Como
sempre, recordo:
Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões
pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo
acontecimentos,
visito ou revisito
lugares,
encontro ou reencontro
personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa
recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes
eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto
para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender
o presente
e a prevenir o futuro.
DECORRE O 12º ANO DO 3º
MILÉNIO.
ESTAMOS NA TERÇA-FEIRA
DIA 22 DE MAIO DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO
Que corresponde ao
Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4709 do calendário
chinês
Ano 5772 do calendário
hebraico
Ano 1434 da Hégira
(calendário islâmico)
Mais:
DE ACORDO COM A
TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a
2012 - Década da
Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a
2014 - Década das Nações
Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a
2015 - Década Internacional
"Água para a Vida".
Por outro lado
2012 é o
ANO EUROPEU DO
ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES
ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA
SUSTENTÁVEL PARA TODOS
ANO INTERNACIONAL DA
AGRICULTURA FAMILIAR
ANO INTERNACIONAL DAS
COOPERATIVAS
HOJE É O DIA DO AUTOR
PORTUGUÊS
E DIA MUNDIAL PARA A
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
«0 nosso augusto Soberano Lorde Carlos II (...)
e a Ilustríssima Princesa D. Catarina, Infanta de Portugal
(...)
foram casados em Portsmouth na
quinta feira, vigésimo segundo dia de Maio, do ano do N.
Sr. de 1662 (...)"
Do assento de casamento do régio casal
D. Catarina de Bragança
Carlos II de Inglaterra
Foi no dia 22.05.1662, faz hoje 350 anos,
casou a infanta D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV, com Carlos II,
rei de Inglaterra, na sequência do terceiro tratado de aliança entre Portugal e
a Inglaterra (1661).
Contexto
político ocidental do evento:
Decorria a
regência de D. Luísa de Gusmão, viúva de D. João IV (21º), na menoridade de D.
Afonso VI (22º), seu filho. D. Luísa era ainda mãe de D. Catarina, irmã mais
velha de D. Afonso.
Em
Inglaterra decorria, desde há cerca de dois anos, o reinado de Carlos II (51º),
da Casa Real dos Stuart, filho de Carlos I que reinou de 1625 a 1649, deposto e
executado pela Revolução Inglesa que deu lugar à ditadura do "Lord
Protector" Oliver Cromwell e de seu filho Richard, ou República Puritana
(1653-1659), (1º) Commonwealth britânico envolvendo a Inglaterra, Escócia e
Irlanda. O trono foi recuperado pelo Parlamento para Carlos em 1660.
Em França
já decorria o reinado (de 72 anos) de Luís XIV, o Rei Sol, também Luís III de
Navarra, da Dinastia de Bourbon, cujo primeiro-ministro era Júlio Mazarino, cardeal
Mazarino (cardeal... sem alguma vez ter sido padre!). Mazarino ainda chegou a
negociar com a coroa portuguesa o casamento de D. Catarina com Luís XIV, cujo
fito era conseguir, através de Portugal, um acordo de não agressão entre a
Espanha e a França. Mantendo a coroa portuguesa nessa expectativa, conseguiu o
seu objectivo por outra via, desprezando as negociações correntes.
Em Espanha
era Filipe IV (4º) que reinava, ocorrendo no seu reinado a Restauração da
Independência de Portugal (onde ele tinha sido Filipe III), anos antes, em
1640.
A Alemanha
tinha a governá-la o imperador Leopoldo I.
Na Prússia,
então um ducado, o eleitor de Brandeburgo (o duque) era Frederico Guilherme, da
Casa de Hohenzollern. Seu filho, Frederico III, viria a ser o primeiro rei da
Prússia (A Prússia era o resultado da junção do ducado da Prússia com
Brandemburgo. Brandemburgo ou Brandeburgo ou Brandenburg é um dos 16 Estados –
Länder - da Alemanha, no leste do país, cuja capital é Potsdam.)
Pontificava
Alexandre VII (237º), notável poeta e desvelado protector das letras e das
artes. É do seu pontificado a magnífica colunata da praça de S. Pedro, que ele
mandou construir sob risco de Bernini. (Mas as 140 estátuas barrocas de santos
que se encontram sobre a colunata, foram aí mandadas colocar pelo seu sucessor,
o Papa Clemente IX).
Em
Portugal, que tinha adoptado em 1582 o calendário gregoriano, o real enlace
ocorreu num DM. Porém, em Inglaterra era uma QI, já que no Reino Unido ainda
vigorava o calendário juliano, sendo o gregoriano adoptado apenas em 1752 onde
a mudança se deu em Setembro: ao dia 2, QA, seguiu-se o dia 14, QI (foram
eliminados mais que os dez dias subtraídos em OUT de 1582, dado que se tinham
passado, entretanto, mais quase dois séculos...). Este dia da semana é confirmado
por documento parcialmente transcrito nesta memória (logo no seu começo).
A infanta D. Catarina foi a 4ª dos
sete filhos de D. João IV com D. Luísa de Gusmão, que adquiriu o título de
princesa por anterior morte de suas duas irmãs mais velhas. O primogénito e
herdeiro do trono, a quem cabia o título de Príncipe do Brasil, foi o duque de
Bragança D. Teodósio que se finou aos 19 anos ("de capacidade intelectual
espantosa para seus verdes anos"), em 1653, portanto 3 anos antes de seu
pai (1656). Sucederam a D. João IV os seus dois filhos mais novos, os únicos
filhos varões sobreviventes ao pai: D. Afonso VI (22º) e D. Pedro II (23º).
Se D. Teodósio era sobredotado, o
inverso se passava com seu irmão Afonso: realmente a D. João IV "sucedeu-lhe
D. Afonso VI, rapazinho doente, de minguados dotes intelectuais, sob a regência
da rainha [D. Luísa de Gusmão, que morreu em 27.02.1666], mulher enérgica".
[Sérgio, 95]
D. Afonso VI tinha 13 anos quando
morreu o pai. Segue-se, assim, a regência de D. Luísa de Gusmão até aos 19 anos
do rei. Mas não foi por sua vontade que deixou a regência, foi antes por
imposição da corte revoltada contra ela. É que D. Catarina achava que em lugar
do seu (apoucado) filho D. Afonso, devia suceder a seu defunto marido o filho
mais novo, D. Pedro, 3 anos mais novo e ainda menor. Mas a corte, liderada pelo
Conde de Castelo Melhor, era de opinião contrária.
… continua amanhã, QA 23.05.2012…
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1 comentário:
Muito interessante!!!!
Um abraço
Maria Amélia
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