas Ana Bela Chaves (viola) e Salvatore Accardo (violino).
A Casa da Música também se associa às comemorações, com a Orquestra Nacional do Porto a dedicar-lhe o concerto do Dia Mundial da Música (1 Outubro), onde se inclui a primeira audição mundial de Prelúdio, Pastoral e Dança. Em Dezembro, dias 16 e 17, realiza-se a Maratona Lopes-Graça, em que participará o pianista António Rosado com Integral de Sonatas para Piano.
A Companhia Nacional de Bailado vai criar uma produção baseada em obras musicais de Lopes-Graça destinadas à dança para apresentar no início de 2007. Na Comuna, João Mota encenará a peça Lopes-Graça e Amigos, com texto de António Torrado.
A produção de um documentário sobre o compositor pela RTP e a edição de oito CD a partir de 300 registos fonográficos encontrados nos arquivos sonoros da RDP são outras das iniciativas agendadas. Augusto Santos Silva (ministro responsável pelo serviço público de rádio e televisão) referiu que as pesquisas efectuadas para o centenário serviram para "valorizar e preservar o riquíssimo manancial que tem a RDP", "mais um passo na constituição do arquivo fonográfico português".
A nível editorial, o Ministério da Cultura vai publicar algumas partituras do compositor, uma vez que muitas delas ainda estão em manuscrito, o que dificulta a interpretação das obras. A edição de uma fotobiografia é outro dos projectos, assim como de volumes da sua correspondência, nomeadamente com o poeta João José Cochofel. A Editorial Caminho está a preparar In Memoriam, uma biografia do compositor com depoimentos de gente que o conheceu e a Cosmos vai compilar textos de Lopes-Graça no livro Reflexões sobre Música.
A inauguração em Abril de um site destinado a divulgar a vida e obra de Fernando Lopes-Graça, que integrará uma rádio on-line onde será possível ouvir a obra gravada é outra das propostas, estando também prevista uma exposição itinerante com vários painéis ilustrativos do seu papel na vida cultural do país. Há ainda iniciativas em Tomar (onde nasceu), Matosinhos e Cascais.» (Cfr Público, Sábado, 17DEZ2005, Irina Melo)

Ora, complementando essa notícia, no mesmo periódico, e na mesma data, um trabalho de Manuel Pedro Ferreira, intitulado “Entre a vontade e a timidez”, prossegue:

«O programa comemorativo do centenário de Fernando Lopes-Graça, hoje anunciado pelo Ministério da Cultura, tem muito de bom, sobretudo no plano das intenções, e muito de insuficiente, sobretudo no envolvimento das instituições tuteladas pelo Estado - precisamente um dos aspectos que parece ter merecido mais esforço por parte dos governantes.
A televisão pública limita-se a prometer um documentário e um "ciclo temático", quando tem em seu poder importantes gravações históricas e toda a série de programas sobre música rural portuguesa em que Lopes-Graça, com Michel Giacometti, devolveu à consciência nacional o seu património musical de tradição oral. Não basta mandar a Antena 2 organizar concertos; deve ser a RTP a dar a conhecer a música, especialmente a portuguesa, como em tempos já fez. O centenário de Lopes-Graça poderia ser a ocasião da retoma desta vertente do serviço público; mas tudo indica que tudo ficará na mesma como a lesma.
Na Casa da Música, a Orquestra Nacional do Porto investe com dignidade nas partituras do homenageado, mas o Remix Ensemble, ou por desconhecimento do valor e da extensão da sua obra de câmara, ou por pruridos relativamente ao conservadorismo da sua escrita, evita comprometer-se com mais do que a inclusão de algumas peças. No Teatro Nacional de São Carlos a Orquestra Sinfónica Portuguesa é envolvida nas comemorações, mas não se prevê participação do Coro (excepto no requiem), nem algo que possa vagamente atrapalhar a programação de ópera (de onde continuam ausentes os compositores portugueses contemporâneos).
A Biblioteca Nacional faz a sua obrigação, com uma mostra documental. Do Centro Cultural de Belém não se ouve nem falar. Ao Instituto das Artes é reservado um papel central, mas a maior parte das iniciativas anunciadas parecem estar numa fase preliminar, e o envolvimento de entidades externas em edições de textos, partituras ou discos aparece com contornos demasiado indefinidos. Sobretudo, desejar-se-ia que o plano das comemorações fosse a face visível de uma estratégia cultural sustentada de divulgação da arte musical e dos seus criadores nacionais, e não uma bolha que rebenta, sem deixar por rasto mais que uma aguadilha. Cabe ao ministério provar, ao longo de 2006, que é nessa estratégia que está empenhado, e não numa episódica homenagem. Afinal seria isso que Lopes-Graça teria desejado.»

Para mais informação sobre a vida e a obra de Lopes-Graça, veja-se, por exemplo, o site “Vidas Lusófonas”, coordenado por Fernando Correia da Silva, a cronobiografia do compositor com a colaboração de Leonor Lains.

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Foi há 76 anos (1929), era uma TR: morreu, em Lisboa, o marechal Gomes da Costa. Carmona era o PR. Pio XI (259º) era o pontífice romano reinante.

Manuel Gomes da Costa nasceu em Lisboa, aos 14.01.1863.

Militar e político, destaca-se em acções nas colónias e na I Guerra Mundial. Foi presidente da República (17/06 a 09/07/1926) após um golpe militar; destituído por um contragolpe, liderado pelo general Carmona, em que Gomes da Costa é “afastado para cima” (promovido a marechal) e deportado para os Açores.

Carmona, depois, por vontade de Salazar, passou a Chefe de Estado “vitalício”

Para mais informação, ver “Wikipédia, a enciclopédia livre

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Foi há 64 anos (1941), uma QA: os EUA declaram, formalmente, guerra ao Japão. Em Portugal decorria o segundo de quatro mandatos presidenciais do general Carmona (só 4 porque morreu). Pontificava Pio XII (260º).

Até 1942 a II Grande Guerra (ou II Guerra Mundial ou Guerra de 39-45), praticamente reduzia o seu palco à Europa (salvo as incursões da Itália fascista de Mussolini ao Norte e ao Oriente de África, já entusiasmada com as perspectivas de vitória da Aliança do Eixo. Vitória que, ao contrário, não aconteceu. Antes se transformando numa terrível derrota).

Porém, e por essa altura, a guerra alastrou para outros continentes.

A partir de 1937, e do denominado “incidente chinês” - que começou com o ataque japonês a unidades chinesas perto de Pequim - as tropas japonesas ocuparam Nanquim, Hangchow e Cantão. Nessa altura, já o Japão fazia parte do chamado Eixo, através do Pacto Anti-Komintern com a Alemanha e mais tarde com a Itália. Esses acordos foram substituídos pelo Pacto Tripartido de Setembro de 1940, pelo qual as potências do Eixo reconheciam o Japão como líder de uma nova ordem na Ásia.

O Exército Vermelho é obrigado a ir buscar diversos comandantes aos campos de concentração, onde estão deportados por ordem de Estaline. Indústrias são transferidas para os montes Urais e os Aliados prestam importante auxílio marítimo e aéreo às forças soviéticas. Entretanto, dá-se o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor, no Havai, em 7 de Dezembro de 1941, o que leva os Estados Unidos a declararem guerra às forças do Eixo e ao alastramento do conflito a quase todo o mundo.

(Fonte básica: “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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Foi há 19 anos (1986), numa QA: é realizado pela primeira vez um transplante de coração, pulmão e fígado. Em Portugal era PR Mário Soares. Pontificava João Paulo II (264º).

A operação, de transplante simultâneo, é realizada no Hospital Papworth, Davina Thompson, Cambridge, Inglaterra.
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A medicina avança a passos largos em matéria de meios de diagnóstico e de técnicas cirúrgicas…

Mas quanto ao resto, sobretudo em matéria de etiologia e terapêutica, nem por isso. Vai muito mais devagar…

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(1987), : morreu, aos 84 anos, em Mount Desert Island, Maine, EUA, Marguerite Yourcenar, escritora belga de língua francesa. Em Portugal continuava o primeiro mandato presidencial de Mário Soares. Em Roma prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.

Marguerite Cleenewerck de Crayencour nasceu em Bruxelas, de origem flamenga francesa por parte do pai e belga pelo lado materno, aos 8 de Junho de 1903. Foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia francesa, em 1981, “a romper definitivamente o «feudo» masculino que sempre dominara aquela instituição”, após uma campanha e apoio activos de Jean d’Ormesson (Jean Lefèvre d' Ormesson, escritor, membro da Academia Francesa e director do "Figaro", nasceu em Paris aos 16JUN1925), que escreveu o discurso de sua admissão.

Teve uma cuidada educação: lia Racien com oito anos de idade, e seu pai ensinou-lhe o latim aos oito anos, e o grego aos doze.

Em 1939 mudou-se para os EU, onde passou o resto de sua vida, naturalizando-se norte-americana em 1947 e ensinando literatura francesa até 1949.

O pseudónimo Yourcenar vem do anagram do seu apelido, com que viria a assinar o poema “Le Jardin des Chimères”, a sua primeira obra publicada em 1922, por sugestão de seu pai.

As suas Mémoires d´Hadrien (Memórias de Adriano), de 1951, tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com L'Œuvre au Noir (1968). Publicou ainda poemas, ensaios (Sous bénéfice d'inventaire, 1978) e memórias (Archives du Nord, 1977), manifestando uma atracção pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como Mishima ou La vision du vide (1981) e Comme l´eau qui coule (1982).

(Fontes diversas, sobretudo “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

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Aconteceu há 16 anos (1989), : o PS vence as autárquicas, nesta data realizadas. Prossegue o primeiro mandato da suprema magistratura de Mário Soares. Como prossegue o longo pontificado de João Paulo II.

Destaque, nestas eleições, para a vitória de Jorge Sampaio, em Lisboa, sobre Marcelo Rebelo de Sousa (lembram-se do mediático-histriónico mergulho do professor, nas águas do Tejo?), ganhando a presidência da respectiva Câmara.

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Na mesma data Fernando Collor de Mello é eleito presidente do Brasil.

Collor de Mello ganha (pelo PRN/Partido da Renovação Nacional) na segunda volta das eleições, ao candidato Lula da Silva (pelo PT/Partido dos Trabalhadores).

O primeiro presidente democraticamente eleito no Brasil desde 1960, e o mais jovem a assumir o cargo até hoje (40 anos), Collor elegeu como principal prioridade de seu governo a luta contra a inflação, que chegava a alcançar taxas de 25% ao mês. Suas medidas contra a inflação foram bastante radicais: o governo chegou a confiscar a poupança e as aplicações financeiras da população. "Sem dinheiro não há inflação" era o seu lema. Seu plano não funcionou, e a inflação nunca chegou a ser satisfatoriamente controlada durante todo o seu mandato.

Falava-se, então, no “fim aos marajás”…!?

O Governo Collor, historicamente, significou a adesão tardia do Brasil a um programa neoliberal de desenvolvimento inspirado nas políticas de Margaret Thatcher e Ronald Reagan e sistematizado no chamado Consenso de Washington, adesão esta que, iniciada por Collor, seria generalizada e aprofundada por seu sucessor Fernando Henrique Cardoso.

Há um consenso de que a crise política que dominou o governo Collor sobrepujou quaisquer benefícios destas medidas isoladas no desenvolvimento do país. Deve-se assinalar, no entanto, que os demais corifeus do neoliberalismo na América Latina - o presidente argentino Carlos Menem, o mexicano Carlos Salinas de Gortari e o peruano Alberto Fujimori - também realizaram governos caracterizados por acusações de corrupção e promiscuidade entre interesses públicos e privados.

Em 1992, Collor foi acusado de corrupção por seu irmão Pedro, o que gerou investigações lideradas pela imprensa e, posteriormente, pelo Congresso Nacional. A enxurrada de indícios de gratificações e desvios de verbas públicas gerou amplas manifestações populares nas principais cidades do Brasil. As acusações envolviam o presidente Collor directamente, bem como seu antigo tesoureiro de campanha, PC Farias (Paulo César Farias).

“Paulo César Farias, mais conhecido por P.C. Farias,

foi o tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello

nas presidenciais brasileiras de 1989.

Ele veio a ser a personalidade chave que causou

o primeiro processo de “impeachment” da América Latina,

e único ocorrido até ao momento no Brasil.

P.C. Farias seria o testa de ferro nos diversos esquemas de corrupção divulgados entre 1990 e 1991.

P.C. Farias apareceu morto, junto com sua amante, em 1996.

Até hoje, existem muitas dúvidas e especulações envolvendo todos esses acontecimentos.

Uma dessas especulações é que a sua morte foi uma queima de arquivo.”

(in “Wikipédia, a enciclopédia livre”)

Enquanto o processo de “impeachment” corria no Senado, Collor renunciou em 29.12.1992.

Collor foi sucedido pelo seu vice-presidente, Itamar Franco.

Collor, não obstante formalmente absolvido pelas instâncias judiciais do Brasil, “a maior parte da população ainda identifica o seu nome com a corrupção”.

(excertos da “Wikipédia, a enciclopédia livre”).

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São o preço da democracia, os “PC Farias”

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Foi há 11 anos (1994), era um SB: encerramento da «Lisboa 94 — Capital Europeia de Cultura». Em Portugal decorria o segundo mandato de Mário Soares. No Vaticano pontificava, ainda, o papa João Paulo II.

Capitais Europeias da Cultura

A Capital Europeia da Cultura

contribui para promover a riqueza,

a diversidade e o património cultural europeu.

Permite também um melhor conhecimento mútuo

entre os cidadãos da União Europeia

(In site do Parlamento Europeu)

Em 1994 foi Lisboa a Capital Europeia da Cultura.

No SB 26FEV1994 procedeu-se à abertura oficial de “Lisboa 94 — Capital Europeia de Cultura”.

Este foi, portanto, um ano de particular animação cultural.

De entre os muitos espectáculos e iniciativas inseridos no programa da “Lisboa 94…”, no decurso desse ano, recordo:

na QA 09MAR o Ballet Gulbenkian interpreta Amaramália, espectáculo da autoria do coreógrafo Vasco Wellenkamp;

no SB 09ABR, no São Carlos, em Lisboa, é apresentada a única ópera de Beethoven, Fidélio;

concertos efectuados pelo Coro Gregoriano de Lisboa, na "Mãe d'Água" (de 1834) e na Igreja de S. Roque (de 1555), incluindo um Concerto pela Paz, realizado em conjunto com um Coro Shomyo de Monges Budistas Japoneses;

no fim-de-semana de 09, 10 e 11DEZ (SX, SB e DM) apresentação de Amor constante, más allá de la muerte no Centro Cultural de Belém, com “Choreography: Anne Teresa De Keersmaeker; Directors: Anne Teresa De Keersmaeker and Thierry De Mey; Dancers and Creative Artists: Marion Ballester, Misha Downey, Philipp Egli, Kosi Hidama, Suman Hsu, Osman Kassen Khelili, Brice Leroux, Marion Levy, Cynthia Loemij, Mark Lorimer, Sarah Ludi, Anne Mousselet, Johanne Saunier, and Samantha Van Wissen; Music: Thierry De Mey; (estreado em Bruxelas a 30 November 1994, no Royal Circus, e apresentado em quase todas capitais e grandes cidades europeias”).

E houve ainda a participação da talentosa jovem Mónica Lapa, cedo arrancada à vida (1965-2001), que interpretou "Dançar Cabo Verde", no Coliseu de Lisboa, um notável trabalho da dupla Andermatt-Ribeiro.

Além disso, a “Lisboa 94” (assim como a FCB e a Culturgest) encomendou ainda obras de composição erudita contemporânea a António Pinho Vargas, algumas das quais foram também executadas em França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Polónia, Hungria, Suécia, Espanha, Brasil, Inglaterra e EUA.

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Não foi há muito, foi só há 4 anos (2001), era uma SG: António Guterres demite-se da chefia do governo. Era PR o Dr Jorge Sampaio. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

O líder do PS e primeiro-ministro dos XIII e XIV governos constitucionais, no rescaldo do desastre que foram, para o PS, as autárquicas da véspera, reconhece a pesada derrota do seu partido (resultado que extrapolou para a sua governação) e demite-se.

A demissão abre caminho a eleições antecipadas, pela primeira vez, em 14 anos.

É de então o célebre discurso do “pântano”, de Guterres.

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(Lembrando outros governantes confiantes nas suas capacidades e nos altos valores da lusitanidade, vem pouco depois o do discurso da “tanga” e outro [governante??? Ah, sim: desgovernante) logo a seguir, com o discurso da “incubadora”. E antes tinha havido outro – que agora pretende voar mais alto – que só falava nas “forças de bloqueio” – o tal que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava. Todos óptimos. De primeira água.)

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Faz hoje 1 ano (2004), foi numa SX: morreu, aos 84 anos, Natércia Freire, professora do ensino primário, escritora e poetisa. Decorria o mandato presidencial de Jorge Sampaio. Prosseguia, mas já perto do seu termo, o pontificado de João Paulo II.

Natércia Ribeiro de Oliveira Freire nasceu em Benavente aos 28OUT1920.

Fez o curso do magistério primário e o curso de piano.

Começa por dedicar-se à música. Mas não resiste à sua paixão, e é pelas letras que se decide, por influência de José Osório de Oliveira (Ficcionista, poeta e crítico literário, José Osório de Castro e Oliveira (1900-1964).

Editou o seu primeiro livro de poesia, Castelos de Sonho, em 1935.

A partir de 1974, talvez desiludida, ou porque caída no ostracismo, quase desaparece do panorama literário nacional, conquanto marque uma pontual e discreta presença com artigos de opinião no’"O Tempo" e n’ "O Século", além de que vai publicando poesia nalguns periódicos.

Podem ver-se aqui dois poemas da poetisa, três depoimentos de três autores portugueses a seu respeito e uma pequena nota biográfica de Natércia Freire

Mas pode conhecer-se, e entender-se melhor, a biografia de Natércia Freire, aqui

Curiosamente – e sobretudo agora que tanto se fala no crucifixo colocado nas paredes das escolas primárias – recorde-se que, como acima se refere, começou por dedicar-se à música. Compôs, mesmo, algumas canções, entre elas uma intitulada “Volta meu Amor!” (que era cantada nas salas de aula daquelas escolas, por esse país fora, quando, em 1936, foi decretada por Carneiro Pacheco, e aprovada pelo governo de Salazar, a colocação nelas do, hoje naturalmente polémico, crucifixo)

“Carneiro Pacheco (…)

(para quem, eventualmente, não saiba quem foi a criatura, acrescento ter sido Ministro da Instrução,

entre 1936 e 1940).

Carneiro Pacheco foi personagem central da fase mais tipicamente fascista da ditadura.

Foi um dos maiores responsáveis pela consolidação de mecanismos de repressão (…)”

Cfr José Pacheco, no site “Página da Educação

(http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=1252)

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“Há três anos, o americano Gary Leon Ridgway foi condenado a prisão perpétua pelo homicídio de 48 mulheres. Matava, sobretudo, trabalhadoras sexuais. "Sabia que não iria ser notada a sua falta e que provavelmente ninguém iria fazer queixa à polícia", confessou. Escolheu "prostitutas, porque pensava que podia matar quantas quisesse sem ser apanhado". A partir de então, o calendário passou a marcar 17 de Dezembro como o Dia Internacional Contra a Violência sobre Trabalhadores do Sexo, que este ano se assinala pela primeira vez em Portugal”. (In Público, Sábado, 17DEZ2005, Ana Cristina Pereira)

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