sexta-feira, junho 17, 2011

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Como sempre, recordo:






Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.




ESTAMOS NA SEXTA-FEIRA 17 DE JUNHO DE 2011 (MMXI) DO CALENDÁRIO GREGORIANO






Que corresponde ao
Ano de 2764 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4707 a 4708 do calendário chinês
Ano 5771 a 5772 do calendário hebraico
Ano 1432 a 1433 do calendário islâmico






Mais:


DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:


De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".






Por outro lado


2011 é o ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO
e
é, também, o ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA
e
ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS






E hoje é ainda

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A DESERTIFICAÇÃO E A SECA
- ou seja, este dia é um momento oportuno para a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de promover a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca.











Foi há 432 anos (17.06.1579), era uma QA: Francis Drake proclama a soberania da Inglaterra sobre a Califórnia (New Albion). Em Portugal reinava o cardeal D. Henrique (17º). Pontificava Gregório XIII (226º).

Albion é uma arcaica designação de Britânia, usada por gregos e romanos,
provavelmente de origem celta.
Hoje é raramente utilizada a designação, que respeita à ilha, ou mais especificamente à Inglaterra,
sobretudo em linguagem poética, mas não só
(como a “pérfida Albion” – expressão utilizada por Freitas do Amaral, mencionado por Teresa de Sousa in Público de 29.11.2005; “loira Albion” – no dizer de Mário Mesquita in Público de 09.04.07; ou a “velha Albion”, expressão relembrada por Nuno Pacheco, in Público de 12.04.07).
Nova Albion foi o nome da região da costa do Pacífico da América do Norte (actual Califórnia),
explorada por Sir Francis Drake e por ele reclamada para a coroa britânica em 1579.
Aliás, a extensão da Nova Albion e a localização do desembarque do conquistador
tem sido objecto de longo debate entre os historiadores,
defendendo a maioria deles que ele aportou algures na costa Norte da Califórnia,
conforme se documenta com o mapa seguinte.




Ou seja, durante a circum-navegação do globo que realizou entre 1577 e 1580, em que lhe foi ordenado que atacasse e destruísse as pequenas frotas espanholas que encontrasse nas américas e que estabelecesse acordos de pilhagem com outros corsários, Sir Drake desembarcou na costa ocidental norte-americana e reclamou essa área para a rainha Isabel I como Nova Albion (cfr mapa acima). A Califórnia, aliás Nova Albion, foi um dos primeiros territórios reivindicados pelos ingleses no Novo Mundo .

A evocação desta efeméride é, em parte, uma história de capa e espada.

O Vice-almirante Sir (!) Francis Drake (1544-1596) foi um comandante da marinha inglesa e navegador (!), corsário, traficante de escravos e renomado pirata (!), e um político (!) da era isabelina (reinado de Isabel I 1558-1603). A rainha conferiu-lhe, mesmo, a dignidade de cavaleiro (!) em 1581.

Drake foi segundo comandante da frota inglesa contra a Armada espanhola em 1588, estando apenas subordinado ao estadista e Almirante Charles Howard e à própria rainha.

E morreu em 1596 após um malogrado ataque a S. João do Porto Rico.

Os seus feitos tornaram-se lendários fazendo dele um herói para os ingleses mas um pirata para os espanhóis.

Francis Drake acompanhou o navegador John Hawkins, de 1567 a 1568 e ainda em 1572, em assaltos nas Caraíbas, tendo regressado a Inglaterra em 1573 com uma fortuna considerável. Depois de ter servido como voluntário na Irlanda, foi apoiado pela rainha Isabel I numa expedição ao Pacífico, iniciada em Dezembro de 1577, no navio Pelican, juntamente com quatro outros navios e 166 homens, zarpando em direcção à América do Sul.

Em Agosto de 1578, a frota dobrou o estreito de Magalhães, tendo depois sido arrastada para sul em direcção ao cabo Horn. Os navios separaram-se uns dos outros e regressaram a Inglaterra, à excepção do Pelican, que seguiu ao longo da costa do Pacífico e viu o seu nome alterado para Golden Hind.


moderna réplica do Golden Hind de F Drake

Drake navegou para norte ao longo da costa do Chile e do Perú, assaltando navios espanhóis e, em 1579, após proclamar a soberania de Inglaterra sobre a Califórnia (Nova Albion) seguiu para sudoeste através do Pacífico.

Contornou o cabo sul-africano em Junho de 1580 e aportou a Inglaterra, em Setembro do mesmo ano. Drake concluiu assim (em 1580) a segunda viagem de circum-navegação (encetada em 1577), tendo sido o primeiro inglês a efectuá-la. Na expedição de 1587 a Cádis, queimou vinte e seis navios de guerra e de carga, tendo com esse facto atrasado a invasão da Inglaterra pela armada espanhola. Posicionado na ilha francesa de Ushant (1588) com o fim de interceptar a armada espanhola, teve que regressar a Inglaterra devido a ventos desfavoráveis. Insistindo desde sempre na agressão à Espanha, facto que o levou a apoiar o Prior do Crato, serviu como vice-almirante do Revenge sob as ordens do lorde Howard, ajudando a derrotar a Invencivel Armada.

Em Janeiro de 1596, morreu de disenteria ao largo de Puerto Bello (actualmente Portobello), no Panamá.

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