terça-feira, janeiro 25, 2005

CARTA ABERTA AO DR FRANCISCO LOUÇÃ

Caro Dr Louçã

Li hoje no Público, a sua “resposta às críticas” que lhe têm sido dirigidas, a partir do seu frente-a-frente com Paulo Portas, na noite do dia 20 deste mês, na SIC-N.

Na realidade, e sendo certo que afirma serem bem-vindas as críticas, a verdade é que lhes não responde. Esta sua intervenção limita-se, afinal, a mais um artigo de opinião acerca da interrupção voluntária da gravidez (vulgo, Lei do Aborto). Mas quanto ao cerne das críticas, nada.

Confesso que também eu me arrepiei com o seu deslize, tendo-o, como o tenho, como um líder de verbo fácil (que nada tem a ver com a parlapatonice inócua da maioria da actual geração de políticos – de que são paradigma Santana Lopes, Paulo Portas e quejandos) e argumento claro, embora não esteja, muitas vezes, de acordo consigo.

É que ao âmago da questão foram, entre outros, Eduardo Dâmaso (num editorial muito contundente), Helena Matos e Ana Sá Lopes – isto para referir só alguns exemplos e apenas um periódico, o Público; porque o coro foi geral.

Mas se na imprensa correu muita tinta sobre o assunto, na blogoesfera também se debitaram muitos bites acerca dele.

No Causa Nossa postaram sobre a matéria, pelo menos, Maria Manuel Leitão Marques (MMLM) e Vicente Jorge Silva (VJS), numa veemente troca de opiniões. E no Abrupto, José Pacheco Pereira também não deixou passar em claro o “escândalo”.

Receio bem, meu caro Louçã que o que se tenha passado tenha sido que um pequeno átomo da sua essência emergiu e disparou, e uma reminiscência, que estava meio adormecida, lá num cantinho da sua personalidade, terá despertado e dado sinais de vida!

E foi uma pena: porque isso tem de significar algo de tão importante como grave.

O que na sua intervenção, naquele debate, podia bem ser considerado um poderoso argumento ad hominem contra a tartufice, a safardeza e a falta de pudor do universo que o seu opositor representa, transformou-se, afinal - como afirmou o seu “compagnon de route” Luís Januário, no respectivo blogueA Natureza do Mal, na passada Sexta-feira dia 21 – numa “grosseira utilização da biografia privada do opositor, sem ligação aos temas em debate, e introduzindo um aspecto irrelevante para a bondade dos argumentos”…

… Para além de estar em contradição com a apregoada tolerância do Bloco relativamente a certas minorias, inclusive aquela a que o mesmo opositor alegadamente pertencerá – acrescento eu.

Pois é, meu amigo: no melhor pano…

José Luís Ferreira

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