Como sempre, recordo:
Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.
.
ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 17 DE OUTUBRO DE 2011 (MMXI) DO CALENDÁRIO GREGORIANO
Que corresponde ao
Ano de 2764 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4707 a 4708 do calendário chinês
Ano 5771 a 5772 do calendário hebraico
Ano 1432 a 1433 do calendário islâmico
Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
Por outro lado
2011 é o
ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO
ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA
ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS
É ainda o
DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA
O submundo de um bairro de lata
(favela do Morro da Providência, na Baía, Brasil)
"O meu maior sonho é ser pobre um dia!
Porque ser todos os dias, é terrível”
(Anónimo)
Aconteceu há vinte e quatro anos, no SB 17 de Outubro de 1987: milhares e milhares de cidadãos reuniram-se na Praça do Trocadéro, em Paris, para comemorar a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos e para proclamar que a pobreza extrema é uma violação desses direitos fundamentais. A mensagem que, então, passaram, em essência, foi a seguinte: "Onde os Homens estão condenados a viver na miséria, aí os Direitos Humanos são violados. Unir-se para os fazer respeitar é um dever sagrado"
O poder político no Ocidente estava, então, assim distribuído:
A França era na altura governada por François Mitterrand (num regime presidencialista do Presidente).
Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda era, desde há 35 anos, como é hoje, ainda, Isabel II, da Casa de Windsor e primeiro- ministro era, então, Margaret Thatcher, do Partido Conservador.
Chanceler da Alemanha (num regime presidencialista do Chefe do governo) era Helmut Kohl do Partido da Democracia Cristã (CDU).
Na Itália (igualmente um regime presidencialista do primeiro-ministro) governava Giovanni Goria.
Nos EUA decorria o 2º mandato do 40º Presidente, Ronald Reagan, do Partido Republicano.
Em Portugal corria o 1º mandato do 17º Presidente, Mário Soares, do Partido Socialista. E Primeiro-ministro era Cavaco Silva (1º mandato), do Partido Social-Democrata.
Em Espanha reinava, desde 1975, o 16º monarca da Espanha unificada, Juan Carlos I, neto de Afonso XIII. E o governo era liderado por Felipe González.
Na suprema direcção da Igreja de Roma estava então o papa João Paulo II (264º), desde 1978.
Esse ano de 1987 foi aquele em que:
- Morreu João Gaspar Simões, escritor, crítico literário, ensaísta, biógrafo e um dos fundadores da revista Presença (06JAN).
- Morreu o cantor de intervenção Zeca Afonso, aos 58 anos incompletos (23FEV).
- Otelo Saraiva de Carvalho é condenado a 15 anos de prisão já que é considerado responsável pelas “actividades terroristas” das FP25 (Forças Populares 25 de Abril) (20MAI).
- Uma equipa de médicos portugueses realiza, pela primeira vez no nosso País, um transplante de medula (02JUN).
- O livro Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, é traduzido para inglês por iniciativa da UNESCO (22JUN).
- O primeiro governo de Cavaco Silva caiu em consequência de uma moção de confiança apresentada pelo PRD (formado por apoiantes de Ramalho Eanes). Assim, o presidente Mário Soares marca eleições antecipadas para esta data. O PPD/PSD, de Cavaco Silva, consegue a maioria absoluta nestas legislativas (19JUL).
- Cavaco Silva assume a liderança do XI Governo Constitucional, que se manteve até 31OUT1991, cumprindo a legislatura (17AGO).
- Entra em vigor o Acto Único Europeu, prevendo um mercado único para todos os países membros da CE, para vigorar a partir de 01JAN1993.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adoptada e proclamada pela Assembleia-geral das Nações Unidas na sua Resolução 217 A (III), na SX 10 de Dezembro de 1948,como resposta às atrocidades da Segunda Guerra Mundial.
Aí, nessa manifestação de Paris, de há 24 anos, a origem da criação do dia internacional que hoje passa.
Numa perspectiva mais abrangente, alguns designam-no por DIA MUNDIAL CONTRA A POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL.
Uma das consequências da pobreza é a fome. E, acerca da fome, já em 1946 um nome enorme nestas matérias, Josué de Castro, escrevia a sua impressionante, mais constatadora que premonitória, “Geografia da Fome”.
É da recordação desse nome e dessa obra que se ocupa o seguinte excerto:
“No Portugal dos anos 60 (…) um livro de capa vermelha chamou a atenção de muitos. Chamava-se Geografia da Fome e era assinado por Josué de Castro. Lido num repente, tornou-se peça essencial na formação de muitos espíritos e muitas mentes. Dizia assim, no prefácio (a primeira edição era de 1946): "O assunto deste livro é bastante delicado e perigoso. A tal ponto delicado e perigoso que se constituiu num dos tabus de nossa civilização. É realmente estranho, chocante o facto de que, num mundo como o nosso, caracterizado por tão excessiva capacidade de escrever-se e publicar-se, haja até hoje tão pouca coisa escrita acerca do fenómeno da fome, em suas diferentes manifestações." “Josué era brasileiro, pernambucano (o centenário do seu nascimento [comemorou-se em 2008, a 5 de Setembro]) e as suas palavras punham o mundo de alerta.
Num trabalho publicado mais tarde (1967) na revista francesa Porquoi, Josué, professor catedrático, já figura de renome mundial e desde 1947 membro do Comité Executivo Permanente de Nutrição da FAO, escrevia: "Existem duas maneiras de morrer de fome: não comer nada e definhar de maneira vertiginosa até o fim, ou comer de maneira inadequada e entrar em um regime de carências ou deficiências específicas, capaz de provocar um estado que pode também conduzir à morte. Mais grave ainda que a fome aguda e total, devido às suas repercussões sociais e económicas, é o fenómeno da fome crónica ou parcial, que corrói silenciosamente inúmeras populações do mundo.” (Crónica de 17.10.2007, de Nuno Pacheco, no Público)
Traduzidas em números, essas realidades (pobreza, fome, exclusão), tais valores são esmagadores. Impressionantes.
“50 mil pessoas morrem diariamente devido a causas relacionadas com a pobreza e 854 milhões de pessoas passam fome, apesar de a produção alimentar mundial ser suficiente” – confirma Sofia Branco no trabalho abaixo mencionado.
Actualmente, cerca de 19% da população portuguesa (dois milhões e cem mil) é pobre. E 740 mil têm menos de seis euros por dia!
Confirmam os noticiários.
“São oito os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) que as Nações Unidas declararam em 2000 que queriam ver cumpridos até 2015. A erradicação da pobreza não é só o primeiro enunciado, é também o único que, se não for atingido, impede a realização de todos os outros.
Porque ser pobre não é só não ter dinheiro suficiente para comer ou não dispor de um abrigo. É também não ter possibilidades para estudar. Não ter emprego e não saber o que vai ser o dia seguinte. É estar doente e não poder pagar uma consulta no médico nem tratamentos. Ou perder uma criança no parto por falta de cuidados de saúde.” (Reporta Sofia Branco, no mesmo dia, também no Público)
Porque ser pobre não é só não ter dinheiro suficiente para comer ou não dispor de um abrigo. É também não ter possibilidades para estudar. Não ter emprego e não saber o que vai ser o dia seguinte. É estar doente e não poder pagar uma consulta no médico nem tratamentos. Ou perder uma criança no parto por falta de cuidados de saúde.” (Reporta Sofia Branco, no mesmo dia, também no Público)
Perante o problema da pobreza e da fome… não vale a pena fazer ouvidos/olhos de mercador…
Uma voz frágil e débil não se faz ouvir. Mas milhões dessas vozes e dessas imagens não podem deixar de impressionar
Tirânicas são as sociedades que fiscalizam, pedem, exigem, obtêm, legalizam, legislam, puncionam, retêm, subtraem, impõem, taxam, quando não perseguem, param, constrangem e prendem para, depois, se declararem incapazes de oferecer o mínimo ao cidadão que terão despojado, roubado, despido, desnudado.
Michel Onfray
Michel Onfray
(Texto transcrito do blogue “antologia do esquecimento” que todos conhecem por “Insónia”, post de 17.10.2005)
O cidadão médio de um país desenvolvido goza de uma riqueza superior aos sonhos mais loucos de 1000 milhões de pessoas que vivem em países com um rendimento per capita inferior a 200 dólares. São estes, portanto, os países e os indivíduos que têm uma riqueza tal que podiam, sem ameaçar o seu próprio bem-estar, transferir uma parte para os pobres absolutos.
Robert McNamara
Robert McNamara
(Id)
O HORROR DE SER POBRE
Risco c’um traço
(um traço fino, sem azedume)
todos os que conheço, eu mesmo incluído.
Para todos estes não me verão
Nunca mais
Olhar com azedume.
O horror de ser pobre!
Muitos gabavam-se que aguentariam, mas era ver-
-lhes as caras alguns anos depois!
Cheiros de latrina e papéis de parede podres
Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.
As couves aguadas
Destroem planos que fazem forte um povo.
Sem água de banho, solidão e tabaco
Nada há que exigir.
O desprezo do público
Arruína o espinhaço.
O pobre
Nunca está sozinho. Estão todos sempre
A espreitar-lhe pra o quarto. Abrem-lhe buracos
No prato da comida. Não sabe pra onde há-de ir.
O céu é o seu tecto, e chove-lhe lá pra dentro.
A Terra enxota-o. O vento
Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia
Deixa-o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.
Mas nada ajuda
Quem dinheiro não tem.
Bertolt Brecht, in Poemas e Canções, selecção e versão portuguesa de Paulo Quintela, Livraria Almedina, Coimbra, Outubro e 1975.
Risco c’um traço
(um traço fino, sem azedume)
todos os que conheço, eu mesmo incluído.
Para todos estes não me verão
Nunca mais
Olhar com azedume.
O horror de ser pobre!
Muitos gabavam-se que aguentariam, mas era ver-
-lhes as caras alguns anos depois!
Cheiros de latrina e papéis de parede podres
Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.
As couves aguadas
Destroem planos que fazem forte um povo.
Sem água de banho, solidão e tabaco
Nada há que exigir.
O desprezo do público
Arruína o espinhaço.
O pobre
Nunca está sozinho. Estão todos sempre
A espreitar-lhe pra o quarto. Abrem-lhe buracos
No prato da comida. Não sabe pra onde há-de ir.
O céu é o seu tecto, e chove-lhe lá pra dentro.
A Terra enxota-o. O vento
Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia
Deixa-o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.
Mas nada ajuda
Quem dinheiro não tem.
Bertolt Brecht, in Poemas e Canções, selecção e versão portuguesa de Paulo Quintela, Livraria Almedina, Coimbra, Outubro e 1975.
(Id)
Se o autor de qualquer dos excertos acabados de passar dispensa apresentações, parece-me que o de Bertolt Brecht menos as exige.
Michel Onfray, nascido em 1 de Janeiro de 1959, é um filósofo francês.
Afirmam muitos que é, mesmo, o filósofo francês mais lido e o mais popular da actualidade.
Robert McNamara foi secretário de defesa dos Estados Unidos de 1961 a 1968, dos presidentes Kennedy e Lyndon Johnson.
UTOPIAS: Oficialmente as utopias estão mortas, mas a realidade que as alimentou e justificou durante séculos continua bem viva. As desigualdades em todo o mundo, desde o "triunfo" do liberalismo nos anos oitenta, são cada vez maiores. O esbanjamento de recursos nos países mais ricos está a conduzir a humanidade para a sua própria extinção. Como refere Peter Singer, bastava que nestes países, se deixassem de alimentar os animais domésticos à base de cereais e de soja, e estes alimentos fossem distribuídos pelos necessitados, para se pôr fim à fome no mundo.
SOLIDARIEDADE: Centenas de milhões de pobres e famintos em todo o mundo apelam à solidariedade de todos aqueles que se afogam no consumismo e no desperdício.
FOME NO MUNDO AUMENTA: O [actual] Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon recordou numa recente intervenção na sede das Nações Unidas que nenhum país africano estará em condições de alcançar os Objectivos do Milénio em 2015, data que a Declaração do Milénio afiançava em 2000 para que estes fossem cumpridos. Existem duas razões principais para que este compromisso tão solene como urgente fique longe de poder vir a ser realizado. Por um lado, o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis registado nos últimos anos, afectou de modo muito significativo os países menos desenvolvidos, nomeadamente os africanos. Em resultado disso, o número de pessoas com fome no mundo aumentou de 850 para 925 milhões em 2007, tendo o Programa Alimentar Mundial (PAM) sido obrigado a rever o seu apelo, elevando-o de 1,9 mil milhões de dólares para 2,6 mil milhões de dólares. Por outro lado, a ajuda internacional está longe de cumprir o tantas vezes prometido. Em 2005, por exemplo, os países do G8 comprometeram-se a duplicar a sua ajuda ao desenvolvimento a África, coisa que não aconteceu. Segundo o Secretário-Geral da ONU, serão precisos 72 mil milhões de dólares por ano para que o Continente Africano consiga alcançar aqueles objectivos.(…) – cfr Departamento de Informação e Comunicação da AMI 2011, na Internet (sem referência a data precisa)
No Índice Mundial da Fome 2010, produzido pela International Food Policy Research Institute, cerca de mil milhões de pessoas passam fome, levando em consideração o limite estabelecido pela ONU, que são 1.800 quilocalorias por dia.
Em Portugal, em 2007, escrevia-se sobre a fome o seguinte:
17.10.2007, João José Fernandes (*)
Apesar das promessas, os doadores têm vindo a realizar poucos progressos efectivos. Portugal incluído
Uma em cada seis pessoas no mundo vive em condições de pobreza extrema, não tem acesso a medicamentos nem à educação básica, indicam dados internacionais. Em Portugal, um em cada cinco vive em situação de pobreza. Mas a pobreza e a exclusão social não são uma fatalidade; erradicá-la é o desafio da nossa geração. Temos meios e tecnologias suficientes para garantir que toda as pessoas deste planeta possam usufruir de níveis básicos de nutrição, saúde e educação. É este desafio que levou a Oikos a lançar em Portugal, em Junho de 2005, a Pobreza Zero, uma campanha que hoje mobilizará mais de 50 mil pessoas, um pouco por todo o país, na iniciativa Levanta-te e Faz-te ouvir, contra a pobreza e pelos objectivos de desenvolvimento do milénio.
A ocasião não podia ser mais oportuna, se tivermos em consideração dois factores. Em primeiro lugar, o facto de o dia 17 de Outubro ser o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. (…)
Em segundo lugar, a coincidência de estar em curso o debate em torno do Orçamento de Estado para 2008. Com efeito, é no Orçamento do Estado, concretamente no Programa Orçamental da Cooperação para o Desenvolvimento, que se cabimenta grande parte da APD - Ajuda Pública ao Desenvolvimento. A APD é uma das ferramentas que os governos dos países doadores têm para apoiar o desenvolvimento dos países mais pobres.
Na assembleia-geral das Nações Unidas de 1970, os países doadores, comprometeram-se a reservar 0,7 por cento do RNB para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Actualmente, apenas a Dinamarca, o Luxemburgo, a Noruega e a Suécia atingiram esta meta.
Os fluxos de APD têm vindo a perder o seu peso relativo, apesar do reconhecimento geral da necessidade de aumentar a ajuda. Os participantes na Conferência de Monterrei (2002), reconheceram a necessidade de um aumento substancial da ajuda aos países em desenvolvimento, a fim de sustentar a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Os países desenvolvidos foram instados a "efectuar esforços concretos" de modo a atingir a meta das Nações Unidas situada em 0,7 por cento do RNB. Nesse mesmo ano, os governos da UE 15, entre os quais Portugal, comprometeram-se a alcançar a meta individual de 0,33 por cento do RNB em 2006, e 0,51 por cento em 2010.
Apesar destas promessas, os doadores têm vindo a realizar poucos progressos efectivos. Os desembolsos de APD dos 22 países membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE desceram em três mil milhões de dólares em 2006.
Em relação a Portugal, o desempenho também não tem sido brilhante. Em 1993-94, a APD situava-se nos 0,31 por cento do RNB, em 2000 era de 0,26 por cento do RNB e em 2006 foi de apenas 0,21 por cento do RNB, bastante abaixo da meta de 0,33 por cento acordada no âmbito da União Europeia. A qualidade da ajuda e sua orientação para a prioridade da redução da pobreza também tem de melhorar substancialmente.
Alguns progressos têm sido feitos, nomeadamente a aprovação de uma nova estratégia para a cooperação, em 2005; a criação e melhoria do Programa de Orçamentação da Cooperação (PO05); a criação de uma base de dados da cooperação que permite consolidar a informação antes dispersa pelos vários ministérios. Mas muito há a melhorar. Desde logo, aumentar a APD, o que não parece estar a acontecer em 2007, nem vir a suceder em 2008, em que o PO05 prevê uma verba que ronda os 267,6 milhões de euros. Recorde-se que a dotação inicial do PO05 em 2006 se situou nos 270,9 milhões de euros.
Outros aspectos críticos são:
- Aumentar a previsibilidade da ajuda, com um processo de orçamentação que permita a dotação dos programas integrados de cooperação com os países prioritários, nomeadamente os PALOP e Timor-Leste, com um envelope financeiro plurianual, não meramente indicativo.
- Reforçar o papel de coordenação da Ajuda do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, dotando-o dos necessários recursos financeiros e humanos. O orçamento do IPAD tem vindo a diminuir, progressivamente, desde 2005, contra as recomendações do CAD da OCDE. (...)
A mobilização de milhares de cidadãos portugueses, que hoje tem lugar, deve encorajar-nos a todos, Governo, Assembleia da República e sociedade civil, a aceitar o desafio da erradicação da pobreza. Aproveitemos a oportunidade de debate público em torno do Orçamento de Estado de 2008 para começar a operacionalizar este desígnio.
(*) Director executivo da Oikos
A ocasião não podia ser mais oportuna, se tivermos em consideração dois factores. Em primeiro lugar, o facto de o dia 17 de Outubro ser o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. (…)
Em segundo lugar, a coincidência de estar em curso o debate em torno do Orçamento de Estado para 2008. Com efeito, é no Orçamento do Estado, concretamente no Programa Orçamental da Cooperação para o Desenvolvimento, que se cabimenta grande parte da APD - Ajuda Pública ao Desenvolvimento. A APD é uma das ferramentas que os governos dos países doadores têm para apoiar o desenvolvimento dos países mais pobres.
Na assembleia-geral das Nações Unidas de 1970, os países doadores, comprometeram-se a reservar 0,7 por cento do RNB para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Actualmente, apenas a Dinamarca, o Luxemburgo, a Noruega e a Suécia atingiram esta meta.
Os fluxos de APD têm vindo a perder o seu peso relativo, apesar do reconhecimento geral da necessidade de aumentar a ajuda. Os participantes na Conferência de Monterrei (2002), reconheceram a necessidade de um aumento substancial da ajuda aos países em desenvolvimento, a fim de sustentar a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Os países desenvolvidos foram instados a "efectuar esforços concretos" de modo a atingir a meta das Nações Unidas situada em 0,7 por cento do RNB. Nesse mesmo ano, os governos da UE 15, entre os quais Portugal, comprometeram-se a alcançar a meta individual de 0,33 por cento do RNB em 2006, e 0,51 por cento em 2010.
Apesar destas promessas, os doadores têm vindo a realizar poucos progressos efectivos. Os desembolsos de APD dos 22 países membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE desceram em três mil milhões de dólares em 2006.
Em relação a Portugal, o desempenho também não tem sido brilhante. Em 1993-
Alguns progressos têm sido feitos, nomeadamente a aprovação de uma nova estratégia para a cooperação, em 2005; a criação e melhoria do Programa de Orçamentação da Cooperação (PO05); a criação de uma base de dados da cooperação que permite consolidar a informação antes dispersa pelos vários ministérios. Mas muito há a melhorar. Desde logo, aumentar a APD, o que não parece estar a acontecer em 2007, nem vir a suceder em 2008, em que o PO05 prevê uma verba que ronda os 267,6 milhões de euros. Recorde-se que a dotação inicial do PO05 em 2006 se situou nos 270,9 milhões de euros.
Outros aspectos críticos são:
- Aumentar a previsibilidade da ajuda, com um processo de orçamentação que permita a dotação dos programas integrados de cooperação com os países prioritários, nomeadamente os PALOP e Timor-Leste, com um envelope financeiro plurianual, não meramente indicativo.
- Reforçar o papel de coordenação da Ajuda do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, dotando-o dos necessários recursos financeiros e humanos. O orçamento do IPAD tem vindo a diminuir, progressivamente, desde 2005, contra as recomendações do CAD da OCDE. (...)
A mobilização de milhares de cidadãos portugueses, que hoje tem lugar, deve encorajar-nos a todos, Governo, Assembleia da República e sociedade civil, a aceitar o desafio da erradicação da pobreza. Aproveitemos a oportunidade de debate público em torno do Orçamento de Estado de 2008 para começar a operacionalizar este desígnio.
(*) Director executivo da Oikos
Missão da Oikos: Contribuir para o desenvolvimento, implementação e difusão de conhecimentos, atitudes, valores e aptidões sobre as questões sócio-ambientais, incluindo comportamentos e práticas sustentáveis adequadas à realidades locais, de forma a garantir a preservação e a conservação da biodiversidade local para as gerações actuais e futuras. Curiosidade: O nome Oikós é uma homenagem a duas civilizações: a grega, origem da palavra oikos (casa) e a indígena brasileira, que em geral pronuncia de maneira forte a última sílaba de suas palavras. |
E hoje, entre nós, como se apresenta o problema?
«Há pelo menos 300 mil pessoas a passar fome em Portugal
Muitas famílias não conseguem garantir uma alimentação adequada, embora não seja fácil chegar a números. Até porque a "cara da pobreza está a mudar", dizem as instituições
Trezentos mil. Ou melhor, pelo menos 300 mil. É este o número de portugueses que ainda passam fome. O número que "nos envergonha a todos", segundo o Presidente da República. Cavaco Silva lançou o alerta a propósito da iniciativa "Direito à Alimentação", que quer distribuir as sobras dos restaurantes por 4500 instituições de solidariedade e assim matar a fome às famílias carenciadas. "Relativamente à fome faltam dados e temos de nos limitar ao que dizem as instituições que apoiam as famílias carenciadas, nomeadamente o Banco Alimentar, que apontava para 280 mil pessoas há uns meses, antes da crise", explica o investigador Alfredo Bruto da Costa. Um número que entretanto chegou aos 300 mil ao longo deste ano. "Pelo que temos ouvido, pelos apelos de instituições de apoio social, é possível que este número esteja a crescer", acrescenta o especialista que tem estudado a pobreza em Portugal desde os anos 80. E mesmo assim é difícil incluir neste número a "pobreza envergonhada" que não procura ajuda. A crise pode mesmo inverter a tendência de diminuição da pobreza que Portugal registou nas últimas décadas, alerta Alfredo Bruto da Costa. "Em 2008, antes de sermos atingidos pela crise, tínhamos 18% de pobres. Depois disso não sabemos o que aconteceu", conclui. Três instituições que da rua tiram a ideia de que a vida está mais complicada são a Legião da Boa Vontade, a Comunidade Vida e Paz (CVP) e a AMI. "Já não são só os sem-abrigo a procurar carrinhas de distribuição de comida", diz Heloísa Teixeira, da Legião. "A cara da pobreza mudou", reforça Elisabete Cardoso, da CVP. Já a AMI, nos primeiros seis meses deste ano ajudou tantas pessoas como em 2005. "Recebemos pedidos de ajuda de pessoas sem dinheiro para comer, para medicamentos, renda, água ou uma botija de gás para cozinhar", diz Ana Martins. Foi por chegarem cada vez mais pessoas a pedir comida aos restaurantes que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) avançou para a iniciativa "Direito à Alimentação", diz o secretário-geral José Manuel Esteves. "Eram nossos clientes na semana passada e esta semana entram de mão estendida", explica. A AHRESP espera que a rede que está a montar para recolher donativos dos cerca de 25 mil associados e entregá-los às pessoas com fome possa entrar em funcionamento já em Janeiro - abrangendo 4500 instituições de solidariedade espalhadas pelo País. E foi no lançamento desta rede que o Presidente da República disse que nos "envergonha a todos saber que há portugueses com fome". Uma frase que já lhe valeu críticas da esquerda.»
(Artigo de Patrícia Jesus de 12 Dezembro 2010 no DN)
Um registo na Net de 30.04.2008 dava-nos conta do seguinte: Responsáveis de organizações humanitárias portuguesas prevêem um quadro de fome em Portugal ainda mais grave do que o actual devido à subida em curso dos preços dos principais bens alimentares, noticia a agência Lusa. «A situação é preocupante», alerta Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares Contra a Fome, organização que no ano passado ajudou mais de 232 mil pessoas carenciadas em todo o país e se prepara para realizar mais uma campanha de angariação de alimentos no próximo fim-de-semana. A responsável apela, por outro lado, à «serenidade» para «evitar corridas aos mercados» e à acumulação de bens alimentares que tem como consequência fazer disparar ainda mais os preços. «As pessoas estão com a corda ao pescoço», afirma o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), uma estrutura que em Portugal apoiou mais de sete mil pessoas em 2007 através dos oito centros Porta Amiga que tem nos principais centros urbanos do país. Em declarações à agência Lusa, Fernando Nobre atribui esse facto ao endividamento das pessoas, «aliciadas pelos bancos», o que teve como consequência o «empobrecimento da classe média». Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em Outubro de 2007 calculavam em dois milhões o número de pobres em Portugal, o que equivale a um terço da população entre os 16 e os 64 anos. Isabel Jonet, também contactada pela Lusa, destaca, entre os diferentes cenários de pobreza o que é constituído pelos idosos, que além da alimentação têm ainda um grande encargo com medicamentos. «Como não podem deixar de tomar os medicamentos, acabam por comer menos», o que acaba por os colocar no grupo cada vez maior da população portuguesa que necessita de ajuda alimentar, sustenta a mulher que lidera a estrutura constituída por 13 bancos alimentares que recolhem bens doados e os distribuem através de instituições de solidariedade. Isabel Jonet salienta ainda o aumento de pedidos de auxílio vindos de pessoas que têm emprego, mas cujo salário já não lhes chega para pagar as despesas correntes.
Jornal online intitulado “Hoje Macau” - artigo de Carlos M. Cordeiro, de 04.08.2011 - Há fome em Portugal “Num país destroçado pelas crises inventadas pela incompetência e desumanidade de certos políticos, arrastado para um abismo perto da bancarrota, à beira da insolvência geral que poderá provocar a qualquer momento uma qualquer rebelião social (...)”
“(...) Resido no alto da Serra da Estrela. Num local bucólico, frio mas repleto de visionismo generalizado sobre um país onde a sua história de orgulho tem dado lugar ao caixote de lixo da Moody’s. (...) Onde os seus filhos constatam que os empregos terminaram há muito e que o trabalho já vai escasseando. Onde os filhos regressam a casa dos pais com mulher e descendentes. (...) Onde os filhos (deste velho rectângulo historicamente enriquecido por uns descobrimentos ainda mal explicados) decidem conscienciosamente não procriar, pela simples razão de ser impossível sustentar os rebentos. Onde os filhos da nação se remetem para uma sustentabilidade bacoca, fútil e espinhosa onde a única satisfação consiste, de vez em quando, assistir a um concerto dos Coldplay, dos GNR ou do Tony Carreira. Onde os filhos deixaram de poder pagar a saúde, a educação e a segurança social. Onde os filhos perderam a sua privacidade até num qualquer hospital onde um enfermeiro maníaco resolve colocar uma mini câmara nas casas de banho. Onde os filhos deste recanto ainda chamado Portugal vagueiam pelas ruas a pedir esmola, seja no metropolitano, na esplanada de um café, na entrada de um estádio de futebol ou por um restaurante a dentro com uma arma na mão despojando os clientes de todos os seus valores. Onde os filhos se dirigem à Santa Casa da Misericórdia ou à “sopa dos pobres” e simplesmente desabafam: “Ajude-me porque tenho fome”. Num país destroçado pelas crises inventadas pela incompetência e desumanidade de certos políticos, arrastado para um abismo perto da bancarrota, à beira da insolvência geral que poderá provocar a qualquer momento uma qualquer rebelião social (...)
Segundo um inquérito da Deco: Quarenta mil idosos passam fome em Portugal - artigo no Público de 27.10.2009.
Pelo menos 40 mil idosos portugueses não têm capacidade financeira para comprar alimentos, concluiu um inquérito realizado pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco). De acordo com o mesmo estudo, o custo dos produtos alimentares é ainda uma das razões para que não consumam refeições mais saudáveis.
Caracterização das Instituições de Solidariedade Social e das Famílias carenciadas
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e a Pobreza (NOV de 2010): Sumário Executivo dos Inquéritos para Compreender a Pobreza realizados pelo Banco Alimentar e ENTRAJUDA em parceria com a Universidade Católica Portuguesa - Instituições de Solidariedade Social - Os resultados do inquérito (inquérito por via postal e auto-administrado, com 1500 respostas obtidas e validadas) indicam que grande número de instituições de solidariedade social servidas pela rede do BA [Banco Alimentar] está na região de Lisboa e Vale do Tejo (570), seguido da região Norte (566). (…) A intervenção das instituições tem duas grandes áreas: serviços sociais, apoios sociais em espécie. Há 632 instituições (42,1% da amostra) que prestam apoio à infância, 821 instituições (54,7% da amostra) com serviços de apoio a pessoas idosas e 1068 instituições (71,2% da amostra) com diferentes serviços às famílias (alimentos e outros bens, medicamentos, apoios monetários). Procedendo a uma extrapolação dos valores apurados no inquérito estima-se que as instituições da amostra prestem apoio alimentar a cerca de 66.500 famílias, a que correspondem quase 240 mil pessoas. O apoio alimentar facultado às famílias tem periodicidade mensal (699, 64,2% instituições), semanal (179, 16,5%) e diário (210, 19,3%).
Na África subsariana, 199,5 milhões de pessoas vivem em bairros de lata
(Antony Njuguna/Reuters)
Relatório sobre o estado das cidades da ONU-Habitat
Mais de 800 milhões vivem em bairros de lata e a tendência é para aumentar - in Público de 19.03.2010 - Por João Manuel Rocha
O mundo tem, cada vez mais, manchas gigantescas de barracas. Quase 830 milhões de pessoas vivem em bairros de lata, quando, há dez anos, não chegavam a 770 milhões. Sem medidas radicais, a tendência de crescimento vai continuar e em 2020 serão 889 milhões a residir em aglomerados precários, sem condições mínimas.
O diagnóstico é traçado no relatório "O estado das cidades no mundo 2010-2011: reduzir a fractura urbana", ontem divulgado pela agência ONU-Habitat, a poucos dias do V Fórum Mundial Urbano, que se realiza na próxima semana, no Rio de Janeiro.
O crescimento da população que habita em concentrações urbanas sem condições básicas torna pouco relevante o esforço que a agência das Nações Unidas reconhece que os governos têm vindo a fazer: o trabalho desenvolvido permitiu que, na última década, 227 milhões de pessoas deixassem os bairros de lata, ou que os bairros de lata deixassem de o ser.
Explique-se: ainda que essas pessoas permaneçam nos mesmos lugares, estes deixaram de estar classificados na categoria "bairro de lata", porque os alojamentos em que vivem são agora de melhor qualidade e têm acesso a serviços básicos, como distribuição de água e saneamento.
A melhoria de condições de mais de 22 milhões de pessoas por ano ultrapassou em 2,2 vezes a meta fixada nos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, mas a realidade revela que isso é muito pouco para diminuir as manchas de barracas: na última década, 55 milhões de pessoas afluíram a esses aglomerados, engrossando a população urbana do planeta, calculada em 3,49 mil milhões de pessoas - uma pessoa em cada duas.
"Mais inaceitável que nunca"
"Os esforços para reduzir o número de habitantes dos bairros de lata e reduzir a fractura urbana, que é mais inaceitável que nunca, não são satisfatórios nem suficientes", confirma o estudo. "O crescimento urbano é mais rápido do que a taxa de melhoria de condições dos bairros de lata", explicou Gora Mboupa, co-autor do relatório, citado pela agência AFP.
O aumento da população dos bairros de lata é explicado em 50 por cento pelo crescimento natural da população residente, em 25 por cento pelas migrações do campo para a cidade e noutros 25 por cento pela afluxo de quem antes morava em zonas periféricas das grandes cidades.
(…) "Os dados mostram que há países que, quando crescem e se desenvolvem economicamente, reduzem a proporção da população que habita em bairros de lata. É uma mensagem muito importante para o mundo em desenvolvimento", disse Eduardo Moreno, da ONU-Habitat.
O estudo da ONU-Habitat lembra que "nenhum país conseguiu nunca um crescimento económico sustentado e um rápido desenvolvimento social sem urbanização" e observa que as "vantagens competitivas" das cidades são maiores nos países em desenvolvimento, devido à debilidade das infra-estruturas e comunicações no resto do território. Em 2005, as 25 principais cidades do planeta representavam aproximadamente 15 por cento do produto interno bruto (PIB) mundial e as cem maiores eram responsáveis por um quarto da riqueza produzida.
O relatório revela exemplos em que uma só cidade contribui com grande parte da riqueza nacional: Seul cria quase metade do PIB da Coreia do Sul, Budapeste e Bruxelas são responsáveis por cerca de 45 por cento da produção da Hungria e Bélgica, respectivamente.
Falar de pobreza e de fome, é falar de crise.
«Indignados mobilizam milhares em todo o mundo contra a crise» era o título mais destacado da 1ª página do Público de ontem (DM 16.10.11), acerca das manifestações ocorridas na véspera (SB 15).
E o destaque da mesma edição do diário, rezava:
«O protesto contra a crise falou a milhares de vozes, de Lisboa a Seul
Por Miguel Gaspar e Dulce Furtado
Foi um protesto sem precedente à escala planetária…
Um número uniu ontem as quase mil cidades do planeta onde decorreu o protesto global dos indignados, de Lisboa a Nova Iorque: o número 99, símbolo do movimento americano Occupy Wall Street, que afirma falar em nome dos 99% de cidadãos que estão a ser atingidos pela crise global. (…)»
E cá pela paróquia, que se passa em relação à crise?
Não resisto a deixar aqui um vídeo e respectivo texto de Ricardo Santos Pinto que roubei com a devida vénia e mais descarada “lata” (desculpem o plebeísmo) ao blogue Aventar, com o lead OGE de 2012, um instrumento criminoso do governo (e do PS?), o título Pedro Passos Coelho – Best of 2010-2011, e o seguinte texto: «Durante 2010 e 2011, Pedro Passos Coelho disse que sim, disse que não e disse o contrário. Durante várias semanas recolhi, compilei e compus as melhores declarações deste extraordinário homem. Hoje, tenho o prazer de apresentar os melhores momentos de Pedro Passos Coelho.» Ei-los.
Depois o mesmo blogger recorda recentes afirmações deste extraordinário homem, assim como a sua declaração ao país acerca do Orçamento de Estado para 2012.
E, já agora, trago também à colação, dois dos comentários a tal post: um, que cita Pedro Adão e Silva: “Temos o primeiro-ministro – mesmo contando com Santana Lopes – mais impreparado de sempre”. Outro, que esclarece: “Mas ele é PM? Estão todos enganados ele é um figurante inventado pelo verdadeiro PM o ministro Relvas.”
1 comentário:
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