Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.
Respondendo a uma interrogação,
continuo a dar relevo ao papado.
Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.
E não só, nos últimos séculos.
Os papas sempre foram,
para muitos, figuras de referência,
e para a generalidade, figuras de relevo;
por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.
Alguns
(muitos)
não pelas melhores razões.
Mas foram.
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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:
1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.
2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.
2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.
2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.
2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.
Dia do Relógio de Sol.
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Início do Verão.
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Completam-se hoje 1004 anos (21.06.1002), que, de acordo com o actual calendário teria caído a um DM: nasceu, em Eguisheim, Alsácia, então na Alemanha (hoje, França), Bruno de Eguisheim-Dagsbourg, futuro papa Leão IX (152º).
Nascido numa família aristocrática, dos condes de Nordgau, foi educado em Toul, de que viria a ser nomeado bispo, aos 25 anos.
Homem culto, piedoso e prudente, a assembleia (dieta) de Worms (pequena cidade no Reno que cerca de 5 séculos depois se tornaria famosa pelo processo de heresia e excomunhão de Martinho Lutero na sequência das suas 95 teses contra os erros e abusos da igreja católica da época, então dirigida pelo papa Leão X (217º) e quando em Portugal reinava D. Manuel) indicou-o para ser o novo papa, tendo sido nomeado como tal pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico
Mas Bruno não aceitava a nomeação pelo imperador, intromissão do poder civil nos assuntos eclesiásticos que recusava, afirmando conformar-se com tal distinção se fosse o povo e o clero romanos a confirmar tal escolha. Partiu, pois, como peregrino para Roma, acompanhado pelo monge Hildebrando – futuro Gregório VII (157º) – onde chegou em Fevereiro, surpreendendo o povo ao apresentar-se descalço e como romeiro. Vibrantemente aclamado, foi sagrado a 12 desse mês, de 1049, ao que se crê, como Leão IX (152º).
A paz na Europa e as urgentes reformas foram as suas grandes prioridades. Daí que se tenha deslocado a diversos países e tenha convocado durante o seu pontificado 12 sínodos (assembleias de bispos).
Ao período caótico vivido pela Igreja desde o último quartel do séc. 9º, parece seguir-se, só agora, nova fase: "a reforma necessária só pôde esboçar-se, pelo fortalecimento da autoridade pontifícia, a partir de S. Leão IX (1049-1054)" - Padre Miguel de Oliveira (PMO): cit História Eclesiástica de Portugal (2ª ed, 1948) p 68.
Esse período caótico foi designado por um autor como o "século de ferro" (designação que terá algo a ver com o líder dos normandos, Guilherme, Braço de Ferro) - período de desordem no governo da Igreja, que se estende desde o último quartel do séc. 9º por quase todo o séc. 10º", como atrás refere o PMO depois de ter explicado que "o próprio trono de S. Pedro chegou a ficar à mercê de poderosas famílias italianas, que se digladiavam na ambição de conquistarem a dignidade pontifícia para alguns dos seu membros. Houve leigos elevados subitamente a pontífices, papas promovidos antes da idade canónica, alguns até indignos e escandalosos" (cit, 67/68).
Depreende-se deste mesmo autor (linhas adiante) que aquele período se prolongou, não, como ele diz, "por quase todo o séc. 10º", mas por todo este século e até meados do séc. 11º.
Assim, e por exemplo, Estêvão VI (113º), em finais do séc. IX, sucedeu a Bonifácio VI, que por sua vez sucedera ao papa Formoso (111º). Quer Estêvão quer Bonifácio eram romanos de nascimento, e ambos foram eleitos pela facção adversária da do papa Formoso, que os antecedera. E – sinal dos tempos! – Estêvão VI, por insistências do partido que o elegeu, mandou desenterrar Formoso que, depois de julgado e condenado (!), foi despojado das suas vestes sacerdotais e atirado ao Tibre. Mas não teve melhor sorte, este papa assassino: uma sublevação popular prendeu-o, e ... Estrangulou-o na prisão…
Era este o clima e o espírito da santa madre igreja nestes idos!...
Ora foi contra este “status” que se insurgiu Leão IX (152º). Designadamente acabar com a corrupção na igreja, inclusive com a vida mundana de padres, monges, abades e bispos, com a simonia (tráfico de coisas sagradas e de cargos, benefícios e posições eclesiásticas), a clerogamia, que recebera o nome de nicolaísmo (o casamento e sobretudo o desregramento e o concubinato do clero).
Foi este homem de grande erudição que vigorosamente se opôs aos abusos da igreja.
Foi durante o seu curto pontificado que se desencadeou o chamado Cisma do Oriente, com a separação da Igreja de Constantinopla da Igreja de Roma.
Entre a morte de Leão IX, a 19 de Abril de 1054, aos 51 anos, e a eleição do seu sucessor, Vítor II (153º), houve uma vacatura de cerca de um ano. Vítor II, falecido em 1057, foi o último papa alemão antes do actual, Bento XVI.
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Foi há 479 anos (21.06.1527), era uma SX: morreu, em Florença, aos 58 anos, Nicolau Maquiavel, historiador e cientista político. Florença era então governada, ainda, pela família Médicis, cuja dinastia começou
Nicolau Maquiavel, de seu nome completo Nicolau Bernardo Maquiavel (Niccolò di Bernardo Machiavelli), nasceu em Florença a 03.05.1469.
É por muitos considerado o mais importante historiador, filósofo, dramaturgo, diplomata e cientista político italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da Ciência Política moderna, dado que escreveu sobre o Estado e o governo como realmente são – a verità effettuale della cosa – e não como deveriam ser.
O autor de “O Príncipe” viveu a infância e adolescência sob o esplendor político de Florença, governada, então, por Lourenço de Médicis (ou Lourenço, o Magnífico) essa figura lendária na história europeia, cujo nome ficará para sempre associado à Renascença florentina. Governante que se impôs como um colosso político do seu tempo, encarnando a moderna e perene figura do herói político.
Mas Maquiavel foi perseguido, preso e torturado. Uma vez libertado, seguiu para o exílio, onde escreveu O Príncipe que dedicou a Lourenço II de Médicis, duque de Urbino, e que só postumamente foi publicado (1532).
Nicolau Maquiavel tornou-se famoso e um dos mais conhecidos filósofos políticos de todos os tempos, por defender a visão de que um governante, se necessário, deverá ser cruel e fraudulento para obter e manter o poder.
Aliás, é desta obra a sua famosa expressão os fins justificam os meios, significando que não importa de que meios ou processos o governante lance mão, nos seus domínios, desde que seja para manter-se como autoridade.
Figura controversa, os seus críticos e detractores descrevem-no como um homem desprovido de moralidade. Porém, os seus sequazes e admiradores consideram-no um dos únicos realistas que verdadeiramente entendiam o mundo político e que teve a coragem de descrevê-lo como ele, na verdade, é.
De todo o modo, e não obstante estas duas antagónicas posições acerca do filósofo político, a verdade é que maquiavélico, hoje e no nosso dicionário, equivale a astuto, ardiloso, manhoso, velhaco e irónico.
Mas em inglês, não é diferente o significado de machiavellian: cunning, amoral, oportunist; artful, shrewd, intriguing; ironic.
Na verdade, manhoso, oportunista, ardiloso, astuto, intrigante, irónico, não são sinónimos que se afastem dos da nossa língua. Indo, porém, mais longe pois que é considerado, também, sinónimo de amoral.
O mesmo se passa na língua francesa, onde machiavélique equivale a diabolique, perfide, calculateur, politique, fourbe (déloyal, perfide, hypocrite, faux, indélicat, malhonnête, captieux). Aliás, na língua francesa, o significado de maquiavélico é ainda mais gravoso que em português, como se pode observar. E, a propósito repare-se na carga negativa que, nessa língua, é emprestada ao adjectivo político, que surge como um dos sinónimos de maquiavélico.
Para além de O Príncipe (1513, mas, repito, só postumamente publicado, em 1532), das suas obras sobressaem Discursos Sobre A Primeira Década De Tito Lívio (em três volumes: 1512-1517), onde aborda o tema da República (que estava sendo escrito quando Maquiavel foi exilado, e só foi concluído após O Príncipe), Histórias Florentinas em oito livros (1520-1525; escritas por encomenda do governo florentino, nos anos finais da vida de Maquiavel), Os sete livros Da Arte Da Guerra (1519-1520), a peça em 5 actos e prólogo em verso, A Mandrágora (1518), além de inúmeros tratados histórico-políticos e suas correspondência particular (organizada pelos descendentes).
O Príncipe traz ensinamentos de como conquistar e dominar Estados, ou seja trata-se de um manual para governantes.
"Se ensinei aos príncipes de que
modo se estabelece a tirania, ao
mesmo tempo mostrarei ao povo os
meios para dela se defender".
"É necessário ser príncipe para
conhecer perfeitamente a natureza
do povo, e pertencer ao povo para
conhecer a natureza dos príncipes".
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“É nesse contexto de instabilidade política que o humanista Nicolau Maquiavel formula em 1513 os conceitos da obra – O Príncipe, o que lhe garantiu o título de fundador da Ciência Política Moderna, pois, sob as luzes renascentistas, tal obra representou um marco das Ciências Humanas. Ao delinear tais ensaios políticos, Maquiavel rompe com a tradição humanista baseada no abstracto, ou seja, em conceitos ideais de sociedade. Esse rompimento com o pensamento político anterior (escolástica) é caracterizado pela defesa do método empírico, isto é, o objectivo de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos da prática humana concreta. O enfoque de suas análises é o estudo do poder formalizado na instituição do Estado.
O Príncipe é um manual para governantes que visa a auxiliar um novo príncipe a manter o poder e o controle no seu Estado. Apresenta exemplos da espécie de situações e problemas que esse príncipe poderá enfrentar, e aconselha-o de modo circunstanciado quanto ao modo de solucioná-los”.
(in Angela Birardi e Gláucia Rodrigues Castelani)
Consta que o modelo que serviu para “moldar” O Príncipe foi César Bórgia, o corrupto filho natural de uma relação do dissoluto cardeal valenciano Rodrigo Bórgia (futuro Papa Alexandre VI) e de Vanozza Catanei (uma patrícia romana). César era irmão da devassa Lucrécia Bórgia, de quem, rezam as crónicas, terá tido um filho. O pai de César, papa Alexandre VI, ter-lhe-á preparado um futuro promissor como eclesiástico, tendo chegado a bispo, arcebispo e, aos 18 anos, a cardeal. Porém, um dia, César abdicou dessa carreira, para que não sentia pendor, com o pretexto do assassinato de seu irmão João, que comandava as forças militares do papado. Este, aliás, foi um dos vários assassinatos por ele cometidos.
Foi o duque cruel e ambicioso, em que se tornou César Bórgia, que Maquiavel terá tomado como modelo d’O Príncipe.
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Estão decorridos 366 anos (21.06.1640), que foi numa QI: chega de Lisboa, à Baía, a esquadra que trazia o primeiro Vice-Rei nomeado para o Brasil, D. Jorge de Mascarenhas, Marquês de Montalvão, que desempenhou esse cargo até 16.04.1641. Em Portugal ainda reinava Filipe III (20º), o Grande. A suprema direcção da igreja romana estava confiada ao papa Urbano VIII (235º).
O cargo de Governador-Geral do Brasil foi criado pela primeira vez em 1549, por D. João III, em favor de Tomé de Sousa; o de Vice-Rei foi instituído pela primeira vez em 1640, por Filipe III (IV de Espanha), a favor de D. Jorge Mascarenhas, Marquês de Montalvão. Contudo, nem todos os governadores coloniais que lhe sucederam ao longo dos setenta anos seguintes usaram o título de Vice-Rei, sendo este apenas conferido à mais alta fidalguia (de
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Completam-se hoje 359 anos (21.06.1646), era uma QI: nasceu, em França, a princesa Maria Francisca Luísa Isabel de Sabóia, futura rainha de Portugal. Reinava, em Portugal, D. João IV (21º). Pontificava Inocêncio X (236º).
D. Maria Francisca de Sabóia, Mademoiselle d'Aumale, era filha de Carlos Amadeu, duque de Nemours, e de Isabel de Vendôme, e neta de
Casou em 02.08.1666 com D. Afonso VI, 2º filho de D. João IV (o primogénito, D. Teodósio, morrera). E D. Afonso VI era irmão de D. Pedro, futuro D. Pedro II.
A mocinha "apaixonou-se porém pelo cunhado, D. Pedro, fugiu do marido para um convento, e intentou contra este um processo escandaloso" (Breve interpretação da História de Portugal, de
"Não tardou que D. Pedro, à frente de uma conspiração, encarcerasse a D. Afonso num dos aposentos do palácio e assumisse a regência (23.11.1667)" - relata este último autor (id, id) que, quase de seguida, confirma: "A rainha, obtida pelo papa a anulação do matrimónio, graças a um processo escandalosíssimo, fundado em depoimentos de meretrizes, casou com o regente".
D. Afonso VI era um débil mental, segundo afirma José Hermano Saraiva - Breve História de Portugal, pg 86.
Frágil e inábil, sucede-lhe no trono [e já lhe sucedera na nupcial alcova] D. Pedro II, o referido regente e irmão do - por ele deposto, traído e exilado - Rei.
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Aconteceu há 344 anos (21.06.1661), era uma TR: assinatura do Tratado de Paz de Kardis entre a Rússia e a Suécia, terminando a guerra nórdica. Em Portugal decorria a regência de D. Luísa de Gusmão, viúva de D. João IV, por menoridade do (infeliz) príncipe D. Afonso VI. Pontificava Alexandre VII (237º).
Com a assinatura daquele tratado, a Rússia abandona as suas reivindicações sobre a Livónia (antiga região da Europa na costa leste do mar Báltico, compreendendo a maior parte dos territórios das actuais Letónia e Estónia).
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Curiosamente,
Kardis era a deusa das sombras,
das trevas e da destruição, na mitologia grega.
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Foi há 217 anos (1788), era um SB: a Constituição norte-americana entra em vigor quando ratificada pelo 9.o estado, New Hampshire. Em Portugal reinava
D. Maria I (26º). No Vaticano pontificava Pio VI (250º).
A Constituição Norte-americana, aprovada em 1787, é uma constituição escrita, como o são a maioria das constituições, em contraposição às constituições não escritas, baseadas, portanto, nos usos, costumes e tradição, de que é exemplo paradigmático a Constituição Britânica desde a Magna Carta de 1215 - que limita seu poder em benefício dos senhores feudais. Para tomar decisões, os monarcas passam a consultar o Parlamento, formado por representantes do clero e da nobreza.
A Constituição Norte-americana de 1787 é o mais antigo marco do moderno federalismo que culminou o processo de independência das treze colónias britânicas, no continente norte-americano, que, após a declaração de independência de 1776 – conhecida como Constituição de Filadélfia -, se tornaram noutros tantos Estados livres.
A Constituição norte-americana de 1787 enumera as atribuições específicas de cada poder e, o que o texto não formulou, foi sendo levado a cabo pela jurisprudência dos tribunais, “que é a força viva da elaboração e cristalização do direito constitucional dos Estados Unidos”.
A primitiva Constituição está acrescida de 27 Emendas que dela fazem parte intrínseca.
As primeiras 10 emendas à Constituição são chamadas de “Bill of Rights”.
(A Carta de Direitos é formada pelas dez primeiras Emendas à Constituição dos Estados Unidos da América. Foi redigida pelo Congresso dos EUA em 1789 e ratificada pelos Estados em 15 de Dezembro de 1791.)
Não confundir esta “Bill of Rights” com a “Bill of Rights” de 1689, assinada por Guilherme de Orange, príncipe holandês, quando, após a revolução vitoriosa na Inglaterra, ele se intitula rei como Guilherme III, apoiado pelo parlamento e pelo exército. Declaração de Direitos, esta, que determina, entre outras coisas, a liberdade, a vida e a propriedade privada, assegurando o poder da burguesia na Inglaterra.
Pode consultar, pois, a Constituição dos EU e as 27 Emendas à mesma.
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Foi há 192 anos (1813), era uma SG: o duque de Wellington vence as tropas napoleónicas em Vitória, obrigando José Bonaparte a fugir de Espanha para França. Em Portugal decorria a regência de D. João (VI), por incapacidade da mãe, D. Maria I (26º), que enlouquecera. Pontificava Pio VII (251º).
Recorda-se, pois, a derrota francesa durante a Guerra Peninsular (de
José Bonaparte, irmão mais velho de Napoleão Bonaparte, nasceu na cidade de Corte, na Córsega, em 1768, e faleceu em 1844,
Em 1797, Napoleão nomeia-o embaixador em Parma, sendo-lhe dada posteriormente nova missão diplomática
Foi rei de Nápoles (1806 - 1808), onde foi precedido por Fernando IV e seguido por Joaquim I, e rei da Espanha (1808 - 1813), onde ocupou o lugar de Carlos IV e foi sucedido por Fernando VII.
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Completam-se hoje 187 anos (21.06.1819), uma SG: nasceu em Colónia, na Alemanha, Jacques Offenbach, compositor francês de origem alemã. Na Alemanha vigorava a Confederação Germânica criada no Congresso de Viena de 1815, sob hegemonia austríaca, que sucedeu ao milenário Sacro Império Romano-Germânico, dissolvido em 1806 pelas invasões napoleónicas.
Em França reinava Luís XVIII, irmão de Luís XVI, portanto, ambos netos de Luís XV, que era bisneto do Rei-Sol, Luís XIV, de quem foi sucessor. Assim, Luís XVIII era tetraneto do Rei-Sol.
Em Portugal reinava D. João VI (27º). No Vaticano pontificava Pio VII (251º). 1819 foi o ano em que nasceram D. Maria II e Fontes Pereira de Melo. Como foi o ano em que o primeiro barco a vapor (o Savannah) atravessou o Atlântico. Como foi ainda o ano em que foi representada a peça Lucrécia, de Almeida Garrett, e em que se distinguiram nas letras Walter Scott com Ivanhoe e Schopenhauer com O Mundo como Vontade e como Representação.
Jacques Offenbach aprendeu os primeiros rudimentos de música com seu pai, que cantava na sinagoga da cidade. Nascido como Jacob Eberst, cedo o compositor adoptou uma nova identidade, trocando Jacob pelo seu equivalente Jacques, e Eberst por Offenbach. Era, entretanto, no início da sua carreira, muito conhecido por Jacques Levy. Mas Jacques Offenbach foi o nome registado pela história.
Já compositor reconhecido, participou de uma série de concertos nas principais capitais europeias. Na corte londrina, apresentou-se para a rainha Vitória e o príncipe Albert.
Em meados do séc XIX (1858), a decadência do segundo império arrasta Paris para um período de frivolidade, daí que os espectáculos teatrais começassem a explorar com humor, o espírito, a inteligência e o divertimento, característicos da vida parisiense. Foi nesta época que estreou a primeira opereta de Offenbach, Orfeu no Inferno, onde um de seus temas musicais, o Can-Can, adquiriu uma notoriedade internacional que ainda hoje se mantém.
Num espaço de dez anos ele escreveu noventa operetas, a maioria de grande sucesso, como
A derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870 e os incêndios da comuna de Paris foram profundamente sentidos por Offenbach. É que, apesar de suas raízes alemãs, considerava-se um genuíno parisiense, e entrou em profunda depressão após a humilhante derrota sofrida pela França, ante as tropas de Bismarck. Atraído pelas histórias fantásticas do escritor e compositor alemão E.T.A. Hoffmann, Offenbach lançou-se com extraordinário entusiasmo na tarefa de compor uma ópera séria que ficasse para a posteridade: Os Contos de Hoffmann.
E.T.A. Hoffmann (quase sempre assim referido, mas na realidade Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann) era alemão (24 de Janeiro de 1776 - 25 de Junho de 1822) e foi um escritor, compositor, caricaturista e pintor que muitos não hesitam em classificar como um dos maiores nomes da literatura fantástica mundial.
Com 60 anos e muito doente, Offenbach trabalhou com denodo para concluir Os contos de Hoffmann. O criador de operetas, não conseguiu realizar o grande sonho de assistir à representação da sua obra-prima e primeira grande ópera de sucesso. Ele morreu em Paris, no dia cinco de Outubro de 1880 e a estreia de sua jóia musical só iria ocorrer cinco meses depois. A ópera foi considerada o maior evento da temporada, atingindo um recorde de 101 apresentações.
(Fonte, quase exclusiva, Wikipédia, a enciclopédia livre)
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Estão decorridos 169 anos (21.06.1837), foi numa QA: Vitória I é proclamada rainha da Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos era presidente (o 8º), pelo partido Democrata, Martin Van Buren, também conhecido como Old Kinderhook, que, curiosamente, foi o primeiro presidente nascido após a declaração de independência, o primeiro que não era descendente de ingleses, e o único até hoje cuja língua materna não era o inglês. Em França reinava Luís Filipe de Orléans. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). No Vaticano pontificava Gregório XVI (254º).
A rainha Vitória nasceu em Londres, no Kensington Palace, a 24.05.1819, filha do príncipe Eduardo, Duque de Kent e da princesa Vitória de Saxe-Coburg-Saalfeld, sendo neta do rei Jorge III do Reino Unido através do seu pai. Sucedeu a seu tio Guilherme IV, irmão de seu pai.
Assim, é proclamada rainha um mês depois de ter feito os 18 anos. Não admira, portanto, que tenha tido um tão longo reinado: de 21.06.1837 a 22.01.1901, quase 64 anos.
Durante o seu reinado, o Reino Unido, conforme o espírito da época, conquista territórios em África, na Ásia e na Oceania.
E, também na era vitoriana, o país experimenta mudanças sociais, reconhece os sindicatos e amplia a participação política dos cidadãos.
A rainha (cuja mãe já era uma Saxe-Coburg-Gotha) casou com um seu primo, o príncipe Alberto de Saxe-Coburg-Gotha (na verdade, Francis Charles Augustus Albert Emmanuel). Este era tio dos nossos monarcas, D. Pedro V (sobre quem foi notória a sua influência) e D. Luís, ambos filhos do segundo casamento de D. Maria II com D. Fernando de Saxe-Coburg-Gotha, primo de Alberto e irmão de Leopoldo I, rei dos Belgas. Alberto, porém, morre bastante precocemente, aos 42 anos.
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O Royal Albert Hall,
com uma capacidade de cerca de 8000 pessoas,
foi construído em sua memória,
inaugurado pela rainha, já viúva,
e é utilizado para eventos culturais e desportivos.
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A rainha Vitória de Inglaterra é proclamada imperatriz da Índia, em 01.01.1877.
O governo conservador apresentou, em 1866, por iniciativa da rainha Vitória e de Lorde Derby, uma proposta de reforma eleitoral que foi defendida por Disraeli na Câmara dos Comuns. O resultado foi a duplicação do número de eleitores na Grã-Bretanha. Derby considerava-a um «salto no escuro», mas Disraeli considerou-a a «realização do sonho da minha vida e o restabelecimento do partido Tory como um instituição nacional.»
O tory Benjamin Disraeli – primeiro-ministro britânico, em 1868 e de
Disraeli nasceu em Londres, em 21 de Dezembro de 1804 e morreu na mesma cidade em 19 de Abril de 1881, tendo sido o primeiro ministro favorito da rainha Vitória.
Mas falar da rainha Vitória é ter de falar na hemofilia.
A história da hemofilia começou há muitos, muitos anos! Hoje já se sabe muita coisa acerca dessa doença, mas durante muitos anos foi um mistério.
Quando se fala da hemofilia em determinadas famílias, provavelmente a mais notável e famosa é a da Rainha Vitória de Inglaterra, que era portadora do gene da hemofilia que espalhou pelas casas reais europeias através dos seus descendentes. Dos seus 9 filhos, três estavam afectados da doença. Assim como vários dos seus netos saíram afectados de hemofilia, nomeadamente a sua neta Alexandra que casou com o último czar da Rússia, Nicolau II. Outra das netas da Rainha Vitória, sua homónima, casou-se com o Rei de Espanha e teve um filho com hemofilia, chamado Afonso. Na verdade, no dia 31 de Maio de 1906, o rei Afonso XIII de Espanha casou-se com a princesa britânica Vitória Eugénia de Battenberg, neta da rainha Vitória. Afonso XIII de Espanha e Vitória tiveram sete filhos: dois deles hemofílicos, o primeiro (Afonso) e o último (Gonçalo). Alfonso Pío Cristino Eduardo (1907-1938), o primogénito, príncipe das Astúrias, nasceu hemofílico e renunciou aos seus direitos ao trono em 1933 para contrair matrimónio com uma plebeia e passou a usar o título de Conde de Covadonga; o sexto dos sete filhos (o penúltimo), mas o segundo na ordem da sucessão, era Juan, conde de Barcelona, que renunciou aos seus direitos ao trono em
Realmente, em 1969, Franco apresentara às Cortes, como seu sucessor, mas a título de rei, o príncipe Juan Carlos, neto de Afonso XIII e filho do conde de Barcelona, Juan de Bourbon
O passamento da rainha Vitória dá-se a 22.01.1901, em Osborne, na Ilha de Wright, tinha ela 81 anos, sucedendo-lhe seu filho Eduardo VII, bisavô de Isabel II.
Os Saxe-Coburg-Gotha e as famílias reais europeias
«Gotha a Gotha
No princípio, Gotha era apenas
uma pequena e pouco conhecida cidade do norte da Alemanha,
sede e residência dos príncipes de Saxe-Coburg,
um dos muitos ramos da antiquíssima casa de Saxe.
A partir de 1763, com o início da publicação de um
pequeno anuário onde se apresentava
o estado actual de todas as casas reais da Europa,
o nome da cidade atravessou fronteiras.
A iniciativa pertenceu a um senhor chamado Justus Perthes
que deu ao seu livrinho o nome de "Almanach de Gotha".
Publicava-o em francês, a língua internacional da época.
Este reconhecimento internacional viu-se reforçado quando,
no princípio do século XIX,
dois membros da família de Saxe-Coburg-Gotha
- Leopoldo e Vitória –
casaram em Inglaterra respectivamente
com a princesa herdeira, Carlota,
e com o duque de Kent, irmão do rei Jorge IV.
Do primeiro casal, não sobreviveria descendência,
já que a princesa morreu de parto um ano depois de casar.
Mas do segundo, nasceria a célebre rainha Vitória.
Ela própria, casou com um primo, Alberto,
também ele príncipe de Saxe-Cuburg-Gotha.
Leopoldo, viúvo, seria convidado alguns anos mais tarde
a cingir a coroa do recém-formado reino dos Belgas
e subiria ao trono com o nome de Leopoldo I.
Um sobrinho seu, Fernando, casaria pela mesma altura
com a rainha de Portugal, D. Maria II.
De uma assentada,
a família dos Gotha reinava em Inglaterra, Bélgica e Portugal.
Uns bons anos mais tarde,
seria novamente um príncipe da Casa a ser chamado a reinar
na Bulgária.
Entretanto,
a publicação do Almanach de Gotha prosseguiu todos os anos,
ininterruptamente, até ao eclodir da II Guerra Mundial.
No fim do conflito, a divisão da Alemanha
deixou a cidade do lado errado do mundo
e o Almanach deixou de se publicar.
Em 1998, ressurgiu das cinzas depois dos herdeiros de Justus Perthes terem cedido os direitos a um editor inglês.
Gotha, entretanto, ganhou um novo significado:
já não é só a cidade alemã,
não é a família dos príncipes de Saxe-Coburg,
não é tão-pouco o Almanach.
Gotha é, hoje, sinónimo de nobreza europeia.
Toda a nobreza europeia.»
(Fonte: portal de genealogia)
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A mudança de nome em 1917, na família real de Inglaterra, não se deve a descontinuidade dinástica mas sim ao sentimento anti-alemão que se vivia na Primeira Guerra Mundial.
Por essa razão é que Jorge V muda o nome bávaro de Saxe-Coburg-Gotha para Windsor.
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Completam-se hoje 167 anos (21.06.1839), que foi numa SX: nasceu o escritor brasileiro, Machado de Assis, na Chácara (granja, quinta) do Livramento, próxima do Rio de Janeiro. No Brasil, decorria, então, a regência do imperador D. Pedro I (rei D. Pedro IV, de Portugal) que abdicara em 1831, sendo ainda menor o herdeiro, D. Pedro II, que atingiria a maioridade e a chefia do Estado no ano seguinte, em 1840. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). Gregório XVI (254º) era o pontífice reinante.
Joaquim Maria Machado de Assis era filho “dum mulato pintor de paredes”, Francisco José M. A. e de uma portuguesa, a açoriana Leopoldina M. A.
Machado de Assis, ainda que autodidacta, e apesar da sua frágil saúde, e de ser epiléptico e gago, foi um dos maiores vultos e cultor das letras do Brasil: poeta, cronista, crítico teatral e romancista.
Começou por ter empregos menores, mas em 1860 foi nomeado redactor do Diário do Rio de Janeiro e, em 1867, director do Diário Oficial. Ocupou, depois, diversos cargos importantes na administração pública brasileira, entre 1873 e 1902. Foi co-fundador da Academia Brasileira de Letras em 1896 e, desde 1897 até à data da sua morte, em 1908, seu primeiro presidente.
Foi, sobretudo, a sua actividade literária, iniciada em 1855 com o poema Ela, que o colocou na galeria da história. Da sua vasta obra, em prosa e em verso, enumero alguns títulos, como exemplo: Crisálidas (1864), Contos Fluminenses, Ressurreição (1872), Histórias de Meia-Noite (1873), Helena (1876), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Dom Casmurro (1899), Poesias Completas (1901, que inclui Ocidentais), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908).
Até na aprendizagem das línguas estrangeiras foi um autodidacta: no francês, por exemplo, que falava fluentemente, teve como primeiro “mestre” o forneiro da padaria de uma senhora francesa. Mas aprendeu também, e pelo mesmo processo, inglês e alemão. Assim, fez várias traduções do francês e do inglês, nomeadamente o romance “Trabalhadores do Mar”, de Vitor Hugo, e “O Corvo” de Edgar Alan Põe.
“Machado de Assis percorreu vários estilos da história literária, do romantismo ao realismo ou ao parnasianismo, sem nunca se ater doutrinariamente a qualquer uma destas escolas. Magistral sobretudo na arte do conto e do romance, foi um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, não só pelas características do seu estilo, mas também pela extraordinária capacidade de análise psicológica e pelo humor. Na sua relação com Portugal, destacam-se a influência recebida das obras de Almeida Garrett e a exercida sobre Eça de Queirós, de quem chegou a comentar algumas obras”.
De tal maneira não se integrava, decididamente, em nenhuma das escolas literárias, que se classificou o seu estilo como puramente machadiano…
Morreu aos 29.09.1908, com 69 anos, em sua casa no Cosme Velho, igualmente no Rio de Janeiro.
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Completam-se hoje 162 anos (21.06.1844), era uma SX: nasceu, em Mirandela, o jornalista e político Luciano Cordeiro. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Gregório XVI (254º).
1844 foi o ano em que: foi fundado o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, o primeiro liceu dos Açores; foi fundada a Companhia das Obras Públicas com o objectivo de construir uma linha férrea de Lisboa à fronteira espanhola; Alexandre Herculano publica Eurico, e redige (na Ajuda) O Pároco de Aldeia; nasceu o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche; Alexandre Dumas publica Os Três Mosqueteiros.
Luciano Baptista Cordeiro de Sousa foi escritor, historiador, geógrafo, professor de literatura e filosofia no Colégio Militar e director-geral da Instrução Pública. Representou o país em vários congressos e conferências internacionais e fundou a Sociedade de Geografia (1875), da qual foi secretário perpétuo.
Grande defensor dos direitos de Portugal em África, da sua obra devem destacar-se os escritos de carácter político e historiográfico, nomeadamente os que abordam questões referentes às colónias.
Porém, são as suas produções ensaísticas e de crítica literária que se revestem de um maior interesse: caso do Livro de Crítica — Arte e Literatura de Hoje 1868-1869 (1869) e Segundo Livro de Crítica — Arte e Literatura Portuguesas de Hoje (Livros, Quadros e Palcos) (1871), influenciadas pela doutrina positivista de Auguste Comte e pelas ideias de Taine e Renan.
Integrado na Geração de 70, Luciano Cordeiro defendeu, nessas obras, o carácter científico da crítica, passando em revista, nessa perspectiva, a poesia da segunda metade do século XIX. Por um lado, criticou
Morreu em Lisboa em 1900.
O seu nome – como o de tantos vultos da política e das letras – faz parte da toponímia da cidade de Lisboa.
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Completam-se hoje 101 anos (21.06.1905), foi numa QA: nasceu, em Paris, o romancista, dramaturgo e filósofo francês Jean-Paul Sartre. Em França decorria o mandato do 7º presidente da Terceira República, Émile Loubet. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava
Jean-Paul-Charles-Aymard Sartre nasceu, mais exactamente, na Rua Mignard, 13, da Cidade das Luzes.
Cedo ficou órfão de pai, oficial da marinha, mudando-se, ainda criança, com a mãe, sobrinha-neta do famoso médico e escritor Albert Schweitzer, para junto do avô.
Em editorial do PÚBLICO, de 15.04.2005, o respectivo director, o neo-liberal José Manuel Fernandes, traçava assim o perfil deste autor: «Em Sartre é necessário distinguir várias componentes - a do escritor e dramaturgo, cujo valor resiste ao tempo, a do filósofo, cuja influência se desvanece, e a do "intelectual militante" cuja memória assusta». E o cada vez mais estremado neo-conservador editorialista explicava de seguida: «E assusta não porque sejam hoje muitos os que defendem as "causas"
É um depoimento. Outros há, de sentido oposto. Como em todas as figuras de topo de cada área do conhecimento, deparam-se-nos análises de ambos os ângulos. Defensores e apoiantes dum lado, opositores e detractores noutra trincheira.
Mas que Sartre foi uma figura marcante da cultura europeia, isso parece irrecusável.
Na faculdade conheceu, em
Juntos, Simone e Jean-Paul viveram o que hoje se chama uma “relação aberta”, e isto num tempo em que o moralismo considerava tal experiência uma revolução dos costumes. “Formaram – alguém escreveu – o casal de intelectuais mais importante do século XX”
A obra de Sartre é muito extensa.
Em 1938 publica
Entre 1939 e 1941 participa na Segunda Guerra Mundial, nas fileiras do exército francês, e é preso pelos alemães. Liberto, regressa a Paris, onde se alia à Resistência Francesa, aí conhecendo Albert Camus, de quem se torna amigo.
Em 1943 publica o seu mais famoso livro de cariz e raiz filosófica, L'Être et le Néant (O Ser e o Nada), onde, em breve síntese, sustenta que a consciência que temos da nossa própria liberdade nos torna ansiosos, daí que, constantemente, procuremos fugir dessa consciência e procuremos refúgio no que ele designa como «mauvaise foi» («má fé») – “má fé que tem na aparência a estrutura [da injustiça, da arbitrariedade e] da mentira, mas onde eu escondo a verdade [e a justiça] de mim mesmo”. Ou então, como explicaria o próprio Sartre “a má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, mas uma defesa equivocada. Pela má-fé renunciamos à nossa própria liberdade, fazendo escolhas que nos afastam do projecto fundamental e atribuindo conformadamente estas escolhas a factores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano universal. Sartre também considerava a ideia freudiana de inconsciente como um exemplo de má-fé. Má-fé, no existencialismo, não é mentir para outras pessoas, mas mentir para si mesmo e permitir-se fugir de sua própria autodeterminação” (cfr Wikipédia)
Na fase mais produtiva da sua carreira Sartre escreve também várias peças de teatro e alguns ensaios.
Em 1964 Jean-Paul despede-se da literatura com uma autobiografia que intitulou Les Mots (As palavras). E no mesmo ano é distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, que recusa, invocando que "nenhum homem merece ser consagrado em vida".
Sartre morreu, também em Paris, a cerca de dois meses de completar os 75 anos, a 15.04.1980.
O acompanhamento que teve no seu funeral - mais de 50 000 pessoas – talvez sirva para aferir o peso e o valor que o filósofo teve no seu meio e na sua época.
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Faz hoje 98 anos (21.06.1908), foi num DM: morreu, em Lyubensk, o compositor russo Rimsky-Korsakov. Imperava, na Rússia, o czar Nicolau II. Nos Estados Unidos era presidente Theodore Roosevelt (26°), pelo partido Republicano, que dois anos antes fora Prémio Nobel da Paz. Na Inglaterra reinava Eduardo VII, filho da Rainha Vitória. Em França governava o 8º presidente da Terceira República, Armand Fallières. Em Portugal, reinava D. Manuel II (34º e último). Na direcção da igreja de Roma estava Pio X (257º).
Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov nasceu em Novgorod, aos 18 de Março de 1844, de uma família aristocrática. Cedo se revelou o seu talento musical: aos seis anos começou com lições de piano e aos 9 já compunha. Aos 12 anos entrou para o Colégio Naval Imperial Russo de São Petersburgo e depois na Marinha. Foi, pois, oficial da marinha.
Não obstante ser autodidacta na matéria, em 1871 é nomeado professor de composição e orquestração do Conservatório de São Petersburgo. Entre seus alunos figuram nomes como Prokofiev e Stravinsky.
Rimsky-Korsakov compôs 15 óperas, entre elas O Galo de Ouro (1907), uma sátira ao despotismo que, obviamente, esteve proibida até 1909. No entanto a sua fama no Ocidente – onde se apresentou, por toda a Europa, como maestro, inclusive em Paris, na Exposição Universal de 1899 – ficou a dever-se mais às suas composições orquestrais, sobretudo o Capricho Espanhol e a suite sinfónica Scheherazade (1888).
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Na mesma data (21.06.1908), duzentas e cinquenta mil mulheres reúnem-se
É preciso que se note, desde já, que uma manifestação de 250 000 pessoas (neste caso, mulheres) é, mesmo hoje, uma manifestação muito considerável, quanto mais no tempo em que ocorreu.
250 000 seria, na época, a população de uma grande cidade. Mesmo em termos actuais (e de acordo com o censo de 2001) 250 mil pessoas já equivale a mais de vez e meia a população da cidade de Coimbra!...
O número de manifestantes é uma questão nada despicienda. Antes pelo contrário.
Até ao século XIX a exclusão da igualdade de direitos em razão do sexo era uma constante que nem era passível de discussão, salvo raríssimas excepções, pois se até a igreja católica, por exemplo, duvidava que a mulher tivesse alma!...
Esta posição da igreja de Roma, contudo, nem sequer constitui novidade, pois que é das instituições de cunho mais machista – ainda hoje, já em pleno séc. XXI – de todas que o são. Igreja de Roma, hierarquia, quero dizer, pois que entre os católicos, e mesmo entre alguns dos ministros dessa igreja encontramos mentes mais actualizadas e sincronizadas com as novas realidades e as novas exigências. Um exemplo, apenas, de entre vários, dos muitos que podiam enumerar-se: o colunista do Público, o dominicano Frei Bento Domingues.
Até “a Revolução Francesa de 1789 que parecia ir proporcionar às mulheres a igualdade tão almejada não lhes trouxe os direitos nem as oportunidades que esperavam, e depois, com a chegada ao poder de Napoleão Bonaparte com o seu sexista Código Civil, de 1804, onde remete a mulher para a quase exclusiva tarefa da maternidade (continuando a permanecer propriedade do marido ou do pai)”, elas continuaram arredadas de direitos fundamentais.
Em vários dos países mais avançados da Europa, o direito de voto das mulheres é reconhecido após o fim da I Grande Guerra.
O direito de participação política da mulher (direito de voto) é, digamos, o culminar do processo de luta pela igualdade de direitos das mulheres relativamente aos homens. Até porque sem esse direito a igualdade nunca poderia ser verdadeiramente atingida.
Esse processo, ou movimento, foi apadrinhado, se é correcta a comparação, por uma certa classe de mulheres que tinham acesso à escolaridade e já participavam – rudimentarmente, está bem de ver – de alguns círculos políticos.
A década de 80 da centúria de 1800 levedou, entre nós, por exemplo, não apenas o ideário republicano, como o da emancipação da mulher, a começar pelos mais elementares direitos de igualdade.
Mas o caminho não foi nada fácil de percorrer. Em certos países, sobretudo.
Em Portugal, a lei penal de 1886, por exemplo, permitia que o marido matasse a mulher em flagrante adultério. E outra disposição do mesmo código considerava lícita a violação de correspondência da mulher pelo marido.
Bom, mas já bem entrada a segunda metade do século XX, a versão originária do nosso Código Civil de 1966 continuava a considerar a mulher com um estatuto menor, assim como a legislação do trabalho de 1969 (sim, leu bem: 1969, já quase no último quartel do séc. XX), continuava a dar um tratamento de subalternidade à mulher. Mas mais: uma outra disposição da mesma lei dispunha que “o contrato de trabalho celebrado com mulher casada era válido, mas concedia-se ao marido a possibilidade de se opor à sua celebração ou manutenção por razões ponderosas” (sublinhados meus. E está-se mesmo a ver como não seria nada difícil considerar certas razões como ponderosas!).
Aliás, nessa época às mulheres eram vedadas certas carreiras como a diplomática e da magistratura; havendo mesmo outras actividades ou profissões que implicavam limitação de direitos às mulheres, como por exemplo a profissão de enfermeira ou de assistente de bordo (vulgo hospedeira do ar), às quais recusava o direito de casar.
E uma lei de 1968 definia a capacidade de eleger deputados à Assembleia Nacional, sem distinção quanto ao sexo, mas já restringia aos chefes de família a mesma capacidade eleitoral activa relativamente às Juntas de Freguesia.
O primeiro país a reconhecer o direito de voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1893!
Às mulheres britânicas esse direito foi reconhecido em 1928.
Em Portugal, uma lei do governo da República, de 1913, atribuiu o direito de voto apenas aos homens, e mesmo a estes sob condição de saberem ler e escrever.
Um diploma legal de 1931 – já sob a ditadura – veio alargar esse direito às mulheres (o movimento internacional assim o exigia), mas quanto a estas não bastava a mera alfabetização. Não, a elas exigia-se que tivessem cursos superiores ou secundários.
Em 1946 nova lei vem alargar o direito de voto, porém com a exigência de diferentes requisitos em função do sexo.
Só com o 25 de Abril se caminhou no sentido da igualdade de direitos entre a mulher e o homem.
Antes de mais, a Constituição de 1976 veio consagrar o princípio da igualdade de direitos e deveres dos cônjuges quanto à capacidade civil e à manutenção e à educação dos filhos. E uma lei de 1977 aboliu as disposições discriminatórias da mulher casada. E dois instrumentos legais de Junho e Julho de 1974 vieram permitir o acesso das mulheres, respectivamente, à magistratura e à carreira diplomática.
Um decreto-lei de Novembro de 1974 declarou serem eleitores da Assembleia Constituinte "cidadãos portugueses de ambos os sexos”. E a Constituição de 1976 veio assegurar igual direito de voto aos homens e mulheres nas eleições para os órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local.
Hoje, em Portugal – mercê do derrube da ditadura e da vitória de Abril – a capacidade eleitoral activa ou passiva é igual para ambos os sexos.
Estávamos, é certo, já na recta final do séc. XX.
Mas entrado que está o séc. XXI, ainda nem todas as mulheres do mundo gozam desse elementar direito.
O parlamento do Kuwait, por exemplo, aprovou, o ano passado (2005), uma emenda na lei eleitoral em que se reconhecia às mulheres, pela primeira vez, o direito de votar e concorrer a cargos electivos nas eleições municipais e parlamentares.
Essa lei, aprovada ao fim de uma sessão de dez horas, havia sido anteriormente rejeitada por representantes de clãs locais e muçulmanos mais radicais com assento no parlamento.
Esses opositores alegavam que a lei islâmica proíbe que mulheres tenham posição de liderança. Além disso, eles temiam que a mudança prejudicasse o trabalho doméstico no país.
Mas uma emenda que modificou o projecto de lei original deixa claro que eleitoras e candidatas devem obedecer às leis islâmicas...
Vejamos algumas das datas relacionadas com a condição e com os direitos das mulheres:
1691 - Estados Unidos
As mulheres votam no Estado do Massachusetts. Mas perdem este direito em 1789.
1788 – França
Condorcet, filósofo e político francês, reclama para as mulheres o direito à educação, à participação na vida política e ao acesso ao emprego.
31.05.1790 - Portugal
Por decisão régia (D. Maria II), são criadas em Lisboa 18 escolas para raparigas. São as primeiras escolas femininas em Portugal.
1792 - Reino Unido
Mary Wollstonecraft, escritora britânica e pioneira da acção feminista, publica A Vindication of the Rights of Woman, (cujo título, em português foi Em Defesa dos Direitos da Mulher).
1822 – Portugal
Primeira Constituição Liberal. Esta Constituição afirma que a lei é igual para todos, sem referência especial às mulheres.
1840 - Estados Unidos
Lucrécia Mott lança as bases de Equal Rights Association pedindo a igualdade de direitos para as mulheres e para os negros.
1857 - Estados Unidos
No dia 8 de Março, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas e igualdade salarial. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se ateara um incêndio, e todas elas, cerca de 130, morreram queimadas.
1859 – Rússia
Aparecimento de um movimento feminino
1862 – Suécia
As mulheres votam nas eleições municipais.
1865 – Alemanha
Louise Otto funda a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
1866 - Reino Unido
John Stuart Mill, filósofo e economista inglês, reclama o direito de voto para as mulheres.
1868 - Reino Unido
Criação da Sociedade Nacional para o sufrágio feminino.
1869 - Estados Unidos
Nascimento da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. O estado de Wyoming concede o direito de voto às mulheres para atingir o número de eleitores necessários para entrar na União.
1870 - França e Suécia
As mulheres têm acesso aos estudos médicos.
1870 – Turquia
Inauguração de uma Escola Normal destinada a formar professoras para as escolas primárias e secundárias para raparigas.
1874 – Japão
Abertura da primeira Escola Normal para raparigas.
1878 – Rússia
Abertura da primeira Universidade feminina
1882 - Estados Unidos
Susan B. Anthony funda o Conselho Nacional de Mulheres, tendo como patrono Victor Hugo.
1893 - Nova Zelândia
Concedido o direito de voto às mulheres.
1901 - França
O deputado socialista René Viviani sustenta pela primeira vez um debate sobre o direito de voto das mulheres.
1932 – Brasil
Com a nova lei eleitoral, a mulher passa a ter direito de voto. Nas eleições seguintes, para a Assembleia Constituinte de 1934, pela primeira vez às mulheres é reconhecido o direito de votarem e serem votadas.
1974 – Portugal
Só com a revolução dos cravos, em Portugal, se atinge a igualdade de direitos, nomeadamente em relação à capacidade eleitoral activa e passiva, entre ambos os sexos.
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Passaram-se 87 anos (21.06.1919), Era um SB: os alemães afundam 70 barcos de guerra de sua frota
No Vaticano pontificava Bento XV (258º).
«Foi durante a 1ª Guerra Mundial que os ingleses escolheram Scapa Flow, localizada nas Ilhas Orkney, na Escócia, como ancoradouro para os navios da Real Marinha Britânica. Quando a guerra começou não havia defesa específica contra os submarinos, e medidas urgentes foram tomadas para proteger a entrada e os estreitos que lhe davam acesso.
Inicialmente foram construídos e submersos 21 grandes blocos de cimento, colocadas redes anti-submarino em várias profundidades, diferentes e diversas áreas foram minadas sendo apoiadas por baterias de canhões de costa. Assim, Scapa Flow foi declarada segura em 1915.
Mesmo com estas defesas, alguns comandantes de U-boat mais ousados tentaram penetrar na baía. Um destes conseguiu penetrar e lançar algumas minas, que em 5 de Junho de 1916 explodiram e afundaram o HMS Hampshire no Estreito de Hoy. O Ministro da Guerra inglês e herói de Khartoum, Lord Kitchner, estava a bordo visitando Scapa Flow, em rota para a Rússia em missão diplomática, ele e sua comitiva morreram no incidente, o que provocou forte comoção nacional.
A mesma sorte não teve o Comandante Joachim Emsmann no UB-116, que tentando penetrar no estreito de Hoxa acabou batendo em uma mina e afundou. Apenas um comandante com nervos de aço, grande técnica e experiência conseguiria superar as pesadas defesas e imprevisíveis correntes, poderosas o bastante para arrastar um U-Boat fora do seu curso.
As imposições do Tratado de Versailles, assinado após o final da 1ª Guerra Mundial, afectaram duramente não só a Alemanha, mas principalmente sua marinha, que desafiara a supremacia britânica nos mares. As cláusulas XXI e XXIII do tratado impunham que todos os submarinos, em número de 200, e os 74 navios de guerra deveriam ser entregues e ficariam fundeados
Quando o comandante alemão da frota rendida, o Contra-Almirante Von Reuter, soube que os ingleses pretendiam apoderar-se dos navios, ele começou a planear o afundamento de todas as unidades, facto executado em 21 de Junho de 1919, após o Almirante Reuter assinalar para os navios “Parágrafo onze confirmado”, o código do imediato afundamento. Mais de 400.000 toneladas de modernos navios de guerra afundaram, a maior perda de navios em um único dia na história naval.
Assim, Scapa Flow tornou-se para os marinheiros alemães o símbolo de uma vergonha, que foi a rendição e entrega dos seus navios, mas também o símbolo do sacrifício supremo, o lugar onde repousam ainda os restos da sua Frota de Alto Mar».
(Fonte: transcrição de parte do artigo: A Caminho de Scapa Flow (Ed. Clássica), Sea Wolves (Ballantine Books) e outros, por W. Garlipp – in site da Internet)
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Foi há 73 anos (21.06.1933), uma QA: Hitler proíbe a existência do Partido Social-Democrata na Alemanha. Nos Estados Unidos estava em exercício de funções o democrata Franklin Delano Roosevelt, 32º presidente. Em França estava no topo do poder o 14º e último presidente da Terceira República, Albert Lebrun. Em Inglaterra reinava ainda o avô de Isabel II, Jorge V.
Mal assumiu o poder, em Janeiro de 1933, Hitler imediatamente instaurou a ditadura, mediante a repressão de todos os que escapassem à sua ideologia anti-semita e aos seus intuitos de expansionismo militar e territorial.
Mas recuemos um pouco:
O movimento nazi não surgiu por um mero acaso. Resultou, nomeadamente, e viu aumentar a sua importância, a partir de 1930, com o crescente descontentamento popular face às crises económica e política.
Com slogans e repetidas intervenções pseudo-revolucionárias e demagogas, o Partido Nacional-Socialista (NSDAP), que era antidemocrático, anti-semita e de um nacionalismo exacerbado, facilmente se alcandorou à maior força política em 1932. Até que chegou a hora do derradeiro passo para o abismo: demitido Franz von Papen, o último chanceler da República de Weimar, o presidente Hindenburg chamou Hitler para constituir o novo governo.
Como faria qualquer tiranete aspirante a ditador, Adolfo Hitler desenvencilhou-se muito rapidamente dos que permitiram ou ajudaram à sua ascensão e atribuiu-se plenos poderes.
Apoiado pela burguesia melhor instalada, onde não faltariam xenófobos e racistas, fez aprovar uma lei que proibia todos os agrupamentos, associações, movimentos e partidos políticos à excepção do seu Partido Nacional-Socialista. O Partido Social Democrata e o Partido Comunista, em concreto, foram expressamente dissolvidos e os demais, forçados à auto dissolução.
Falei, acima, no parentesco próximo dos regimes nazi e salazarista. E na verdade é oportuno recordar que esse mesmo ano de 1933 foi o ano em que, em Portugal:
- a Empresa Nacional de Publicidade lança uma edição de 125 mil exemplares do livro Salazar, o Homem e a Obra (e a procissão ainda nem do adro passara!);
- é plebiscitada, promulgada e entra em vigor a nova Constituição, cujo artº 8º (onde se tacteavam, a contragosto, e se garantiam teoricamente o exercício dos direitos cívicos) foi constantemente considerado letra morta e preceito inútil e inaplicável. Com o novo texto constitucional se consagra oficialmente o Estado Novo, que vigoraria até 25 de Abril de 1974;
- na mesma data em que entra em vigor a Constituição de 33, e por mor das dúvidas, é legalizada a censura;
- o governo (de Salazar) extingue a Polícia Internacional Portuguesa e a Polícia de Defesa Política e Social e cria a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado/PVDE, igualmente para que não restassem quaisquer dúvidas (polícia política e instrumento de repressão do Estado Novo, antepassada da PIDE-DGS);
- o governo decide suspender o jornal Revolução, órgão do Movimento Nacional-Sindicalista;
- é promulgado o Estatuto do Trabalho Nacional (“Liberdade sindical e direitos laborais e sociais efectivos era coisa inexistente, graças ao "Estatuto do Trabalho Nacional" que protegia os trabalhadores e o país dos usos e costumes mais perversos que as democracias tinham adoptado”).
- é criado, por iniciativa e sob a directa supervisão de Salazar, o Secretariado da Propaganda Nacional, cuja direcção foi entregue
- o governo (de novo, por via das dúvidas) cria o Tribunal Militar Especial para o julgamento dos “crimes contra a segurança do Estado” (recorde-se que crime contra a segurança do Estado era, por exemplo, e pelo menos, alguém manifestar-se contra o regime!...)
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Completam-se hoje 71 anos (1935), foi numa SX: nasceu a escritora francesa Françoise Sagan. Em Portugal começara pouco antes o 2º mandato, dos 4 sucessivos, de 7 anos cada (o último não completado, porque morreu) do vitalício presidente general Carmona. Pontificava Pio XI (259º).
Françoise Quoirez, era o seu verdadeiro nome. Foi um símbolo da contestação juvenil das gerações de 50 e 60 do séc. passado.
Em 1954, publicou o seu primeiro romance Bonjour Tristesse/Bom dia, Tristeza, escrito com apenas 17 anos, vendendo milhões de exemplares. Apesar de ter sido bem aceite pela crítica e pelo público, a obra provocou alguma polémica.
Françoise Quoirez foi buscar o pseudónimo ao seu autor preferido: Proust (a princesa Sagan, personagem de "Em Busca do Tempo Perdido"), depois dos pais a terem proibido de usar o nome Quoirez, após a sua estreia literária.
Em 1958 casou, publicou o seu segundo livro Un Certain Sourire e viu adaptado para o cinema o romance Bonjour Tristesse, por Otto Preminger.
Condenada em 1990 e em 1995, por uso e posse de cocaína, em 2002, é condenada a um ano de prisão por fraude fiscal.
Entre os seus romances encontram-se Aimez-vous Brahms? (1959), Le Garde du cœur (1968), Un peu de soleil dans l´eau froide (1969), Un profil perdu (1974), Réponses, Brigitte Bardot (1975), Avec mon meilleur souvenir (1984), Sarah Bernhardt ou le rire incassable (1987), Et toute ma sympathie (1993), Un chagrin de passage (1994), Le Miroir égaré (1996) e Derrière l'épaule (1998).
Entre as peças de teatro que escreveu destacam-se Château en Suède (1959), Les Violons parfois (1961),
Françoise Sagan morreu, com 69 anos, aos 24 de Setembro de 2004.
(Fonte : as enciclopédias)
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Decorreram 66 anos (21.06.1940), era SX: II Guerra Mundial: a França rende-se à Alemanha. Em França estava-se na República de Vichy com Henri Philippe Pétain como Chefe de Estado. Nos Estados Unidos decorria o mandato do 32º presidente, o democrata Franklin Delano Roosevelt. Em Inglaterra reinava Jorge VI, pai de Isabel II. Em Portugal decorria o longo período do Estado Novo, liderado pelo “vitalício” chefe do governo, Salazar, com o general Carmona, igualmente “vitalício” na chefia do Estado. No Vaticano pontificava Pio XII (260º).
O governo do general Petain autoriza os comandantes dos exércitos franceses do Leste a depor as armas, quando as tropas se encontram cercadas por seis divisões e dois mil carros blindados alemães.
As forças nazis, que até então só tinham enfrentado pequenos e pobres países, quase sem tradição militar, contavam encontrar uma França mais resistente, até porque contava com a colaboração de tropas britânicas. Em termos humanos e de dispositivos militares, as forças equilibravam-se. E a França tinha na memória a vitória da anterior Guerra Mundial.
Os franceses, recordados, exactamente, daquele evento e do seu sucesso de então, antes de mais confiavam na segurança da Linha Maginot (linha de fortificações, cujo principal promotor foi André Maginot, construídas pela França, entre 1930 e 1936, ao longo das suas fronteiras com a Alemanha e com a Itália), e preocuparam-se mais com a região das Ardenas (uma região muito acidentada partilhada principalmente pela Bélgica e Luxemburgo, mas que se estende, também, à França). Porém, foi exactamente aí que se deu o ousado golpe das tropas nazis quebrando o exército francês
Se a catástrofe francesa foi surpreendente, a audácia das forças alemãs não o foi menos.
A França ficou dividida em duas zonas: uma ocupada pelos alemães, a outra pelo governo colaboracionista do marechal Petain.
Perante o desaire dos franceses a Inglaterra, liderada por W. Churchill, não desarma e jura continuar até à vitória final.
Quando a sorte da França já estava praticamente decidida, a Itália declarou-lhe guerra (10 de Junho de 1940) propiciando aos franceses suas únicas e inúteis vitórias contra as potências do Eixo. Tropas italianas estabelecidas na Líbia penetram no Egipto em Setembro de 1940 donde são rapidamente expulsas pela contra-ofensiva britânica. A situação desesperadora das forças italianas faz com que Hitler designasse o Afrikakorps - comandado por E. Rommel - para auxiliar Mussolini. Entre Março-Abril de 1941 as tropas alemãs infligem pesadas derrotas aos ingleses obrigando-os a recuar.
No segundo semestre de
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Entretanto, a Alemanha nazi, perante
o auto-convencimento de Hitler da sua invencibilidade,
declara guerra à União Soviética.
Operação Barbarossa foi o nome de código
pelo qual ficou conhecida a operação militar Alemã
para invadir a União Soviética a 22 de Junho de 1941,
durante a Segunda Guerra Mundial,
rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov
ou Pacto Germano-Soviético
ou ainda Pacto Hitler-Estaline,
tratado de não agressão
estabelecido pelos dois países, inimigos figadais,
em Moscovo em 23 de Agosto de 1939,
nas vésperas do início da II Grande Guerra
menos de dois anos antes desta acção,
considerada a maior e mais feroz campanha militar da história.
O nome da operação recordava o famoso monarca alemão
Frederico Barbarossa, herói das Cruzadas no século XII”.
O ditador nazi deixara bem claro aos seus generais
que a campanha soviética tinha de ser rápida e fulminante,
antes que o temível “General Inverno” russo se aproximasse.
Os soviéticos sairiam vencedores, mas ainda teriam de percorrer um longo e sangrento caminho para expulsar o invasor do seu território
e vingar-se das atrocidades que lhes foram infligidas pelos alemães.
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Apesar de sucessivas derrotas, os ingleses conseguem manter algumas posições estratégicas importantes - a Ilha de Malta - na intersecção da Sicília com a África.
A superioridade naval e aérea inglesa vai ser uma permanente fonte de tormentos para os italianos no Mediterrâneo, como também neutraliza a eficiência de combate do Afrikakorps derrotado
A reacção organizada pela Resistência Francesa começou no dia 15 de Agosto de 1944. Nos dias 18 e 19 de Agosto de
"Paris passa frio, Paris tem fome... Paris veste-se como se fora um velha... Paris é infeliz" – lastimava o poema "Coragem"(1942) de Paul Éluard, surrealista, comunista, homem da Resistência.
Todavia, foi preciso esperar mais dois anos. O desembarque aliado na Normandia no Dia-D (6 de Junho de 1944), avivou o ânimo de todos os parisienses.
Naquele momento, os parisienses já podiam ouvir os disparos das forças aliadas que se aproximavam pelo Oeste.
Americanos, britânicos, canadianos, franceses gaullistas e outros vinham somando vitórias nas praias da Normandia, onde desembarcaram nove semanas antes.
A acção dos líderes da resistência levou a que os alemães começassem a perder o controle da cidade.
Em 25 de Agosto de 1944 dá-se a rendição da Alemanha.
O general Leclerc, que comandara as forças livres francesas, avança no centro da capital naquele dia, no banco da frente de um jipe militar blindado. Atrás dele, derrotado, encontrava-se o governador alemão da Paris sob ocupação, general Dietrich Von Choltitz. Seguiam para a estação ferroviária de Montparnasse, onde, minutos mais tarde, Choltitz assinaria a capitulação.
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Foi há 59 anos (21.06.1947), que caiu num SB: crise na Academia de Lisboa. O Estado Novo ia-se reforçando; ou seja: ia reforçando a censura, a autopropaganda, o controle apertado de toda a situação com o consequente reforço da polícia política, a PIDE. Prosseguia, portanto, com o seu carácter “vitalício” quer o presidente da República, general Óscar Carmona, quer o líder do regime, o presidente do Conselho de Ministros, Salazar. Na cadeira de Pedro, em Roma, sentava-se Pio XII (260º).
Voltando a Salazar: haverá ditador que não considere a sua perenidade
como um dado adquirido?
É muito velha a história da tartaruga, a este prpósito.
Mas recordo-a, para os mais novos:
um dia alguém mostra a Salazar uma tartaruga.
E comenta com o santacombadense
que o animal dura 200 anos.
“Ah, sim?...
– responde de imediato Salazar –
Então leve-me uma lá para casa, que sempre quero confirmar isso...”
“Regista-se uma crise académica em Lisboa, em consequência da prisão dos membros da Comissão Académica de Lisboa, seguida da prisão dos elementos da Comissão Central do MUD [Movimento de União Democrática] Juvenil [MUDJ], entre os quais Mário Soares, Salgado Zenha e Rui Grácio” - Reproduzido do Arquivo Mário Soares - MUDJ - cronologia
As crises académicas eram um dos pretextos para que a polícia política fizesse umas “purgas”. O regime não desistia de se impor... Mas as adesões, ao mesmo, eram cada vez mais escassas. E o MUDJ era exactamente um alfobre democratas, onde se cruzavam e conviviam várias ideologias e tendências, que de comum tinham o serem oposicionistas à Ditadura e ao Estado Novo.
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Completam-se hoje 53 anos (21.06.1953), era um DM: nasceu, em Karachi, Benazir Bhutto, dirigente política paquistanesa. Em Portugal era, então, PR o general Craveiro Lopes (seu único mandato – o que então não era normal – por razões que já antes referi: o seu perfil não era do agrado de Salazar, logo, do partido único, da União Nacional). Pontificava Pio XII (260º)
Benazir Bhutto, líder do Partido Popular do Paquistão (PPP) desde 1984 (então com 31 anos) - no exílio até 1986 -, foi primeira-ministra do Paquistão de
A líder paquistanesa estudou na universidade de Harvard - uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo, bem como a instituição de educação superior mais antiga dos Estados Unidos da América, situada em Cambridge, estado de Massachusetts, separada de Boston pelo Rio Charles - e na de Oxford,
Quando a lei marcial foi levantada, regressou ao Paquistão em Abril de 1986 e lançou uma campanha para eleições livres. Em Novembro de 1988, tornou-se a mais nova e a primeira mulher a chefiar um governo de um estado muçulmano.
Em 1989, reintegrou o seu país na Commonwealth.
Em Agosto de 1990, foi afastada do cargo por decreto presidencial de Ghulam Ishaq Khan e, juntamente com o marido, foi acusada de corrupção e de abuso de poder e o seu partido foi derrotado nas eleições gerais subsequentes.
Benazir Bhutto fortaleceu a sua posição política durante 1993: em Outubro tomou, pela segunda vez, posse como primeira-ministra, na sequência do êxito do seu partido nas eleições parlamentares. Em Novembro de 1996, foi afastada do cargo. O seu partido foi derrotado nas eleições de 1997, mas ela manteve o seu mandato como deputada. Após a prisão do seu marido, Benazir Bhutto foi formalmente acusada de práticas de corrupção.
Acossada por essa acusação, a dirigente política vive exilada no Dubai e em Londres e tem evitado o regresso ao país para fugir a um julgamento.
(Fonte: as enciclopédias, basicamente a BU, da Texto Editores)
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Completam-se hoje 43 anos (21.06.1963), aconteceu numa SX: eleição do cardeal Giovanni Battista Montini como papa, que tomou o nome de Paulo VI (262º). Em Portugal decorria o mandato presidencial de Américo Tomás (o primeiro de dois. Mas o segundo interrompido pelo 25 de Abril). Na liderança do governo e do regime continuava o “vitalício” Oliveira Salazar.
Nascido para o século como Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini em Brescia, Itália, aos 26 de Setembro de 1897, subiu ao trono de Pedro aos 65 anos, sucedendo ao “Bom papa João”, João XXIII, falecido, com 81 anos a 03 desse mês.
Paulo VI continuou a obra do seu antecessor iniciando a segunda etapa do Concílio do Vaticano II, a 04.12.1963, concílio que teve o seu termo em finais de 1965. Dirigiu a igreja romana numa época de transição entre as eras pré e pós-Vaticano II.
Esteve em Portugal, em Fátima, a 13.05.1967, nas comemorações do quinquagésimo aniversário da primeira aparição. Fez questão, porém, em tornar claro que vinha apenas como peregrino, e não em visita oficial. Mas Salazar e os seus bonzos logo acorreram a Fátima para saudarem o papa, na presumível suposição de que se tratava de um aliado.
Paulo VI também visitou a sede da ONU, em 04.10.1965, de cuja tribuna lançou um vigoroso apelo à paz mundial.
“À época assistiu-se à revisão mais profunda da liturgia católica dos últimos séculos, a mudanças no sacerdócio, e a um mundo em mudança de valores com as taxas crescentes de divórcio, uniões de facto, liberdade sexual e legalização do aborto e das técnicas anticoncepcionais”.
Das sua encíclicas é geralmente destacada a Humanæ Vitæ, de 25.07.1968, repositório da visão tradicional da igreja católica sobre métodos anticoncepcionais e sobre o aborto, ou seja, a costumada e veemente oposição a toda forma de contracepção. Afinal, a posição ultra-conservadora de sempre.
Daí que essa encíclica tivesse sido por muitos considerada um retrocesso relativamente ao “aggiornamento” que João XXIII preconizava para a igreja saída do concílio do Vaticano II.
Quanto à matéria de emancipação dos povos: não que fosse muito visível, mas alguém escreveu, então: “o Episcopado e o Clero português deixam de se colocar unanimemente ao lado da política colonial do Governo.”
“Paulo VI testemunhará o desacordo da Santa Sé” [à política colonial do governo português] ao receber em Roma, em 01.07.1970, os dirigentes dos principais movimentos de libertação das colónias portuguesas, Agostinho Neto (MPLA), Amílcar Cabral (PAIGC) e Marcelino dos Santos (FRELIMO).
Paulo VI morreu em Castelgandolfo, aos 80 anos, em 06.08.1978.
Sucedeu-lhe a 26.08 o cardeal Albino Luciani, com 65 anos. João Paulo I foi o nome que adoptou, em homenagem aos seus imediatos antecessores. O seu pontificado só duraria 33 dias (muitos suspeitam que não de morte natural, até porque se previa que viesse a tornar-se num papa “incómodo”...), tendo-lhe sucedido, em 16.10 do mesmo ano, o cardeal polaco Karol Josef Wojtyla, aos 58 anos, que adoptou o nome João Paulo II (264º), falecido há pouco mais de um ano, em 02.04.05.
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Foi há 12 anos (21.06.1994), o que ocorreu a uma TR: Vergílio Ferreira recebe, pela sua obra Na Tua Face, o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores. Na chefia do Estado estava, então, o Dr Mário Soares (seu 2º mandato). Na direcção suprema da Igreja continuava João Paulo II.
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"Somos um país de analfabetos. Destes alguns não sabem ler."
Vergílio Ferreira
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O Grande Prémio de Romance e Novela é atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) desde 1982 e já premiou autores como Agustina Bessa-Luís,
Patrocinam este galardão a Fundação Calouste Gulbenkian, o Instituto Camões, o Ministério da Cultura, a Sociedade Portuguesa de Autores, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, a Câmara de Grândola e a Torralta e tem o valor pecuniário de 15 mil euros.
Vergílio Ferreira (1916-1996) nasceu em Melo, Gouveia, “uma aldeia com vista sobre a serra que tanto haveria de influenciar a sua obra”. Professor de formação (recordem-se as referências aos professores em "Manhã Submersa" e em "Aparição"), foi, contudo, como escritor que mais se distinguiu. Em 1992, foi galardoado com o Prémio Camões, a mais importante recompensa literária para obras na língua portuguesa. “A sua vasta obra, geralmente dividida em ficção (romance, conto), ensaio e diário, costuma ser agrupada em dois períodos literários: o Neo-Realismo e o Existencialismo. Considera-se que "Mudança" é a obra que marca a transição entre os dois períodos.” “Atravessa a sua obra o discurso da solidão, como um dos aspectos mais profundos da condição humana” e “as personagens de Vergílio Ferreira assumem um papel questionador”.
“Perpassa, na obra deste autor, uma tentativa de elevar os problemas individuais à generalidade dos Homens”
Por este motivo, Carlos Ceia observa que "o romance de Vergílio Ferreira é uma interrogação sobre a humanidade do homem". Na ficção, Vergílio Ferreira estreou-se, em 1943 com “O Caminho fica Longe” e publicou em
O seu nome continua actualmente associado à literatura também através da atribuição do Prémio Vergílio Ferreira.
O Prémio Vergílio Ferreira foi instituído pela Universidade de Évora com o objectivo não só de homenagear escritor que lhe dá o nome, como de galardoar o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa, relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio.
Este prémio contempla anualmente propostas de candidatura oriundas de diversas universidades, nacionais e estrangeiras, onde se desenvolvam estudos de Literatura e Cultura portuguesas. O seu valor monetário é de cinco mil euros.
A lista de vencedores deste prémio é a seguinte: em 1997: Maria Velho da Costa (Portugal); em 1998: Maria Judite de Carvalho (Portugal) (entregue postumamente); em 1999: Mia Couto (Moçambique); em 2000: Almeida Faria (Portugal); em 2001: Eduardo Lourenço (Portugal); em 2002: Óscar Lopes (Portugal); em 2003:
(Fonte: basicamente Wikipédia)
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Faz hoje três anos (21.06.2003), que foi num SB: morreu, aos 78 anos,
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"Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos,
mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo".
Leon Uris
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Leon Uris, descendente de imigrantes polacos, nasceu em Baltimore, Maryland, aos 3 de Agosto de 1924, foi um escritor norte-americano de religião judaica, conhecido por preceder cada livro de um longo e obsessivo trabalho de pesquisa. Autor de vários best sellers, entre eles a sua obra prima, o clássico Exodus, “que relata em 600 páginas, de forma épica, os acontecimentos históricos que antecederam a criação do Estado de Israel, desde o surgimento do sionismo, no final do século XIX, até à independência, em 1948.
Leon Uris era um indivíduo destemido, enérgico e dotado de espírito aventureiro. Em 1956, por exemplo, foi ao Oriente Médio realizar as pesquisas para escrever Exodus e acabou por fazer a cobertura da Crise do Suez, entre Israel e o Egipto, como jornalista e enviado especial.
Exodus/Êxodo é publicado em 1958 e traduzido em cerca de 50 línguas, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.
Dois anos depois da publicação do livro é realizado (1960) o filme com o mesmo nome por Otto Preminger, com Paul Newman e Eva Maria Saint nos principais papéis.
Em 1953, Leon Uris publica o seu primeiro romance Battle Cry/Grito de Batalha, para o qual se inspira na sua experiência na guerra.
Leon Uris, realmente, participou na II Grande Guerra, incorporado nos Marines.
Em 1961, publica um novo sucesso de vendas — Mila 18 e, em 1967, o livro de espionagem Topaz/Topázio, que deu origem a um filme de Alfred Hitchcock, de 1969, com Frederick Stafford, um filme de suspense onde abundam os assassinatos, as conspirações, as traições e os suicídios, à boa maneira hitchcoquiana.
Na década de 70, Trindade, um clássico, um romance épico e enciclopédico sobre a luta do povo irlandês pela liberdade, deu também a Uris uma grande projecção.
De 1988 é a sua autobiografia, O Estreito de Mila.
Em 1999, publica A God in Ruins/Um Deus em Ruínas, que viria a ser a última obra publicada antes da sua morte, a que se seguiria O´Hara´s Choice, editado em
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