terça-feira, abril 04, 2006

“OS SEGREDOS DE MOURINHO EXPLICADOS EM LIVRO"


Recentemente foi posto à venda o livro Mourinho — Porquê Tantas Vitórias, de Bruno Oliveira, Nuno Amieiro, Nuno Resende e Ricardo Barreto, licenciados em Desporto na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto, com especialização em Alto Rendimento. No prefácio, do neurocientista António Damásio, este explica: "o que me interessa em Mourinho (…) tem a ver com a forma como múltiplos executantes se comportam em torno de um projecto singular como se fossem uma entidade única, embora mantenham as suas individualidades.

O livro revela, segundo os autores, "a chave do sucesso" do técnico português mais bem sucedido de sempre e está dividido em três partes:

"Evidências empíricas", "Uma realidade concepto-metodológica transgressora" e "O acentuar da transgressão".

"Este livro vai ser um livro fantástico, mas não vão ser muitos os treinadores (…) que, mesmo lendo-o cinquenta vezes, vão conseguir extrair dele coisas produtivas para o seu trabalho (…)", escreve Mourinho.»

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Em cima da hora e do acontecimento surgiu-me o pretexto.

Creio que ninguém me encara como algum velho do Restelo, ou saudosista.

Nem sequer acho, sempre, que “no meu tempo é que era bom”…

Não e não, quantas vezes. (Em certos – raros – aspectos, acho que sim).

Mas, acerca do assunto…

Normal. Naturalíssimo. É a completa “descentralização” (deixem que utilize a expressão, embora, em rigor, não muito adequada) do conhecimento a favor do seu melhor aprofundamento, domínio e divulgação.

Certíssimo.

Quando há tempos, e em (pretenso) jeito de blague eu falava na “OAIOLÉ”, claro que fazia, tão só, uma caricatura (não sei se conseguida) do irreal de certas pretensões. Que também as há.

É o mundo: sempre contraditório. Sempre surpreendente. Sempre evoluindo. Sempre avançando.

Não cabe, pois, ali, a matéria desta abordagem – esclareça-se, por mor de alguma remota dúvida.

Como devo esclarecer também, e a propósito, que nunca considerei (o contrário do que senti ser a avaliação de outras pessoas) o jornalismo desportivo (cingindo-me agora ao que era mais usual entre nós, mas abarcando todos os outros escritores que tratam desse fenómeno) um jornalismo menor…

(Então eu não “conheci”, antes, um Carlos Pinhão, e não “conheço” hoje, e aprecio, igualmente, um Rui Santos?! E isto numa síntese, porque há mais)

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(Mas ficaram-me umas luzinhas a piscar, cá dentro, intermitentemente:

"Evidências empíricas", "Uma realidade concepto-metodológica transgressora" e "O acentuar da transgressão"

Claro que, ao falar de empirismo, a gente lembra-se logo do (também racionalista cartesiano) John Locke e do céptico David Hume…

Mas quanto a “uma realidade concepto-metodológica transgressora", confesso a minha baralhação…

E isto não tem a ver com a matéria; tem que ver com a “prosa”, com a exposição, com os autores neste caso concreto.

Mas, alto! Eu não sou um filósofo… (Ora… Coitado de mim). Claro que não posso abarcar a linguagem codificada de todos os ramos do saber… Evidente.

Mas – no caso em presença – creio que não se trata de uma tese, ou artigo para revista especializada. Trata-se, sim, de um livro para o mais vasto auditório.

Espero é que isto se passe só comigo, que ainda tenho muito que aprender…

(É melhor não fazer caso… Nem tentar aprofundar…)

Lá porque os autores são doutores em desporto, não creio que, ao escrever, não para a academia mas para o grande público, tivessem de ir ao baú das roupagens linguísticas especiais para as usar nesta circunstância.

Os nomes de jornalistas que acima aludi, são apenas dois exemplos de um bom jornalismo que na área do desporto se vai praticando.

Não há necessidade de enveredar por complicadas performances à laia de “catedráticos” como, antigamente, o Alves dos Santos (cuja esquelética figura e ar de “grave senhor” lhe valeu o epíteto de “alegria dos cemitérios”), ou, mais recentemente, de um Ribeiro Cristóvão ou ainda, e sobretudo, de um Gabriel Alves.

Os doutores e os catedráticos, por vezes (muitas), têm o condão de tornar difíceis as coisas simples.

É que, como Máximo Gorki afirmou, “tudo o que é sábio é simples é claro”.

Como diria o diácono Remédios – quando o seu criador tinha graça – “Não havia nexexidade…”

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