segunda-feira, outubro 24, 2011

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Como sempre, recordo:

Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.
.
ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 24 DE OUTUBRO DE 2011 (MMXI) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2764 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4707 a 4708 do calendário chinês
Ano 5771 a 5772 do calendário hebraico
Ano 1432 a 1433 do calendário islâmico

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado
2011 é o
ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO
ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA
ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS


Hoje é o
DIA NACIONAL DA ZÂMBIA.
DIA DAS NAÇÕES UNIDAS
DIA MUNDIAL DA INFORMAÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO
DIA EUROPEU DA JUSTIÇA CIVIL

E esta semana
de 24Outubro a 31 Outubro – é a
SEMANA DO DESARMAMENTO/SEMANA MUNDIAL DA PAZ



Mas já o Príncipe Afonso aparelhava
O Lusitano exército ditoso
Contra o Mouro, que as terras habitava
D'álém do claro Tejo deleitoso.
Já no campo de Ourique se assentava,
O arraial soberbo e belicoso
Defronte do inimigo Sarraceno,
Posto que em força e gente tão pequeno.
Camões



Na SX 24.10.1147, há 864 anos, deu-se a conquista de Lisboa aos mouros por D. Afonso Henriques e suas forças militares, auxiliado pelos cruzados, então de passagem por Lisboa.


A Europa política estava, na altura, assim constituída:
Em Portugal, como ficou dito, reinava o seu primeiro rei, D. Afonso Henriques, O Conquistador, da Dinastia de Borgonha ou Afonsina.
Monarcas dos reinos cristãos formadores da futura Espanha eram: em Leão, Castela e Galiza, Afonso VII (19), O Imperador, da Dinastia de Borgonha.
Rei de Navarra era Garcia IV (14) da Casa de Aragão e Dinastia Jiménez.
Rainha de Aragão era Petronila (6), a Imperatriz, igualmente da Casa de Aragão e Dinastia Jiménez.
Rei da Alemanha (Germânia) era Conrado III, da Casa de Hohenstaufen.
Em França reinava Luís VII (21), O Jovem, da Dinastia Capetiana.
Pontificava Eugénio III (167º) durante o pontificado do qual se realizou a segunda cruzada (1147-1149), por ele proclamada e pregada por S. Bernardo. Foi este papa que fundou o Sacro Colégio (senado do pontífice romano que o aconselha e auxilia no governo da Igreja).


Segundo antiga lenda, Lisboa foi fundada por um herói mítico Ulisses (Odisseu, em grego), que é a figura central de uma das obras do poeta grego Homero, a Odisseia (a outra foi a Ilíada) que, segundo se crê, será do século VIII a.C.
A epopeia acompanha os eventos da viagem de Ulisses, rei de Ítaca, ao voltar da guerra de Tróia.

Reza ainda a velha tradição que Ulisses, ao passar pelo litoral atlântico da Península Ibérica, teria fundado a cidade depois chamada "Olisipo". Aliás, Ptolomeu, cientista grego que viveu na Alexandria (Egipto) calcula-se que no primeiro século, chamou a cidade de "Oliosipon".

“Cerca 205 a.C. Olisipo [o nome romano da cidade Lisboa, para cujos habitantes, curiosamente, ainda hoje, em lugar de lisbonenses se utiliza mais olisiponenses], alia-se aos Romanos. É absorvida no Império e recompensada pela atribuição da Cidadania Romana aos seus habitantes, um privilégio raríssimo na altura para os povos não italianos. Felicitas Julia Olisipo, como a cidade viria a ser reconhecida, beneficia do estatuto de Município Romano, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, e não paga impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros castros e povoados autóctones, conquistados. É incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital é Emerita Augusta, a actual Mérida (na Estremadura espanhola).” (in
Cidade de Lisboa-História Breve, apud site Tripod.com)



Olisipo situava-se na
província romana da Lusitânia

No fim do domínio romano, Olisipo seria uma dos primeiros núcleos a acolher o cristianismo.

Descobertas arqueológicas feitas perto do Castelo de S. Jorge e da Sé de Lisboa comprovam que a cidade terá sido colonizada pelos fenícios cerca de 1200 a.C.
E, então, outra teoria diz que os fenícios fundaram aqui uma colónia, chamada Alis Ubba, que significa "enseada amena" em fenício. Essa colónia estendia-se na colina onde hoje estão o Castelo e a Sé, até ao rio Tejo, que chamavam Daghi ou Taghi, significando "boa pescaria" em fenício. Porém, com o desenvolvimento de Cartago, também ela uma colónia fenícia, o controlo de Alis Ubba passou para essa cidade.

O magnífico porto proporcionado pelo estuário do rio Tejo transformou a cidade na solução ideal para ser base logística dos navios fenícios destinados às ilhas do Norte que assinalam, ao largo da Cornualha, os confins ocidentais do Canal da Mancha com o Oceano Atlântico, a que os fenícios chamavam Ilhas do Estanho.

“Fenícia foi uma antiga civilização cujo epicentro se localizava no norte da antiga Canaã, ao longo do litoral dos actuais Líbano, Síria e norte de Israel. A civilização fenícia foi uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o mar Mediterrâneo durante o período que foi de 1500 a.C. a 300 a.C. Os fenícios realizavam comércio através da galé, um veículo movido a velas e remos (…).”
Sua civilização estava organizada em cidades-estado, de maneira semelhante à Grécia Antiga; cada uma destas constituía uma unidade política independente, que frequentemente se entravam em conflito e podiam dominar umas as outras - embora também colaborassem através de ligas e alianças. Os fenícios foram a primeira sociedade a fazer uso extenso, a nível estatal, do alfabeto. O alfabeto fonético fenício é tido como o ancestral de todos os alfabetos modernos, embora não representasse as vogais (que foram adicionadas mais tarde pelos gregos). Os fenícios falavam o idioma fenício, que pertence ao grupo canaanita da família linguística semita. Através do comércio marítimo, os fenícios espalharam o uso do alfabeto até o Norte da África e Europa, onde foi adoptado pelos antigos gregos, que o passaram aos etruscos, que por sua vez o repassaram aos romanos.

Entretanto, vieram os celtas que se misturaram com os iberos locais, dando origem às tribos de língua celta da região.

(Neste enredos, o entretanto não significará um momento próximo de outro. Não: entre eles podem decorrer séculos ou milénios)

“Celtas é o gentílico ou etnónimo que designa o conjunto de povos organizados em múltiplas tribos e pertencentes à família linguística indo-europeia que se espalhou pela maior parte do oeste da Europa a partir do segundo milénio a.C. Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas até à conquista daqueles territórios pelo Império Romano.” (In Wikipédia: Celtas)

«O povo celta invadiu a região no primeiro milénio a.C. e através de casamentos tribais com os povos ibéricos pré-romanos aumentaram o número de falantes da língua celta na região. A povoação pré-romana de Olisipo teve origem nos séculos VIII-VII a.C., assentava no morro e na encosta do Castelo. A Olisipo pré-romana foi o maior aglomerado populacional da região de Portugal, estimando-se que a sua população rondasse entre os 2.500 e os 5.000 habitantes. Olisipo seria um local de aportagem para o tráfego marítimo e comércio com os fenícios. Realmente, achados arqueológicos sugerem que já havia trocas comerciais com os Fenícios na região em 1200 a.C., o que leva alguns historiadores a admitir que os fenícios teriam habitado o que é hoje o centro da actual cidade, na parte sul da colina do castelo.» (Wkipédia: Lisboa)

A Grécia Antiga teve, provavelmente na foz do Tejo, uma base comercial durante algum tempo, mas os conflitos que teve com os Cartagineses levaram ao seu abandono.
Depois Roma conquistou Cartago, e a partir de então os romanos iniciam as guerras de pacificação do Ocidente.

Os (3) conflitos armados que opuseram Roma à República de Cartago, cidade-estado fenícia, entre 264 a.C. e 146 a.C., que tiveram como resultado a conquista de Cartago pelos romanos, a História regista-as como Guerras Púnicas (púnicos era o nome dado aos cartagineses pelos romanos).

Recorde-se que após as guerras púnicas Cartago foi destruída, passando Roma a dominar o Mediterrâneo

Lisboa foi conquistada pelos mouros provenientes do Norte de África, no ano 719. Em árabe chamavam-lhe al-Lixbûnâ. E com a ocupação muçulmana (719-1147) construiu-se a Cerca Moura (ainda hoje um largo com o mesmo nome, ali à Graça, no alto de Alfama), nesse tempo destacando-se no seu interior a alcáçova (sua principal fortaleza) e a medina (a parte mais antiga da cidade, em sítio elevado e com castelo). A Lisboa mourisca desenvolveu-se com a construção de novos bairros, intra e extramuros, num tecido espontâneo e anárquico de ruas sinuosas e estreitas, num percurso labiríntico ainda existente no Bairro de Alfama

“Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como sarracenos (e também por mouros, embora este último termo designasse mais correctamente os muçulmanos naturais do Magrebe que se encontravam na Península). (Wikipédia: Islão)

O Magrebe ou Magreb, que significa, em árabe noroeste da África, é uma região africana que abrange, em sentido estrito, Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia e Tunísia (Pequeno Magreb ou Magreb Central). O Grande Magreb inclui também a Mauritânia e a Líbia. Na época do Império Romano, era conhecido como África menor.
A União do Magrebe Árabe foi criada em 17 de Fevereiro de 1989, através do Tratado de Marraquexe, assinado na cidade marroquina do mesmo nome. Os Estados-membros são: Argélia, Tunísia, Líbia, Marrocos e Mauritânia.

Só mais de 400 anos depois os cristãos a reconquistaram graças ao primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, e ao seu exército de portugueses e cruzados, em 24.10.1147. O primeiro rei português concedeu-lhe foral em 1179. A cidade tornou-se capital do Reino em 1255 devido à sua localização estratégica. (Site Tripod.com: Cidade de Lisboa-História Breve)

A primeira tentativa de Afonso Henriques de conquistar al-Ushbuna deu-se em 1137 mas redundou num fracasso. Em 1140 aproveita uma primeira passagem de cruzados por Portugal para novo ataque que novamente falha.



Conquista de Lisboa, da autoria de Roque Gameiro

Assim, D. Afonso Henriques, só sete anos depois, com início «em Junho e Julho de 1147 [alguns sustentam ter o começo da operação sido no 1º de Julho], com a ajuda de uma força mais numerosa de cruzados, cerca de 164 barcos cheios de homens, consegue ser bem sucedido. Enquanto as suas forças portuguesas atacavam pela terra, os cruzados na sua maioria ingleses e normandos, aliciados pelas promessas de pilhagem livre, montaram as suas máquinas de cerco, como catapultas e torres, e atacavam simultaneamente pelo mar e impediam a chegada de reforços vindos do sul. Nos primeiros encontros os muçulmanos vencem os cristãos matando muitos, e a moral dos cruzados fica afectada, ocorrendo vários conflitos sangrentos entre os vários grupos de cristãos.
Conta a lenda que, após muitas tentativas, uma das portas é arrombada e o português Martim Moniz consegue mantê-la aberta com o próprio corpo permitindo que os seus companheiros entrassem, ainda que morrendo esmagado por ela.» (Wikipédia: História de Lisboa)



Episódio do acidente de Martim Moniz

Aquando da tomada de Lisboa aos mouros, em 1147, existia um bispo moçárabe (cristão sob domínio muçulmano) em Lisboa.
Depois da conquista, a diocese foi refeita, ficando por seu bispo o inglês D. Gilberto, vindo com os cruzados: Lisboa ficaria oficialmente ligada (sufragânea) à arquidiocese de Compostela até ao fim do século XIV. Construiu-se a Sé, no local onde fora a mesquita e talvez antes a Sé visigoda, sendo o único monumento românico que resta na capital.


Existe discrepância de datas, entre os autores, acerca da data em que Lisboa terá caído em poder de D. Afonso Henriques: segundo uns, terá sido na Sexta-feira 24 de Outubro, segundo outros, no dia seguinte, Sábado 25, desse ano de 1147.
Uma coisa é certa: a conquista de Lisboa não foi um passeio do nosso primeiro rei; não foi chegar, ver e vencer. Nada disso.

«Estando perto de completar os 38 anos de idade, e já casado com uma princesa que não era de sangue real, mas cuja família se ligara directamente à do rei de França, considerado como verdadeiro rei pelos seus súbditos e pelo próprio imperador da Hispânia, apresentando-se sempre como descendente do glorioso rei Afonso VI, Afonso Henriques não podia, no entanto, esquecer que o seu reino era um país bem modesto quando comparado com a maioria das nações da Cristandade. Não podia esquecer que o papa aceitara o censo que lhe oferecia como “cavaleiro de S. Pedro”, mas o considerava um simples dux [comandante militar]. Para poder satisfazer as suas ambições, precisava de alargar o seu território, de dominar mais cidades além de Coimbra e Braga, e de consolidar, por algum grande feito militar, o prestígio que queria alcançar como extraordinário exterminador dos inimigos da cruz de Cristo. A conquista de Santarém e de Lisboa veio preencher essas ambições.» (in D. Afonso Henriques, de José Matoso, Círculo de Leitores, colecção Reis de Portugal, Lisboa, 2006, pg167)

O cerco foi objecto de um relato que constituiu um importante testemunho presencial dirigido ao cruzado Osberno, feito, por certo, por um padre inglês ou normando que integrava as hostes que se dirigiam da Grã-Bretanha para a Terra Santa e que interromperam a viagem para auxiliarem D. Afonso Henriques na tomada de Lisboa.
(in Infopédia online da Porto Editora; entrada Osberno)

Nesta operação, D. Afonso Henriques além de comandar o exército constituído por entre 12 e 16 mil portugueses e 13 mil cruzados que constituíam a guarnição de 164 navios, era ainda seguido pelo seu séquito: várias importantes figuras das suas casas civil e militar, como Fernão Mendes, Fernão Cativo, Gonçalo Rodrigues, Martim Moniz, Paio Delgado, Pêro Viegas ou Pêro Paz, Gocelino de Sousa e outros mais como Mendo Afonso de Refoios, Múcio de Lamego, Pedro Plágio, ou Pais da Maia, João Rainho, ou Ranha, e outros de que não ficou registo mas estavam lá – romanceia Saramago, mas neste ponto descrevendo a realidade (História do Cerco de Lisboa, José Saramago, Editorial Caminho, 1989, pg138).
Aliás, o seu real séquito, nesta conquista, era ainda integrado pelos bispos de Braga, D. João Peculiar e do Porto, D. Pedro Pitões (id).



História do Cerco de Lisboa

Bem pouco cristã e apostólica a participação, por certo activa, de Suas Excelências Reverendíssimas nesta carnificina que sempre constituíam tais operações…

O início mais remoto do Cerco e Conquista de Lisboa dá-se em 1 de Julho desse ano de 1147, inscrevendo-se no processo mais alargado da reconquista cristã da Península Ibérica.
Como já se referiu, D. Afonso Henriques foi nesta acção auxiliado por cruzados em trânsito para a Terra Santa. Partidos do Norte, as forças portuguesas progridem no terreno enquanto os cruzados avançam pelo mar, até à foz do Tejo, onde se reúnem, depois de D. Afonso Henriques, de passagem, ter conquistado Santarém.

Ficticiamente, ou não, como surge na cabeça do revisor Raimundo Silva, o protagonista do “Cerco…” de Saramago,
é bem possível admitir que “D. Afonso Henriques tenta convencer os cruzados a fazerem a operação pelo mais barato ao dizer supõe-se que com expressão inocente, Duma coisa, porém, estamos certos, e é que a vossa piedade vos convidará mais a este trabalho e ao desejo de realizar tão grande feito, do que vos há-de atrair à recompensa a promessa do nosso dinheiro. (In Op e aut cits pp 128)
A soldadesca, pelo menos, já o vimos acima, contentava-se com a possibilidade de livres saques e pilhagens.

Os primeiros confrontos deram-se nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. E depois de outros violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à rica cidade mercantil. Bem defendidos, os muros da cidade pareciam inexpugnáveis. As semanas se passavam em acções defensivas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projécteis sobre os defensores, aumentando o número de mortos e feridos dum lado e doutro.

Subindo à muralha do lado de S. Vicente, lá está o cabeço da Graça enfrentando-se com a torre mais alta, e o rebaixo para o Campo de Santa Clara onde assentou arraiais D. Afonso Henriques com os seus soldados. (Saramago, op cit, 134)

“No início de Outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve” [estreito passeio ao longo do alto das muralhas]. Perante esse acesso, e na iminência de um assalto das forças cristãs em duas frentes, “os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 24 de Outubro. Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos Cruzados. Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vítimas entre a população. Lisboa tornou-se, entretanto, capital de Portugal a 1255”, como já antes se disse. (Fonte: Wikipédia: “Cerco de Lisboa (1147)”)

O cerco, propriamente, demorou vários dias, pelo menos uns dez. E, como já relatado, houve muita escaramuça, vários combates, diversas tentativas, muitas operações: provocação de desmoronamentos das muralhas, construção de uma torre móvel… E mortes: nomeadamente a de Martim Moniz, entalado, segundo reza a lenda, numa das portas da cidade (que dava, exactamente, para o que hoje se chama o Largo do Martim Moniz), para que as tropas de D. Afonso Henriques, e os cruzados, que as reforçavam, pudessem entrar. Houve, nomeadamente, negociações com vista à rendição definitiva e total dos mouros.

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