segunda-feira, julho 31, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

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Foi há 450 anos (31.07.1556), numa SX: morreu Inácio de Loyola, padre espanhol, fundador da ordem dos Jesuítas. Reinava em Espanha Felipe II, da Casa de Habsburgo (ou Casa de Áustria), filho de Carlos I, de Espanha, também Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, e de Isabel de Portugal, filha de D. Manuel I (14º), Felipe este que viria a ser Filipe I (18º) de Portugal, em 1580, e que casara em primeiras núpcias com uma sobrinha de sua mãe, a infanta D. Maria Manuela de Portugal, filha de D. João III. Em Portugal reinava seu sogro, D. João III (15º). Na Grã-Bretanha reinava Maria I, da casa de Tudor, filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão, que também foi casada com Felipe II de Espanha (Filipe I de Portugal). Em França reinava Henrique II, que casou com Catarina de Médicis.

Décimo terceiro e último filho de uma família nobre basca, Íñigo López, aliás, Inácio de Loyola, nasceu na localidade de Loiola (Loyola em castelhano), a cerca de vinte quilómetros de San Sebastian, também no País Basco, em 1491, pensa-se que a 24 de Dezembro.

Inácio de Loyola teve uma educação predominantemente orientada para a vida militar.

Numa acção de defesa de Pamplona, tinha Inácio cerca de 30 anos, ficou ferido com alguma gravidade. Enquanto recuperava desse ferimento, entregou-se à leitura da vida de Cristo e dos santos, tendo sido nesse período que lhe surgiram as primeiras ideias dos exercícios espirituais (Ejercicios Espirituales). Tornou-se, pois, asceta.

Recuperada a saúde, visitou o mosteiro beneditino de Montserrat, próximo de Barcelona, onde, simbolicamente, pendurou o seu equipamento militar perante uma imagem da Virgem.

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A abadia e a basílica de Monserrat,

a cerca de 720 metros de altura,

sensivelmente a meio caminho do cume da serra do mesmo nome,

foram praticamente destruídas pelas tropas napoleónicas em 1811/1812,

e reconstruídas a partir de 1858, crescendo em importância

como centro de peregrinação.

Os peregrinos e os turistas têm acesso

ao mosteiro da Virgem negra de Monserrat

pelos meios tradicionais

e ainda através de funiculares

e de outros veículos suportados por cabos.

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Inácio hospedou-se, entretanto, no mosteiro de Manresa, igualmente na Catalunha, ainda como leigo, entregando-se ao ascetismo e à vida contemplativa.

Em 1528 (rondava os 37 anos) entrou na Universidade de Paris, onde passou os sete anos seguintes. Enquanto tratava da sua formação literária e teológica, ia tentando cativar o interesse de outros estudantes para os seus exercícios espirituais. E é assim que, seis anos depois, em 1534 (andava pelos 43 anos de idade), já tinha seis seguidores, cinco espanhóis, entre eles Francisco Xavier, e um português, Simão Rodrigues.

Esse grupo de estudantes, liderado por Inácio de Loyola, fundou, a 15 de Agosto de 1534, a Companhia de Jesus na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, "para efectuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém”.

A Companhia de Jesus (em latim, Societas Jesu, abreviadamente S. J.), cujos membros são designados como Jesuítas, é hoje conhecida, sobretudo, pelo seu trabalho missionário e na área da educação.

Quatro anos depois, em 1538, Inácio ruma a Roma, com dois dos co-fundadores da companhia (os espanhóis Pedro Faber e Jacob Laines), para pedir ao papa a aprovação da ordem. O papa Paulo III (220º) (o mesmo que em 1538 excomungara o rei inglês Henrique VIII, que se havia declarado chefe supremo da Igreja Anglicana) confirmou a ordem mediante a bula "Regimini militantis Ecclesiae", de 27.09.1540.

Constituída e aprovada, Inácio foi escolhido como primeiro superior-geral da Companhia.

Os jesuítas fizeram parte do núcleo duro da Contra-Reforma, nomeadamente no Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, realizado de 1545 a 1563, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, na sequência da Reforma Protestante.

A cega e fanática obediência à hierarquia da igreja de Roma, pregada pelos jesuítas de então, está sintetizada nesta frase de Inácio de Loyola, claro atentado à inteligência: "Eu acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado".

Alguns jesuítas latino-americanos adoptaram uma diferente visão do catolicismo ao desenvolver a Teologia da Libertação, bem contrária às politicamente correctas e tradicionais orientações do Vaticano. “Este tipo de opção política continua a ser um tema controverso dentro da igreja católica”.

De alguns nomes de jesuítas nos recorda a história: entre eles São Francisco Xavier (1506-1552), que percorreu a Índia, Indonésia, Japão, chegando às portas da China; Manuel da Nóbrega (1517-1570) e José de Anchieta (1534-1597) que ajudaram a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro). Outro grande nome de membro da sociedade jesuítica foi o orador sacro e escritor português Padre António Vieira (1608- 1697).

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Foi há 256 anos (31.07.1750), aconteceu numa SX: morreu, no Palácio da Ribeira (hoje desaparecido com o terramoto de 1755), aos 60 anos, D. João V (24º), o Magnânimo, rei de Portugal desde 1706. Pontificava Bento XIV (247º).

D. João V nasceu em Lisboa, no Palácio da Ribeira, aos 22.10.1689, filho do segundo casamento de D. Pedro II, com D. Maria Sofia de Neuburgo.

Casou, em 1708, com D. Maria Ana Josefa (arquiduquesa) de Áustria, seis anos mais velha que ele.

Subiu ao trono por morte de seu pai, D. Pedro II, em 09.12.1706.

Portugal atravessava, então, um momento difícil: por um lado, encontrava-se envolvido na guerra da sucessão de Espanha, em que concorriam ao trono espanhol Carlos, da casa de Áustria, e Filipe de Anjou, neto de luís XIV, de França. Sucessão cujo epílogo foi a desistência de Carlos, entretanto eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico, e a subida ao trono de Espanha de Filipe de Anjou, como Filipe V. A assinatura do Tratado de Utreque, em 1714, veio pôr termo a este conflito.

Além dessa crise, acontecia, ainda, que na sequência das prolongadas guerras da restauração, que duraram 28 anos, de 1640 a 1668, o tesouro ficara esgotado.

Em termos de política externa, o reinado de D. João V caracterizou-se por uma posição de neutralidade face a conflitos internacionais, interrompida apenas pela sua participação na guerra contra os turcos (Matapão), em 19.07.1717, a pedido do papa Clemente XI (243º). Obteve, de Roma, e do mesmo papa, vários benefícios eclesiásticos, como a dignidade de Patriarcado para Lisboa, a par de Roma e de Veneza, tornando-se assim o arcebispo lisboeta um dos três patriarcas do Ocidente.

Além de que reafirmou a aliança luso-britânica.

Em relação às colónias, a atenção de D. João V estava, em particular, dirigida ao Brasil, onde fomentou o povoamento do território com emigrantes, introduziu várias reformas administrativas e militares, fomentou a cultura da cana-de-açúcar e negociou uma mais rigorosa definição das fronteiras.

Internamente, o monarca levou igualmente a cabo algumas reformas: remodelou o exército, reestruturou algumas áreas do ensino, ordenou a construção do aqueduto das Águas Livres e incentivou, entre 1720 e 1740, o desenvolvimento de indústrias como a vidreira, dos têxteis e do papel. O ouro e os diamantes do Brasil, sobretudo, mas também o comércio de vinhos com a Inglaterra, apesar de vários problemas e dificuldades, permitiram ao rei grandes investimentos, principalmente na área da cultura, que marcaram o seu reinado.

Na área da arquitectura deixou ao país um importante legado: o convento de Mafra e muitas capelas e igrejas. Também as artes decorativas (mobiliário, ourivesaria, azulejaria) sofreram um grande impulso, surgindo mesmo o chamado «estilo D. João V». Em todas elas se manifestou o barroco com exuberância.

Fundou, ainda, o Observatório Astrológico do Colégio de Santo Antão e a Real Academia de História e a escola cirúrgica do Hospital Real de Todos os Santos, ali ao Rossio.

O seu reinado destacou-se também pela actividade de algumas personalidades, como os estrangeirados Luís António Verney, que se distinguiu na filosofia, Alexandre de Gusmão (irmão do padre voador Bartolomeu de Gusmão), na diplomacia e ainda António José da Silva, o Judeu, nas letras, como dramaturgo.

Mas os autores aludem, também, para além de todo o fausto que caracterizou este reinado (e exactamente por isso) a graves problemas sociais, como a insubordinação de nobres, conflitos de trabalho, intensificação do ódio aos judeus.

Além daquele com que ficaria recordado na história – O Magnânimo - D. João V recebeu, ainda, os cognomes de O Magnífico ou O Rei-Sol Português, em virtude do luxo que caracterizou o seu reinado. “Alguns historiadores recordam-no também como O Freirático, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos - como a Madre Paula, mãe de um dos três Meninos de Palhavã).

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Os denominados Meninos de Palhavã

eram os filhos bastardos (de sexo masculino) de D. João V,

reconhecidos pelo soberano em documento que firmou em 1742,

mas que só foi publicado em 1752, após a sua morte.

A expressão deriva do facto

de terem habitado no palácio dos marqueses de Louriçal,

Palácio da Azambuja,

situado na zona de Palhavã,

na altura arredores de Lisboa, mas actualmente em plena cidade

(o edifício é hoje a Embaixada de Espanha em Portugal,

também conhecido por "Palácio dos Meninos de Palhavã").

Eram eles:

D. António (1704-1800), filho de uma francesa cujo nome é desconhecido.

Doutorou-se em Teologia e veio a ser cavaleiro da Ordem de Cristo.

D. Gaspar (1716-1789), filho da religiosa D. Madalena Máxima de Miranda.

Veio a ser arcebispo primaz de Braga.

D. José (1720-1801), filho da religiosa madre Paula de Odivelas

(Paula Teresa da Silva). Exerceu o cargo de Inquisidor-mor.

(in, Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Clemente XII (246º) concedeu privilégios à coroa portuguesa e ao patriarcado de Lisboa, “depois das muitas indulgências compradas por D. João V”. Concedeu, por exemplo, e para todo o sempre, que a pessoa nomeada patriarca de Lisboa fosse elevada à dignidade cardinalícia no consistório imediatamente seguinte à sua designação.

Foi Bento XIV, que em 1744 inaugurara o Convento de Mafra, que concedeu a D. João V, e seus sucessores, o título de Sua Majestade Fidelíssima.

Ao rei Freirático sucedeu seu filho, D. José (25º).

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Foi há 222 anos (31.07.1784), que era um SB: morreu, em Paris, aos 70 anos, Denis Diderot, enciclopedista, filósofo, crítico de arte e escritor. Em França reinava Luís XVI. Em Inglaterra reinava Jorge III. Em Portugal decorria o reinado de D. Maria I (26º). No Vaticano pontificava Pio VI (250º).

A obra da vida de Diderot, e que o celebrizaria, é a Encyclopédie (1750-1772), obra que teve a oposição da igreja de Roma e dos poderes estabelecidos.

A chave da resolução dos problemas da humanidade, para um indivíduo que não seja dado a esoterismos, sobretudo para quem tenha uma visão diderotiana do mundo (materialista e anticlerical), é a seguinte, proclamada pelo próprio Diderot: "o homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre". Tal o seu conceito do clero e da nobreza!

Diderot nasceu em Langres, França, aos 05.10.1713. Iluminista,

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que o mesmo era dizer

propagador da luz e do conhecimento,

logo, do progresso social e científico

(movimento que foi precedido do racionalismo cartesiano)

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Diderot pretendeu fazer uma versão aumentada e politizada da enciclopédia britânica de Ephraim Chambers, de 1738. A Encyclopédie exerceu uma marcada influência no pensamento social contemporâneo. Os seus colaboradores ficaram conhecidos como enciclopedistas.

“O materialismo de Diderot, expresso de uma forma muito articulada em Le Rêve de D'Alembert, publicado após a sua morte, vê o mundo natural apenas como matéria e movimento. O seu relato da origem e desenvolvimento da vida é puramente mecânico” – lê-se na BU, da Texto Editores.

Em cerca de 10 anos, até 1782, a Encyclopédie contou com sete edições, respectivamente a de Amsterdão (1776-1777), a de Genève ( 1771-1776), a de Lucques (1758-1776), a de Livourne (1770-1778), a de Neuchatel (1777-1779), a de Yverdon (1770-1780) e a de Berna (1772-1782).

(fontes: diversas)

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Aconteceu há 180 anos (31.07.1826), numa SG: festas em Lisboa e no Porto, por ocasião do juramento e aclamação da Carta, com vivas a Saldanha e a D. Pedro IV. Decorria já a regência de D. Miguel, cujo casamento com sua sobrinha, a futura D. Maria II, seu irmão (D. Pedro IV), projectara. Pontificava Leão XII (252º).

D. João VI (27º) morrera em 10.03.1826, uma SX.

É designada para a regência a infanta D. Isabel Maria de Bragança, filha de D. João VI, irmã, designadamente, de D. Pedro e de D. Miguel. D. Pedro, que era o imperador D. Pedro I do Brasil, é aclamado rei, como D. Pedro IV.

D. Pedro IV assumiu a coroa portuguesa na QA 26.04.1826, e no SB seguinte, 29.04, outorga a Carta Constitucional de 1826 – compromisso entre o velho sistema absolutista e a nascente onda liberal.

Na verdade, a Carta, menos radical do que a Constituição de 1822, tentava sobrepor o poder do Rei à soberania da Nação, mas mantendo os princípios fundamentais do Liberalismo. Assim, a soberania residia no Rei e na Nação, mas o detentor da supremacia política era o Rei.

É bem perceptível, na Carta, a influência da Constituição brasileira de 1824 e da nossa Constituição anterior, bem como da Carta Constitucional francesa de 1814.

Dizem os historiadores que D. Pedro IV, no seu breve reinado de uma semana, tomou duas decisões de grande alcance político: a outorga da Carta e a abdicação dos seus direitos à coroa portuguesa em sua filha, D. Maria da Glória (D. Maria II), na TR 02.05.1826, então com sete anos, apenas.

Começa nessa data a regência de D. Miguel, irmão de D. Pedro IV, como acima referido.

A Carta Constitucional é a segunda lei fundamental portuguesa, e o segundo documento constitucional da nossa História. A primeira foi a Constituição de 1822, nascida na sequência da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, no Porto.

À presente lei fundamental chama-se-lhe Carta Constitucional por ter sido outorgada pelo rei D. Pedro IV, e não produto de Cortes (constituintes), por elas redigida e votada.

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Decorreram 133 anos (31.07.1873), que foi numa QI: nasceu, no Porto, o poeta Augusto Gil. Reinava D. Luís (32º). Pontificava Pio IX (255º).

Esse ano de 1873 foi o ano em que foi fundado o Centro Republicano; em que são publicados, no Diário de Notícias, os primeiros poemas desse grande poeta que foi Cesário Verde; em que sai, de Guerra Junqueiro, Morte de D. João; em que Oliveira Martins publica Portugal e o Socialismo; em que sai o tomo I dos Opúsculos de Alexandre Herculano; em que

Wundt publica Elementos de Psicologia Patológica; em que o “poeta maldito” a quem Claudel se referiu como "um místico em estado selvagem", Arthur Rimbaud, publica a mais autobiográfica de suas obras, Une Saison En Enfer, se não a mais conhecida, uma das mais conhecidas delas; em que Tolstoi dá à estampa Anna Karenina.

Augusto César Ferreira Gil, formado em Direito pela Universidade de Coimbra, durante a república ocupou cargos importantes na função pública, como, por exemplo, o de director-geral das Belas-Artes.

Augusto Gil foi, ainda, sócio da Academia das Ciências.

Reconhecem-se na sua obra influências de Guerra Junqueiro, do parnasianismo, do simbolismo e, pela sua inspiração e queda popular, de João de Deus. Cultivou uma poesia simples, de tom sentimental e nostálgico, coloquial, por vezes satírica.

A obra que mais o notabilizou, a sua obra-prima, foi Luar de Janeiro (1910). E o seu poema mais conhecido, que pode aqui ser recordado (não esquecer o som) foi a Balada da Neve, que integra aquela obra.

Mas Augusto Gil publicou, ainda, em matéria de poesia, entre outras, Musa Cerúlea (1894), Versos (1898) e O Canto da Cigarra (1910), este uma sátira lírica sobre as mulheres, acerca da qual o autor escreveria: “esse libelo cerrado, em que o prestígio das filhas de Eva é reduzido a cacos, foi o Alcácer Quibir dos meus idealismos de poeta lírico, do meu beatífico enlevo ante a «obra-prima de Deus»...”.

No género crónica escreveu Gente de Palmo e Meio (1913, contos).

Augusto Gil morreu em 26.11.1929. Postumamente foi publicado o seu Rosas desta Manhã (1930).

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Parnasianismo: estilo de época

que se desenvolve na poesia a partir de 1850

e que se caracteriza pelo

respeito pelas regras da metrificação,

pelo preciosismo rítmico e vocabular,

pela rima e

pela preferência por estruturas fixas, como a dos sonetos.

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Simbolismo: movimento literário e das artes plásticas

que surgiu em França, no final do século XIX, com

o oposição ao realismo e ao naturalismo.

Mais especificamente, quanto à poesia,

movimento do final do séc. XIX que se assumiu como

anti-naturalista, anti-positivista, anti-classicista e anti-racionalista

e cujos poetas usavam as palavras pelo seu valor simbólico

que não pelo significado concreto.

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Foi há 120 anos (31.07.1886), que ocorreu num SB: morreu, em Bayreuth, na Alemanha, com 74 anos, Franz Liszt, compositor teuto-húngaro do Romantismo. Decorria o reinado de Guilherme I, 1º Kaiser (Imperador) da Alemanha unificada e rei da Prússia. Em Inglaterra reinava a rainha Vitória, da Casa de Hanôver. Em Portugal reinava D. Luís (32º) e o governo era liderado por Luciano de Castro. Pontificava, na igreja de Roma, o papa Leão XIII (256º).

Franz Liszt (Liszt Ferenc em húngaro) nasceu a 22.10.1811 na Boémia (que corresponde a grande parte da actual República Checa)

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curiosamente,

na língua checa não há distinção entre os adjectivos “boémio” e “checo”.

Ambos correspondem à mesma palavra:

Česky

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Liszt, que começou por aprender com o pai, revelou-se, logo aos 6 anos de idade, um tão extraordinário virtuoso do piano que o príncipe Esterházy (*) facultou à sua família os necessários meios para se instalar em Viena, e para o pequeno Liszt receber uma educação musical adequada. Em Viena Liszt teve como professor de composição, Salieri, e de piano, Czerny.

Aos 12 anos Liszt consagrava-se como concertista. Aos 14 anos compunha uma opereta, Don Sanche.

As suas obras, expressivas e românticas, incluem música para piano, como os Estudos Transcendentais (1851), missas e oratórias, canções, música para órgão e uma sinfonia. E fez inúmeros arranjos para piano a partir das obras de Beethoven, Schubert e Wagner. E compôs, ainda, as famosas Rapsódias Húngaras.

Liszt foi um dos pioneiros da forma do poema sinfónico e o primeiro pianista de sempre a dar recitais para piano solo, tocando sem pauta.

Mais tarde, entre 1848-59 (entre os 37 e os 48 anos), enquanto director musical e maestro em Weimar, divulgou a música de Berlioz e Wagner.

Depois retirou-se para Roma e dedicou-se à religião católica, tornando-se padre em 1865.

(*) Esterházy:

é o nome (apelido) de uma família nobre húngara

de que uma parte se estabelecera em França nos finais do século XVII.

É interessante recordar que um processo judicial

muito mediático e muito célebre

– o caso Dreyfus –

ocorrido em finais do séc. XIX,

tem este nome ligado a si.

Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy (1847- 1923)

foi um oficial do exército francês

que se veio a provar culpado do crime de traição

de que o oficial Alfred Dreyfus, de origem judaica,

tinha sido injustamente condenado.

Esterhazy foi o verdadeiro autor do “le bordereau”.

“O memorando", foi, pois,

o nome como em 1884

a imprensa francesa passou a designar

o documento descoberto

por uma empregada de limpeza na Embaixada Alemã em Paris,

Madame Bastian, no cesto dos papéis do adido militar alemão,

o tenente-coronel Schwarzkoppen.

Madame Bastian entregou os papéis aos serviços secretos franceses, que logo concluíram que existia um traidor entre os oficiais franceses, que fazia espionagem para os alemães.

O bordereau despoletou assim o caso Dreyfus.

Era a única prova que fundamentava a condenação

(que se provaria injusta)

de Alfred Dreyfus.

Vários pormenores

– entre eles, a assinatura do documento,

erros de linguagem técnica e gramaticais –

contribuíram, no entanto, para se chegar à conclusão de que

não era Dreyfus o autor do crime de traição,

mas sim Esterhazy.

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Estão decorridos 94 anos (31.07.1912), foi numa QA: nasceu, em Brooklyn, Nova York, Milton Friedman, economista norte-americano. Decorria o mandato do 27º presidente dos EU, William Howard Taft, do partido Republicano. Em Portugal, implantada a República, menos de dois anos antes, era presidente Manuel de Arriaga e, desde o mês anterior estava em exercício o III Governo Constitucional, presidido por Duarte Leite. Em Roma pontificava Pio X (257º).

1912 foi o ano em que nasceram, também, Jorge Amado (a 10.08) e o dramaturgo francês, de origem romena, Eugéne Ionesco (26.11), ambos já falecidos (em 06.08.2001 e 28.03.1994 respectivamente).

Originário de uma família pobre, emigrada da Rússia, Milton Friedman, estudou nas universidades de Rutgers, New Jersey (curso de Ecomomia), Chicago (mestrado) e Columbia, e foi professor de economia na Universidade de Chicago, entre 1948 e 1979.

O seu posicionamento ortodoxo nessa área fez-lhe muitos adversários, no plano das ideias, e foi motivo de muitas controvérsias.

“Os estudos de econometria levaram Milton Friedman a fundar a chamada "escola monetarista" que, em síntese, estabelece uma forte correlação entre a oferta de moeda e o nível de actividade económica. Ao longo das décadas de 60 e 70 [do séc. XX] Friedman foi uma das poucas vozes a defender a disciplina monetária (e fiscal) como única saída para o surto de inflação que os governos em quase todos os quadrantes do mundo estavam provocando. Até mesmo os Estados Unidos chegaram a ter quase 20% de inflação anual no final do governo Carter (1980)”.

Hoje, por exemplo, ele defende a extinção pura e simples do Federal Reserve (Banco Central americano) e do Fundo Monetário Internacional porque as suas confusas políticas monetárias têm causado enormes danos à economia americana e à mundial.

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O monetarismo é, pois,

a corrente de pensamento económico

que coloca o dinheiro no centro da política macroeconómica.

Corrente que foi bastante criticada pelos keynesianos,

com o argumento de que o aumento de moeda em circulação, pelos governos,

gera mais inflação que emprego.

Erradas ou não,

a verdade é que as políticas monetaristas

foram largamente adoptadas na década de oitenta da centúria finda,

em resposta à inflação causada pela espiral dos preços do petróleo em 1979.

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Milton Friedman é autor de várias obras da área do conhecimento em que se especializou, a mais conhecida das quais é Capitalism and Freedom (1962).

Aí, Friedman não discorre, apenas, acerca da pura economia. Numa linguagem acessível e coloquial, aborda questões como a da relação entre liberdade económica e liberdade política, o papel do governo numa sociedade livre, política fiscal, educação, monopólio, distribuição de rendimentos, bem-estar social e combate à pobreza.

O facto de “vivermos numa sociedade, em grande medida, livre, tendemos a esquecer o limitado espaço de tempo e a parte do Globo na qual surgiu o que se chama de liberdade política: o estado típico da humanidade é a tirania, servidão, miséria. O século XIX e o começo do século XX no mundo Ocidental destacam-se como uma excepção à tendência histórica de desenvolvimento” - afirma.

Friedman foi conselheiro do governo chileno do General Pinochet e muitas de suas ideias estiveram na base de medidas tomadas na primeira fase do governo Nixon.

As suas realizações nos campos da análise do consumo, da história monetária e das teorias económicas, valeram-lhe o Prémio Nobel da Economia, em 1976.

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Foi há 87 anos (31.07.1919), numa QI: nasceu, em Turim, o escritor e cientista italiano Primo Levi. Reinava em Itália, Vítor Emanuel III e o governo era presidido por Francesco Saverio Nitti. Em Portugal, era PR o almirante João do Canto e Castro, do Partido Nacional Republicano (Partido Sidonista), que fora ministro da Marinha de Sidónio Pais e que sucedeu ao ditador, após o assassinato deste, no ocaso da República Nova (de certo modo, prenúncio do Estado Novo). O governo era presidido por Sá Cardoso (da ala moderada dos democráticos). No Vaticano pontificava Bento XV (258º).

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“É dever do homem justo fazer guerra a todo o privilégio não merecido,

na certeza de que se trata de uma guerra sem fim”

Primo Levi

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1919, o ano em que nasceu Primo Levi, foi o ano em que:

- no rescaldo da I Grande Guerra, e assinado o armistício, se iniciou a conferência de Paz em Versalhes (18.01);

- foi derrotada a “Monarquia do Norte”, proclamada no Porto, por Paiva Couceiro (13.02);

- Benito Mussolini fundou o Partido Fascista Italiano (23.02);

- foi publicado o decreto que instituiu as 8 horas de trabalho diárias, ou seja, a semana de 48 horas (mantendo, portanto, os seis dias de trabalho, de Sg a SB). Na mesma data, estabelecida a obrigatoriedade dos seguros sociais na doença, nos acidentes de trabalho e na invalidez (07.05);

- foi assinado o Tratado de Paz de Versalhes entre a Alemanha e os aliados, pondo fim à I Guerra Mundial, tratado este cuja primeira parte criava e regulamentava a Sociedade das Nações (28.06);

- foi fundada a CGT, Confederação Geral do Trabalho (13.09);

- nasceu a poetisa e escritora Sophia de Mello Breyner Andresen (06.11);

- morreu o pintor francês Pierre Auguste Renoir (03.12);

- nasceu o professor universitário e ensaísta Joel Serrão (12.12);

- foi fundada a Confederação Patronal;

- foi criada a Faculdade de Letras do Porto;

- saiu o diário sindicalista A Batalha;

- se verificou um surto de gripe pneumónica em todo o país, que faria mais de 102 mil vítimas mortais.

Um dos poucos sobreviventes do campo nazi de Auschwitz, P. Levi morreu igualmente em Turim, aos 11.04.1987, perto de completar os 68 anos: apareceu morto num poço. Ainda hoje os biógrafos se interrogam se foi acidente ou suicídio.

Sobreviveu para voltar à sua cidade natal e deixar um dos mais extraordinários testemunhos sobre o Holocausto.

«Dedicou o resto da sua vida à procura incessante da resposta para a pergunta essencial de Auschwitz: “O que é um homem?

Químico por formação, mas escritor por força do destino, Levi escreveu dezena de títulos, entre memórias, ensaios, ficção e poesia. A sua obra é frequentemente vista como uma ponte entre dois mundos: antes e após Auschwitz. Primo Levi é, às vezes, lembrado por ter dito que quem passou por campos de concentração nazis se divide em duas categorias “os que calam e os que falam”. Foi justamente a necessidade de falar, de curar suas feridas espirituais, que levou Primo Levi a construir uma das obras fundamentais sobre os horrores criados pelo regime nazi. A sua obra é uma penosa interrogação sobre a natureza humana. Um testemunho sobre o “mal absoluto” e de como seres humanos conseguiram preservar sua humanidade intacta em face deste mal».

Primo Levi foi autor de, vg, É isto um Homem?, Se não Agora, Quando? e A Trégua.

O livro É isto um Homem? inicia-se (assim como seus outros livros) com uma poesia, com versos duros e amargos.

Em 1963, logo depois de publicar ‘A Trégua’, Levi declara que considerava encerrado seu trabalho testemunhal. Mas nunca lhe foi possível manter esse propósito. Já que ele afirmava... “Com o passar dos anos, essas recordações não empalidecem nem se dissipam, ao contrário, se enriquecem com detalhes”.

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Na mesma data é estabelecida a República de Weimar na Alemanha do pós-guerra. No Reino Unido reinava Jorge V, da Casa de Windsor, avô de Isabel II. Nos EU exercia o seu mandato o 28º presidente, Thomas Woodrow Wilson, do partido Democrata.

República de Weimar é o nome que se dá à república constitucional da Alemanha entre 1919 e 1933, que seguiu um modelo parlamentar democrático em que o presidente da República nomeava um chanceler, responsável pelo poder Executivo, e cujo poder Legislativo era constituído por um parlamento (Reichstag).

O regime foi desvirtuado com a eleição de partidos anti-democráticos para o reichstag e, mais tarde, completamente subvertido por Hitler, após a sua nomeação como chanceler em 1933.

Weimar... Porque foi aí, nessa cidade, que, em Fevereiro de 1919, se reuniu a Assembleia Constituinte com o fim de elaborar uma constituição democrática.

A cidade de Weimar notabilizou-se por ter sido berço ou morada e sepultura de nomes grandes da cultura alemã, como Goethe e Schiller, entre outros, e, mais tarde, Nietzsche (já quando se encontrava louco).

Foi no edifício do teatro desta cidade que foi proclamada a República de Weimar. A poucos quilómetros de distância situa-se o campo de concentração nazi de Buchenwald.

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Aconteceu há 62 anos (31.07.1944), era uma SG: nasceu Geraldine Chaplin, actriz norte-americana. Franklin Delano Roosevelt, eleito pelo partido Democrata, era o 32º presidente dos EU. Em Portugal, a Ditadura do Estado Novo ganhava raízes, com Carmona no 18º ano consecutivo na função de PR (e ficaria mais sete – só sete porque morreu, entretanto), por vontade e determinação do líder do regime, Salazar, que, detentor de poder (ministro das Finanças) desde 1926 (os mesmos 18 anos), poucos menos levaria de líder absoluto e incontestado (entre os seus).

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Recordo que, já em 21.10.1929

(ainda que, aparentemente, só ministro)

decorre na sala do Conselho de Estado a “manifestação dos municípios”

cujo objectivo é demonstrar o “apoio da Nação” a António de Oliveira Salazar!

Está claro que já não era só ministro!

Salazar, entretanto, converteu a República

numa monarquia absoluta,

aparentemente electiva.

De que ele era o todo-poderoso monarca.

A cúpula do sistema era designada vitaliciamente.

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No Vaticano prosseguia o pontificado do papa Pio XII (260º)

Geraldine era a filha mais velha de Charlie Chaplin, embora seja fruto do seu quarto casamento, com Oona O’Neil.

Foi casada, por um curto período de tempo, com o realizador espanhol Carlos Saura, nascido em 1932, de quem teve um filho, Shane.

É muito extensa a sua filmografia, de que destaco O Dr Jivago (1965), de David Lean, em que contracenava com Omar Sharif. Sharif desempenhava o papel do Dr Jivago e Geraldine o de Tonya, sua mulher. O filme baseava-se no romance homónimo de Boris Pasternak.

E Hable Com Ella/Fala Com Ela, mais recente, de Pedro Almodôvar onde ela desempenha o papel de Katerina Bilova.

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Foi há 43 anos (31.07.1963), era uma QA: o Conselho de Segurança da ONU aprova a resolução que condena a política para os territórios africanos sob administração portuguesa do regime da ditadura de Salazar.

Entre os que hoje têm mais de 55 anos, quem não se recorda da “manifestação espontânea” de 27.08.1963? Nessa data a UN organiza uma manifestação, em Lisboa, no Terreiro do Paço, para simular o apoio do País à política colonial do governo.

Era a resposta do regime ao puxão de orelhas do Conselho de Segurança da ONU.

Orgulhosamente sós”, replicava o ditador.

“Manifestação nacional no Terreiro do Paço, em Lisboa, de apoio à política ultramarina do Governo, que serviu de base à legitimidade da política de defesa ultramarina do Governo português”

No dia 10 desse mês de Julho, Craveiro Lopes criticara alguns aspectos da “política ultramarina” do governo e no dia 12, “discurso de Salazar sobre o problema do ultramar, que teve grandes repercussões internacionais e levou os nacionalistas a reafirmarem a continuação da luta”

Aos 11.04.1963: publicação da Encíclica Pacem in Terris do Papa João XXIII com referência explícita à independência de todos os povos.

Em 10.06.63: primeira cerimónia do Dia da Raça realizada no Terreiro do Paço, em Lisboa, de homenagem às Forças Armadas.

A 16.07.1963: encontro de Salazar com Benjamim Pinto Buli, dirigente de uma das facções da FLING (Frente de Luta pela Independência da Guiné), criada em Maio desse ano de 1963 – cfr site O Portal da História/História de Portugal, sob a rubrica Cronologia da Guerra no Ultramar – de 1961 a 1974.

É, pois, de 31.07.1963 a Resolução do Conselho de Segurança da ONU que rejeita o conceito português de «províncias ultramarinas», decidindo que a situação perturbava seriamente a paz e a segurança em África, apelando a Portugal para reconhecer o direito de autodeterminação e independência – idem

Na mesma data, os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha, opõem-se, no Conselho de Segurança da ONU, à aplicação de sanções contra Portugal. (Por sinal, no dia 29.05, Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros, é recebido por Kennedy e Dean Rusk. E quinze dias antes do seu assassinato, o mesmo ministro é recebido por Kennedy, a 7 de Novembro) - idem.

Aos 29.08.1963: início das conversações de George Ball, representante do governo americano, com Franco Nogueira e Salazar, em Lisboa, em que se evidenciam as divergências relativamente aos conceitos de autodeterminação e do factor tempo no problema africano.

No dia seguinte: encontro de George Ball, subsecretário de Estado americano, com Salazar, sendo debatida a atitude americana face à política colonial e a presença dos EUA nos Açores.

Em 09.12 do mesmo ano: convite do Governo português ao secretário-geral da ONU, U'Thant, para visitar Angola e Moçambique

Logo de seguida, em 11.12: Resolução do Conselho de Segurança da ONU, a confirmar o conceito de autodeterminação da Declaração Anticolonialista e a deplorar a inobservância da resolução de 31 de Julho de 1963.

Tudo isto depois de a diplomacia portuguesa se ter desdobrado em múltiplas acções no sentido de tentar convencer o mundo do seu (do mundo) erro e da bondade das teses da ditadura portuguesa: 16.10: início de conversações entre Portugal e alguns países africanos, sob a égide da ONU, que incidiram, sem acordo, no sentido e no alcance do conceito de autodeterminação; isto depois da:

. Realização da XVIII Assembleia Geral da ONU, em que os países afro-asiáticos atacam a política colonial portuguesa;

. Realização de conversações entre representantes portugueses e africanos, promovidas por U'Thant, secretário-geral da ONU, que virá a apresentar um relatório ao Conselho de Segurança sobre estas conversações.

Data de 16.09.1963 o início de uma visita de Américo Tomás a Angola.

E uma semana depois, 23.09, o ministro da Defesa, general Gomes de Araújo, chega a Moçambique para uma visita ao território

Tudo isto em resposta a reacções, em todo o mundo, contra a política colonial portuguesa. Mas, obviamente, para o regime português o mundo é que estava errado.

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Aconteceu há 35 anos (31.07.1971), e caiu num SB: os astronautas norte-americanos David R. Scott e James B. Irwine entram no seu veículo lunar e passeiam pela superfície da Lua. Nos EU decorria o mandato do 37º presidente, Richard Milhous Nixon. Na Grã-Bretanha reinava Isabel II. Em França era presidente Georges Pompidou. Em Portugal ainda era PR o almirante Américo Tomás e ao governo presidia Marcelo Caetano. No Vaticano pontificava Paulo VI (262º).

Tratava-se da missão da Apolo 15, tripulada por aqueles dois astronautas e ainda por Alfred M. Worden.

A nave descolou da base da NASA a 26.07.1971, e o módulo lunar alunou quatro dias depois, a 30.07, perto de uma grande fenda natural, e regressou em 07.08 seguinte.

David Scott – o comandante da missão - e James Irwine passaram 19 horas na lua, deslocando-se num jipe eléctrico, baptizado de Lunar Rover.

Antes de iniciarem a viagem de regresso, lançaram em órbita lunar um pequeno satélite de 34 kg.

A existência do veículo para deslocações na lua, a partir da Apolo 15, inclusive, facilitou muito o transporte de equipamentos e a recolha de material (rochas, vg), além de permitir deslocações a pontos mais distantes do local de alunagem. Assim, enquanto que nas missões iniciais os astronautas percorreram umas centenas de metros, na missão da Apolo 15, como na 16, essas distâncias passaram a ser de algumas dezenas de quilómetros, e na Apolo 17 percorreram mais de 100 km.

O Lunar Rover tinha tracção às quatro rodas, a sua força motriz era assegurada por duas baterias de zinco e prata de 36 volts e tinha uma autonomia de 92 km. O jipe, que na Terra pesava 209 kg, na Lua ficava-se pelos 35 kg (o que leva a concluir que um homem de 75 kg na Lua pesará cerca de 12,5 kg). De salientar, ainda, que o jipe lunar no nosso satélite se deslocava à louca velocidade de 14 km/h. Mas um dia, numa descida, atingiu a vertiginosa velocidade de 18 km/h.

Nas três missões Apolo em que foi utilizado, o jipe não teve qualquer problema técnico, mas criou algum embaraço à tripulação da Apolo 17: numa deslocação, e distante do módulo de alunagem, o guarda-lamas traseiro esquerdo partiu-se, fazendo com que o pneu projectasse uma nuvem de poeira que envolveu os astronautas e lhes impediu a visão. (É que a superfície lunar é coberta por uma camada de poeira muito fina). E então, ou eles teriam de regressar a pé ao módulo lunar, ou conseguiam solucionar o problema. Valeu nessa altura o expediente de Harrison Smith, que conseguiu colar os seus mapas lunares à parte restante do guarda-lamas, resolvendo o problema. A verdade é que Harrison Smith e Eugene Cernan - os austronautas da Apolo 17, que bateram o recorde de permanência na Lua, de um pouco mais que três dias dos nossos, mais exactamente 74h 54m – não ganharam para o susto, mas o engenhoso recurso de Harrison Smith permitiu que o Rover transportasse os 114,8 kg de rochas e “terra” lunar que a missão recolheu durante essa derradeira (até hoje) passagem do homem pelo satélite da Terra.
O Lunar Rover foi deixado abandonado na superfície lunar.

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Foi há 27 anos (31.07.1979), era uma TR: Mota Pinto pediu a demissão (IV Governo Constitucional). Ramalho Eanes era o Presidente da República. Era sumo pontífice romano, desde o ano anterior, o João Paulo II (264º)

O governo de Mota Pinto era um governo de iniciativa presidencial.

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(Governo de iniciativa presidencial

como o foram o anterior (III) do Engº Nobre da Costa

e o seguinte (V) da Engª Maria de Lurdes Pintasilgo,

experiências do general Ramalho Eanes que lhe valeram bastas críticas)

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Mota Pinto pede a demissão na sequência das várias hemorragias que o PSD sofreu, por essa época, de quadros e militantes, para o que o partido encontrou como antídoto a constituição da AD (a Aliança Democrática, com o CDS e com o PPM), em Julho desse ano.

Como Eanes constatou a impossibilidade de os partidos com assento parlamentar chegarem a um entendimento que permitisse a formação de um governo maioritário, dissolveu a AR e convocou eleições intercalares para 02.12.1979. E é nesta sequência que convida, em 31.07.1979, a Engª Maria de Lurdes Pintasilgo para formar o V Governo Constitucional. Logo, outro governo da sua iniciativa.

Governo que toma posse no dia 14 do mês seguinte e que vigorou até 03.01.1980. Governo a prazo, naturalmente, que cedeu o lugar ao VI Governo Constitucional, liderado por Sá Carneiro, dado que a AD saiu vitoriosa das eleições de Dezembro anterior.

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Aconteceu há 20 anos (31.07.1986), e foi numa QI: as agências Notícias de Portugal e ANOP assinam o protocolo para a constituição de uma única agência de notícias, a LUSA, a concretizar a 01.01.1987. Mário Soares é presidente da República, desde Fevereiro anterior. Estava em exercício o X Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II (264º).

As agências noticiosas são empresas de informação que se situam entre os eventos e os meios de comunicação social que informam o grande público.

As agências noticiosas têm correspondentes em muitos pontos do globo, substituindo-se, assim, em encargos, aos meios de comunicação social seus clientes, a quem transmitem uma informação cada vez mais em cima do acontecimento e de melhor qualidade.

A comunicação tem sido um dos principais obreiros da globalização.

Actualmente não há local ou facto que não tenha uma imediata cobertura.

Sem o intermediário papel das agências seria difícil aos meios de comunicação, por maior referência que sejam ou por maior que seja a sua dimensão, proporcionar aos seus consumidores – leitores, ouvintes ou telespectadores – um serviço tão célere e de qualidade.

Uma função do jornalismo nos regimes democráticos é fiscalizar os poderes públicos e privados e assegurar a transparência das relações políticas, económicas e sociais. Daí que os media sejam comummente designados de Quarto Poder (depois dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).

A propósito da passagem dos 190 anos do nascimento do barão de Reuter, o alemão Paul Julius von Reuter, em 21.07.1816, e da fundação, por ele, da Agência Reuters, em Londres, em 1851, recentemente, no dia 21 do corrente mês, deixei, aqui, uma breve síntese da história dos meios de comunicação social.

Ali se alude, nomeadamente, às anteriores agências noticiosas portuguesas que antecederam a LUSA, a Notícias de Portugal e a ANOP.

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Passaram-se 15 anos (31.07.1991), foi numa QA: em Moscovo, assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START) pelo presidente norte-americano George Bush (pai) e o presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev que anunciam a sua co-promoção de uma conferência da paz no Médio Oriente. No Reino Unido prosseguia o reinado de Isabel II e o executivo era dirigido por John Major. Em França decorria o mandato presidencial de François Mitterrand. Em Portugal, Mário Soares iniciara, pouco antes, o seu segundo mandato presidencial, e o governo (o XI Governo Constitucional) era liderado por Cavaco Silva. Prosseguia o pontificado do papa João Paulo II (264º).


Gorbachev, era então, o primeiro presidente soviético eleito. E executava o seu projecto que se sintetizava nas expressões glasnost ("transparência") e perestroika ("reestruturação"), que apresentara no 27.º Congresso do Partido Comunista Soviético em Fevereiro de 1986.

Estava ultrapassada a política da “guerra fria”, que durante mais de quatro décadas opôs os dois colossos mundiais, desde finais da II Guerra Mundial até a chegada à cúpula do poder da URSS de Gorbachev.

O Tratado de Moscovo, com base no qual os Estados Unidos reduzirão suas ogivas nucleares estratégicas em cerca de dois terços, "não é apenas um novo tratado, mas um novo tipo de tratado", afirma Richard A. Davis, do Departamento de Estado. Ele reflecte a confiança e cooperação mútua no novo relacionamento estratégico entre os Estados Unidos e a URSS, fornecendo "grande nível de flexibilidade para que cada Parte atenda a contingências futuras imprevistas."

A nova estrutura estratégica russo-americana "foi surpreendentemente bem sucedida até aqui", mas "muito ainda precisa ser feito" para satisfazer à agenda de segurança nuclear e não-proliferação nuclear, afirma Michael O'Hanlon, em Estudos de Política Externa do Instituto Brookings.

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Decorreram cinco anos (31.07.2001), foi numa TR: morreu, em Lisboa, o marechal Francisco da Costa Gomes, aos 87 anos. Começara, pouco antes, o segundo mandato presidencial de Jorge Sampaio, e o governo em exercício era o XIV Governo Constitucional, de António Guterres. Prosseguia o longo pontificado do polémico papa João Paulo II (264º).

O marechal Costa Gomes nasceu, em Chaves, aos 30.06.1914 e, entre outros cargos, foi Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas/CEMGFA, no governo de Marcelo Caetano, cargo de que foi demitido em 14.03.74 por não ter participado (tal como Spínola, vice-chefe do mesmo EMGFA) na manifestação da "brigada do reumático" nessa mesma data - como ficou conhecida a cerimónia, ocorrida em S. Bento e levada a cabo por um grupo de oficiais generais, dos três ramos das Forças Armadas, de apoio a Marcelo Caetano e à “política ultramarina” do governo, que vinha sendo tão contestada.

Mas Costa Gomes foi também membro da Junta de Salvação Nacional/JSN (órgão máximo da estrutura intercalar do poder entre o 25 de Abril e a normalização do regime), em 25.04.1974, e em 29.04.1974 voltou a ser o CEMGFA. Foi ainda Presidente da República, por designação da JSN, desde 30.09.1974, após a renúncia do general Spínola (na sequência da fracassada manifestação da direita radical - «maioria silenciosa» - que o apoiava como líder de um movimento contra-revolucionário) até 14.07.1976, data em que tomou posse o novo PR, general Ramalho Eanes, eleito por sufrágio directo e universal em 27.06 anterior.

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Foi há 2 anos (31.07.2004), num SB: morreu Laura Betti, aos 70 anos, actriz e encenadora italiana. Em Itália era PR arlo Azeglio Ciampi, e o governo era liderado por Sílvio Berlusconi. Em Portugal, decorria o segundo mandato presidencial de Jorge Sampaio, e estava em exercício o XVI governo Constitucional, constituído e liderado pelo frívolo, incompetente e irresponsável Santana Lopes, depois de indigitado (como nº 2 do respectivo partido) por Durão Barroso que, a meio da legislatura, se demite para exercer o cargo de presidente da comissão europeia, e depois de o Presidente da República, Jorge Sampaio, que tinha como alternativa dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas, ter aceite essa indigitação. (Passado poucos meses, o presidente Sampaio corrigiria a mão, perante o desastre que se revelou esse governo, e pressionado por toda a opinião pública, designadamente por muitos sociais-democratas).

“Se para cada grande cineasta há uma grande actriz - como Fanny Ardant nas mãos do francês François Truffaut e a italiana Monica Vitti nos clássicos de Michelangelo Antonioni -, então ao director italiano Pier Paolo Pasolini coube a misteriosa Laura Betti”. Na verdade, Laura Betti foi uma figura de referência no cinema de Pier Paolo Pasolini.

A italiana Betti, que actuou em alguns dos principais filmes do realizador, é a responsável pelo documentário poético Pier Paolo Pasolini e a Razão de um Sonho, sobre a vida e obra do cineasta. “Trata-se de uma obra muito particular, um filme de poesia", afirmou ela à Reuters.

A Razão de um Sonho teve pré-estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza de 2001. O documentário teve três projecções, todas com lotação esgotada.

O filme também mistura cenas de seus clássicos - como O Evangelho Segundo Mateus e Mamma Roma. Sobre O Evangelho, Pasolini comentara: "resolvi não fazer nenhum tipo de concessão ao público. Resolvi filmar a maior história já escrita de todos tempos". (entre nós, o Evangelho Segundo Mateus foi traduzido por Evangelho Segundo São Mateus).

Laura Betti começou a actuar ao lado de Pasolini na produção de 1963 La Ricotta - terceiro episódio de um filme realizado com Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard e Ugo Gregoretti.

Nas décadas de 1960 e 1970, Pasolini criou muita polémica e chocou a conservadora classe média italiana com seus filmes. Em Teorema, de 1968, Betti interpreta a empregada doméstica Emília que se infiltra numa família burguesa e faz sexo com todos na casa, subvertendo a ordem das coisas.

Com esse papel, ela ganhou o prémio Coppa Volpi de melhor actriz no Festival de Veneza.

O Festival de Veneza

(Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica)

é um festival internacional de cinema

que é realizado anualmente na cidade de Veneza, desde 1932.

Trata-se de uma mostra competitiva cuja principal prémio, o de melhor filme, é denominado Leão de Ouro (italiano: Leone d'Oro).

Realizado desde 1932 (Esposizione Internazionale d'Arte Cinematográfica), o Festival de Veneza é o mais antigo dos festivais de cinema do mundo. A exemplo de Cannes, o Festival de Veneza tornou-se uma referência obrigatória no mundo cinematográfico.

Os prémios são: Leão de Ouro para o melhor filme, o Leão de Prata para a melhor realização, a Coppa Volpi para melhor actriz, o Prémio Marcello Mastroianni a um jovem actor ou actriz emergente.

Considerado um dos maiores realizadores do pós-guerra, Pasolini foi também um grande poeta, escritor e filósofo.

"Não sou a pessoa certa para responder qual o melhor filme de Paolo, porque não vejo os seus filmes de um ponto de vista crítico", afirma Betti, que conclui: “até as curtas-metragens são obras-primas, são maravilhosas”.

Segundo Betti, se Pasolini estivesse vivo estaria "pintando, escrevendo e fazendo alguns poucos filmes". Mas ela recusa falar sobre a relação entre eles. Apenas adianta: "foi uma verdadeira amizade e algo mais. Só que essa parte da história é minha vida pessoal e eu guardo para mim".

Depois da morte misteriosa de Pasolini, aos 53 anos, em 1975 (apareceu morto e desfigurado numa praia de Óstia, pela polícia), muitos acreditam que ele foi assassinado a mando dos sectores da extrema direita italiana por ser uma voz inconveniente na Itália.

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