terça-feira, dezembro 11, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

imagem Wikipédia
Guerra colonial: Angola (1961)
uma coluna militar portuguesa

O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:
. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)
. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)
. ano 4703/4704 do calendário chinês
. ano 5767/5768 do calendário hebraico



DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.
2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.
2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.
2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
2007 Ano Internacional da Heliofísica


Dia Internacional das Montanhas
Dia Nacional do Burkina Faso (antigo Alto Volta)


Aconteceu há 43 anos, na SX 11DEZ1964: foi divulgado um manifesto intitulado “Amangola”, por um grupo de angolanos da UPA (União dos Povos de Angola) exilados em Brazaville, que constituiam a base da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola)”.

Tudo isto no mesmo ano em que
- são fundados a FAP (Frente de Acção Popular), os GAP (Grupos de Acção Popular) e o CMLP (Comité Marxista-Leninista Português). (JAN)
- é criada a ASP (Acção Socialista Popular) em Genebra, liderada por Tito de Morais, Ramos da Costa e Mário Soares. (ABR)
- a FRELIMO inicia a luta armada a partir do distrito de Cabo Delgado, nesta altura ainda sob a chefia de Mondlane. (SET)
25NOV1964: a OUA reconhece o MPLA como único representante legítimo do povo angolano.

O regime da ditadura de Salazar já estava em manifesto declínio, desde os finais da década anterior. Teoricamente, a suprema magistratura da nação estava, então, entregue ao submisso e fiel Américo Tomás. Só na aparência e para estrangeiro impressionar, pois que o líder do regime nunca deixou de ser Salazar.
Como se vê acima, à medida que o regime se radicaliza, também do outro lado, na metrópole e nas colónias, se vão cavando posições cada vez mais extremadas. E recorde-se que os movimentos de libertação iniciaram a sua acção armada em 1961.
A crise política em Portugal vinha-se acentuando, num crescendo veloz, desde, sobretudo, como se disse, os finais da década anterior. Crise para o controle da qual o regime começa a mostrar que não tem resposta adequada e satisfatória. Nem é possível que tenha – dentro dos seus rígidos e anquilosados parâmetros de actuação.

Claro que nesta movimentação anti-ditadura, nas colónias, não era de incluir o embrião que significava o manifesto Amangola. O movimento daqui resultante mais viria a parecer uma invenção dos “buldogues” do regime…

“Desde o início da sua actividade política, Savimbi manteve contactos privilegiados com organizações políticas e religiosas conotadas com a CIA americana e promoveu repetidamente tendências fraccionárias de raiz étnica.”

Em 1964, demitiu-se de ministro do GRAE/Governo Revolucionário de Angola no Exílio e de secretário-geral da FNLA e terá tido especial intervenção naquele manifesto, propondo a luta armada como solução contra o colonialismo português.

Mas claro que não era contra o colonialismo português, como apregoava.

O GRAE era dominado maioritariamente pela FNLA. E chegou a ser reconhecido como representante de Angola na recém-formada (1963) OUA, organização esta que recomenda aos países africanos o reconhecimento do GRAE e o apoio à FNLA.

Sabe-se, igualmente, que Savimbi desde 1969 contactou as autoridades coloniais portuguesas (já com Marcelo Caetano na chefia da ditadura), nomeadamente a PIDE (nessa altura já DGS. “Esta acção traduziu-se num protocolo de colaboração de Savimbi com as forças portuguesas, em que este se comprometeu combater o MPLA no Leste de Angola, em troca do apoio dos militares à acção da UNITA junto das populações controladas por este movimento.”
Dum lado e doutro da mesa era só bleuf. E conivências.

Nesta altura já a OUA apoiava e incentivava o apoio ao MPLA. Que tinha, então, outro e bem diferente líder!





2 comentários:

aminhapele disse...

Parece que,com a intervenção da UNITA,as nossas "baixas" no Leste passaram a ser bastante menos...

Manuel da Mata disse...

Boa tarde, José Luís.
É evidente que, sendo amigo de um amigo meu, meu amigo é.
Passo por aqui com alguma regularidade e gosto do que tenho visto.
A questão colonial também me toca, porque estive lá nos anos de 1974-1975. Em Angola, mais precisamente.
Estava em Luanda, quando chegou o presidente António Agostinho Neto. Vi o povo em festa, nesse memorável 4 de Fevereiro de 75.Bem diferente do actual presidente, na verdade.
Passe pelo voo da coruja, s.f.f. Deixei um novo comentário acerca do acordo ortográfico.
Um abraço,
Manuel Barata

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